Tudo que não pudemos dizer escrita por Little Alice
Notas iniciais do capítulo
Escatimar: enganar.
DOIS MESES DEPOIS
— Você sabe quem é ele? — perguntou Melissa. Acabara de voltar do jornal, quando recebera a terrível novidade da irmã: naquela noite, jantariam com o novo pretendente que o pai arranjara para elas.
Suspirou.
Dessa vez, não via como poderia escatimar o pai. Henrique não acreditaria em outra doença súbita.
Angélica terminou de trançar os cachos pretos e virou-se para Melissa. Ambas eram fisicamente parecidas: pele negra, bochechas salientes e lábios bem desenhados. Porém, distintas em todo o resto.
Angélica era vívida e romântica.
Melissa, pragmática e reservada.
— Papai só disse que era um pintor — deu de ombros.
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Oi, gente. Algumas considerações:
1. Nesta história, eu quis trazer um protagonismo negro. Eu sei que estamos falando do Brasil dos anos de 1920 e que o preconceito racial era algo latente e violento (ainda é, infelizmente). Porém, o foco desta história é o romance e eu não acho que conseguiria aborda uma temática tão séria em tão poucas palavras. Felizmente, Bridgerton me mostrou que é possível criar um romance histórico e colocar personagens racializados em posições de protagonismo, sem que o preconceito racial precise ser uma questão dentro daquele universo. É isso que decidi fazer por aqui. Acho mesmo que a ficção pode ser um lugar de fantasia, mais feliz e seguro para todos, pelo menos em determinados aspectos.
2. Esse capítulo foi muito difícil de escrever. Era tanta coisa que eu precisava apresentar e tão poucas palavras disponíveis. Para piorar, precisei desperdiçar três palavras com o "Dois meses depois", para vocês entenderem que se passou algum tempo desde o prólogo, quando a Melissa conheceu o rapaz misterioso no museu e conversou sobre arte. Fiz e refiz esse capítulo inúmeras vezes e, finalmente, consegui chegar a esse resultado aqui, que não está maravilhoso, mas é o que temos HAHAHA.
Beijos e até a próxima :*