Arautos do Fim do Mundo escrita por Sorima
Notas iniciais do capítulo
Boa leitura!
— Esses sinais seriam boatos? – Aseir perguntou desconfiado. – Andam correndo alguns pelo mercado, mas mais parecem estórias de algum engraçadinho querendo causar medo.
— Se fosse, ele já estaria conseguindo. Este mundo tem palavras carregadas de magia, Aseir. – Censurou o elfo com severidade, fazendo-o menear a cabeça em um pedido de desculpas.
— Que sujeito é esse que vocês falaram?
Perguntei para Serena sem querer deixar seu comentário passar. Serena baixou ligeiramente as orelhas antes de responder:
— Nomes. Títulos. Boatos. – Ela deu ênfase. – Suspeitamos que possa estar se referindo a você, querida.
Encarei-a sem reação.
— Você possui diversos títulos: mercadora, assassina, ladra e viajante. Duvido que não surjam boatos entre as más línguas. E possui dois nomes, um de tabaxi, Chuva de Sombra, e outro élfico, Mialee – prosseguiu.
— Com essas características pode ser qualquer um, – retruquei – muitos outros estão nessa mesma situação.
— Mialee... – Começou o elfo. – significa ‘estrela do mar’. Nasceu nas longínquas Terras Esquecidas. Detentora de diversos nomes e títulos. Isso significa que há uma chance real de você estar no centro de uma virada do destino.
Torci o focinho. Eu não acreditava que destino realmente existisse. E, ironicamente, acreditava que profecias pudessem existir. Não pude evitar o sorriso torto.
— Destino ou não, estar no centro de tudo vai me dar a oportunidade de testar as suas teorias sobre as profecias – disse satisfeita.
— Estar no centro de tudo também lhe dará a chance de enfrentar bestas e sofrimento – meu mestre acrescentou me repreendendo, sem sucesso.
— Que tipo de monstros seriam esses? – perguntei animada; ao que Serena me respondeu sem levantar novamente as orelhas:
— Monstros maus. Enganadores, cruéis e sombrios. É o que acreditamos, já que causariam o fim do mundo.
— E como fazer para evitar o fim do mundo? – Eu estava desconfiada da resposta.
— É tudo um vir a ser – refletiu Erevan. – Não temos como precisar. Não há informação suficiente para isso.
— Só uma vaga sequência de acontecimentos – conclui pensativa.
Era somente isso que tínhamos. A questão que restava era: o que faríamos com isso?
Ficamos em silêncio, e logo Serena e Erevan se retiraram para dormir em alguma hospedaria. Aseir soltou um suspiro passando a mão no rosto antes de se levantar e olhar para mim atento.
— Eu devo perguntar o que aconteceu com suas botas e luvas? – Ele se referia aos itens que tinha me dado na semana passada para compor a imagem de mercadora respeitável.
Dei de ombros.
— Troquei por algumas batatas cozidas e bebida no caminho para cumprir minha tarefa.
Ele fixou seu olhar em mim por um instante antes de balançar a cabeça e se afastar resmungando:
— Esses tabaxis são muito despreocupados.
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