A tempestade chegou na minha vida, destruindo tudo e me destruindo no caminho. Me fez ir ao fundo do poço, e eu estava me afogando lentamente. E eu tive o socorro necessário para voltar a superfície, aos poucos descobri que nem todas tem a mesma “sorte” de ter uma família que te apoia, de ter alguém do lado disposto tudo por você. Jacob repetiu por vezes o juramento na igreja “ na saúde e na doença, na alegria e na tristeza” sempre que eu questionava o motivo dele ainda ficar comigo. Foram anos de terapia, até chegar ao nível em que estou hoje, com uma vida o mais dentro dos padrões possível, terminei minha faculdade, abri uma ONG que ajuda mulheres em situação de vulnerabilidade e que sofreram algum tipo de violência , aos poucos eu fui saindo do lugar escuro em que me colocaram.

     - Mamãe? – chamou Anthony, meu filho que agora tinha nove anos.- - Mamãe? – ele chama novamente.

      Jacob coloca os dedos na minha boca, em sinal de silêncio. A porta do nosso quarto está trancada, e ele não faz ideia que eu estava em casa pois havia acabado de chegar das aulas de natação.

      - Sua mãe está na clinica Anthony. – ele responde. Contenho a risada. – O que você quer?

      - Quero ir pra casa da tia Rachel. Posso ? – Jake me olha por alguns instantes.

      - Tome banho antes de ir, e não pode ficar até tarde. Leve a Bree com você.

      - Não vou não! – gritou Bree. – Vou sair com minhas amigas ! -Jacob bufou irritado, ela estava com doze anos e entrando na pré-adolescência com direito a implicar o tempo inteiro com o que o pai lhe pedi pra fazer.

       - Não saia daqui. – ele sussurrou no meu ouvido, enquanto se levantava e saia rápido do quarto, não deixando que Anthony visse que eu estava ali. – ...Breanna Black! – o nome da filha sendo gritado por Jacob não era um bom sinal. – Renesmee Carlie Cullen Black venha já aqui – É , pelo visto ele descobriu.

      Coloquei minha blusa rápido e segui pro quarto de Bree. Meu filho me olhava desconfiado por perceber que tínhamos mentido pra ele .

       - O que foi? – perguntei com a cara mais inocente que poderia fazer. Bree corre pra trás de mim. – Para de gritar, está assustando a sua filha. – reclamei

         - Você sabia que ela tá de paquerinha com o tal de Henry?

       Comecei a rir.

         - Esse escândalo todo por isso? É normal pra idade dela, aliás, eu já tinha dado alguns beijinhos... – ele me censura com o olhar. – É coisa de criança Jake, faz parte... Vai dizer que você também não tinha suas paqueras?- cruzei os braços, levantando a sobrancelhas. - Jacob, ela está próxima dos treze anos já, acostume-se.

         - Me acostumar? Ela é uma criança! – reviro os olhos com o desespero transparente na face dele ao saber que a filha estava se interessando por garotos.

          - Bree, pega sua bolsa e vai fazer o que tinha programado com as amigas, não esqueça o celular. – eu disse. Ela permaneceu parada com a mão na minha cintura olhando pro pai. – Jacob! – exclamei. Ele está a fumaçando de raiva. – Jacob, sua filha quer que você autorize ela a sair.

       - Você sabia! – me acusou.

      - Claro. A garota precisa de alguém para orienta-la, e já que a mãe dela tá no Japão, e ela sabe muito bem o pai que tem, só tinha a mim pra contar.

[...]

        O namoradinho da Bree, da mesma idade que ela, estava na festinha de treze anos dela, era divertido ver Jake se mordendo de ciúmes da filha simplesmente por ela estar de mãos dadas com o menino. Nossas famílias estavam reunidas ali,.e um pouco antes de cortar o bolo Margot que agora trabalhava no lugar da Nika, que tinha se aposentado veio informar que Heidi estava estacionando o carro , e estava acompanhada do novo marido : Alec Volturi.

         - Nessie – ela acenou, as coisas acontecem de um jeito estranho, eu e ela acabamos ficando amigas. Me abraçou. – Ainda bem que deu tempo chegar. Onde está minha filha?

       - Mamãe! – Bree gritou correndo para Heidi. – Estava com tanta saudade.

       - Eu também meu amor , estava com medo de não conseguir chegar. – ela entregou o presente e encarou o menino atrás de Bree – esse é o famoso Henry? – pela cara ela estava gostando tanto dessa história quanto o próprio Jacob. – Precisamos conversar. – ela apontou pra Jake e pra mim. – Quanto a você mocinha, não acha que eu sou muito nova pra ser sogra não?!

          - Corre Bree, eu seguro ela. – Alec brinca, passando o braço pela cintura de Heidi. E assim muda o foco da conversa– Feliz aniversário pequena.

           Bree abriu o presente da mãe e do padrasto e deu gritinhos e pulos de alegria ao ver a joia ali dentro. Uma tiara no estilo bem princesa, igual a que ela tinha pedido pra usar na festa de fim de ano da escola. Deixei Jake conversando com eles, e fui falar com Claire e a Hope.

         - É uma família bem diferente essa sua, doutora Black. – Hope brinca, fazia anos que não via a minha amiga, desde que ela voltou para Nova Orleans. – Me diga, como você e Jacob aguentam os ciúmes? Ela é ex dele e ele é o seu ex...- e toma um gole da sua bebida.

        - Simples, do outro lado a história é a mesma, e todo mundo se respeita. – respondi. Mas a verdade era, que depois de viver tantas coisas, o que vivi na adolescência vom Alec parecia ser algo de outra vida.

        Estendi a mão para tocar na barriga de cinco meses da Claire.

         - Seu afilhado está bem agitado hoje. – ela murmurou, colocando as mãos no quadril. – Por favor, me internem se me ouvirem falar novamente que quero engravidar. Não sei como alguém consegue ter mais do que um filho.

         - Pergunte a sua mãe, ela dirá que queria ter tido outras gestações. – diz Edward, me entregando uma taça com champanhe. Eu recuso. Ele me olha desconfiado. Minha irmã me entrega uma plaquinha coberta, no mesmo instante que o fotógrafo me chama para tirar foto.

      Bree se posicionou no meio. Heidi e Alec do outro lado, Jacob por trás de mim e Anthony bem a nossa frente, com a mão na cintura da irmã. Antes do flash disparar eu levanto a plaquinha e quem estava observando começa a bater palmas comemorando pois todos ali sabem a luta que foi para conseguir isso novamente. Jake fica sem entender até que eu viro a plaquinha novamente, onde diz :

       “ Anrhony não é mais o mais irmão mais novo" 

        - Eu vou ter uma irmã? – pergunta Bree

        - Eu vou ter um irmão? – pergunta Anthony ao mesmo tempo.

       Jake apenas me olhava perplexo. Eu esperei pela sua reação que não veio, Heidi me abraçou felicitando.

          - Que essa criança venha cheia de saúde, ela vem pra completar essa família que já é linda.

         - Obrigada. Não vai falar nada, Jacob?

       - Eu...Eu...er...- ele gaguejou alguma coisa mas não saiu nada que pudesse entender. Ele já tinha perdido as esperanças de ser pai novamente.- Eu te amo. – me puxou para os seus braços e me beijou como sempre, apaixonado.