-AGORA, OS PRÓXIMOS COMBATENTES, VENHAM A ARENA ANIA GRACE-LION E SWORD KNIGHT STEMMA! 
  Sabe aquela sensação ruim, o corpo fica estremecido, o estomago ruim, você começa a suar frio. É exatamente assim que me sinto enquanto ando em direção a arena. O que me deixa um pouco aliviado é que todas aquelas pessoas na arena não estão nem olhando para mim, o foco delas é todo voltado para Ania. Afinal ela pertence ao clã Grace-Lion, eu sou só um ninguém, nesta luta as pessoas estão esperando pra ver o quanto ela cresceu desde o ano passado. 
  -Ei, Sword, está me ouvindo? Pergunta o professor Barbatos olhando preocupado 
  -Ahn? Claro, sim, estou. 
  -Pois bem, eu sei que Ania não precisa de armas, e quanto a você Sword, precisa de alguma? Se precisar, tem um estande a sua direita, pegue o que precisar. 
  -Pode me dar alguns segundos? 
  -Se estiver tudo bem para sua adversária 
  Ania assenti com a cabeça confirmando 
  -Muito bem, pegue o que precisa Sword— diz Barbatos já sabendo o que as pessoas iam dizer 
  E nem demorou muito, apenas dois segundos após eu me virar em direção ao estande de armas a plateia começou a falar “o que ele está fazendo”, “porque não fez como os outros e trouxe a própria arma”, “quem é esse garoto mesmo? Deem logo a vitória para Ania”. Cara, por que justo eu? 
  -PARA DE PENSAR!!! 
  Ouço um grito vindo da plateia, me viro procurando e vejo Enkiu, ele disse o mesmo que sua irmã naquele dia “Pare de pensar”. Depois daquela luta eu entendi o que queria dizer, não é para eu parar de pensar em tudo, só no que está ao meu redor e focar apenas na luta e em como eu vou vencer! Muito bem o que eu vou usar contra a Ania? Ela é uma maga invocadora de nível 3, ou seja, ela já passou do ponto onde só consegue invocar objetos, ela consegue invocar criaturas e controlá-las. Então eu não tenho que pensar apenas nela como maga, mas também nos monstros que ela pode trazer pra essa luta. Eu posso ser mediano com a espada, mas eu não sinto que tenho uma opção melhor, então vou levar a espada. Considerando que estou escolhendo a espada pelos monstros, o que devo escolher para ir contra ela? Magos não tem nem um pouco de resistência física, assim como na luta do Jess onde ele quase perdeu a luta simplesmente por usar magia, o mesmo pode acontecer nesta luta, vou levar um soco inglês também. Por fim uma adaga pra suprir o que ainda devo precisar, assim consigo versatilidade na forma de atacar. 
  -É isso. Desculpe por demorar 
  -Muito bem, comecem quando quiserem – diz Barbatos saindo da arena 
  No momento em que Barbatos põe o pé fora da arena, rapidamente faço uma investida em direção a Ania, coloco todo o peso do meu corpo no punho direito que está com o soco inglês. Desculpa Ania, mas se eu não for rápido, não consigo nem ver possibilidade de vitória! 
  -Não tem como desviar disso! 
  -Huhuhu 
  Eu sinto que acertei! Ela é arremessada a uma distância considerável, coloquei um pouco de aura também junto a velocidade e peso que direcionei para o punho, mas não foi nela... que droga é isso? Um capacete? Ela invocou um capacete antes de ser atingida. Magos invocadores são um porre, não precisam de um cântico, não precisam de palavras, não precisam de runas nem de nada para ativar sua magia, simplesmente pensam nelas. São imprevisíveis em campo justamente por causa disso. O capacete começa a desfazer... 
  -Sabe Sword, eu sempre quis ver como você realmente luta 
  -A gente já lutou antes 
  -Naquela época nem conta, você nunca lutou a sério, mas hoje. Hoje parece que finalmente você está levando as coisas a sério 
  -Meu orgulho tá em jogo aqui, eu tenho que levar isso a sério. 
  -Bom, já que você vai vir com tudo que tem, eu também vou com tudo que tenho, lhe apresento minha mais nova invocação. Venha Pairon! 
  Meus olhos sequer conseguiam acreditar no que viam, que droga é aquela? Uma mistura de pangolim e tartaruga com cabelo? Qual o tamanho daquilo? 20? Não, 40 metros. Como é que eu vou lutar contra aquilo?  
  -Não me decepcione Sword. Vamos lá Pairon, mostra pra ele aquele truque com as pedras! 
  -DOMMMMMMRAAAAAAAA... gritava aquela coisa. 
  O bicho começa a levitar pedaços da arena e arremessar em minha direção, aquela coisa tem afinidade elemental? Que droga! Uma grande placa de terra é arremessada na minha direção, espera um pouco mais, ainda não... AGORA! Reforçando meu corpo com aura consigo pular alto o suficiente para sair do curso do detrito. Que merda, onde foi que essa louca arranjou esse bicho? Gigante, afinidade elemental e ao que parece não tem como penetrar naquela carapaça de pelos dele com minha simples espada. Droga, pensa Sword, pensa! 
  -Pairon meu lindo, faça do Sword churrasco! 
  -DOMMMMMMRAAAAAA 
  Com um abrir de boca, aquela coisa disparou uma raja de fogo vermelho, não dá pra desviar ainda estou caindo, até eu alcançar o chão vou levar todo o dano desse fogo. Não tem jeito, vou ter que aguentar, mas dá pra diminuir. Ativando a aura ao redor do meu corpo consigo absorver o dano de fogo, se não for fogo mágico eu consigo! Aquela onda de fogo e calor me atinge, como imaginei, não era fogo mágico, então consegui absorver parte do dano do fogo com a aura. 
  -Droga, eu gostava dessas roupas aqui. 
  -Vai ficar na defensiva até quando Sword? Vamos lutar! 
  Cala a boca Ania!! Você está conseguindo me irritar. 
  —Passo do céu 
  Passo do céu é uma técnica que eu criei pra não apanhar na academia, basicamente eu aumento a quantidade de aura nas minhas pernas assim consigo correr mais rápido, não para pôr aí, eu consigo criar pequenas brechas de espaço de aura no ar, assim posso pisar nelas e parece que eu estou andando no ar. Em segundos chego próximo o suficiente da criatura, qualquer ataque dessa distância pode ser fim de jogo, mas isso é exatamente o que eu quero. 
  -Acho que ele ainda não entendeu Pairon, vamos mostrar pra ele novamente! Queima esse cara! 
  -DOMMMMMMRAAAAAAAAAAAAAAAA!! 
  Esse com certeza tá bem mais forte. Mas se eu puder absorver com a minha aura, posso usar como um espelho de poder. Se fosse fogo mágico eu não conseguiria devido as instruções mágicas que o fogo recebe do conjurador, funcionam como restrições, mas é um fogo produzido diretamente do mana dessa criatura, não tem instrução é poder bruto! Quem tiver o melhor controle de mana vence essa disputa. E eu sou um causador de dano, não existe ninguém com controle de manda tão refinado quanto a as pessoas da minha classe!   
 
  o que é que você tá pensando Sword? Levando todo o ataque assim de forma irresponsável? Será que ele pensa que vai conseguir defletir o ataque como da outra vez? Huhuhu, que empolgante, já fazia muito tempo que eu queria lutar assim como Sword. Ver ele dando tudo de si assim, me faz querer lutar com todo o meu potencial também! Não me decepcione Sword! 
  -Então Sword, isso é tudo que tem? 
  -Porque você não cala a merda da boca! 
  Entre as chamas que estava acabando eu consegui ver a aura dele dissipando o fogo e o olhar furioso do Sword, ele tá dando tudo de si mesmo! 
  —Espada sem forma! 
  Espada sem f... ack, que drog,,, 
  -AHHHHHHH – grito instintivamente após levar um ataque sem nem ver 
  De onde veio esse golpe? Ele criou técnicas novas bem uteis, a primeira o permite se locomover mais rápido além de poder andar no céu, mas essa segunda, uma espada que me acerta sem que eu veja 
  -Domramm 
  -Ahn? Pairon? O que foi amigo?   
  Essa técnica dele acertou o Pairon também? Como uma espada acertou um Tantangolim de 40 metros? A espada dele quebrou, então ele só pode usar essa técnica uma vez. 
 
  Acho que não esperava por essa Ania, a espada sem forma! Eu imagino essa técnica desde que me entendo por gente, mas nunca consegui executar, eu já tinha a ideia, mas na prática isso era horrível. Uma espada que perde totalmente sua forma para acertar o inimigo independente da barreira, do tamanho ou do poder dele! Uma pena que essa espada não consegue aguentar uma segunda vez disso, eu também não conseguiria lançar isso uma segunda vez. Droga, estou ficando com pouco mana para usar, vou pegar uma base nas costas desse bicho e então atacar a Ania diretamente! Não, espera, o que é isso? Esses pelos, não são pelos. São cerdas! Droga 
  -Aaaaaaaaaa 
  -Huhuhu, eu deveria ter avisado que não deveria ter encostado no Pairon, sabe, as cerdas dele são bem parecidas com as cerdas de uma lagarta. No momento que você toca é direcionada uma enorme carga elétrica ao seu corpo, sua pele começa a queimar, seus olhos irritam e advinha? Uma pequena toxina paralisante começa a correr na sua corrente sanguínea. 
  -Passo do céu 
  Preciso me reposicionar.  
  -Está fugindo por quê? Achei que usaria suas últimas forças para tentar um ataque desesperado 
  Ainda não acabou, preciso fortalecer meu corpo com aura, isso não vai parar a toxina ou a queimação, mas vai retardar o processo me dando um pouco mais de tempo para tentar vencer essa luta. 
  -Domram 
  -Pairon, o que foi amigo? O que tá acontecendo? 
  Parece que a espada sem forma teve um efeito maior do que eu imaginava naquela coisa gigante. Invocações dependem muito de seus invocadores, então talvez ele só tenha absorvido mais dano da Ania, a Ania deve ter tomado um golpe mínimo por causa disso. Se eu desestabilizar a Ania agora, eu posso acabar com aquela coisa gigante. A espada está quebrada, mas no ângulo certo eu ainda posso utilizar aquilo. Então é isso 
  —Passo do céu 
  Vou me aproximar o suficiente. Agora é hora, aquela coisa não tá no seu melhor estado então não vai atacar. Arremesso a adaga em direção a Ania e corro pelos céus logo atrás. Vai ter que fazer um desvio duplo pra sair disso. 
  —Fantasma da espada 
  Hora de invertermos os papeis nesse joguinho de gato e rato, sua vez de ser o rato. Direcionando toda a velocidade e aura para o punho direito junto do soco inglês. 
  -Acho que você ainda não entendeu que enquanto o Pairon estiver aqui, você não pode nem me tocar, porque se pisar aqui, você vai tomar a dose terminal da toxina! 
  -É por isso que eu estou tirando essa bola de pelos gigante da luta 
  -Como assim? 
  -Limite da Razão!!! 
  Dos céus um clone meu feito de mana, cai como um meteorito, com a espada quebrada em mãos, desencadeando um poder destrutivo com a técnica que criei pra ser suporte das outras. Antes que Ania pudesse dar qualquer ordem para a invocação ou mesmo pudesse reagir, um brilho azul toma conta da arena e o impacto treme todo o lugar! Ao mesmo tempo consigo acertar o soco perfeito no rosto da Ania. Se o invocador não está estável, a invocação também não vai estar! A criatura se transforma em energia e some. Eu e ela começamos a despencar de uma altura de 40 metros, eu quero me mover, quero fazer alguma coisa, mas eu não consigo mexer se quer um musculo. Não é a toxina, ela ainda não fez tanto efeito... eu passei dos limites com o mana. Eu perdi, eu admito que perdi Ania. 
  BUUUURRRRRMMM 
  Uma nuvem de poeira sobe, impedindo a plateia de ver. Sinto alguns de meus movimentos voltarem, mas do que adiantaria eu me erguer agora? Não tenho mana suficiente pra converter em aura, ela ainda é uma maga invocadora, pode não trazer aquela coisa gigante de novo, mas pode invocar várias outras coisas. Quando a poeira baixa, dá pra ver os sorrisos na plateia e dá pra ouvir o murmurar “o resultado no fim, sempre é o mesmo” alguém disse. De pé estava Ania. Meus olhos estavam pesados, bom, acho que fiz o que pude. Quando dei por mim, já estava apagado! 
 
  -Aiai aiai, minha cabeça tá doendo... 
  Abrindo os olhos, estou na ala médica... então não foi um sonho. Eu perdi mais uma vez. 
  -Droga, droga – digo enquanto enxugo às lágrimas escorrendo pelo meu rosto – Eu sou patético, afinal de contas, por que me chamaram para esse lugar? Eu não tenho talento, eu não sou bom em nada e quando mais me esforço, eu nem perto consigo chegar de vencer. Ridículo! 
  -Eu não diria ridículo, de nós 3, você foi o que mais chegou perto de vencer.  
  -Oi? 
  -Ah, desculpa, acabei me intrometendo nos seus pensamentos, perdão. 
  -Tudo bem – digo terminando de enxugar meu rosto 
  -Acho que não nos conhecemos ainda, eu sou Luise Mazenta, assisti sua luta pela transmissão aqui da ala médica 
  Olhando agora, tem uma tv pendurada transmitindo a luta que tá acontecendo lá fora. 
  -Eu vi sua luta também, você lutou muito bem Luise, se dá pra dizer que algum de nós três chegou perto da vitória, foi você. 
  -Não, eu já sabia que havia perdido, eu só tentei um último esforço, mas no meio do caminho minhas forças acabaram e ali eu me vi perdendo. Olhando para a sua luta, você não se levantou porque não quis! Ania estava de pé, mas estava quase inconsciente, ela só se levantou por pura força de vontade. Só mais um soco e você teria ganhado 
  -É uma merda admitir isso, mas você foi bem lá idiota – numa outra cama dá pra ver o Danny deitado todo enfaixado. 
  -Eu não esperava receber um elogio de você Danny 
  -Não foi elogio seu causador de dano de merda, aprende a lutar direito seu bostinha! Aaaaaaaaiiii, doi 
  - Hahaha— tanto eu, quanto Luise começamos a rir 
  -Parem de rir!! Aiaiaiai 
  Pela porta, entra o professor Barbatos, junto da diretora Irons. Faço algum esforço e me coloco de pé junto da Luise, Danny infelizmente não vai conseguir ficar de pé. 
—Vocês dois, podem ficar tranquilos, voltem as suas camas – diz a diretora Irons, arranjando um lugar para se sentar – Muito bem, Luise e Sword. Vocês atenderam às expectativas que o professor Barbatos colocou em vocês. 
—Expectativa em mim? – eu e Luise falamos ao mesmo tempo 
—Sim. Vou explicar do começo. A alguns dias chegou um pedido de missão da ilha Zetsuen. Como vocês bem sabem, existem alguns lugares que não permitem a entrada de magos, feiticeiros e bruxos. Por isso aventureiros causadores de danos ou aspirantes a cavaleiros são requisitados em ocasiões assim. Pedi a Barbatos que enviasse os melhores para resolver o problema em Zetsuen, infelizmente não voltaram com vida. 
—Os alunos desaparecidos em Bahamut. Não desapareceram realmente em Bahamut não é? 
—Perspicaz Sword. É isso mesmo, o diretor da academia Eden em Bahamut e eu fizemos um acordo, colocamos que os alunos mortos de cada academia morreram em missões nos países opostos. Os alunos do Eden por tanto desapareceram aqui em Aúdases, e os de Thunderbird desaparecerem em Bahamut.  
—Deve ter algo de muito importância acontecendo em Zetsuen pra vocês não liberarem a informação verdadeira – diz Luise 
—Sim, e juntando ao fato de que não podemos enviar usuários de magia, complica muito às coisas. Em suma, pedi ao Barbatos que reunisse um grupo menor de aventureiros com potencial para enviar novamente a Zetsuen, ele indicou vocês 3, Luise Mazenta, Danny Marcel e você Sword Knight Stemma. Infelizmente, Danny Marcel não vai mais poder ir nesta missão devido ao seu estado, mas vocês dois irão. Depois da performance que eu vi de vocês hoje, com toda certeza eu tenho confiança para enviá-los. 
—Senhora, desculpe questioná-la, mas porque o governo de Zetsuen simplesmente não contrata aventureiros pra isso? Eles têm mais experiencia do que nós. 
—Problemas políticos, se eles contratarem aventureiros, vão ter que registrar isso em alguma guilda de aventureiros, isso deixaria a notícia pública e dependendo do quão grande for o problema, pode ficar ainda pior se vier a público – respondo Luise 
—Perfeito Sword. Não poderia explicar melhor. Mas apenas completando, como vocês são estudantes procurando fama suficiente para quando se tornarem aventureiros, é perfeito enviá-los porque se vier a público depois já estará resolvido e porque a única pessoa que tem que saber que vocês foram é a academia responsável. Dito isso, eu não posso falar mais nada a menos que escolham participar desta missão... o que me dizem? 
Sem nem pensar muito, eu já respondo 
—Eu aceito! 
—Que tipo de cavaleira eu vou me tornar se fugir da minha primeira missão de grau alto? Eu estou dentro! 
—Muito bem, logo vou explicar melhor para vocês a situação, até lá, boa recuperação para vocês queridos alunos. 
A diretora Irons era imponente, mas não dava medo, tudo que eu consigo sentir por aquela mulher é respeito. Agora tudo que posso fazer é descansar, para que em breve eu parta na minha primeira missão!