Dias depois, algumas coisas se passavam dentro de um museu.  Hyoga e sua namorada, Ami, estavam a fazer uma visita ao mesmo, uma vez que ambos são muito estudiosos, e gostam de buscar o conhecimento.  No entanto, naquele museu, havia um artefato muito interessante, e ao mesmo tempo, perigoso; uma tiara muito estranha, cujo estilo lembra muito o Mundo Subterrâneo.  Ambos veem, à distância, a tiara dentro de uma pequena vitrine, com dois guardas ao lado, a fazer a segurança, já que tal artefato fora descoberto recentemente, e muitos especialistas julgam que a mesma pode valer uma senhora fortuna, o que pode despertar a cobiça de ladrões e até colecionadores. 

A aparência da tal tiara misteriosa deixa ambos um tanto surpresos.

AMI:  Olhe aquilo, meu Cisne...  aquela tiara...  não é muito estranha? – indaga.

HYOGA:  É verdade, meu floco de neve.  Pela aparência, eu diria que veio do Mundo Subterrâneo.

AMI:  Minha nossa...  se veio de lá, com certeza Zeba e sua quadrilha vão tentar rouba-la.

HYOGA:  Não se nós aqui impedirmos – diz, com certo sentimento de segurança.

Nesse momento, no próprio Mundo Subterrâneo, o desaparecimento da tal tiara já não era mais mistério nenhum para o Tube.  Fuumin, ao descobrir que o mesmo estava num museu, corre avisar sua chefe, Igan.

IGAN:  O quê?  Encontraram a tiara desaparecida que pertencera à Rainha? – indaga.

FUUMIN:  Sim, Senhora Igan! – e a chama até um outro canto, para falar discretamente – Foi descoberta pelos humanos, e está agora num museu...

Nesse momento, chega o conselheiro pessoal de Zeba, Anagumas.

ANAGUMAS:  O quê? – indaga, perplexo – o segredo do Senhor Zeba está dentro daquele enfeite.  Se o mesmo cair nas mãos dos Cavaleiros Astrais e das Sailors Scouts, estamos seriamente em apuros!

Aquilo deixa Igan levemente arrepiada.  Saber que os humanos podem descobrir como vencer o Tube é algo que não lhe agrada nem um pouco.

Enquanto isso, algumas coisas se passavam no museu.  Um misterioso vulto, vestindo um uniforme preto – semelhante ao de um ninja – entrava de forma sorrateira, e corria o tempo todo oculto, para não ser descoberto.  No entanto, Hyoga e Ami sentem que há algo estranho no ar, e vão averiguar. 

HYOGA:  Meu floco de neve...  sentiu isso? – indaga.

AMI:  Sim, meu amor.  Tem algum invasor aqui...  e se for gente do Zeba?

HYOGA:  Vamos ver isso agora!

E vão correndo averiguar.  No entanto, só encontram o robô vigilante, fazendo a ronda.

HYOGA:  Ah, é só o robô vigilante do museu...  menos mau – suspira, aliviado.

Mas ainda é cedo para respirar tranquilo, Hyoga!  Nesse momento, a imagem de um ninja encapuzado – e pelo traço dos olhos, é uma mulher – se escondia atrás de uma parede, observando os guardas que faziam a vigilância da tiara misteriosa, oriunda do Mundo Subterrâneo.  Nisso, Hyoga e Ami resolvem voltar para onde está a tal tiara, e quando lá chegam, se deparam com os guardas se contorcendo de dor, enquanto são atacados por algo que parecem ser pétalas de sakura.  Uma espécie de truque ninja, usado para adormecer inimigos ou outras pessoas em geral, de forma a não causar-lhes nenhum dano.

HYOGA:  Por Atena...  o que está acontecendo aqui? – indaga.

AMI:  Estão sendo atacados!

Outros guardas, atraídos pelos gritos, vêm correndo.  Quando o casal de heróis olha para a vitrine, o ornamento não mais estava lá.

HYOGA:  Essa não...  a tiara...  SUMIU!!!!

AMI:  O quê???

Quando olham para o lado, em direção à saída, veem a misteriosa ninja a fugir correndo, e tinha a tiara em mãos.  Era uma ladra, sem dúvida!

AMI:  Amor...  lá está o ladrão! – aponta para a frente.

HYOGA:  Atrás dele!

Ambos correm atrás do ladrão, mas o mesmo consegue ser ainda mais rápido, em se tratando de um ninja.  Quando chegam do lado de fora, olham por todos os lados, mas nenhum sinal de quem roubou o ornamento do museu. 

Enquanto isso, a ninja responsável por roubar a tiara do museu é interceptada por Fuumin, que, num salto, rodando feito parafuso, a golpeia, jogando-a para trás, e a desmascara. 

FUUMIN:  Muito bem, passe esse enfeite pra cá! – ordena.

Mas a ladra nada responde.  Apenas abre a boca e cospe um shuriken explosivo vermelho, enquanto Fuumin responde cuspindo um shuriken explosivo azul.  Os dois ataques colidem, criando uma explosão que as atordoam, e em seguida, voltam a dar cambalhotas, prontas para o duelo. 

???:  Você é do Mundo Subterrâneo, não é? – indaga a ninja misteriosa.

FUUMIN:  E quem é você, afinal de contas?

A ladra ninja nada responde.  Fuumin a ataca incessantemente com sua espada, e a adversária, por estar desarmada, se vê obrigada a recuar com cambalhotas.  Num dado momento, salta pra cima de uma árvore.  Fuumin cospe outro shuriken explosivo, atingindo o galho e tombando sua oponente.  A ninja ladra tenta um ataque, mas Fuumin, com um golpe de sua espada, arranca-lhe a tiara que a mesma roubara do museu.  O ornamento de cabelo vai ao chão, e Fuumin o pega, porém, Hyoga, já vestindo a armadura do Cisne, e Ami, já como Sailor Mercúrio, chegam no pedaço, arrancando a tiara das mãos da ninja assassina. 

HYOGA:  Nós ficamos com isso! – diz.

FUUMIN:  Malditos Cisne e Mercúrio... – brada de ódio.

A ninja ladra salta para cima deles, tentando pegar a tiara, mas é presa numa rede de captura a laser, que surge do nada.  Quando eles olham para o lado, era mais um monstro subterrâneo em ação.

???:  Zoladogla?! – reconhece o monstro.

Zoladogla, por seu turno, ataca disparando shurikens a laser, mas Hyoga entra na frente, e com as mãos limpas, bloqueia todos, rasgando a teia que prendia a misteriosa ninja, libertando-a.

HYOGA:  Pronto, está livre – diz.

FUUMIN:  Maldito Hyoga...  você não vai me atrapalhar!

Quando vai atacar novamente, eis que chegam Shiryu, Seiya, Serena, Rini, Koga, Shura e Haruka no pedaço.  Enquanto os heróis estavam ocupados combatendo Fuumin, Zoladogla e os Soldados Angla, a ninja ladra tenta tomar a tiara das mãos de Hyoga, mas Ami não a deixa.  Vendo que não tinha como roubar o ornamento, a ninja misteriosa cospe várias rosas, e desaparece em seguida.  Um velho truque ninja, usado quando é preciso fugir. 

Instantes depois, estavam todos em Hikawa, com aquela tiara misteriosa.

HYOGA:  Afinal de contas, por que Fuumin queria tanto roubar esta tiara?  O que há de tão interessante nela?

CAMUS:  Certamente este ornamento deve esconder algum segredo que seja muito importante para eles – conclui.

SHIRYU:  Mas quem será aquela ninja misteriosa que tentou roubar esta tiara, e ainda enfrentou Fuumin?  Até agora, não temos um só indício.

Quando levanta a tiara, eis que uma flor, semelhante àquelas que a ladra usou para atordoar os seguranças do museu, cai do prendedor. 

AMI:  É a mesma flor que aquela ninja usa como arma – diz.

REI:  Essa flor é encontrada nos arredores da Vila Umoa...

SAGA:  Será que ela sabe o segredo dessa tiara? 

MICHIRU:  E se ela tiver algum segredo que possa revelar quem seja o Rei Zeba? – indaga.

SHIRYU:  Boa pergunta, Michiru!  Hyoga e Ami...  vocês devem dirigir-se para lá – diz.

Enquanto isso, outras coisas se passam no palácio de Zeba.  Todos estavam preocupados com o fato da tiara, que um dia pertencera à antiga Rainha Igan, estar em poder da Irmandade.

ANAGUMAS:  Senhor Zeba...  aquela moça que lutou contra Fuumin realmente é uma descendente de um guerreiro fugitivo da Família Puu – diz o conselheiro real de Zeba.

ZEBA:  Isso significa que o fugitivo da Família Puu sabe o segredo que se esconde nessa tiara.  Se Shiryu e seus amigos descobrirem o que nele contém, isso significa um grande perigo para nós e para todo o nosso Império.  Barrabás – convoca o espadachim do grupo – quero que encontre o fugitivo da Família Puu e acabe com ele, e também com essa tal tiara...  AGORA!!

BARRABÁS:  Sim Senhor Zeba!

E lá vai o espadachim, afinal, missão dada é missão cumprida.  Se os heróis permitirem, é claro!

Nesse momento, Hyoga e Ami vão juntos, de carro, até a Vila Umoa, local onde crescem as flores que a ninja misteriosa usa como arma.  Pouco mais de uma hora depois, o casal de gelo chega ao local indicado por Rei. 

AMI:  É aqui...  um lindo lugar – diz, encantada com a beleza da região.

HYOGA:  É verdade, meu floco de neve.  Um belo lugar...  será que é aqui que a misteriosa guerreira ninja de hoje cedo vive?

AMI:  Se a rosa que ela usa como arma é dessa região, então é aqui mesmo.

Ambos desembarcam do carro e começam a fazer procuras por qualquer indício que os leve até a misteriosa ninja ladra, da Família Puu.  Eis que encontram algumas das rosas usadas como arma pela ninja em questão, e várias pétalas começavam a cair do alto de uma árvore. 

HYOGA:  Sim...  é esta a flor.  Estamos na pista certa!  Onde será que ela está?

Nisso, ambos são atacados por um shuriken.

HYOGA:  Cuidado!! – lança seu ar frio e o congela – Muito bem...  seja quem for...  apareça!

???:  Por que me seguiram? – indaga a guerreira ninja.

AMI:  É a ninja de hoje cedo...

HYOGA:  Por que você está atrás daquela tiara do museu?

Mas a ninja não quer conversa.  Para ela, todo mundo é inimigo, até os Cavaleiros e as Sailors.  Volta a cuspir shurikens a laser, mas Hyoga, com seu ar frio, os rechaça. 

HYOGA:  Não pense que vai nos deter só com isso – adverte – e nós não viemos aqui atrás de briga com você.

AMI:  Pelo contrário; queremos esclarecer o mistério do ornamento que estava hoje cedo no museu, e que você queria roubar.

???:  Tive minhas razões para querer me apoderar dele.  E isso não significa que deva acreditar em vocês, invasores.  Fora daqui agora, ou terei que mata-los! – ameaça.

HYOGA:  Não queira tornar as coisas mais difíceis do que já estão, sua malcriada! – devolve a ameaça – Se nós a quiséssemos matar, já o teríamos feito de primeira, mas não o fizemos porque não somos perversos.  Meu nome é Hyoga, e sou o Cavaleiro do Cisne, um dos guerreiros a serviço de Atena, deusa da justiça.

AMI:  E eu sou Ami Mizuno, mais conhecida como Sailor Mercúrio, a serviço do antigo Milênio de Prata.  E você, quem é?

???:  Um Cavaleiro de Atena e uma Sailor...  já ouvi falar de vocês – salta da árvore – Me chamo Yuu, e sou uma ninja do Mundo Subterrâneo.

HYOGA:  Então você faz parte de uma tribo que luta contra o Zeba e sua corja, é isso?

Mas antes que ela prosseguisse, eis que avista uma pomba a sangrar, estava com algum ferimento, e aquilo a deixa aflita.

YUU:  Oh não...  PAPAI!!!

E sai correndo até o vilarejo onde vive com seu pai, aflita com o que lhe possa ter acontecido.  Hyoga e Ami a seguem.

AMI:  Yuu...  espere por nós!

Eis que eles chegam à casa onde Yuu e seu pai, o fugitivo do Mundo Subterrâneo, vivem, e quando lá chegam, encontram tudo revirado e móveis quebrados.  Eram sinais de luta!

YUU:  Papai...  papai... – nenhuma resposta.

HYOGA:  Yuu...  o que houve com seu pai?

E veem um rastro de sangue.  O pai de Yuu foi capturado por Tube!

YUU:  PAPAI!!! – grita, aflita – foi o Zoladogla, só pode...

AMI:  Zoladogla?

Enquanto isso, em alguma masmorra do palácio de Zeba, um homem estava a sofrer torturas por parte de Barrabás.  Era o pai de Yuu, que fora capturado.

BARRABÁS:  Edin – aponta sua espada – diga o que contém no ornamento que pertencia ao Mundo Subterrâneo!

EDIN:  AAAAAA  Ele pertence à Família Real...  não será usado por nenhum de vocês...

BARRABÁS:  Miserável... – resmunga.

Eis que chega Igan, e reconhece o prisioneiro como alguém que lhe fora uma pessoa importante no passado.

IGAN:  Há quanto tempo, não é, Edin? – indaga, sarcasticamente.

EDIN:  Igan... 

IGAN:  É lamentável ver o maior ninja do Império nesse estado lamentável – vira as costas.

EDIN:  Igan...  una-se a mim, e vamos juntos derrubar Zeba e restaurar a Família Real de forma pacífica, como desejava nossa Rainha... – implora.

IGAN:  Cale a boca! – o esbofeteia – em vez disso, cuide de sua vida, que logo vai se findar, seu imbecil! 

EDIN:  Igan...  como foi que você se tornou uma pessoa tão má e ruim?  Não reconheço mais aquela moça que antes era tão carinhosa e sincera...

E se lembra de quando Igan era criança, e treinava para ser uma guerreira de Tube, sob sua tutela.  Ao fundo, a antiga Rainha Igan, sorridente, observava a filha, ainda pequena, a treinar com Edin.  Sentia nela um grande potencial para proteger a família contra as forças do mal, no futuro.  Edin tinha muito orgulho de sua discípula, a quem tinha como uma filha.  Era motivo de orgulho para ele, já que Igan era, até então, bondosa.  Afinal, o que foi que aconteceu, para que Igan se transformasse numa guerreira cruel, diabólica e sedenta de sangue, como hoje o é, querendo, de todas as formas, exterminar Shiryu e seu grupo? 

IGAN:  Chega de ser ridículo!  O que é passado eu esqueci.  Hoje eu sou a mais poderosa guerreira da Família Igan.  E meu dever maior é exterminar o Príncipe Dragão, e ser a maior Guerreira do Dragão do mundo – e se retira.

EDIN:  Igan...  espere – tenta ir atrás dela, mas a bola de ferro, presa em seu pé, o detém.

Nisso, Oyubu pega um chicote a laser, e o tortura ainda mais, para fazê-lo confessar o segredo da tiara subterrânea.

Na superfície, Yuu, sua filha, estava com Hyoga e Ami, contando sua história.

YUU:  Edin, meu pai, era um guerreiro ninja a serviço da antiga Família Real Igan.  Quando a família real foi destruída por Zeba, meus pais fugiram para a superfície, tornando-se ninjas fugitivos.

AMI:  Ninjas fugitivos? – indaga.

YUU:  Sim, Ami.  Zoladogla é um monstro terrível, que caça ninjas fugitivos, e os assassina.  Muitos amigos meus foram mortos por ele, principalmente mamãe.

Aquela história toda deixa Hyoga e Ami comovidos.

HYOGA:  É muito triste isso...  não admito que mais filhos percam seus pais dessa forma tão triste...  mas...  por que você quis roubar aquela tiara, hoje cedo?

YUU:  Nesse ornamento se esconde o segredo de Zeba!

AMI:  Segredo de Zeba?  Então é isso...

YUU:  Só papai sabe como usa-lo.  Ele pretendia desvendar o mistério derrubando o Tube, além de trazer de volta a paz ao Império.  Hyoga...  Ami...  desvendem o mistério da tiara, e derrubem o Tube, para que o mundo subterrâneo e a superfície possam finalmente ser amigos.

Nisso, eis que explosões se sucedem. Eram Barrabás e Oyubu.

BARRABÁS:  O ninja fugitivo está em nosso poder.  Se o querem de volta, entreguem-nos o ornamento hoje à tarde!