Minha vida estava de pernas para o ar... Há alguns meses tudo o que achei que era o mais certo e verdadeiro que tinha estava se desmanchando diante de mim e eu não podia fazer nada.

Edward Cullen... Desde os meus dezessete anos que minha vida se resume a amar Edward. Nos conhecemos no colégio, nos apaixonamos e assim que nos formamos decidimos nos casar... Sempre pensei que tinha encontrado meu príncipe encantado nele e que viveríamos juntos para sempre. Hoje tenho vinte e cinco anos, e meu conto de fada está acabado.

-Tem certeza que você vai ficar bem Bella? – desvio meu olhar da janela e olho para Ângela ao meu lado.

Minha melhor amiga desde sempre... E em seus olhos vejo o quanto ela está com dó de mim, e isso só me deixa ainda pior.

-Sim Ang, eu vou ficar bem, só preciso de um tempo pra mim, preciso ficar sozinha. – sorrio levemente e ela se levanta e se senta ao meu lado.

-Você precisa esquecer o Edward, e esquecer todo o sofrimento que ele te causou, ele não merece que você sofra assim. – ela falou me olhando intensamente.

-Eu sei, digo isso pra mim mesma o tempo todo... Mas não é tão fácil assim, são oito anos juntos. – desvio meu olhar do dela e respiro fundo.

-Oito anos que ele jogou fora quando fez aquela canalhice com você... – Ângela nunca gostou muito do Edward e agora posso dizer que ela o odeia.

-Não quero mais falar sobre isso, nem pensar nisso... – sorri me levantando. -Eu vou passar uma semana em La Push, e vou voltar renovada.

-É assim que se fala. – ela sorri e me abraça.

*~*~*~*~*~*~*~*

O céu estava bonito quando eu saí de meu apartamento na cidade de Washington, meu antigo apartamento com Edward, agora era só meu...

Desci a pequena escada carregando minha mala e entrei em um táxi que já me esperava para me levar ao aeroporto, de lá eu ia para La Push...

Sou fotógrafa profissional, tenho várias exposições e sou conhecida nesse ramo, nada disso me importava agora, mas foi isso que me fez conhecer La Push... Um lugar lindo para se tirar fotos, e agora seria o lugar perfeito para meu refúgio.

Meu caminho para La Push foi tranqüilo e depois do vôo e de mais táxi eu finalmente estava chegando na pequena e encantadora reserva...

-Está de férias moça? – o taxista perguntou enquanto me ajudava a retirar minha bagagem do porta malas.

-Sim, férias. – sorri olhando para a pequena, mas aconchegante casa que eu tinha alugado para ficar nessa semana.

-Aqui é um lugar bom para férias, é lindo e relaxante. – sorri assentindo para o taxista... Nisso eu concordava com ele, só de olhar para aquele lugar eu já me sentia bem melhor.

Me despedi do taxista e entrei rapidamente na casinha alugada.

Meu pai, Charlie Swan tinha morado um bom tempo em Forks, bem perto daqui, eu nunca fui de vir muito pra cá, ele e minha mãe se separaram quando eu ainda era um bebê e desde então eu morei com minha mãe em Washington, mas meu pai era policial e foi promovido e teve que ir para Washington também há alguns anos.

Ele me ajudou a alugar essa casa com alguns conhecidos dele. Eu precisava urgentemente desse tempo pra mim e ele sabia disso.

Aliás os únicos que sabiam onde eu estaria essa semana eram ele, minha mãe e Ângela, eu sabia que eles não contariam nunca para o Edward onde eu estava.

Pensar em Edward abriu velhas, ou nem tão velhas assim, feridas e eu tratei de esquecê-lo... Eu teria que esquecê-lo pra sempre.

Andei pela pequena casa e sorri ao perceber como era aconchegante, ficava bem de frente para o mar e tinha uma visão magnífica... Eu estava cansada da viagem, mas tive muita vontade de sair, de andar pela areia com os pés descalços e de fotografar toda aquela beleza, e foi exatamente isso que eu fiz.

Depois de me acomodar no quarto, arrumar minhas poucas coisas eu tomei um banho e coloquei uma roupa confortável, não me importei com o frio... Peguei minha câmera e saí.

Andei sem rumo por um tempo, estava de tarde e uma brisa gelada tocava meu rosto, era uma sensação maravilhosa... Tirei fotos de tudo o que vi pela frente e a cada segundo me encantava mais com tudo ali, me perguntei por que não tinha vindo aqui antes, quando meu pai morava tão perto.

Continuei andando sem rumo e quando dei por mim eu já estava em uma pequena trilha, resolvi segui-la e acabei em cima de um enorme penhasco... Era bem alto e até assustador, mas também era lindo, uma paisagem magnífica.

Lentamente me aproximei mais da beirada observando atentamente cada detalhe daquele lugar encantador e comecei a tirar fotos...

-Olá... – uma voz rouca perto demais do meu ouvido me fez virar rapidamente.

Acabei me desequilibrando, mas quando estava prestes a cair ele me segurou de maneira firme...

-Hei cuidado aí. – ele falou me segurando firme e me afastando da beira do penhasco, me deixando segura.

-Caramba, você me assustou. – falei ainda assustada pelo meu quase tombo.

-Eu te salvei... – só então percebi o quanto perto estávamos e me afastei rapidamente.

-Depois de me assustar... – falei ajeitando minha câmera em minha mão. -Mas mesmo assim obrigada.

-De nada... – ele riu e eu o observei melhor... E nossa ele era lindo, muito lindo.

Alto, bem mais alto que eu, moreno com uma cor de pele única e com músculos, muitos músculos completamente definidos... Olhei para seu rosto e seus olhos escuros me encaravam com intensidade enquanto seus lábios carnudos tinham um sorriso maroto e divertido. Me repreendi mentalmente por estar observando aquele estranho de maneira tão interessada.

-E então, o que você estava fazendo aqui, tão perto assim do penhasco? – ele perguntou enquanto retirava sua camisa com tranquiladade, deixando seu tanquinho mais que definido a mostra.

Desviei meu olhar dele e respondi...

-Tirando fotos, a vista daqui e linda. – voltei a olhar para o penhasco e senti ele se aproximar de mim.

-É sim, eu amo isso aqui. – o olhei e ele jogou a camisa num canto e retirou o tênis que usava ficando só de bermuda.

-Você mora aqui? – perguntei olhando para frente e ele sorriu.

-Sim, nasci, cresci e sempre morei aqui, e não quero outro lugar. – ele falava com firmeza e intensidade e sua voz rouca tão perto de mim me deixou inquieta.

Aliás, aquele estranho estava me deixando inquieta... E fazia um bom tempo que nenhum homem me deixava assim.

-E você, está de férias? Eu nunca te vi por aqui. – ele passou ao meu lado caminhando para a beira do penhasco.

-Sim, estou de férias... – ele se aproximava cada vez mais da beirada e eu me assustei. -O que você vai fazer?

-Eu vou pular... – ele parou e me olhou de forma curiosa. -Qual seu nome?

-Isabella... Ou só Bella. – sussurrei ainda assustada ao vê-lo tão perto do penhasco e ele sorriu.

Não pude deixar de notar que o sorriso dele era tão lindo quanto todo o... Resto.

-Eu vou pular Bella. – e então ele se virou e deu mais um passo.

-Hei, você é louco? Você vai morrer se pular daí. – dei um passo em sua direção e ele me olhou por cima do ombro.

-Fica tranqüila Bella... – piscou e sorriu. -E por sinal eu me chamo Jacob Black, ou só Jake.

E então ele pulou...

-Oh meu Deus... – gritei e corri para a beira do penhasco a tempo de vê-lo caindo na água.

Esperei por uns segundos sem saber o que fazer, e se ele tivesse morrido? Essas coisas só acontecem comigo mesmo...

Mas não precisei ficar me martirizando por muito mais tempo não... Logo vi ele surgir entre as ondas lá embaixo e suspirei em alívio.

Mesmo ele estando tão longe eu sabia que estava rindo...

-Eu disse que era pra você ficar tranqüila. – ele gritou alto o suficiente para eu ouvir.

-Você é louco Jacob. – gritei de volta enquanto ele nadava para fora do mar.

Escutei sua gargalhada e só então percebi que também estava rindo... Era a primeira vez em meses que eu ria tão naturalmente.