Caminho das Centelhas escrita por Sir Rail Zeppelin


Capítulo 8
Bradamante




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/808942/chapter/8

  Num súbito suspiro me levanto. Olho ao redor, estou no hospital, não tem ferimento nenhum em meu corpo, como é possível?
  -Oi, tem alguém aí?
  Parece não ter ninguém, mesmo nos corredores, o lugar está vazio. Andando pelos corredores, um cheiro de enxofre começa a subir, as luzes falham, não sei por que, mas meu coração está acelerado. Na minha frente, ele aparece, aquele cão, novamente ele.
  -O que diabos você quer? Por que fica vindo atrás de mim constantemente? Foi você, você me guiou para minha morte, aquele sonho, o rastro, foi você. É isso o que quer? Me matar? Me deixa em paz!
  Tudo ao meu redor se torna escuridão, o cão desparece junto com a nevoa negra, uma voz começa a ecoar enquanto na minha frente uma das televisões do hospital começa a transmitir o que parece ser a minha luta no esgoto com os palhaços, como pode? Não havia ninguém lá gravando.
  -Assassinar-te? Não meu caro, eu te avisei. Dou-te todas as pistas para não peregrinares até ao fim da tua miserável existência. No entanto, não ouviu meu conselho claro e significante!
  -Eu morri, não é?
  -Não, eu salvei sua vida quase perdida de forma patética. Entretanto, não posso o fazer novamente.
  -Quem é você?
  "Eu sou o paradoxo do pior e do melhor, do insignificante e do mais apto. Eu existo tanto como o começo do fim quanto como o fim do começo. A linha divisória entre o homem e o monstro? Eu transcendo isso! Eu sou o indispensável, o cativante, o juiz injusto, o revelador da verdade. Eu poderia afirmar ser tudo o que você não é, mas, na realidade, sou simplesmente você. Sou seu ego primordial!" Foi tudo que ouvi antes de acordar dessa espécie de transe, ainda no hospital, mas ao meu lado estava a diretora Irons.
  -Di...argh – apoio a mão no ombro sentindo enormes dores pelo corpo – Diretora...
  -Pode se deitar senhor Knight-Stemma.
  -Mas a missão diretora, os filhos do rei...
  -Se preocupe um pouco mais consigo. Os filhos do rei estão bem, inclusive o próprio rei de Aúdases estava vindo para prestar seus respeitos as pessoas que salvaram seus filhos, mas ele teve alguns contratempos então pediu que os filhos o fizessem. Logo Asas e Garrias estarão aqui para o fazer, depois disso, apenas foque na sua recuperação.
  -Não posso, Luise disse que vocês iriam adiantar a missão aiaiai, ainda dói – coloco a mão sob a barriga
  -Você não vai mais para essa missão.
  -O que? Por quê?
  -Olhe para si mesmo senhor Knight-Stemma. Mal consegue se aguentar, como iria para uma missão que tem como início de partida o dia de hoje?
  -Eu consigo, acredite em mim.
  -Mesmo que consiga, seus parceiros de missão não o querem na missão
  -Estão preocupados comigo? Não precisa disso, eu sei que consigo.
  -Não estão preocupados com você, estão com medo de você. Eu não vi o que aconteceu, mas o que eles descreveram que você fez lá embaixo é quase... esquece. Só volte a dormir
  -Quase o que diretora? Me diga por favor
  -Quase inumano, algo medonho, pavoroso entre outras coisas que eles disseram que eu não vou dizer nem que me implore. Como eu não vi, não posso afirmar o que você fez, mas eu vi os corpos e realmente, nem parecia que um humano havia feito aquilo e sim uma besta faminta.
  -Eu... eu... não me lembro. Foi como, se algo tivesse tomado conta de mim, a última coisa que me lembro foi da minha garganta – coloco a mão sob o pescoço, mas não tem nenhuma cicatriz.
  -As tropas chegaram lá antes de mim, ainda viram você ou sei lá o que era, mas estavam te chamando de besta louca, monstro imparável... a maioria te chamou de “cachorro louco”.  Enfim, não se preocupe com eles, antes de seguir viagem, Garrias vai vir aqui para prestar respeito assim como seu pai pediu e depois vai se juntar a Sans e Luise.
  -Garrias? A Crowngold?
  -Sim, ela foi a primeira opção do professor Barbatos, mas por ser filha do rei não podíamos a enviar em missão sem o consentimento do pai, mas não podíamos simplesmente pedir uma reunião com o rei só para pedir isso. Você ter salvado os dois nos deu uma proximidade ao rei, assim foi fácil ter a autorização do rei.
  -Diretora Irons, eu te imploro, por favor mesmo. Me deixe ir nessa missão!
  -Por que quer tanto ir? Sabe dos riscos de vida melhor do que ninguém, sabe bem que Zetsuen é quase uma zona de quarentena e mesmo nesse estado ainda quer ir? Por quê?
  -Você mesma disse, eu sei de tudo isso melhor do que ninguém! Eu sei mais sobre Zetsuen do que qualquer um nesse grupo. E eu ainda não provei meu valor, mas provar meu valor vai ficar para depois, primeiro eu quero limpar meu nome
  -Limpar seu nome do que exatamente?
  -Eu não quero ser lembrado como o “cachorro louco”.
   Eu não sei o que deu em mim, estou todo machucado, meu corpo está exausto pedindo por um descanso e mesmo assim ainda estou pedindo por essa loucura. Fiquei observando bem a diretora Irons, ela pensou bastante e após um longo suspiro.
  -Se conseguir ficar de pé, já é o suficiente.
  Eu começo a tentar me por de pé, só se sentar na cama já é muito difícil, minhas costelas estão destruídas, é difícil respirar e eu sinto que não tenho forças nas pernas para ficar de pé, mas eu preciso! Querer não é poder, no momento que o tento, eu caio de joelhos bem nos pés da diretora.
  -Como imaginei, volte para sua cama sozinho, leve isso como treinamento. Agora eu preciso ir, tenho que fazer a devolução de algo que pedi para você.
  Merda, merda, de novo isso. Eu sei que meu corpo não consegue, mas eu sinto que posso! Por que meu corpo insiste em não seguir minhas ordens? Que infernos!
  “Ele disse que tinha um aluno dele com um potencial incrível, mas que se autossabotava. Ele disse que se esse aluno se soltasse dessas amarras, ele seria tão incrível quanto o maior causador de dano da família Black”
  As palavras que Erina me disse naquele dia reverberavam na minha mente, é por isso que meu corpo não responde. Não é que ele não me obedece, simplesmente é que na verdade eu não quero levantar, eu não quero dar esse passo à frente. Eu tenho que mudar isso, eu não vou ficar na mesmice pra sempre!
  -Diretora Irons!
  Ela se vira e me vê de pé, aguentando todas as dores que meu corpo estava infligindo contra mim.
  -Haha – ela dá uma breve risada – Você me lembra alguém que eu verdadeiramente odiava senhor Knight-Stemma. Como é uma missão feita por baixo dos panos, vocês vão viajar com os corsários o navio parte pelo anoitecer. Você tem até lá para arrumar suas coisas.
  -Sim senhora!
  -Ah, parece que não vou mais pedir devolução do item que pedi para você. Assim que conseguir se vestir, vá rapidamente ao Martelo Imperador, tem uma encomenda para você lá.
  -Sim senhor... espera, o Martelo Imperador? A maior e melhor forja de Revorant e talvez de todo país?
   -Não faça tantas perguntas, apenas vá. O memorando final da missão vai estar no seu quarto.
  -Obrigado diretora Irons. Vou provar que a senhora não vai se arrepender!
  -É o que vamos ver senhor Knight-Stemma.
  No mesmo instante que ela saiu, eu peguei algumas roupas minhas que estavam ali e me troquei saindo em direção ao Martelo Imperador. Eu andei escorando pelos cantos, mal aguentava meu corpo de pé, minha visão estava bastante turva, mas eu precisava aguentar. Mais à frente já podia se ver uma humilde estrutura de tijolos coloniais, uma placa de madeira segurada por duas correntes e balançando com o nome Martelo Imperador descrito de bronze. Cambaleando atravesso a rua me desviando por pouco dos cavalos de tesla que passavam puxando suas carruagens, escoro por um instante na porta de madeira e então a abro.
  Lá dentro um calor sem igual, a forja está quente e preparando algo com toda certeza. Apesar de parecer humilde por fora, por dentro era um enorme salão bem ornamentado, com inúmeras espadas, machados, foices, escudos e tantas outras armas em suas vitrines e paredes. Atrás do balcão podia se ver uma porta aberta que dava acesso ao fundo, dava para ouvi o som do martelo indo de encontro com o metal, era quase uma linda música. Seja quem for que estiver forjando é um excelente ferreiro.
  -Como posso ajudar?
  Sem perceber, um garoto, da minha idade talvez, passou por outra porta e indo até o balcão, atendente talvez?
  -Ah sim, então eu v.... argh – ainda dói quando falo, malditas costelas – Eu vim pegar um pacote da academia Thunderbird.
  -Humm, entendi, no nome de quem?
  -Irons – respondi me apoiando ao balcão
  -Sim, foi ela quem fez os pedidos, mas quem vai retirar?
  -Ah sim, Sword Knight-Stemma
  -Então você é o Sword, cara, meu pai teve um grande trabalho para forjar a sua
  -Me conhece?
  -Apenas o que sua diretora disse para mim e para meu pai, afinal, meu pai forja armas de acordo com as pessoas. Ele conseguiu fazer rapidamente a arma da sua amiga, qual era o nome mesmo – ele diz isso enquanto abre um armário que parecia ser de produtos encomendados – Ah sim, Luise né? Ele fez uma linda Florete para ela, mas mesmo assistindo aos vídeos, sabendo da sua personalidade e tudo, mas ele não conseguia forjar algo para você. Depois de alguns dias ele teve uma ideia, mas só ficou pronta ontem. Ele ficou 5 dias e 5 noites martelando e forjando essa espada – ele pega uma longa espada enrolada em um pano – Aqui, essa é sua espada, veja se é do seu agrado.
  No momento em que toco na lâmina, é como se ela se adaptasse instantaneamente a mim. Consigo sentir uma energia vinda dela.
  -Que estranho, é como se a espada emitisse uma aura própria. Eu sinto que se eu colocar um pouco de
  Institivamente coloco um pouco de aura na espada e ela começa a reagir a isso.
  -Você tinha razão pai, ele sentiu de primeira.
  Agora que reparei, as batidas de martelo cessaram. Vejo um homem, não muito alto, uma longa barba grisalha, com a cabeça raspada e uma tatuagem no braço da guilda dos ferreiros. Ele usava um pingente de um martelo com o pomo do martelo sendo um dragão abobora, meus olhos não estão me enganando, aquele era Kademar do martelo brasante!
  -Você, você é o...
  -Sim, sou Kademar e este é meu filho Gendriel.
  -Então o lendário ferreiro dono do martelo imperador forjou minha espada? Que incrível!
  -Na verdade essa não é sua espada – Kademar diz coçando a barba – Sua espada foi forjada pelo meu filho, mas ele achou que não ficou muito bom. Eu estava agora mesmo terminando de forjar sua espada, mas parece que não vai dar tempo, já que você já está de saída para sua missão.
  -Então que espada é essa?
  -Um projeto que eu pedi para que meu filho testasse com você. Parece que a espada gostou de você, do contrário não teria reagido a sua aura.
  -Espera, ela está viva?
  -Sim, essa espada é o que os aventureiros chamam de armas da alma. São armas que tem vida própria, essa principalmente já que além do poder espiritual que ela tem, foi utilizada em sua forja a pena do serafim caído. Uma longa história. Digamos que essa espada é muito especial, mas ainda não surgiu alguém especial para empunhá-la ainda. Vamos fazer o seguinte, se você souber me dizer o nome dessa espada eu deixo você levá-la, caso erre vai ter que usar a que meu filho forjou já que a que eu estou fazendo para você não está pronta. E então, o que me diz?
  -Eu não tenho escolha mesmo, então eu aceito
  -Leve o tempo que precisar.
  Não tem tanto segredo assim, a espada quer se comunicar comigo, no momento em que nossas auras se cruzaram. A espada de lâmina dupla, em suas lâminas várias cores cromadas, empunhadura ornamentada toda em dourada, seu pomo era a marca de Kademar o dragão abobora... Essa linda espada já me disse seu nome
  -Bradamante!
  -Pai, é o nome, é o nome pai – o garoto Gendriel diz empolgado
  -Sim, esse foi o nome que dei a essa espada, na última noite, na última martelada. Bradamante! Ela é sua, se tiver algo mais que queira de minha humilde loja, vou fazer um bom desconto para você. Bom, vou voltar para a forja, talvez eu ainda consiga vender aquela espada que estou fazendo, meu filho vai certificar de pegar o que você precisar. Foi um prazer conhecê-lo Sword
  -O prazer é, todo meu senhor, Kademar.
  O velho ferreiro volta a sua forja e as marteladas já podem ser ouvidas. Olhando despercebido, consigo ver uma capa tática, acho que pode ser uma boa aquisição e já que vou ganhar desconto, por que não?
  -Aquela capa tática, vou levar também
  -Certo. Nossa, nem acredito que a primeira espada de meu pai finalmente foi passada adiante.
  -Espera, a primeira? As histórias dizem que a primeira espada que seu pai forjou foi a do Rei Aioya Crowngold, a lendária Asmophel.
  -Bom, dá pra dizer que sim, já que essa espada nunca foi considerada um sucesso pelo meu pai, então meio que a Asmophel fica sendo a “primeira” entende. Mas a primeira mesmo foi a Bradamante .
  -Que incrível, eu vou dormir abraçado com essa espada!
  Mas tem algo faltando, é como se minha intuição me dizendo algo. Sim, é isso, eu não posso ignorar o esforço desse garoto
  -Gendriel, poderia me fazer um favor?
  -Ah sim, como meu pai disse, você tem um bom desconto aqui.
  -Então por favor, me venda a espada que você forjou para mim!
  -Ahn? Ahhh, não, não precisa comprar, não ficou boa o suficiente para alguém que empunha a Bradamante
  -Sei que o conselho de um ferreiro é muito importante e eu não gostaria de ignorar um, mas acho que quem tem que decidir se a espada é boa o suficiente é a pessoa que irá a empunhar, então por favor, me deixe testar a espada.
  -Você não vai querer, ela é..
  -Eu com toda certeza vou querer.
  -Você é bem insistente né? Bom, só não ria dela
  Ele retira do fundo de um baú escondido no fundo da área do balcão uma outra espada enrolada em um pano de couro. Assim que ele desenrola o pano, pode se perceber uma espada totalmente prateada, empunhadura com guarda em forma de v tendo uma segunda guarda em base horizontal, o pomo da espada é a miniatura da cabeça de um cavalo. Eu pego a espada, faço alguns movimentos para testá-la.
  -O peso dela não é tão balanceado. Mas o aço parece bem resistente, ela não tem o brilho que deveria ter de um acabamento de prata é totalmente fosco
  -Eu disse que era...
  -Eu adorei, vai ser perfeita para utilizar uma de minhas técnicas, quanto é?
  -Adorou?
  -Sim, quanto é?
  -Eu não posso colocar preço em algo que era pra ser um presente da academia Thunderbird
  -Bom, eu já recebi meu presente, a Bradamante. Então, por favor cobre
  -Eu não posso
  -100 dracoins de ouro são suficientes?
  -Não, é muito, não precisa
  -Ok, 100 dracoins de ouro mais os 2 da capa, foi um prazer negociar com você.
  -Ahn? Espera, não precisa pagar pela espada
  -Quase me esqueci... qual o nome dela?
  -Nome?
  -Sim, da espada que você forjou pra mim.
  -Errr.... é embaraçoso
  -O nome que um ferreiro abençoa a espada é sagrado, não tem nada de embaraçoso nisso.
  -Furiosa!
  -Furiosa, belo nome. Obrigado, até uma próxima vez Gendriel.
  Eu comemoraria, eu gritaria de felicidade só de ter conseguido espadas como essas, mas a dor que eu estou sentindo não vai permitir.
  Mais tarde, depois de passar no dormitório e arrumar minhas coisas para a viagem, me direcionei até o cais de Revorant, lá aguardava um navio corsário assim como a diretora Irons disse, seu nome era Donzela Afogada, não sei se gostaria de navegar a bordo de um navio com o nome afogado. Assim que me apresento na rampa, um dos marujos me dá permissão para subir a bordo, ele até me conduz onde eu poderia deixar minhas coisas, aparentemente eu vou dividir quarto com alguém, nada que eu não esteja acostumado. Luise, Sans e Garrias ainda não haviam chegado, acho que vou ficar na cabine mesmo, descansando, meu corpo está exausto e meus ferimentos estão me matando!

  Mais tarde, já noite. Percebi que não estava sozinho no quarto, me virando para o lado na cama que estava vaga, vejo um homem sentado me encarando, ele estava escorrendo água por todas as partes do corpo, no lugar do seu braço esquerdo havia um tentáculo e tinha várias cracas presas no seu rosto, a pele dele era meio cinza também e seus olhos estavam fixos em mim.
  -Ahnn, oi?
  -Você é Sword Knight-Stemma?
  -Sim, sou eu.
  -Humm. Bom, vou jantar.
  -Você só queria me perguntar isso?
  -Sim, mas você estava dormindo.
  -E não podia me perguntar outra hora ao invés de ficar me encarando?
  -Eu tinha que ter certeza da pessoa que está no mesmo quarto que eu, então fiquei algumas horas te encarando, observando você dormir. Agora vou jantar
  Ele abre e fecha a porta assim que sai.
  -Que sujeito mais estranho.
  Pego o memorando final da missão que a diretora Irons deixou no meu dormitório. Havia uma pequena mesa de madeira no canto do quarto, não havia muito espaço e a iluminação era por uma espécie de lâmpada de vagalumes, eu recostei minhas espadas e equipamentos ali e fiquei por um tempo lendo o memorando. Meu corpo apesar das dores já estava um pouco melhor, mas eu duvido que eu vá conseguir correr com tantas costelas quebradas e trincadas. No memorando, mencionava algo sobre um tal “Ventre Amaldiçoado”.

  “Ventre Amaldiçoado não é algo que possa ser criado artificialmente, são meros acasos, coincidências do finito local onde ocorreram. Criaturas que nascem de um ventre amaldiçoado normalmente são providas de um enorme poder, um poder que não pode ser escondido ou disfarçado, no momento em que nascem esse poder afeta o ambiente em que estão da maneira que o portador da maldição melhor se adaptar. Ao longo dos anos existiram vários nascidos do ventre amaldiçoado, alguns portavam um enorme poder elementar, outros possuíam magia de luz suficiente para cegar um reino inteiro. Não dá para prever qual será o poder de um nascido do ventre amaldiçoado, ele só se manifesta no momento de seu nascimento e quando isso acontece a calamidade deste poder chega junto com ele. As inabitáveis terras geladas de Prásino Grasídi nem sempre foram assim, aquele lugar no passado era um paraíso na terra, mas por causa da aparição de um ventre amaldiçoado tudo acabou, o sétimus  (como são chamados aqueles que nascem de um ventre amaldiçoado) daquele lugar nasceu com poder elemental de gelo e seu nascimento ocasionou na massiva era do gelo naquele continente, foram mais de 500 anos para suprimir o poder daquele sétimus. No fim Prásino Grasídi se tornou as terras geladas do Sudoeste.
  De acordo com os relatórios de Zetsuen, o que está causando todo esse cataclisma no continente isolado é um ventre amaldiçoado, sei que para não usuários de magia é complicado tentar deter um sétimus, mas tudo indica que ele ainda não nasceu, então a missão é destruir o ventre antes que ele de a luz ou as trevas ao sétimus incubado.”

  Eu nunca tinha ouvido falar sobre esses ventres amaldiçoados, mas parece que já foi um grande problema no passado e de acordo com as outras páginas do memorando, mais ventres estão aparecendo por todos os reinos. Problemas do passado voltaram para assombrar a nova geração. Eu estava perdido em meus pensamentos quando escuto uma comoção vinda do deque superior.
  Empunho Furiosa e vou na velocidade que meu corpo permite até lá, já no deque, posso ver uma serpente marinha enorme, devia ter pelo menos uns 13 metros, os marujos de um lado para o outro, arrumando armas e conversando entre si “é uma boamerma” dizia um com o arpão na mão “tem que cortar a cabeça para ela morrer, qualquer outra parte ela vai regenerar” outro dizia preparando uma grande lâmina que estava no convés. Sem pensar muito, brando Furiosa e carrego o máximo de aura possível nela.
  -Espada Sem Forma!
  Antes do ataque carregar totalmente, completo ele
  —Limite da Razão!
  Eu nunca tinha feito isso, mas essa espada, ela vai suportar, ela vai dar conta do serviço! E o que eu vi, me encantou mais do que tudo, a espada sem forma é uma espada feita para acertar e cortar qualquer coisa potencializada com o limite da razão ela se torna linda, uma espada que destrói o espaço em que ela está.
  -Lâmina do Caos: Dança Amorfa!
  Eu nem sei o que aconteceu, é como se uma hora o corpo da serpente estivesse ali e na outra, tudo que restasse era pó! Todos no deque ficaram boquiabertos, nem mesmo eu estava acreditando no que acabei de fazer, mas um golpe como esse tem uma punição, no mesmo instante senti uma forte pontada no cérebro e no coração, os meus braços parecem que se tornaram gelatina de tão moles que ficaram e minhas pernas tremiam mais do que qualquer coisa, por fim eu perdi a consciência.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Caminho das Centelhas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.