Era Uma Vez... Uma Ilusão escrita por Landgraf Hulse


Capítulo 19
18. Apenas mostro o que todos desejam ver, sou o que todos querem que eu seja, embora nem sempre seja a verdade.


Notas iniciais do capítulo

Saudades? Pois vocês não sabem o prazer que é estar de volta... Falando sério, é muito bom. Eu passei essas últimas semanas sem postar porque eu estava "renovando minha criatividade", além de concluindo a "vida" de outras personagens meus. Acredite quem quiser, mas faz quase um ano que estou escrevendo a mesma história.

Aproveitem o capítulo.



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Março|1803 Palácio de St. James, Londres

— Sua Alteza Sereníssima, a princesa Mary de Niedersieg. — Chamando a atenção de todos na sala de estar, o arauto anunciou altamente. — Acompanhada por Sua Alteza Sereníssima, a princesa consorte de Niedersieg.

Com esse anúncio, as portas duplas da sala foram abertas e Mary entrou, sendo imediatamente seguida por Cathrine, que tentava ao máximo não cair. E aqui estava ela novamente, numa segunda apresentação a rainha, porém... Cathrine não sentia-se nada melhor que na primeira vez. Quatro anos haviam passado, mas ela era a mesma ansiosa acompanhando uma calma.

A sala de estar estava cheia de aristocratas, nobres e oficiais, todos olhando atentamente para as duas realezas. Porém a atenção da marquesa estava na rainha, e unicamente na rainha, ela sequer focava nas princesas ao lado. Tudo era bastante simples: não olhar, não pensar e não escutar, apenas andar.

Logo elas chegaram ao trono e fizeram uma longa mesura à rainha, que então beijou a testa de Mary. Com isso, elas novamente fizeram uma mesura e foram vagarosamente para uma sala lateral. Oh Deus! Oh Deus! Entrando na sala, Cathrine soltou a respiração, havia acabado... enfim acabado!

— Ainda não acredito que conseguimos, que eu consegui. — Assim que as portas foram fechadas, Cathrine comentou em alívio, tentando ao máximo voltar a calma. Logo, porém, ela lembrou da cunhada e sorriu. — Você foi perfeita, Mary, não parecia em nada ansiosa. Qual o seu segredo?

A jovem princesa apenas riu e, dando os ombros, caminhou até um grande espelho, onde ela começou a analisar o próprio sorriso. Cathrine aproximou-se lentamente da cunhada, já sabendo que a resposta não seria agradável, principalmente quando ela veio:

— Eu apenas mostro o que todos desejam ver, sou o que todos querem que eu seja, embora nem sempre seja a verdade. — Como tudo na vida deles. Mary, porém, sorrindo largamente, voltou-se animadamente a cunhada. — Oh Cathrine, eu fui magnífica! Você viu como todos olhavam para mim e... comentavam sobre minha beleza!? Que sou como mamãe!

— Quanto a isso, não posso afirmar nada, pois nunca a vi além dos olhos de grandes artistas. — Segurando ombro dela, Cathrine sorriu e então voltou novamente o rosto de Mary ao espelho. — Mas posso afirmar, sem sombra de dúvidas, que sua beleza encantou a todos, Mary.

A única ação de Mary foi sorrir belamente, muito orgulhosa de si mesma. E não era sem motivos. Nesses últimos cinco anos, Cathrine acompanhou todo o crescimento de Mary, que passou de criança a uma jovem mulher, bela como uma rosa.

— É até uma pena que toda essa beleza já esteja prometida a alguém. — O sorriso que Mary tinha no rosto murchou, fazendo Cathrine fechar os olhos e negar. A princesa mais jovem fitou a marquesa. — Você tem alguma ideia de quando irei para à Rússia?

Oh Deus, havia tanta preocupação e receio nessa pergunta, nos olhos de Mary. Mas Cathrine apenas negou, ela não sabia nada sobre esse casamento, isto é, se ainda fosse haver casamento. O imperador Pavel havia ameaçado romper essa aliança em 1801, mas foi assassinado antes. Alexandre, o sucessor dele, mostrou interesse, porém nada estava certo.

A princesa caçula cobriu o rosto e afastou-se, mas a marquesa foi atrás e levou uma mão às costas dela, tentando ao máximo reconfortá-la. Cathrine também falaria algo, porém no mesmo instante entrou a duquesa de Devonshire e Lady Harriet Cavendish, depois vieram mais damas e debutantes, fazendo com que a conversa ficasse para trás.

— Minha princesa percebeu? Todos os cavalheiros estavam olhando na sua direção, e da marquesa também. — Lady Anna Stanhope, junto de outras debutantes, aproximou-se de Cathrine e Mary, que apenas sorriam. A filha mais velha do conde de Harrington suspirou. — Queria eu ter causado tamanha impressão.

— Sempre tão gentis os cavalheiros, Lord Petersham principalmente. — Com candura e bondade, Mary conseguiu fazer as jovens assentirem. Mas logo ela foi mais objetiva. — Toda mulher chama atenção, seja muita ou pouca, a questão é que nem todo cavalheiro mostra que teve a atenção capturada.

— O importante é mostrar-se digna e orgulhosa durante toda a temporada. — E Cathrine complementou as palavras da cunhada, apesar dela mesma não estar fazendo tudo isso ultimamente. A marquesa dispensou esse pensamento e sorriu para as damas. — Basta ter confiança.

— Queria eu ter a confiança do príncipe Robert e a beleza do marquês. — Mais afastada, porém não inaudível, Lady Harriet comentou secamente. Tendo a mãe que tinha, ela certamente precisava.

Apesar de que toda essa confiança e beleza tinha um preço bastante caro. Todas as damas viam em Richard um príncipe bonito e encantador, enquanto em Robert encontravam um espírito livre e sedutor, mas ambos sabiam ser frios, rudes e orgulhosos. Eram imperfeitos, e isso não se limitava apenas aos príncipes.

Porém essas conversas não duraram muito, logo todas as debutantes foram apresentadas a rainha e então convidadas a retornar a sala de estar. Surpreendentemente a rainha Charlotte daria uma recepção mais planejada esse ano, então que assim fosse. A multidão de matronas e debutantes retornou a sala, onde aplausos começaram a ser dados...

*****

A multidão na sala de estar se misturou, as damas e debutantes retornaram, porém os aplausos não estavam sendo direcionados a elas, mas sim... a rainha levantou do trono e, franzindo o cenho, deu alguns passos a frente, alguém na entrada.

— Mas quem deve ser para causar tanta euforia? — As palmas nem mesmo cessaram, mas a princesa Mary, atrás da rainha com as irmãs, perguntou assustada.

Havia apenas uma pessoa que causaria essa reação, mas... Charlotte negou veemente e deu mais alguns passos. A presença dele não era esperada, e nem causava esse tipo de reação entre a nobreza. Porém a caminhada da rainha não foi muito longe.

— Ora, irmãzinha, quem mais poderia ser além de Sua Majestade? — Aproximando-se subitamente, o príncipe de Gales comentou divertido, recebendo imediatamente olhares horrorizados das mãe e irmãs. Como assim o rei!? O príncipe sorriu desdenhoso. — Mamãe, a senhora rirá de alegria ao vê-lo.

Oh Deus! Os olhos da rainha arregalaram e ela imediatamente saiu em direção a entrada. As cinco princesas acabaram ficando para trás, mais por horror que vontade própria, enquanto a única ação do príncipe de Gales foi rir em diversão.

— Não era para papai estar em reunião com Addington e Lord St. Vincent? — Fitando as irmãs, buscando até alguma orientação, a princesa Augusta perguntou. As outras apenas deram os ombros ou assentiram, fazendo Augusta olhar ansiosa para frente. — Ele não havia dito que estaria ausente esse ano!?

— Por favor, Augusta, estamos falando do rei. — As princesas direcionaram imediatamente um olhar duro ao irmão mais velho. George, porém, sorriu maldoso. — E tudo isso envolve justamente Addington e Lord St. Vincent, acreditam?

Agora foram Augusta, Elizabeth, Mary, Sophia e Amélia que arregalaram os olhos, tanto que imediatamente saíram atrás da mãe. O príncipe de Gales sorriu satisfeito e também começou a aplaudir, as loucuras do rei sempre causavam uma demasiada... diversão. Agora era apenas esperar pela vergonha.

Quando chegaram à entrada da sala de estar, onde a rainha já estava, todas as cinco princesas pararam e arregalaram os olhos. Charlotte, porém, apenas olhava estóica para... o rei aplaudindo o primeiro-ministro e o primeiro lord do almirantado, ambos visivelmente envergonhados. Palavra alguma foi dita por ela e as princesas, até que...

— Mas que beleza, meus mais preciosos bens vieram me receber! — Parando de aplaudir os ministros, o que cessou todos os aplausos, o rei exclamou ao aproximar-se e beijar a mão da rainha. — Não são lindas, Addington? Verdadeiros diamantes, tanto que superam as rosas douradas de Bristol. Devemos protegê-las fortemente quando Bonaparte...

— É um imenso prazer, meu rei, mas não acho que devamos assustá-las com tais assuntos. — O primeiro-ministro rapidamente cortou o soberano, que assentiu veemente. Porém a rainha franziu o cenho, protegê-las? E Henry Addington percebeu isso, tanto que... — Creio ter visto Pelham, com licença.

O primeiro-ministro afastou-se da família real e de Lord St. Vincent, o que apenas aumentou a desconfiança de Charlotte. Desde dezembro falava-se de uma... a rainha semicerrou os olhos na direção do rei, cujo sorriso era tão inocente que dava pena, mas não o suficiente nela.

— Addington referia-se ao quê, George? — O rei fitou ela e inclinou a cabeça, aparentemente sem entender. A rainha, porém, apenas respirou fundo e acrescentou lentamente: — E por que você estava aplaudindo Addington e St. Vincent? Com todo o respeito, milorde.

— E o que Bonaparte planeja fazer para que exista a necessidade de sermos protegidas? — Muito docemente, embora também preocupada, a princesa Sophia então perguntou ao rei, cujo sorriso instantaneamente morreu. Não houve resposta. — É real aquele medo que Frederick compartilhou, sobre uma in...?

— Sua Alteza Real já desejou ter um navio com seu nome? — Antes, porém, que Sophia pudesse acabar, Lord St. Vincent interrompeu. A princesa encarou com extrema irritação o conde, mas ele já havia visto coisas piores. — HMS Princess Sophia seria um ótimo nome para o nosso novo navio de linha, não acha, meu rei?

Mas o que era isso, algum tipo de conspiração!? Sempre havia uma interrupção, além do mais, não seria Princess of Wales o nome do novo navio? De qualquer forma, fazendo Charlotte franzir o cenho em irritação, o rei mordeu a isca de St. Vincent.

— Esplêndido! Quanto a você, Charlotte, eu estava aplaudindo a grande competência de Irvington e St. Vincent ao planejar nossa defesa contra a França. — Defesa? A rainha fitou confusa as filhas e depois o marido, mas não estava acontecendo guerra alguma! — O que me lembra algo: o que você e nossas filhas acham do País de Gales?

— O principado!? — A princesa Amélia exclamou horrorizada.

— Papai, o que está...!? — Elizabeth também falaria algo, mas a rainha sinalizou para ela calar-se.

— Por que dessa pergunta, George? — No tom mais sério, Charlotte perguntou ao marido, mas ele negou. A rainha suspirou e… negou. — Seria... uma ótima oportunidade para conhecer nosso povo.

— Que perfeito! — Batendo as mãos, George exclamou e então encarou o conde. — St. Vincent, diga a Irvington que a rainha e as princesas serão enviadas ao País de Gales caso a França invada, meus filhos e eu lutaremos...

Os olhos da rainha arregalaram, tanto que ela fitou em desespero as filhas. Invasão francesa!? Mas não havia… guerra alguma foi... Charlotte negou e agarrou abruptamente o braço do marido, que a fitou com horror. Ambos ficaram se encarando, ela viu tudo que havia nos olhos do rei...

— Vamos falar com a condessa viúva de Pembroke, George? — No final, foi apenas isso que ela conseguiu dizer. A rainha pegou o braço do marido e eles saíram, com as princesas logo atrás. — Eu estava pensando em pedir para Lady Elgin trazer Charlotte para brincar em Buckingham, o que acha?

O rei sorriu e assentiu, Lord St. Vincent foi até esquecido, ficando duplamente para trás. Assim seria melhor, Charlotte sabia muito bem que George vivia num limite entre duas personalidades, entre a paz e a desordem. Mas isso dificilmente significava que o assunto nunca mais seria tratado.

*****

Havia apenas uma palavra para descrever essa recepção da rainha, uma palavra bastante ofensiva, por sinal, mas muito apropriado: estranha, essa recepção estava sendo em tudo muito estranha. A apresentação nem tanto, mas o que veio depois... Richard nunca viu Robert segurar tanto uma gargalhada. Aplausos? Por Deus, foi obra do rei?

Porém, para ser sincero, não era apenas a recepção que poderia ser chamada de estranha, mas também as próprias ações de Richard, porque... a própria consciência dele dizia isso!

— Mesmo? Pois francamente eu não lembro dela. — Próximo a lareira, junto do duque de Kendal e do visconde Petersham, Richard revirou os olhos e negou ao ouvir o irmão. Por que será, hein? — Foi a ruiva? Porque eu peguei a com cabelo ruivo morango, talvez a ruiva tenha nos confundido.

— Não, Kendal, a sua tinha cabelo ruivo cobre, não muito diferente do seu. — Lord Petersham respondeu e... era tão curioso como a língua dele saia para fora ao falar. Richard quase riu, porém... o sorriso dele se desfez. — Mas é uma possibilidade, ambos somos altos, bonitos, fortes, carismáticos...

— Com licença, Petersham, mas teremos que sair. — Sequer deixando o herdeiro do conde de Harrington se despedir, Richard pegou o braço do irmão e o arrastou para longe, sempre olhando para os lados. — Sinto-me perseguido, observado na verdade.

— E quem não se sente observado usando essas calças? — Claro que ele falaria isso. O marquês revirou os olhos com o comentário malicioso do irmão, embora fosse verdade. Porém não acabou. — Acho que a duquesa de Gordon está olhando para a minha bunda.

Richard imediatamente parou, fazendo o príncipe mais jovem parar também, e então virou-se ao irmão, franzindo tanto o cenho que... o marquês negou, isso para não fazer outra coisa. Robert havia acabado de dizer que a duquesa de Gordon estava…? O marquês levou uma mão ao rosto.

— Você... é impressionante, Robert! Às vezes me pergunto o que mamãe e papai estavam fazendo quando conceberam você, porque... imoral. — Isso para não falar outra coisa. O jovem Kendal, porém, apenas riu divertido. Richard negou. — Não me refiro a esse tipo de perseguição, mas sim a que o... barão Linzmain!

Vindo praticamente das profundezas do inferno, o enviado niedersieger apareceu na frente de Richard e Robert, ele parecia desconfiado e indiferente, se é que isso fizesse algum sentido, mas quando Linzmain não parecia desconfiado ou indiferente? O marquês sorriu, embora continuasse a olhar para os lados, coisa que o barão percebeu.

— Meu príncipe está sendo seguido? Observado? — Na verdade, Linzmain percebeu tudo, assim como também olhou para os lados. Ele fazia parecer tão ridículo.

— E quem não está? — Foi a única resposta que Richard não encontrou alguma ofensa, apesar de que... o tom dele ainda saiu irritado. O marquês olhou para os lados e não viu ele, graças ao Cristo. Richard retornou a Linzmain, que continuava a encará-los. — O barão deseja?

Foi uma pergunta bastante simples, feita com os mais simples dos pensamentos, porém assim que fez ela, Richard fechou dolorosamente os olhos e encarou Robert, cuja única ação foi sorrir desdenhoso. Nada nunca era simples com Linzmain, com diplomata algum, na verdade.

O barão começou a falar das últimas notícias vindas de Niedersieg. Desde um acidente de barcaça no Inn, passando pelo incêndio no Mosteiro das Irmãs Dominicanas de Santa Caterina da Siena em Smaragdberg, até a súbita morte do barão von Frieden no início do mês. Com esse último, em especial, sendo bastante focado.

— ... Karl Leopold Neipperhard foi escolhido para substituí-lo. Não posso dizer que fiquei satisfeito, afinal nem nobreza definida ele tem, mas se a decisão do Regentschaftsrat foi fazê-lo chanceler do tesouro, que assim seja. — O marquês assentiu, sempre buscando uma fuga atrás de Linzmain, até que... Cathrine e Mary. — Ele é primo do general austríaco Neipperhard.

— Sendo assim, Niedersieg está em ótimas mãos. Confio totalmente nas decisões do Regentschaftsrat. — O marquês respondeu rapidamente assim que percebeu Cathrine e Mary se aproximando. Linzmain assentiu, porém... Richard nem deu atenção. — Se o barão nos der licença, iremos parabenizar a princesa Mary.

Linzmain fez uma rápida mesura e o marquês saiu rapidamente de perto, com Robert vindo logo atrás, claro. Um satisfeito sorriso imediatamente surgiu em Richard, era sempre um alívio sair de perto do enviado niedersieger, principalmente para aproximar-se dela. Porém, assim que os irmãos estavam se aproximando das sorridentes princesas...

— Quer dizer então que o ininterrupto reinado dos von Frieden chegou ao fim? Meu Deus, estou impressionada! — Mary comentou zombeteira, fazendo Robert começar a rir e o sorriso de Richard morrer.

— Mary, vim aqui parabenizar sua performance e você me recebe desse jeito!? Assim vou ficar ofendido. — Ele já estava, na verdade. De qualquer forma, a princesa caçula sorriu e deu os ombros. Richard negou e suspirou. — Eu gostava do velho von Frieden.

— Claro que gostava, vocês eram farinha do mesmo saco. — Como? Richard franziu o cenho para o zombeteiro Robert, o que ele queria dizer com isso? — Eu também fiquei surpreso, e mais surpreso ainda por não ser um aristocrata. Por que você não contou antes essa boa notícia, Richard?

Porque não era uma boa notícia, simples assim. Ele negou e virou o rosto, o que apenas incitou o riso em Robert e um sorriso divertido em Mary. Não havia a opção deles esquecerem disso? Porém Cathrine logo tentou ajudá-lo:

— Não vamos zombar tanto assim dele, por favor. — Robert e Mary encararam a marquesa, que imediatamente corou de vergonha. — O que foi? Eu disse algo...?

— Não tente defendê-lo, Cathrine, ou você ficará mal nas charges. — A resposta de Mary foi um misto de doçura e aviso. Ainda mais quando ela encarou o irmão mais velho. — Desde o nosso bisavô os von Frieden governam Niedersieg, já estava na hora de mudar.

— Disso eu não discordo, mas von Frieden tinha experiência, coisa muito rara de encontrar lá. — Tanto que Neipperhard era austríaco. Isso, porém, não foi o suficiente para Robert e Mary. Richard franziu o cenho. — O velhote teve um ataque... arrumem suas posturas, a rainha está...!

A simples ordem de arrumar a postura foi o suficiente para fazê-los retornar a expressão régia, mas não o suficiente...

— Muito satisfeita com a menina que transformei em princesa. — A rainha foi mais rápida que os Bristol, tanto que ficaram sem reação. Porém a consorte real virou-se Mary. — Parabéns, Mary, agora você é uma rosa nessa grande roseira que são os Tudor-Habsburg.

O torpor passou e os Bristol logo fizeram mesuras a rainha, bem como as princesas Mary, Sophia e Amélia, que Richard e Robert também beijaram nas mãos.

— Fico muito grata pelo elogio, Majestade. Assim como por ter o seu favor.

— Há muito tempo guardo esse elogio, Mary. Você nunca fez feio a sua alta posição. — Com um sorriso, a rainha elogiou, embora tenha gradativamente declinado... até ela voltar-se a Richard. — O que a torna ainda mais adequada à posição de grã-duquesa, talvez até imperatriz. E falando nisso, chegaram notícias da Rússia?

Claro que seria isso. Agora foi o sorriso de Richard, junto com o de Cathrine e dos irmãos, que começou a declinar. O marquês fitou a irmã, cujo olhar estava perdido, esse assunto não poderia ser esquecido? As pessoas comentavam tanto, diziam como Konstantin era um cruel sádico, acusavam eles de ascensão social! Porém... a rainha esperava.

— Estamos todos na expectativa, apenas esperando. — Ele tentou rir, mas saiu muito tristemente. Richard olhou para Cathrine, mas ela desviou o olhar, olhou para Mary, mas estava perdido. Richard olhou para Robert, pois encontraria raiva, então ele voltou a rainha. — Compartilhamos todos o mesmo sentimento.

— E isso é bom ou ruim? — A princesa Amélia perguntou, mas Richard apenas abriu a boca, sem nada dizer. A rainha, Mary e Sophia fingiram não escutar.

— É bom, naturalmente. Serei imperatriz da Rússia, caso Alexandre e Elizaveta não tenham filhos, e mesmo que tenham, ainda estarei muito elevada. — Apesar desse silêncio, Mary ainda conseguiu responder Amélia, que assentiu desinteressada. Mary sorriu e fitou a rainha. — Teremos dança hoje, minha senhora?

Com essa pergunta a rainha e Mary começaram a conversar, mas Richard não escutou quase nada. A atenção dele voltou à sala, muitas pessoas estavam começando a olhar na direção deles, para eles. O motivo não era conhecido, mas com certeza envolvia a Rússia. Richard buscou em Cathrine alguma ideia, mas ela não prestava atenção nele.

— Então teremos dança? Mas que beleza! — A exclamação de Robert chamou a atenção do marquês. O jovem Kendal estendeu uma mão a princesa Amélia, que o analisou da cabeça aos pés. — Gostaria de ter sua primeira dança comigo, Amélia?

— Não, minha saúde não permite. — Com uma risadinha, Amélia respondeu num tom desdenhoso, fazendo o sorriso do jovem Kendal tremer. — Mas acho que Mary ou Sophia ficariam muito gratas em receber um convite.

— Gratas? Oh Amélia, não precisamos da sua pena para dançar. — Sophia recebeu imediatamente um olhar censurador da rainha, tanto que ela encarou desgostosa o príncipe. — Vamos dançar apenas uma dança, e será o scotch reel, bem juntinhos. Enquanto isso, fique com Mary... criança.

Essa última parte foi uma provocação, e a julgar pela expressão irritada de Robert, Sophia conseguiu atingi-lo. De qualquer forma, o príncipe pegou a mão da princesa Mary e saiu para dançar, a princesa caçula dos Bristol também saiu, deixando para trás a rainha e as duas princesas restantes conversando com os Bristol restantes.

— Depois venha me visitar em Buckingham House, Cathrine. — Porém essa conversa logo acabou. A rainha ainda acrescentou: — E traga Adam, Charlotte ficará muito feliz com uma companhia.

— Adam é um amorzinho, na última vez ele me abraçou e não quis mais soltar. — Sorrindo docemente, Sophia também disse, fazendo Richard e Cathrine sorrir ao lembrar.

— Apenas lembre de avisar se Kendal vier junto. — Claro que Amélia diria isso. Richard e Cathrine se entreolharam, mas a princesa ainda disse. — Sou muito doente e frágil, e também mereço mais. Não quero ouvir mais investidas.

Após isso, a rainha e as princesas Sophia e Amélia se afastaram. Agora Richard e Cathrine teriam um momento de paz e... porém, no mesmo instante que fitou a esposa, o marquês arregalou os olhos. Atrás dela, só que mais distante, estava o distraído... oh Deus!

— Estou com sede, vamos beber algo? — Rapidamente ele sugeriu, assim como rapidamente pegou a mão da esposa e saiu na outra direção. Cathrine ficou muito confusa. — Será que eles tem whisky?

Porque apenas algo forte para fazê-lo ter coragem. De forma alguma Richard queria encontrar Vorontsov. Cathrine ficou surpresa, mas apenas se deixou levar.

*****

Mais afastada do movimento e observando Richard beber mais uma taça de champagne, coisa que ele estrategicamente fazia olhando para as pessoas passeando, Cathrine negou e direcionou ao marido um olhar recriminador. Isso era indignante! Até que ele virou-se para ela.

— O que foi? — E ele ainda perguntava? Cathrine negou irônica, o que fez Richard franzir o cenho. — Eu fiz algo errado?

— Além de beber três taças inteiras de champagne? Creio que não. — O mais ironicamente possível, Cathrine respondeu ao marido, que ficou visivelmente surpreso com isso. Ela negou e acrescentou: — O que está acontecendo, Richard? Diga logo, pois eu sei que algo está acontecendo.

— E o que faz você pensar assim? Eu não vejo nada estranho. — Dito isso, ele bebeu todo o champagne e pegou outra taça. Porém, dessa vez, Cathrine a tomou dele.

O marquês franziu o cenho, mais surpreso que irritado, porém Cathrine continuou a encará-lo, e com todo o autoritarismo que ela naturalmente tinha.

— Você está bebendo, bebendo muito, por sinal, e você só faz isso quando está muito ansioso... ou com medo. — Não houve resposta, ele apenas a encarou de volta, sem reação alguma. Cathrine respirou fundo. — Qual o problema? É Niedersieg? Bristol? Goldenhall? Ou talvez seja Mary...

Ele imediatamente levantou a mão, sinalizando para ela calar-se, assim como negou e afastou-se. Pois bem, eis o problema. A marquesa rapidamente seguiu o marido, mas não sem antes sorrir e assentir aos que observavam. Logo os dois saíram da sala de estar, onde Richard parou e virou-se a Cathrine, muito perturbado.

— Tudo, Cathrine, tudo me preocupa, mas principalmente o casamento de Mary! Não percebeu como todos nos observavam, comentavam sobre nós e... apontavam!? — Até mesmo a voz dele mostrava perturbação. Cathrine não conseguiu evitar um olhar de pena, principalmente quando ele acrescentou: — Falavam sobre o casamento russo e... o conde Vorontsov estava me procurando.

Então por isso Richard estava "fugindo", era de qualquer notícia que o diplomata russo pudesse trazer. Aproximando-se do marido, Cathrine não fez outra coisa senão abraçá-lo. Eles não precisavam de olhares, os recebidos anos passado após o aborto dela foram o suficiente.

— Confesso que percebi os olhares, mas pensei que eram direcionados a rainha. — Ou até mesmo outra coisa envolvendo eles. A então marquesa fitou séria o marido, cuja expressão era vazia. — Como é triste essa situação, mas... não podemos fugir de Vorontsov para sempre. Hora ou outra teremos que saber...

— Richard! Richard, você precisa saber disso! — Robert veio correndo na direção deles, trazendo... as princesas Mary e Amélia!? O desconto deles era tão visível que a segunda se debatia. — Dá pra parar, eu nem estou segurando tão forte assim!

— Pode ser, mas quem você pensa que é para ficar me arrastando por aí!? — Quando eles pararam, Amélia soltou-se violentamente do jovem Kendal. — Eu sou a princesa Amélia do Reino Unido e homem nenhum toca em mim...!

— Perdão, Sua Alteza Real, não me envie para a torre, por favor! — Soltando delicadamente a princesa Mary, que abraçou a irmã caçula, Robert falou encarando desafiador Amélia.

— Mas o que é isso, Robert? — Antes, porém, dessa situação fugir de controle, Richard colocou-se entre os jovens. Kendal recuou, ainda encarando a princesa. — Por que você trouxe elas aqui?

— Diga a eles, Amélia. — Foi apenas essa a resposta de Robert, que mais parecia uma acusação. Cathrine e Richard voltaram-se a Amélia, muito curiosos. A princesa, porém, erguendo a cabeça, permaneceu calada. — Conte tudo que falou antes. Conte, vamos!

Por Deus, mais o que era isso!? Cathrine encarou preocupada Richard e agarrou fortemente a mão dele. Seja o que fosse, eles estariam juntos. A princesa Amélia, tendo atrás uma assustada princesa Mary, voltou-se então ao marquês e sorriu... muito irônica.

— Pergunte ao barão Linzmain, ele poderá explicar todos os pormenores. — O barão Linzmain? Os pormenores? Sem mais explicações, Amélia deu as costas e começou a afastar-se junto da irmã, mas não sem antes virar-se novamente. — Mais uma coisa, rezem para que ainda seja possível adiar.

Adiar...? Cathrine e Richard imediatamente arregalaram os olhos, bem como se encararam perplexos, ela falava do...

— Que garota mais impertinente! Ela se acha o último oásis do deserto. — O marquês e a marquesa voltaram-se então a Robert, usando das expressões mais irritadas, coisa que ele não gostou. — O que foi? Olha, eu não estou com paciência...

— Richard! Oh Richard, Jane me disse algo terrível! É verdade? — Mary também saiu do salão, completamente horrorizada. Do que ela falava? — Estão dizendo que o conde Vorontsov deseja começar o processo do meu casamento. Dizem que antes mesmo do verão eu serei sacrificada! É verdade!?

Oh Deus! Cathrine levou uma mão à boca, evitando assim um grito. Antes mesmo do verão!? Ela fitou Richard, buscando alguma resposta, uma ação seguida por Mary e também Robert, cuja expressão era raivosa. O marquês, porém, estava inerte.

— Vamos, Richard, é verdade ou não!? Mary casará antes do verão ou não!? — Robert elevou a voz, trazendo assim o marquês de volta, porém ele não parou. — Responda, Richard! Não seja um covarde...!

— Cale a sua boca, Robert, ou eu mesmo calarei ela! — O jovem duque de Kendal recuou para trás com esse grito de Richard. Cathrine agarrou a mão dele, tentando lembrá-lo da calma. — Já fazem meses que não falo com Vorontsov, nem mesmo cartas ele enviou. Estou tão surpreso quanto... oh Deus, isso é terrível!

— Terrível? É mais que terrível, isso é...

— O que vamos fazer, Richard? —Cortando Robert, Mary exclamou pegando as mãos do irmão mais velho com desespero. — Eu não quero morrer!

Foi praticamente um grito de horror, tanto que Cathrine viu-se obrigada a abraçar a cunhada, afastando-a de Richard. Mary estava respirando com muita dificuldade, ela não chorava, de fato, mas parecia prestes a fazer isso. Oh Deus, mas o que eles fariam? O silêncio instaurou-se, ninguém queria falar, até que...

— Falarei com Vorontsov, irei pedir mais tempo e... vamos prepará-la para isso, Mary. — Havia muita firmeza nessa afirmação de Richard, ele pegou as mãos da irmã e sorriu confiante. — Não fique preocupada, e nem chore, lembre-se que nosso orgulho é mais forte que o sofrimento.

Isso bastou, Mary assentiu e piscou rapidamente, expulsando todas as lágrimas. Não tardou muito e os Bristol retornaram a sala, voltaram ao centro das atenções, mas sempre com sorrisos perfeitos e grande indiferença ao sofrimento.

*****

Março|1803 Schloss Favorite, Ludwigsburg

Em uma das avenidas arborizadas que cercavam o complexo de Ludwigsburg, bem como o pequeno Favorite, Anne passeava junto da sogra, atrás delas vinham algumas damas de companhia, porém apenas as duas conversavam... e sobre algo importante.

— Não veja como uma ofensa, por favor, mas precisamos de uma corte própria e... — De braços dados com Charlotte, Anne sorriu e então olhou para a barriga, muito mais grande que o "normal". — nossa família está prestes a ficar maior.

— Como eu poderia ficar ofendida, Anne, sendo que isso é natural? — Sorrindo tranquilamente, Charlotte negou e deu uns tapinhas na mão de Anne. — Surpreende-me, na verdade, que vocês ainda não tenham uma. Afinal somos agora uma família eleitoral.

Eleitoral... Anne fechou dolorosamente os olhos ao escutar essa palavra. Em uma situação normal essa elevação de status seria muito agradável, porém... não era uma situação normal. As duas mulheres, junto das damas, chegaram então ao final da avenida, saindo bem em frente ao Schloss Favorite. Anne tentou sorrir.

— Tudo aconteceu muito rapidamente, o casamento, a fuga para Viena, o nascimento de Charlotte e... a ida de Fritz a guerra. — Anne respirou fundo novamente ao lembrar desses meses desgastantes. Porém... — Ainda não consigo acreditar que virei aliada de Napoleão Bonaparte, nem que, justamente por isso, sou agora uma princesa eleitoral.

— Tudo ainda é muito novo, lembre-se que foi mês passado a elevação. — Mesmo assim... Anne negou, fazendo Charlotte voltar-se à frente. — Mas concordo com você. Papai quase não aceitou me chamar de eleitora, estou na mesma posição que eles, como eleitor e eleitora de Hannover, porém... sinto-me uma fraude.

— Não entendo essa ação do meu sogro, aliar-se a Bonaparte, o homem que... — Não havia nem palavras para descrever aquele ser desprezível. A princesa eleitoral, tentando voltar a calma, sorriu novamente para Charlotte. — Melhor retornar ao assunto da corte. Estou me sentindo tão... pesada, sabe?

A eleitora riu e negou com esse comentário, assim como ajudou a nora a sentar num dos assentos no jardim do Favorite. Mas Anne realmente se sentia mais pesada, a barriga dela também estava muito grande para quatro meses. Essa não estava sendo como a primeira.

— Dizem que em cada gravidez a barriga fica maior. — Também sentando-se num assento, a eleitora afirmou calmamente, mas também acrescentou mais tristemente: — O que não posso garantir, pois não passei dessa primeira. Onde está, Fritz, por sinal?

Ao lado de Anne e Charlotte, pintando distraidamente uma aquarela, a irmã mais nova de Fritz, Katharina, voltou-se à madrasta com essa pergunta. Anne, porém, não fez outra coisa senão suspirar e encarar melancolicamente o grande Palácio de Ludwigsburg no horizonte. Onde estava Fritz...? Até onde ela sabia...

— Foi discutir com von Abel os novos jardins do nosso castelo. — Pelo menos foi o que ele disse. A resposta dela, porém, trouxe imediatamente um olhar assustado de Katharina.

— Von Abel!? — Os olhos da segunda filha do eleitor estavam arregalados, como se... Anne franziu o cenho, principalmente quando Katharina acrescentou: — Você fala de Konradin von Abel, o arquiteto paisagista?

— E existe outro von Abel que trabalha com paisagismo? — A princesa eleitoral respondeu num tom ríspido, fazendo a cunhada negar e então voltar subitamente à aquarela. Que estranho. — É ele mesmo. Para falar a verdade, Fritz está passando muito tempo lá, chega a me irritar.

Dizia-se que as filhas de von Abel eram muito atraentes e... Paul, o filho mais jovem do eleitor, tinha uma delas como amante, Fritz poderia... Anne negou e voltou a olhar para Ludwigsburg. Todo casamento tinha problemas, principalmente quando não havia relacionamento físico, mas... Anne não aceitaria ser uma mulher traída!

O silêncio instaurou-se entre as três. A eleitora olhava atentamente para a enteada pintando, muito satisfeita com a "filha", porém... ela voltou-se à nora.

— E como anda o relacionamento de vocês, Anne? — Os olhos de Anne imediatamente arregalaram, tanto que ela teve que virar o rosto. Charlotte não percebeu, tanto que acrescentou rindo: — Deve estar sendo muito difícil para Fritz não tocar em você.

Anne engoliu em seco e assentiu, levantando-se logo em seguida e chamando a condessa Verweyen para ajudá-la a passear pelo jardim. O relacionamento deles estava muito bem, tão bem quanto um casamento baseado em sexo poderia estar sem sexo.... novamente ela negou, tentando não focar nesses medos.

A verdade era que as coisas estavam estranhas, muito estranhas. Mas Anne não tinha medo... não havia motivos para medo... ou havia?


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Notas finais do capítulo

* Voltamos aqui a Sala de Estar do Palácio de St. James, mas dessa vez foi mais diferente. Estamos entrando numa fase de maiores conflitos e situações terríveis. Já dá para ter alguma ideia do que é?

* Como venho dizendo desde o início, essa história vai rodar pela Europa e nesse capítulo vemos isso acontecer. Anne estava em Ludwigsburg, onde fica o complexo residencial do Palácio de Ludwigsburg, e vários outros palácios anexos. A capital de Württemberg é Stuttgart, na verdade, mas eu falarei mais dela no futuro, assim como falarei dos problemas em Württemberg.

* Para quem não entendeu: a Grã-Bretanha e a França não estão mais em guerra, por enquanto, e isso aconteceu após, em 1801, William Pitt renunciar e Henry Addington ser feito primeiro-ministro, é um novo governo, como é possível observar. Ainda falando em 1803, nesse ano vemos que a moda inglesa, a feminina em particular, está oficialmente "Regência", embora a Regência só tenha começado muito mais tarde. Nesse começo os vestidos, embora com cintura alta, são muito mais soltos e realmente parecem estátuas gregas. A minha página no Pinterest mostra algumas imagens.

* Falemos de títulos agora. No Sacro Império existia uma espécie de título chamado "eleitor", como o próprio nome já diz, esses eram os homens que elegiam o santo imperador, mesmo que nos últimos séculos do império todos os imperadores tenham sido Habsburgos. Entre os eleitores, haviam bispos e também titulares hereditários, alguns exemplos são: o eleitor da Baviera — também eleitor Palatino; o eleitor de Hanôver — que também era rei da Inglaterra; o eleitor da Saxônia e o eleitor de Brandemburgo. Porém, em 1803, Napoleão Bonaparte fez com que fossem criados novos eleitorados: Württemberg, Baden e Hesse-Kassel, como exemplos. Normalmente, o herdeiro de um eleitor seria príncipe eleitoral. O herdeiro de todos os outros títulos do império seria chamado de príncipe hereditário, apenas os filhos de reis e imperadores são chamados de príncipe herdeiro.

* A página de "Era Uma Vez... Uma Ilusão" traz os outros títulos do império: https://pin.it/4FBpd5v



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