Qualquer baboseira ou afins escrita por Hirobelana


Capítulo 1
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O dia foi se arrastando e eu estava tão ocupado e atarefado, que mesmo as horas parecessem nunca se alterarem, não me dei conta que a noite já tinha chegado, se formado.

As paredes do escritório e todo o seu ambiente transmitiam um dia sem fim, interminável, e apenas quando me deparava fora do prédio, percebia que tinha utilizado todo o meu dia bem ali.

Um dia que passou tão rapidamente que não me dei conta ou aproveitei corretamente. "Faça o que te faz feliz" a frase perfeita que dizem constantemente há todos no mundo.

Nessa pequena parcela de pessoas do mundo, no início eu poderia afirmar e garantir que fazia o que me fazia feliz. Estava fazendo o que me fazia feliz verdadeiramente. Mas infelizmente esse momento da minha vida passou.

Trágico, não?

Eu não sei em que momento as coisas começaram a desandar, a perder o brilho, a paixão que eu tinha em fazer o que eu estava fazendo. Eu verdadeiramente não sabia. E de verdade, eu não queria saber, descobrir essa resposta.

Parado na calçada, observando as pessoas passarem por mim, senti a tristeza começando a me inundar. Algo que ocorria toda vez. A consciência sobre mim mesmo estava despertando bem devagar, como eu queria apenas voltar ao escritório e esvaziar a minha mente de mim mesmo.

Mas antes que o meu corpo voltasse para dentro do prédio alguém gritava o meu nome. Gritando de forma nítida e reconhecível, eu sabia perfeitamente bem quem era. E esse reconhecimento me fez sorrir instantaneamente, involuntariamente.

— Estava esperando por mim? – dizia com um sorriso animador em seu rosto, terminando de correr os poucos passos de distância entre nós.

— Talvez – disse sorrindo automaticamente.

Aquela tristeza que estava começando a aparecer estava se dissipando, como se fosse apenas uma lembrança ruim e passageira. Pois naquele momento tudo em mim ganhava uma energia diferente, me fazendo sentir diferente.

O sorriso dessa pessoa me animou instantaneamente.

Caminhando lado a lado, mesmo que o destino fosse diferente.

Quando a rua que poderia ser o difusor para decidir o destino final se tornava a mesma, o meu coração que começava a se tornar ansioso, se acalmava gradativamente, pouco a pouco.

Não havia conversa ou monólogo. Andávamos sem pressa ou pressão para preencher o espaço entre nós. Nos atentando às conversas soltas das pessoas que passavam por nós, o som dos carros, ou músicas.

Quando chegamos finalmente em minha casa, parecia que aquela casa não era somente minha, e sim, nossa. Tirando os sapatos e andando de meia até o sofá, me seguindo como se esperasse algo de mim. 

— O que você quer? - eu dizia toda vez, a mesma pergunta quase como um roteiro batido. Mas as respostas que eu recebia volta e meia eram diferentes, mas dessa vez eu já reconhecia muito bem.

O sorriso travesso que recebia em resposta como se estivesse dizendo inúmeras respostas. Possibilidades que faziam o meu coração acelerar e sorrir como um idiota que caiu direitinho na isca já preparada há séculos.

O que se iniciava em uma troca de assuntos sobre o trabalho, a hora que não demorava a passar, a sensação de não ter aproveitado o dia tão bem, as risadas de algo engraçado que aconteceu, das mãos se tocando finalmente, aos beijos que surgiam e se acalmava gradativamente.

Tudo tão lento, mas precioso.

Mesmo que ao acordar de manhã você já não estivesse mais, a casa estava toda inundada de você. O que me dava energia o suficiente para fazer as minhas coisas em casa e depois ir finalmente para o trabalho. Sorrindo ao sair imaginando com a possibilidade do dia em que você não sairia de fininho pela manhã.

Sendo um casal tão lento.. que em breve eu sentia que finalmente iria se concretizar.


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