Através de Robert escrita por HEILA HANS SHEFTER


Capítulo 44
CAPÍTulo 44




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Mas aquele dia não era um dia como o outro...
Era madrugada, a escola estava envolta em névoa e u profundo silencio. Passos eram ouvidos, misturados com som de pá que removia a terra.
“Hoje era o dia” ... Charles pensou...
— Elizabeth; aquela professora, havia cruzado o caminho de Charles Spurlok, um homem cruel que sempre encontrava prazer em atormentar os outros. Sua sede de vingança não conhecia limite. E a vítima de sua ira era Elizabeth.
Charles, tinha seu sorriso malicioso, ele havia acabado de preparar uma série de armadilhas de urso na trilha em frente à entrada da escola...

Elizabeth, feliz da vida, encontrou com seu pai e juntos foram para a escola. Ela precisava de algumas matérias escolares, e somente verificando tudo poderia organizar a listagem. Willian Thatcher, ficou impressionado em saber o quão pouco era seu salário e além de cuidar de sua família, ela usava parte daquele dinheiro par comprar mais materiais para os alunos mais carentes ou livros para melhorar seus ensinamentos; a cada dia que passava ele conhecia algo de sua filha e se orgulhava mais e mais...

Quando Elizabeth chegou próximo à escola, ela mal podia imaginar o que a esperava. Ao caminhar ao lado do seu pai, seu pé afundou em um monte de folhas secas. Willian, percebendo e sendo um conhecedor, pois já havia visto aquilo na época do exército anos atrás, empurrou sua filha, e seu próprio pé acabou caindo aonde não deveria... era uma armadilha de urso habilmente camuflada. Ele cambaleou, mas conseguiu escapar com um ferimento menor. Charles viu Elizabeth, caída ao chão, horrorizada ao ver seu pai ferido e sangrando muito. Não era esse seu plano, mas ver aquela menina com tanto horror lhe dava prazer. O riso cruel de Charles ecoava em sua mente, não podia fazer barulho para não ser descoberto. Charles viu Elizabeth se levantar devagar e tentar caminhar até seu pai, que sangrava. Ele observava de longe e sua expressão de satisfação crescendo, à medida que Elizabeth continuava a se aproximar de outras armadilhas ocultas naquele terreno. Ramagens entrelaçadas e buracos disfarçados com folhas escondiam perigos mortais. Ela levantou um dos pés, e quando estava para colocar no local da armadilha, ouviu-se um grito...
— Não se mova, senhora Grant! Fique assim até eu chegar aí...
Elizabeth reconheceu a voz de Robert, e equilibrando em uma só perna, ela ficou até que ouviu ele mais perto de suas costas...
— Não se mexa. Tem uma armadilha de urso bem debaixo de você...

— Robert! Eu não consigo mais ficar assim.
— Calma professora, eu vou te puxar e vou te segurar.
— Robert… eu;
— Por favor… não deixarei nada te acontecer.
Willian gemia de dor, estava pálido, mas pediu para Elizabeth confiar no garoto. Ele já havia percebido que esse menino faria qualquer coisa para o bem-estar de sua filha.
Robert colocou as mãos em seus braços e num puxão forte, a fez vim para seus braços. Ele não se moveu, nem mesmo com o impacto do corpo dela ao seu...
A respiração dos dois eram ofegantes. Eles sabiam o perigo que ali estavam.
— Senhora Grant, você só vai pisar onde eu pisar, combinado? Confia em mim.
— Eu confio, Robert. Com toda a minha vida.
— Eu vou te proteger. Fica calma e pise aqui.
Robert, foi guiando até colocá-la perto de uma árvore. Ele notou os buracos de longe, mesmo tampados, eles pareciam armadilhas e ele já havia feito isso muitas vezes com seu avô, antes dele falecer. Logo após, ele foi até o pai de Elizabeth, tirando sua camisa, ele amarrou forte para tentar segurar o ferimento.
— Senhor, eu preciso te tirar daqui; tem mais armadilhas aqui e podem ser acionadas com qualquer coisa.
— Filho, eu acho que não consigo andar...
— Eu sei, senhor. Basta ficar em pé e serei sua muleta.
Willian estava impressionado com aquele jovem. Ele ainda era um aprendiz de homem, e nem mesmo havia entrado nos mountie, mas já mostrava seu senso de liderança. E sua filha tinha dedos ali...
Elizabeth e Robert, ajudaram a Willian, que pulava com muita dificuldade e dor, até sentar embaixo da grande árvore. Ela correu para a cidade, e ao chegar, viu Bill e Nathan, sentados na porta da delegacia, onde tomavam café. Ela correu até eles desesperada.
Bill e Nathan a viram, toda suja de sangue e Nathan num pulo já estava com ela em seus braços querendo saber onde estava machucada.
Ela explicou tudo, e Bill foi buscar uma carroça e com eles buscaram Robert e Willian.
Willian precisou de pontos, foram trinta e cinco pontos de um lado e dezoito do outro, que Dr. Carson muito gentilmente realizou. Bill correu para a escola com Robert e Nathan, e lá desarmaram oito armadilhas. Bill olhando para Nathan foi falando:
— Nathan… seja quem for, veio atrás de Elizabeth.
Robert contou que cavalgava, quando passando por ali, viu o senhor Willian Thatcher ferido, e só conseguiu correr para evitar que Elizabeth também se machucasse.

Nathan o agradeceu por sempre estar pronto a salvá-la, e o menino todo vermelho disse que era seu dever. Bill foi falando:
— Não é seu dever filho, você não é um mountie ainda...
— Ainda não sou, isso eu sei. Mas ela é meu dever e de todos nós, desde que mountie Jack pediu ao ir para a guerra e ainda mais após sua morte. Temos mais dever ainda de proteger de todos que queiram fazer mal. Ela será sempre minha, nossa prioridade, pode perguntar aos outros meninos e meninas da classe que saberá que temos um pacto sobre isso.
Nathan sorriu. Aquele menino levava isso muito a sério.
— Robert, como você sabia o que fazer?
— Meu falecido avô... Ele engasgou. Ele sempre usava dessas armadilhas, para evitar que os ursos atacassem; ele morava na floresta na parte mais fechada. Mas mountie Jack me deu seu diário para ler, quando eu era pequeno e nele contava que ele tinha sido pego por essas armadilhas, foi quando ele tentou salvar um urso que estava preso em uma, ele tinha uma cicatriz no joelho esquerdo e ele mesmo costurou. Os desenhos dele eram assim, com essas terras com folhas secas.
— Muito bem, filho! Você será um grande mountie. Disse Bill.

Com sua vingança fracassada e aquele povo ali próximo à escola, Charles Spurlok sentiu o medo correndo em sua espinha. Nathan e aquele tal de Bill, não pareciam estar de brincadeira, iriam lhe procurar até o raio que os partas. Ele rapidamente se afasto do terreno da escola, sabendo que suas ações o havia colocado em uma posição perigosa. Enquanto afastava às pressas, a ansiedade o consumia. Iria sentar naquela mina e pensar em uma maneira de acabar com Elizabeth, ficar ferindo outras pessoas naquele lugar, poderia atrair mais investigações, por parte dos mountie e os primeiros comércios conheceriam sua força.
Charles, rindo, falou alto ao entrar na mina de carvão:
“Eu sou a sombra que nunca desaparece, o fantasma que desafia a justiça, a lenda eu jamais serei derrotado. ”


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