SANTUÁRIO – GRÉCIA

Os cavaleiros seguem agindo pelo Santuário. Na casa de Peixes Eros cria para a entrada da biblioteca um canteiro, para ficar ainda mais difícil o seu acesso. Na casa de Capricórnio, Shura treina para deixar sua Excalibur ainda mais afiada. Na casa de Sagitário, Aioros se prepara para partir para o Japão, já que precisa ficar de olho nos passos de Athena. Na casa de Escorpião, Milo está pensativo. Enquanto todos pensam em Hades, ele se preocupa também com Éris. Na casa de Virgem, Shaka medita entrando em contato por cosmo com Buda. Na casa de Câncer, Máscara da Morte passa a mão na parede da sua casa após voltar do sekishiki, com um sorriso sádico. Na casa de Touro, Aldebaran golpeia um saco de areia testando sua força física. Na casa de Áries, Mu segue analisando algumas armaduras para reparo.

Aioria está entre os pátios do Santuário. Ele percebe de um barranco alguém caindo e estranha. Era Marin treinando e Aioria evita sua queda. Os dois se olham com a amazona em seu colo.

— Marin de Águia!

— Aioria de Leão...

Aioria coloca Marin no chão.

— O que estava fazendo? – Pergunta Aioria.

— Estava preparando os treinamentos para meu futuro discípulo e acabei perdendo o equilíbrio, mas nada de mais. De qualquer forma, agradeço por ter me ajudado.

— Não precisa agradecer amazona...

Os dois se olham por alguns segundos em silêncio. Marin corta o clima.

— Bom preciso ir. Meu aluno não deve demorar. Até mais Aioria.

— Espero te ver mais vezes Marin. Observarei seu treinamento.

Marin sorri por baixo da máscara e acena para Aioria. O cavaleiro de Leão fica pensativo.

— Essa amazona tem algo especial. Ela é tão linda... Por que acho isso? Nem seu rosto eu posso ver... Adoraria vê-la...

AEROPORTO DE ATENAS – GRÉCIA

O avião que levava os aspirantes do primeiro ônibus que partiu da Fundação até o aeroporto enfim chegava na Grécia. Nikol, Dante e Algethi já estavam à espera, com suas urnas nas costas. Shun e Shiryu são alguns dos garotos que serão guiados por Nikol. Geki e Ban por Algethi e outros aspirantes por Dante. Nikol encara Shun com curiosidade.

— Qual seu nome aspirante?

— Shun senhor.

— Shun... Tem algo familiar em você... Mas enfim, vou levar você e os outros garotos até seu destino. Vamos pegar o helicóptero.

Nikol e os aspirantes entram em um helicóptero que levará os garotos para seus locais de treinamento. O mesmo faz Dante e Algethi com suas turmas.

5 PICOS DE ROZAN – CHINA

O Mestre Ancião está sentado em frente à cachoeira conversando com Shunrei. Um helicóptero é avistado.

— Veja mestre. Um helicóptero. – Aponta Shunrei.

— Sim. Então o garoto está chegando.

Desce do helicóptero Shiryu ao lado de Nikol.

— Mestre Ancião, é um prazer revê-lo.

— Nikol de Altar, nobre cavaleiro de Prata, o prazer é meu.

O Mestre Ancião olha para o garoto encabulado.

— Então é esse o garoto que veio para o treinamento?

— Sim senhor. O nome dele é Shiryu.

Shiryu olha ressabiado para o velho mestre.

— Prazer senhor.

— Prazer Shiryu. Pode me chamar de Mestre Ancião. Ah e essa garotinha aqui se chama Shunrei. – o baixinho mestre aponta para a garota.

Shiryu e Shunrei se olham pela primeira vez. Um gosta do outro no primeiro olhar e ficam sem saber o que falar. O Mestre Ancião percebe algo e os chama a atenção.

— Shunrei cumprimente Shiryu!

— Han? Ah sim... Prazer Shiryu.

— Prazer Shunrei. – Shiryu sorri.

Nikol aperta a mão de Dohko, o Mestre Ancião.

— Mestre eu preciso partir. Devo levar outros garotos para seus locais de treinamento. Tenha uma boa estadia com Shiryu.

— Vá com a proteção de Athena, nobre Nikol.

Nikol se despede de Shiryu e parte. O Mestre Ancião olha para Shiryu.

— Eu não costumo sair daqui, mas hoje te apresentarei seus aposentos. Amanhã começará seus treinamentos, jovem Shiryu.

— Sim senhor.

Shiryu entra com o Mestre Ancião. Ele não tira os olhos de Shunrei, que também não para de olhar para ele.

ILHA DE ANDRÔMEDA

Dentro o helicóptero, no caminho para a Ilha de Andrômeda, Nikol não tira os olhos de Shun. O garoto fica até incomodado.

— Desculpa rapaz, mas tenho a impressão que já te vi antes.

— Eu sempre morei no Japão senhor! – Responde Shun.

— Eu sei. Apenas em Tóquio? – Pergunta Nikol curioso.

— Eu nasci em Hiroshima.

Nikol coloca a mão no queixo.

— Hiroshima... Então deve ser de lá. Já habitei lá... Mas pela sua idade... Não tem como eu ter te conhecido...

— Senhor, já estamos sobrevoando a Ilha. — O piloto interrompe Nikol.

Shun engole seco demonstrando medo.

— Está muito quente aqui...

— Está entardecendo. Em breve um imenso frio cairá sobre essa Ilha. – Alerta Nikol.

No solo da Ilha, Daidaros observa a chegada do helicóptero.

— O garoto do Japão... Ele está chegando.

— Quem será ele? — Se pergunta June. A garota já estava há seis meses sendo treinada por Albion e nos últimos três estava sendo tutelada por Daidaros. Ela estava ansiosa em saber qual dos meninos do Japão seria seu parceiro de treinamento.

— Ele é o aspirante enviado pelo Santuário vindo do Oriente, June. Ele será meu discípulo. – Responde Daidaros.

Nesses meses que se passaram June traçou um novo objetivo: ser a amazona de Bronze de Andrômeda. Agora como aspirante oficial ela utiliza uma máscara em seu rosto como todas as amazonas.

— Independente de quem seja, eu serei a amazona de Andrômeda.

Outro garoto se aproxima. Ele tem cabelos azuis escuros curtos e repicados e olhos azuis bem claros e tem 12 anos. Ele responde June.

— Não fale com tanta certeza June. Eu também estou aqui para disputar.

— Você Spica? Está aqui há quase 2 anos e já estou mais evoluída que você. Você não tem chances nessa disputa. Por que acha que chegou outro garoto aqui? – Pergunta June bastante segura.

Spica se irrita e empurra June.

— Não é porque é uma garota e ainda é uma criança que não posso te dar umas palmadas para aprender a me respeitar.

— Chega vocês dois! – Intercepta Daidaros. – O garoto está chegando e quero que vocês o tratem muito bem. Sabem que além da armadura de Andrômeda aqui na Ilha também está guardada a armadura de Camaleão. Um de vocês dois pode conquistá-la.

June e Spica se olham e não concordam.

— Como um de nós dois? Por que não o tal principiante? – Pergunta Spica.

— Chega! Não é hora para indagações. É hora de receber o novo companheiro de vocês! – Grita Daidaros.

O helicóptero pousa. Nikol desce e da um abraço em Daidaros.

— Grande Daidaros, que bom revê-lo. Essa Ilha como sempre bastante traiçoeira.

— Já estou adaptado aqui Nikol.

Daidaros o apresenta June e Spica.

— Nikol esse é meu outro discípulo, o Spica. Essa é June, discípula de Albion de Apus.

Os garotos cumprimentam Nikol. Shun desce bastante assustado do helicóptero.

— Daidaros esse é o Shun. O seu novo discípulo enviado pelo Santuário vindo do Japão. – Apresenta Nikol.

Shun olha assustado para Daidaros. O cavaleiro de Cefeu gosta dele logo de cara.

— Como vai rapazinho?

— O-oi... – Shun está muito nervoso.

Spica começa a rir.

— Esse sujeitinho aí que está mais assustado que um passarinho quer ser um cavaleiro de Athena? Hahahahahahaha.

Shun deixa uma lágrima cair. Daidaros olha irritado para Spica.

— Cale-se Spica. Quando você veio da Líbia você também estava bem assustado.

Agora é June quem ri, irritando Spica.

— Está rindo de que sua otária? Você também chorou nos seus primeiros treinamentos, não aguentava nada.

— Pois é. E hoje sei lutar muito melhor que você. Com apenas 6 meses de treinamento. Você está aqui há quase 2 anos, não é?

Spica vai para cima de June e volta a ser interceptado por Daidaros. Shun está muito assustado.

— Contenha-se Spica ou terei que te dar uma nova punição.

— As punições sempre são para mim. Mas que inferno! – Spica se afasta.

Nikol olha para Shun, que segue bastante assustado.

— Shun o Daidaros é um grande cavaleiro. Um espetacular mestre. Tenho certeza que você se sairá bem, não se preocupe.

Nikol se despede de Shun e Daidaros e parte no helicóptero. June se aproxima de Shun.

— Bem vindo Shun.

— Essa voz... June, é você? – Shun não havia a reconhecido.

— Sim Shun, sou eu. Já faz um tempo né?

Shun sorri e abraça June, que é mais fria no abraço.

— Shun sinto lhe informar, mas armadura de Andrômeda será minha.

Shun olha para June surpreendido. Ela se afasta.

— Venha Shun. Vou te apresentar a Ilha. – Diz o cavaleiro de Cefeu.

Shun começa a sentir muito frio ao escurecer. Daidaros o diz que ele terá que se adaptar as mudanças climáticas e que aprender a controlar o seu cosmo irá o ajudar. Essa será a primeira lição. Do alto sobrevoando a Ilha, Nikol olha à distância.

— Não sei por que, mas esse menino Shun me traz uma coisa boa. Peguei afeto por ele em tão pouco tempo... Que estranho!

AEROPORTO DE ATENAS - GRÉCIA

Nikol chega no aeroporto e avista Dante e Algethi o aguardando.

— Tudo certo com os aspirantes, cavaleiros? – Pergunta Nikol.

— Sim. Estão todos entregues. Você demorou um pouco mais. – Responde Dante.

— Eu sei. Chegar à tal Ilha do oceano Índico não é nada fácil.

O avião que eles aguardavam chega. Era o que continha os aspirantes do segundo ônibus vindos de Tóquio. No avião estavam Ikki e Seiya, que ficam sob a responsabilidade de Nikol. Eles entram no helicóptero. O cavaleiro de Altar estranha ao ver Ikki machucado.

— O que aconteceu com você garoto?

— Por que pergunta? Só olhar para mim você já sabe! – Responde asperamente Ikki.

Nikol encara Ikki. Ele parece reconhecer o garoto.

— Peraí seu nome é Ikki?

— Sim.

— E você é de Hiroshima?

— Sou. Por que tanta pergunta?

Nikol arregala os olhos.

— Não é possível! Será que você é...

— Vamos para o meu local de treinamento primeiro? — Interrompe Seiya.— Já estamos na Grécia né?

Nikol para de falar ao escutar Seiya e o responde:

— Sim garoto. A primeira parada é exatamente no Santuário.

Nikol segue olhando fixamente para Ikki. O helicóptero pousa um pouco distante do Santuário. Nikol guia Seiya e os dois adentram o local restrito.

— Veja jovem Seiya. É aqui o sagrado local que os cavaleiros guardam. O Santuário de Athena.

— Incrível! – Exclama Seiya.

Seiya fica fascinado com as construções milenares. Nikol o guia até o Coliseu.

— Nossa esse lugar parece aquele lugar onde os gladiadores lutavam – Diz Seiya.

— Sim. Aqui também é o Coliseu, porém o Coliseu grego, que não é todo ser humano que consegue ter acesso. É tão antigo quando o Coliseu romano. Aqui vários aspirantes a cavaleiros lutam por armaduras. Você será um deles Seiya.

Uma mulher se aproxima. Nikol a aponta para Seiya.

— Acho que sua mestra está chegando.

— Mestra? Serei treinado por uma mulher? – Seiya fica surpreso.

— Sim. A amazona de Águia. – Responde Nikol.

Nikol cumprimenta Marin e lhe apresenta Seiya.

— Prazer Seiya.

— Prazer... Aconteceu algo com seu rosto? – Pergunta Seiya causando risos nos cavaleiros de Prata.

— Não, é que sou uma amazona. Toda amazona abre mão de sua feminilidade cobrindo o rosto para não ser diferenciada dos homens. É uma regra imposta por Athena. – Explica Marin.

Seiya não tira os olhos da direção de Marin e acha curioso o fato revelado.

— Mas o seu rosto pode ser visto em algum momento.

— Sim e segundo a regra a amazona que ter seu rosto visto por um homem deve matá-lo ou amá-lo.

Seiya coça a cabeça.

— Que papo bravo. Acho que Athena tinha que mudar isso aí. Não é justo. Ainda mais nos dias de hoje. — Seiya mostra seu atrevimento e Marin gosta.

Nikol e Marin se despedem. Marin resolve apresentar a Seiya o Santuário.