Tadeu e Renato sentiram que as palavras duras trocadas entre seus pais seriam um ponto final colocado ali, quando os ares da infância ainda permeavam seus nove e doze anos, respectivamente. 

Antes que mais algum vitupério entrasse pelos ouvidos do menor, Renato, tocando-lhe o ombro, sussurrou no ouvido a ideia de irem a pracinha brincar um pouco. 

Sucesso.

Usando uns trocados da mesada, o primogênito comprou um sorvete do vendedor parado ali. Morango. Favorito do caçula. 

Ao virar-se, notou Hugo, garoto da casa ao lado, ajudando seu irmão, caído do balanço, e com o olhar cintilante querendo brotar outra vez.