Arautos do Fim do Mundo escrita por Sorima


Capítulo 4
Uma nova obsessão


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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— Esses sinais seriam boatos? – Aseir perguntou desconfiado. – Andam correndo alguns pelo mercado, mas mais parecem estórias de algum engraçadinho querendo causar medo.

— Se fosse, ele já estaria conseguindo. Este mundo tem palavras carregadas de magia, Aseir. – Censurou o elfo com severidade, fazendo-o menear a cabeça em um pedido de desculpas.

— Que sujeito é esse que vocês falaram?

Perguntei para Serena sem querer deixar seu comentário passar. Serena baixou ligeiramente as orelhas antes de responder:

— Nomes. Títulos. Boatos. – Ela deu ênfase. – Suspeitamos que possa estar se referindo a você, querida.

Encarei-a sem reação.

— Você possui diversos títulos: mercadora, assassina, ladra e viajante. Duvido que não surjam boatos entre as más línguas. E possui dois nomes, um de tabaxi, Chuva de Sombra, e outro élfico, Mialee  – prosseguiu.

— Com essas características pode ser qualquer um, – retruquei – muitos outros estão nessa mesma situação.

— Mialee... – Começou o elfo. – significa ‘estrela do mar’. Nasceu nas longínquas Terras Esquecidas. Detentora de diversos nomes e títulos. Isso significa que há uma chance real de você estar no centro de uma virada do destino.

Torci o focinho. Eu não acreditava que destino realmente existisse. E, ironicamente, acreditava que profecias pudessem existir. Não pude evitar o sorriso torto.

— Destino ou não, estar no centro de tudo vai me dar a oportunidade de testar as suas teorias sobre as profecias – disse satisfeita.

— Estar no centro de tudo também lhe dará a chance de enfrentar bestas e sofrimento – meu mestre acrescentou me repreendendo, sem sucesso.

— Que tipo de monstros seriam esses? – perguntei animada; ao que Serena me respondeu sem levantar novamente as orelhas:

— Monstros maus. Enganadores, cruéis e sombrios. É o que acreditamos, já que causariam o fim do mundo.

— E como fazer para evitar o fim do mundo? – Eu estava desconfiada da resposta.

— É tudo um vir a ser  – refletiu Erevan. – Não temos como precisar. Não há informação suficiente para isso.

— Só uma vaga sequência de acontecimentos – conclui pensativa.

Era somente isso que tínhamos. A questão que restava era: o que faríamos com isso?

Ficamos em silêncio, e logo Serena e Erevan se retiraram para dormir em alguma hospedaria. Aseir soltou um suspiro passando a mão no rosto antes de se levantar e olhar para mim atento.

— Eu devo perguntar o que aconteceu com suas botas e luvas? – Ele se referia aos itens que tinha me dado na semana passada para compor a imagem de mercadora respeitável.

Dei de ombros.

— Troquei por algumas batatas cozidas e bebida no caminho para cumprir minha tarefa.

Ele fixou seu olhar em mim por um instante antes de balançar a cabeça e se afastar resmungando:

— Esses tabaxis são muito despreocupados.


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