Nevoeiro escrita por Alina Black


Capítulo 4
Renesmee- Seattle University




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Os dias que se seguiram às revelações feitas pelo tio Matt foram mais tranquilos. Embora eu não estivesse totalmente convencida de que a morte dos meus pais havia sido uma fatalidade e que meu irmão teve um final trágico devido às más escolhas, decidi dar ao tio Matt e à justiça o benefício da dúvida e me conceder uma nova oportunidade.

Após receber mais algumas respostas negativas de universidades, decidi ingressar em uma faculdade particular. Como não queria ser aceita apenas por causa do dinheiro deixado pelos meus pais, consegui ser avaliada e aceita após o teste ACT.

Os novos planos eram entrar na faculdade, conseguir um emprego e um lugar para morar. Embora tio Matt e Lily insistissem que eu não precisava sair de casa ainda, eu já havia tomado minha decisão. Uma parte de mim ainda precisava de mais certezas sobre minhas tragédias passadas, mas dessa vez eu seria mais cautelosa em minhas investigações.

Estacionei meu moto próximo a alguns carros de luxo no estacionamento e caminhei lentamente, ignorando os olhares curiosos em minha direção. “Nossa!”, sussurrei, olhando para a fachada do grande prédio histórico rodeado de árvores, me misturando aos demais jovens e adolescentes.

Se externamente o prédio era bonito, por dentro era como um ensino médio de luxo, com um corredor cheio de armários de cor azul e grupos de garotos e garotas trajando roupas de grife. Um verdadeiro pesadelo.

Suspirei e caminhei pelo corredor com a chave na mão, olhando a etiqueta com o número do meu armário e ignorei os assovios de alguns garotos. “Bela jaqueta!”, disse um deles ao passar por mim.

“Obrigada”, sussurrei sem olhar para ele e finalmente encontrei o bendito armário.

Conforme constava na minha ficha acadêmica, eu encontraria alguns materiais em meu armário. Abri a bolsa, guardei alguns livros e olhei para o lado ao ouvir alguns burburinhos de um grupo de garotas que, ao notarem meu olhar, baixaram a cabeça e riram.

— Oi, você deve ser a caloura! Disse uma voz masculina desconhecida. Virei meu rosto na direção da voz e meus olhos encontraram um par de olhos azuis por trás de um par de óculos de grau. -Eu acho que sim? Murmurei um pouco constrangida.

—Eu imaginei- O garoto falou animado. “Me chamo Aaron, sou responsável pelo acolhimento de novos calouros aqui na faculdade”, completou, estendendo a mão em um gesto amigável de apresentação.

—Renesmee Biers- Apertei a mão dele, respondendo educadamente.

—Sei disso- Respondeu ele, mantendo o sorriso nos lábios e caminhando pelo corredor, fazendo-me acompanhá-lo.

—Sabe? Murmurei, caminhando ao lado dele.

—Minha querida, no SU sabemos de tudo, sabemos exatamente quem é quem.

Aaron pausou seus passos e olhou fixamente em um único ponto, assim como todos os alunos. A alguns metros, três alunos caminhavam pelo corredor vindo ao nosso encontro.

— Quem são eles? - Sussurrei, curiosa pelo rebuliço causado pela presença deles. “Astros de Hollywood?

—Mais do que isso- Aaron respondeu -São os Cullen.

—Cullen? Uma banda de rock? - Respondi, observando o trio se aproximar. Percebi que um deles, que estava de mãos dadas com a garota, deu um sorriso tímido.

—O cara mais baixo é Edward Cullen- Disse Aaron. - A garota com ele é Isabella Cullen, eles são casados, apesar de tão jovens. A expressão de Aaron mudou para chocada.

— E o outro? — Perguntei, olhando para o garoto mais alto que, ao passar por nós, me encarou. Ele tinha os cabelos em um tom acobreado e olhos marrons, físico magro e feições que lembravam tanto Isabella Cullen quanto Edward.

Meus olhos mantiveram-se nos dele até ele perceber que quebraria o pescoço caso continuasse a caminhar olhando em minha direção. Ele desviou o olhar dos meus, voltando a encarar os demais alunos, e os três seguiram até sumirem no corredor movimentado.

Todos voltaram a respirar.

— O mais alto é Eliot Cullen, irmão mais novo de Edward — respondeu Aaron — Mas nem pense nisso. Eliot, o delicioso Cullen, não fica com as mortais dessa academia.

Franzi o cenho. — E no que eu pensei?

— Eu preciso explicar? — Ele respondeu — Você o devorou com os olhos.

— Apenas retribuí ao gesto dele — respondi, dando um tímido sorriso.

Aaron riu. — Você é linda, mas não acho que… — Aaron não completou a frase, parou novamente e apenas observou o grupo de garotas que havia cercado uma das alunas. — Essas dondocas vão começar com essas coisas de adolescentes do ensino médio — reclamou ele.

— O que elas pensam que estão fazendo? — Reclamei ao ver uma delas derrubar o notebook da garota que elas haviam cercado. Impulsivamente, eu caminhei na direção do grupo.

— Ei, espera — Aaron falou em um tom mais exaltado, mas ignorei.

— O que pensam que estão fazendo? — Esbravejei, ajudando a garota a pegar o notebook quebrado do chão.

As quatro garotas loiras, vestidas com roupas de grife, riram.

— Olha só, a novata está querendo confusão — debochou uma delas — Você não tem a menor ideia de quem somos nós.

Cruzei os braços e a encarei. — Não tenho e nem estou interessada em saber — respondi.

— Pois deveria — ela rebateu — eu posso fazer você sair rapidinho dessa universidade, bolsista.

Torci os lábios. — É mesmo? E eu não me importo de sair dessa faculdade com mais uma ficha policial. O que é mais uma quando se foi presa sete vezes, não é mesmo?

As patricinhas trocaram olhares em silêncio. — Temos que ir para o auditório ou vamos nos atrasar.

As quatro olharam para a garota e para mim e deram as costas, seguindo para um dos corredores. Observei-as se afastarem e só então percebi que eu havia virado o centro das atenções.

— Obrigada, mas eu preciso ir — disse a garota com o notebook quebrado, que aparentemente parecia nova demais para estar em uma faculdade. — Eu preciso ir — completou antes de sair correndo.

— Ei, espera, aff — resmunguei e olhei para Aaron, que sorria largamente.

— O que foi? — Perguntei, sem compreender.

Aaron pareceu eufórico. — Você peitou a garota mais poderosa dessa instituição.

— E daí?

— Ela não vai aceitar isso facilmente — explicou, voltando a caminhar. — Que semestre cheio de emoções.

Claro, aqui está o texto corrigido e melhor elaborado:

Revirei meus olhos. — Quem é aquela menina?

— Que menina? — Perguntou Aaron.

— A do notebook — expliquei.

— É Ayla Black. O pai dela é muito gato, ele tem uma multinacional de motos espalhadas pelo mundo e sempre vem a sede que fica aqui em Seattle, mas vive no meio do mato em La Push. Que desperdício.

— Ela parece nova para a faculdade.

— Sim, ela é. Só tem quatorze anos, mas tem um QI elevado. Faz parte dos alunos do TI.

— E por que fizeram aquilo com ela?

— A líder daquele grupo se chama Ava. Ela é uma patricinha que acha que é a rainha desse lugar. Ela e mais uns playboys que namoram as meninas do grupinho dela perseguem os acadêmicos do TI.

— Mas isso está errado. O que a reitoria diz sobre isso? Aaron pausou seus passos novamente e me encarou.

— Regra número um, senhorita Biers, não tente mudar as coisas no SU, ou pode se dar mal.

Balancei a cabeça e concordei, mas como eu não era o tipo de garota que segue regras, estava muito interessada em não seguir mais essa.

 

 


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