Nevoeiro escrita por Alina Black


Capítulo 13
Renesmee- Segredos




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—Bom dia.

Lily falou animada ao chegar a mesa onde meus tios tomavam seu café da manhã, eu não havia tido pesadelos na noite anterior, na verdade, tinha pensado em Eliot durante a metade da noite, embora eu tentasse disfarçar eu estava envolvida demais com Eliot Cullen só não sabia como lidar com isso.

— Bom dia! Respondi ao me aproximar da mesa e peguei um copo o enchendo com suco de laranja - Desculpa mas eu estou atrasada.

— Chegou vinte minutos antes do horário ontem a noite- Disse meu tio sem tirar os olhos de seu aparelho celular- Temos um progresso aqui.

Tomei um gole do meu suco e sorri- Devo ganhar uma estrelinha de comportamento?

Tio Matt fez uma careta e Lily riu- Não liga para ele Nessie, seu tio teria folga hoje mais terá que cobrir um amigo - Lily tentou justificar o mal humor dele.

— Vida de socorrista é assim- O provoquei. 

Tio Matt sorriu- Então quer uma carona para faculdade ou vai com seu namorado?

Eu ruborizei- O Eliot não é meu namorado.

— Vocês saíram ontem, pensei que fossem. 

Peguei um pedaço de bolo ignorando seu comentário- Eu aceito sua carona- Em seguida me afastei da mesa deixando minha bolsa sobre o sofá e a abri organizando meus materiais, consegui ouvir um " Ela já tem dezoito anos."

— Vamos !

Tio Matt exclamou ao passar ao meu lado com seu uniforme de socorrista e uma mochila nas costas, olhei para Lily e sorri o seguindo, mas para nossa surpresa ao passarmos pela porta Eliot Cullen ostentava encostado em um belo Volvo azul estacionado um pouco a frente da caminhonete de tio Matt.

— Ele não estava com esse carro ontem estava? Perguntou tio Matt cruzando os braços.

— Acho que tenho uma carona- Sussurrei passando ao lado de meu tio e caminhei pelo gramado até o veículo de Eliot.

— Bom dia- Eliot falou dando um largo sorriso, em seguida segurou minha mão me dando um abraço- Eu já estava com saudades- Ele completou me soltando em seguida.

— Por que está usando óculos de sol? Perguntei curiosa, o clima estava nublado e segundo o serviço de metereologia teríamos um dia chuvoso. 

— Bom eu...

— Bom dia Eliot- Tio Matt o interrompeu passando por nós e caminhou até sua caminhonete- Belo carro.

— Bom dia senhor Biers- Eliot respondeu de forma gentil- Meu pai é colecionador.

— Interessante- Disse tio Matt abrindo a porta do seu veículo- Nessie não preciso lembrar você sobre as regras.

Rolei os olhos e dei volta em torno do carro de Eliot e entrei suspirando.

— Não fique assim- Disse Eliot ao entrar no carro- Seu tio só quer proteger você. 

O encarei- Da mesma forma que sua família quer proteger você? Ou acha que não percebi o clima ontem na sua casa?

Eliot sorriu e deu partida no veiculo- Ficou tão explícito meus problemas familiares?

— Por que seus irmãos Edward e Bella te tratam com tanta posse? Seus pais parecem ser bem legais.

— Hum- Eliot murmurou olhando para a estrada- É um pouco o difícil de explicar.

— Por que não tenta? Insisti.

Ele sorriu- Que tal mudarmos de assunto?

—Eliot Cullen guarda segredo?- O provoquei - Eu achei que estivéssemos tendo alguma coisa.

Ele estacionou o carro e suspirou- Você é importante para mim Nessie, tem muitas coisas que eu queria poder dizer a você. 

— E porquê não diz?

— Porque não é tão simples- Ele tocou meu rosto e selou meus lábios- Mas no momento certo você saberá muitas coisas sobre mim.

Mordi o lábio inferior, apesar de toda curiosidade que Eliot me despertava decidi dar a ele um tempo para se abrir, concordei com a cabeça em silêncio e ele sorriu selando novamente meus lábios porém o que era para ser apenas um selo virou um beijo intenso, ele afastou os lábios dos meus e sua expressão era de dor.

— O que houve? Perguntei confusa.

— Temos que ir ou vamos nos atrasar.- Ele respondeu dando partida no carro e acelerou cantando pneus.

Quando o volvo azul parou no estacionamento da faculdade todos os olhares se direcionaram para nós dois, mas nem todos eram de curiosidade, Ayla parecia preocupada enquanto Edward e Bela aborrecidos, Eliot ignorou a todos e passou um dos braços em volta de meus ombros dando um beijo em meus cabelos.

— Todos estão olhando para nós- Eu Sussurrei enquanto caminhávamos até a entrada principal.

Ele sorriu- Você liga para isso?

— Não! Respondi. 

— Que bom, porquê eu também não.

Sacudi a cabeça e ri baixinho entrado com ele no prédio principal.

*******0

Me despedi de Eliot no elevador e segui para o auditório número seis, caminhei alguns segundos ignorando os burburinhos e me senti aliviada quando Ayla acenou me chamando para sentar ao seu lado.

— Você está bem? - Ela sussurrou enquanto o professor dava as instruções iniciais da aula.

— Estou- Respondi um pouco confusa.

Ayla olhou para mim como se fizesse uma breve análise e seu semblante mudou para tranquilidade- Não me disse que está saindo com o Cullen.

— Porque eu não te devo satisfações? Respondi.

Ayla fez uma expressão de frustração e só então eu percebi que havia sido uma resposta bastante grosseira- Vou sentar com as meninas...

— Ayla eu...- tentei segura-la mas ela ignorou.

Suspirei tentando prestar atenção nas palavras do professor e durante o restante da aula olhei para Ayla mas fui ignorada por ela.

Quando a aula terminou eu saí apressada e corri atrás de Ayla pelos corredores- Ayla espera- Eu gritei quando consegui alcançá-la- Será que podemos conversar?

— Não sei, eu não sou uma sanguessuga.

— Não entendi.

— Eu pensei alto- Ela justificou-se - Quando perguntei pelo Cullen foi porque achei que fossemos amigas e não por me intrometer na sua vida- Completou voltando a caminhar. 

— Me desculpa tá bom, eu não devia ter falado daquela forma e sim somos amigas, mas eu nunca tive amigas então não sei como agir, além disso, você não me contou porquê tem medo do seu padrasto.

Ayla me olhou com um semblante de " pega dr surpresa" e passou novamente seus passos- Eu não posso envolver você nisso.

— Se você não me contar eu descubro sozinha, ou já esqueceu que sou conhecida como investigadora problemática?

Ela olhou em meus olhos- Não é tão simples Nessie.

— Se somos amigas precisa confiar em mim.

Ayla fechou os olhos e suspirou- Tudo bem, vem comigo- Ela me puxou pela mão me levando a até o fim do corredor e descemos pela escada de emergência- Aqui podemos conversar mais tranquilamente. 

Concordei me sentando em um dos degraus e ela sentou-se em seguida- Então, seu padrasto ele, abusou de você? É isso?

Os olhos de Ayla arregalaram- Não, não é nada disso?

A confusão me dominou- Ayla, se for isso não tem porquê ter medo ou vergonha. 

— Não é isso- Ela falou em um tom de nervosismo- Ela descobriu uma coisa, do meu pai.

A olhei surpresa- O que?

— Nos fomos a La Push a dois anos, meu pai ainda estava brigando pela minha guarda minha mãe me levou para passar o final de semana, então ele descobriu um segredo, do meu pai que não posso contar a você. 

— E ele está te chantageando, usando isso para tirar dinheiro do seu pai sem que ele saiba? Ayla seu pai é adulto ele pode se defender e te proteger, diga a ele a verdade.

— Ele tem provas, vídeos, não posso expor meu pai.

Minha desconfiança aumentou- Ayla seu pai é rico não é?

— Bastante- Ela respondeu.

— Ele mexe com coisas ilegais? É isso?

— Não- Ela negou de imediato- Meu pai é o cara mais honesto que conheço, depois vem o Seth, enfim, é uma coisa pessoal.

Olhei para Ayla e ela parecia nervosa, segurei suas mãos e sorri tentando acalma- lá, apesar de estar na faculdade ela era só uma menina - Sabe que pode confiar em mim não sabe? 

— Eu sei Nessie, mas por enquanto isso é tudo que posso dizer.

— Tudo bem- Decidi não forçar a barra, pouco a pouco eu descobriria o que o canalha do padrasto dela sabia que a deixava tão amedrontada- Se isso é um segredo do seu pai eu vou respeitar. 

— Obrigada Nessie- Ela me abraçou e eu sorri retribuindo ao abraço dela, em seguida afastou o corpo e olhou em meus olhos- Toma cuidado com o Eliot.

— O que sabe sobre o Eliot, Ayla?

— Eu não quero que ele te machuque, toma cuidado- Ela se levantou e deu um tímido sorriso- Estamos atrasadas para a próxima aula.

Apesar do alerta de Ayla ter me deixado intrigada eu concordei com a cabeça e me levantei subindo as escadas .

Ayla e eu nos despedimos no corredor e ela seguiu para sua aula, como eu tinha um horário vago decidi ir a lanchonete comer alguma coisa, eu ainda tinha quarenta minutos antes da minha aula de metodologia científica e como Eliot não teria nenhum horário vago decidi revisar o conteúdo. 

Ao passar pela porta a pequena confusão chamou minha atenção , havia uma garota sentada no chão limpando algo rodeada por um grupo de uniforme de líderes universitárias, o restante dos alunos apenas observavam a cena e alguns dele filmavam em seus celulares.

— O que está acontecendo? - Perguntei ao me aproximar .

— Você derrubou meu suco, limpa meu tênis com lingua- Ordenou uma delas, reconheci pela voz que era Ava.

— Foi um acidente- A menina se defendeu.

— Você está louca? - Falei me colocando entre Ava e a garota- Ela já disse que foi um acidente.

— Olha o que temos aqui- Ava falou em um tom de deboche- A defensora dos inúteis. 

A encarei é sorri cruzando os braços- E você é o que? A adolescentezinha do colegial?

— É melhor parar de se meter em coisas que não são da sua conta Biers, ou vai se arrepender- Ela aproximou o rosto do meu.

— Eu não tenho medo de você!

O silêncio tomou conta do local, ao perceber que todos nós observavam Ava recuou- Isso não vai ficar assim- Ela sussurrou dando as costas para mim, em seguida sinalizou para as suas sombras e ambas saíram da lanchonete.

— Acabou o espetáculo- Gritou Aaron fazendo todos se dispersarem, olhei para a garota e ela levantou do chão pegando sua mochila.

— Você está bem? Perguntei tentando ajuda-la.

— Estou cansada dessas humilhações- Ela falou passando entre mim e Aaron e saiu apressada da lanchonete

— De nada! Respondi um pouco decepcionada.

— Não liga Nessie, ela se chama Lara, ela é assim, mas você está caçando um grande problema enfrentando a Ava.

Olhei para Aaron e sacudi a cabeça caminhando até a saída, depois daquele espetáculo não havia clima para ficar na lanchonete- Eu não tenho medo dela, e eu sei atirar.

Aaron sorriu- Você é bem doidinha, deve ser por isso que conquistou o Cullen.

Ergui as sobrancelhas- As notícias correm rápido. 

— Não falam de outra coisa na faculdade, e esse é mais um motivo para ter cuidado com Ava, ela está furiosa por você estar namorando o garoto que ela mais cobiçou.

— Eliot e eu não estamos namorando- Tentei disfarçar o meu constrangimento, não era muito confortável saber que minha vida era o assunto principal de todo campus .

— Vocês chegaram juntos então...- Aaron silenciou e olhou na direção do estacionamento- Eu conheço aquela máquina- Ele sorriu largamente- O colirio dos meus olhos está aqui.

Olhei na mesma direção que ele e havia uma moto estacionada, na realidade não era uma moto qualquer, era a MOTO - Uma BMW R 1250 RT- Sussurrei olhando para o veículo preto.

— Você conhece motos? Perguntou Aaron apressando seus passos- Bom a moto não importa é sim o dono dela- Ele falou apressando seus passos.

Tentei aconpanha- lo desviando de alguns alunos seguindo na direção do laboratório de TI- Para onde estamos indo?

— Ver Jacob Black- Aaron respondeu eufórico- Aquele homem deixa meu dia mais feliz.

Baixei a cabeça e ri, talvez aquela fosse a oportunidade de conversar com Jacob Black sobre o que sua filha está passando com o padrasto, Ayla me mataria mas eu precisava fazer alguma coisa.

Segui Aaron pelo corredor e assim que entramos no laboratório um grupo de alunos olhou para nós- Eu acho que ele não está aqui.

— O que fazem aqui? Perguntou Ayla entrando segundos após nós dois.

Olhei para ela me sentindo uma criminosa pega em flagrante- Eu estou acompanhando o Aaron.

— Onde está seu pai? Perguntou Aaron.

Ayla riu- Acho que entendi- Chegou atrasado, ele acabou de ir, veio falar comigo rapidamente.

Aaron pareceu desolado- Você acabou com meu dia Ayla, como pode?

Ayla e eu rimos juntas- Não fique assim Aaron, terá outras oportunidades- tentei consola-lo.

Ele deitou a cabeça no meu ombro e fiz carinho em seus cabelos, olhei para o relógio da sala e arregalei meus olhos, Faziam exatos dez minutos que minha aula havia iniciado.

 

Eu estava encrencada.

 

 

 

 

 


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