Caminho das Centelhas escrita por Sir Rail Zeppelin


Capítulo 24
Ashur Adasi Tora




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JURISDIÇÃO DE ZETSUEN, Ilha de Zetsuen 
  Localização: Florestas do topo; Abaixo do penhasco do início 

 

  -Vamos, chega de dormir, já está na hora de despertar Sword – diz Garrias a Sword que está deitado após a união dos corações dele e o coração de cristal 

  A luta entre os outros e o Sétimus nomeado de Aiden, continuava fervorosamente. Os olhos de Aiden fixam-se nos movimentos rápidos e precisos de Luise, enquanto ele se concentra em controlar seus poderes gélidos. O ar ao redor se torna uma sinfonia de tensão, a eletricidade no ar pulsando com antecipação. Luise avança com destreza, girando e dançando no campo de batalha como uma folha ao vento. Seu florete corta o ar com elegância, tecendo uma teia de ataques velozes e precisos em direção a Aiden. Ele se esquiva com agilidade, respondendo com ondas de gelo que emanam de suas mãos. Os cristais de gelo brilham intensamente enquanto se lançam pelo ar, buscando envolver Luise em seu abraço congelante. Luise, deslizando entre os pilares de gelo com uma destreza incomparável. Seus reflexos afiados de aspirante permitem que ela desvie dos ataques de Aiden. 

  Dante já havia desembainhado a espada quando chegou a praia. Um dos segredos desta é espada é que ela só pode ser embainhada novamente, após o objetivo ser completo, um elo de energia se forma entre Dante e Excalibur 

  -Dante – Lara diz enquanto mira com sua arma – O safado é agil pra burra, aumenta sua destreza! 
  -Deixa comigo... EXCALIBUR, EMPUNHADURA DA JUSTIÇA 

  Suas duas mãos se posicionam na empunhadura inferior da espada, a espada transborda aura, o elo de energia entre portador e espada some se tornando invisível a olho nu. E num piscar de olhos, Dante some e então reaparece atrás de Aiden 
  -Primeira Camada, Segunda Camada, Terceira Camada, Quarta Camada, Quinta Camada. "Kōtetsu no Hakobito modelo 2: Honō no Gōka"    

  A espada toca o braço de Aiden, questão de segundos e o braço do Sétimus se torna cinzas, com um só toque pulverizou o braço dele. Aiden se esquiva antes que a espada acerte mais locais, tomando uma distância maior 

  -Como fez isso? – indaga Luise 
  -A Excalibur tem 15 camadas e várias habilidades secundárias, eu só consigo chegar até a quinta camada e mal consigo ativar todas ao mesmo tempo, mas quando consigo, posso usar habilidades bem poderosas como as chamas eternas. A lâmina da Excalibur se tornou tão quente que basta somente um toque para fazer qualquer coisa se tornar cinzas! 

  -Interessante, aparentemente um de vocês é poderoso suficiente. Vamos deixar às coisas interessantes então 

  -Esse puto acabou de perder um dos braços e não tá nem aí, é sério isso? – diz Luise 

 A batalha prossegue em um frenesi de ação e estratégia. O campo de batalha é preenchido com o som de lâminas se chocando, rajadas de aura e tiros estrondosos. Os poderes e habilidades se entrelaçam em uma dança mortal, enquanto Aiden se esforça para lidar com os ataques coordenados do grupo. No meio do frenesi, Dante salta, a lâmina de Excalibur pulsando calor, o golpe seria fatal se atingisse mesmo, mas talvez por azar, o suor faz a espada escorregar da mão de Dante. 

  -Mais que porra? 
  -O que foi isso Dante? – Luise indaga 
  -Eu não sei, isso nunca aconteceu. Eu tive azar talvez 
  -Espera, azar? Droga, é aquele maldito novamente 

  Fortus se apresenta mais uma vez aos que ainda não o conheciam 
  -Desculpa pessoal, mas seria melhor se vocês só desistissem. Eu realmente não quero mais mortes aqui! Pelo menos não de adolescentes – diz Fortus erguendo os punhos 
  -Dante, é o seguinte, tudo que você imagina que possa dar certo contra esse cara, esquece! É como se esse maldito controlasse a sorte de todo mundo e conseguisse sempre se dar bem. 
  -Controlar a sorte é meio coisa de historinha, não acha não Luise – indaga Dante – Mas foi você que lutou com ele antes, então vou acreditar nas suas palavras. 
  -Parece que vocês realmente vão insistir nisso – Fortus diz decepcionado 

Fortus, estava mais confiante do que nunca, assume uma postura relaxada. Seus punhos cerrados demonstram uma força interior imensa, capaz de desencadear um turbilhão de mudanças na trajetória do destino. Ele encara os dois, não com felicidade pelo combate, parece até estar triste pela decisão que os garotos tomaram. A batalha começa com um estrondo, Dante avançando com um golpe vertical, sua espada cortando o ar com um ruído afiado, os rastros de brasas de sua lâmina são deixados e esfarelados com a densidade do ar. Fortus se desvia habilmente, utilizando sua agilidade e reflexos aguçados para escapar dos ataques iminentes. Luise se movimenta com graciosidade, seus movimentos rápidos e calculados buscando explorar qualquer brecha na defesa de Fortus. 

—Eu faço a parte bruta, você o finaliza Luise! – diz Dante 
  -Então continue atacando – Luise grita entre suas estocadas 

As investidas de Dante e Luise são coordenadas e sincronizadas, seus ataques se complementando. A espada de Dante corta o ar em arcos mortais, enquanto o florete de Luise tece uma teia de golpes rápidos e precisos. Fortus, por sua vez, mostra uma maestria excepcional ao evadir dos ataques, sua sorte manifestando-se através de movimentos ágeis e desvios perfeitos. Um ataque de Dante quase o acerta 

Kōtetsu no Hakobito: Ōzora no Tsurugi. CRESÇA E DIMINUA SEUS INIMIGOS... EXXXXCALIBUR!!!! 

A espada perde sua tonalidade ganhada pelas chamas, a lâmina brilha em prata e começa a crescer sem limites, um, dois, três, quatro, cinco, seis metros e continua crescendo, com um golpe o chão se estilhaça, separando as lutas. O Setimus e os outros vão para um lado e Fortus, Luise e Dante para outro, as lutas estão separadas agora. Após o ataque a lâmina volta ao seu tamanho original. 

—Dois espadachins, eu odeio espadachins – Diz Fortus aos dois – Bom, mostrem mais do que tem! 

Dante cai na provocação de Fortus e avança, “Dante, calma. É um truque!”, exclama Luise a Dante que investe com sua espada em direção a Fortus. A espada de Dante encontra a resistência dos punhos de Fortus, faíscas luminosas explodindo no impacto. Luise utiliza sua velocidade para flanquear Fortus, buscando desestabilizá-lo com golpes rápidos. A cada movimento, a luta se desenrola em uma coreografia mortal, cada um dos combatentes empenhando-se em superar o outro. Tudo parece muito bem, mas o rumo da luta começa a mudar. Quando Dante está prestes a desferir um golpe fatal, uma rajada de vento muda a trajetória da lâmina, permitindo que Fortus evite o golpe por um fio. Luise, por sua vez, vê suas investidas bem direcionadas serem desviadas por coincidências fortuitas, uma série de eventos imprevistos que favorecem Fortus começam a acontecer do nada. 

—Merda, começou, ele começou a usar aquilo – diz Luise 
  -Então essa é a sorte dele que você tanto falou? 
  -Exatamente Dante. Não dá pra lutar sabendo que não iremos acertá-lo Dante 
  -Não teve nenhum momento da luta de vocês antes, que essa sorte não o favoreceu? 
  -Não, o tempo todo ele... não, espera, teve um momento que Leyrcnith conseguiu matar a o ventre amaldiçoado, nesse momento, nem mesmo Fortus conseguiu impedir. 
  -E o que foi que Leyrcnith usou? 
  -Ele despertou, aparentemente, uma Gensho Shinka 
  -Ótimo, e justamente nós dois que não temos nenhuma Gensho Shinka estamos lutando contra ele. Parece que a sorte dele tá agindo a muito tempo – resmunga Dante 
  -Bom, então vamos fazer o teste de ferro. Se a sorte dele está ativada a tanto tempo, vamos supor que ela funciona como uma habilidade assim como as outras. Então vai ter um tempo de uso, e esse tempo deve estar acabando já que está a tanto tempo utilizando a “sorte” 
  -Certo, então só vamos continuar atacando igual malucos? Gostei do plano.  
 

Ambos começam a atacar com uma velocidade fora do comum. Com uma agilidade impressionante, Fortus evita os golpes de Dante e Luise, seus reflexos afiados permitindo-lhe antecipar cada movimento. Seus punhos nus parecem dançar no ar, executando uma sequência complexa de bloqueios e contra-ataques precisos. 

—Sword me ajudou uma vez com esse ataque, mas dessa vez irei executá-lo sozinha – Luise diz frente a frente Fortus – Espero que morra! Sonata da Lâmina: Concerto da Tempestade! 

A lâmina se torna branca e azul, relâmpagos começam a se propagar da mesma, a vibração do metal começa a criar um som estranho, agudo e irritante. Essa era a sonata da tempestade! Mas, a energia pulsante no campo de batalha parece se curvar à Fortus.  

—Aprecio sua força, até me forçou a usar isso... Straight Flush: Estilo do Rei de Paus! 

O ataque de Luise o acertou, mas o único dano foi o dos raios, é como se a lâmina não tivesse força suficiente para perfurar sua pele. Mas Luise olha rindo para Fortus 
  -Eu sou apenas a distração seu imbecil de merda! 
  -EXXXCALIBURR, Kamigami no Kiri! 

O brilho branco intenso da lâmina é tão poderoso que transcende a resistência física e até mesmo as defesas mágicas mais fortes. É como se o próprio poder divino estivesse sendo canalizado através da espada para eliminar o adversário de uma vez por todas. 

—Parece que vou ter que usar o que me restou de sorte – Diz Fortus poucos segundos antes de ser atingido pela espada – Jackpot! 

O momento é solene e tenso, com Dante ativando a habilidade suprema de sua espada, o Kamigami no Kiri. A atmosfera parece se congelar ao redor deles, enquanto o sacrifício iminente paira no ar. O brilho da Excalibur intensifica-se, emanando uma luz deslumbrante que ilumina o campo de batalha. 

Dante, com olhos determinados, desencadeia o golpe devastador, canalizando todo o poder de sua força vital e alma. A lâmina da Excalibur transforma-se em um feixe de luz brilhante, uma manifestação do poder divino que desce com uma força avassaladora em direção a Fortus. 

O impacto é cataclísmico, uma explosão de energia que irradia através do campo de batalha. Luise, mantendo-se próxima a Fortus, é arremessada para trás pelo impacto, sofrendo ferimentos graves. A força do golpe é inigualável, transcendendo todas as barreiras físicas e mágicas com facilidade. 

Fortus, alvo do poderoso ataque de Dante, é consumido pela torrente brilhante de energia divina. Por um instante, seu corpo é envolvido por uma luz ofuscante, enquanto ele é empurrado para trás com uma força irresistível. O próprio espaço ao redor parece distorcer-se, cedendo à magnitude do golpe. 

Entretanto, mesmo diante da aparente derrota iminente, Fortus havia ativado duas de suas habilidades mais poderosas: Straight Flush e Jackpot. A aura ao seu redor cintila, demonstrando a presença desses poderes formidáveis. A morte parece iminente, mas as regras do destino começam a se distorcer. 

O poder do Rei de Paus já havia sido invocado, mas agora, o poder de um segundo rei é invocado, o Rei de Copas. Ao mesmo tempo, o poder do Rei de Copas entra em ação. Ferimentos letais e fatais começam a se regenerar instantaneamente, enquanto o corpo de Fortus se cura em uma velocidade sobre-humana. A morte parece ter sido evitada, e Fortus ressurge no centro da explosão de luz, ileso e revitalizado. 

O campo de batalha é banhado em silêncio, interrompido apenas pela respiração pesada dos combatentes. A reviravolta é inesperada, um testemunho da imprevisibilidade e da sorte inigualável de Fortus. Dante e Luise, atordoados pela surpresa, encontram-se diante de um oponente que desafia as leis do destino. Quando a luz baixa pouco a pouco e a visão turva se centraliza, Fortus está ileso no centro de tudo, Luise está quase inconsciente, tentando, lutando, brigando consigo mesma para se levantar. Dante está de joelhos, com a Excalibur cravada no chão, sua respiração pesada cessa, então ele olha diretamente para Luise, um sorriso triste brota em sua face. 

O campo de batalha, marcado pelas marcas da luta intensa, estava repleto de destroços e vestígios de poderosos ataques. Os escombros espalhados criavam uma atmosfera de destruição e caos, enquanto o ar estava impregnado com a eletricidade do confronto iminente. À distância, a natureza se erguia majestosa, como testemunha silenciosa da batalha titânica. As árvores, com seus galhos retorcidos, pareciam sussurrar segredos antigos, ecoando as histórias de bravura e sacrifício que permeavam o campo de batalha. O céu antes limpo, agora estava emoldurado por nuvens tempestuosas, parecia prestes a desabar, em perfeita sintonia com a tensão que pairava no ar. No centro desse cenário destruído, o ponto de impacto do poderoso golpe de Dante e seu Kamigami no Kiri era uma visão desoladora. O solo estava despedaçado e revirado, uma cratera profunda e negra se estendia como uma cicatriz na terra. Fragmentos de terra e rochas estavam espalhados por toda parte. No ar, o cheiro acre de eletricidade queimada e fumaça preenchia as narinas, um testemunho tangível do poder descomunal que havia sido desencadeado ali. 

Enquanto o eco do poderoso golpe desvanecia, uma quietude opressiva preenchia o espaço. O silêncio era interrompido apenas pelos suspiros pesados. A nuvem de poeira baixa, todos se encaram, Dante se levanta. 

Dante ergue-se com a imponente Excalibur ainda em suas mãos trêmulas. Seu olhar reflete uma mistura de cansaço e resignação, sabendo que o que fez é irreparável, O custo de tal poder é a morte! Os olhos de Dante encontram-se com os de Luise, em um elo silencioso que transcende as palavras. Em seu íntimo, eles compartilham um último momento de conexão, um entendimento mútuo de que suas vidas serão devolvidas à terra que os viu nascer. O respeito e a gratidão transbordam de seus olhares, testemunhas de uma jornada que juntos enfrentaram. 

Em um suspiro melancólico, Dante abaixa a cabeça em aceitação do destino que agora se apresenta diante dele. A morte é iminente, mas ele a enfrenta com coragem e nobreza. Seu corpo começa a tremer, e a energia vital que o sustentava é dissipada lentamente. Numa dança silenciosa, Dante começa a se desfazer, seus membros se desfazendo em partículas de luz. O brilho fugaz de seu ser se espalha pelo ar, como estrelas cadentes prestes a se extinguir. Sua essência, outrora ardente, agora se dissolve em um pó prateado, retornando à terra. 

Luise, fraca e ferida, estende a mão trêmula em um gesto de despedida, tentando agarrá-lo, uma tentativa falha. Seus olhos se enchem de lágrimas, enquanto testemunha a partida de seu companheiro de batalha. Ela compreende a grandeza de seu sacrifício, a entrega de sua própria existência em prol de uma vitória que não veio. O vento sussurra suavemente, carregando consigo a tristeza e a saudade. O corpo de Dante, agora reduzido a pó, é levado pelos grãos prateados, dissipando-se lentamente na brisa. Sua alma, liberta dos limites do corpo mortal, alça voo para além do horizonte, encontrando seu lugar entre as estrelas. 

No silêncio que se segue, Luise permanece imóvel, com o coração pesado de luto. Ela sabe que a perda de Dante é irreparável, mas também compreende o legado que ele deixou para trás. Seu espírito corajoso e sua determinação incandescente permanecerão eternamente vivos nos corações daqueles que o conheceram. 

—Me disseram que do pó viemos e que um dia ao pó tornaremos. Mas não disseram que seria tão cedo e seria literal – Luise diz enquanto uma lágrima desaba de seu corpo tremula e frágil tentando se manter de pé 

Fortus, apesar de seu corpo ter se regenerado, permanece imóvel, um testemunho dos efeitos colaterais de sua volta dos mortos. Sua sorte, antes uma força imparável, agora se esgotou completamente, deixando-o vulnerável e incapaz de se mover. 

Luise, com cada fibra de seu ser gritando de dor, luta para se manter de pé. Seu corpo está marcado por feridas profundas e contusões, mas sua determinação inabalável a impulsiona adiante. Com passos vacilantes, ela se aproxima de Fortus, seu olhar refletindo a exaustão e a resolução. 

O silêncio paira pesado no ar, enquanto os dois combatentes se enfrentam em um momento derradeiro. Luise ergue sua arma trêmula, o Florete, segurando-o com força nas mãos trêmulas. Seus músculos cansados respondem ao desafio, enquanto ela canaliza suas últimas reservas de energia. 

Com um grito de determinação, Luise desfere um golpe hesitante, mas poderoso, em direção a Fortus. O florete corta o ar com um zumbido agudo, sua lâmina brilhando com o último resquício de força que Luise consegue reunir. O golpe atinge Fortus em cheio, seu corpo inerte reagindo à dor momentaneamente. O impacto é suficiente para levar Fortus ao chão, seu corpo desmoronando como um marionete sem cordas. O guardião da sorte, que uma vez parecia imbatível, agora jaz derrotado diante de Luise. 

Luise, ofegante e com um sorriso de exaustão nos lábios, encara Fortus caído aos seus pés. Sua vitória é amarga, tingida pela tristeza das perdas e pelo preço pago pela sua própria resistência. Ela saboreia a sensação de triunfo, mas não comemora, pois conhece o peso dos sacrifícios feitos no caminho. 

Os olhares cansados de Luise e Fortus se encontram em um último instante, um momento de reconhecimento mútuo. O respeito permeia o ar enquanto eles compartilham o entendimento da batalha épica que travaram. O destino entrelaçou suas vidas de maneiras inesperadas, e agora eles estão ligados pelo tecido das memórias. 

Com um suspiro resignado, Luise abaixa seu florete e se afasta do corpo caído de Fortus. A batalha terminou, e ela é a vencedora, mas não há celebração estridente ou júbilo. O campo de batalha está mergulhado em silêncio, enquanto a despedida se desenrola com respeito e honra. 

Luise, ferida e cansada, caminha em direção aos seus companheiros, carregando consigo a lembrança da batalha que definiu seu destino. Luise se afasta lentamente do corpo caído de Fortus, seus passos vacilantes ecoando no silêncio pesado do campo de batalha. Seus músculos exaustos tremem sob o peso das feridas e do esforço extremo que ela suportou durante a luta. Cada respiração é um esforço hercúleo, mas ela persiste, determinada a se afastar e encontrar um momento de descanso merecido. No entanto, as forças que a sustentaram até agora, esgotadas pela intensidade da batalha, começam a trai-la. Seus joelhos ameaçam ceder, e seu corpo trêmulo não consegue mais suportar seu próprio peso. Com um gemido de exaustão, ela desaba de joelhos, seu florete escorregando de suas mãos trêmulas. Com uma força interior inabalável, ela se recusa a cair por completo. Seu corpo, mesmo desmaiado, permanece de pé, apoiado pelas últimas réstias de determinação que a impulsionam. Seu corpo inerte permanece erguido, como se a vontade indomável que a impeliu durante a batalha ainda a mantivesse de pé. É um testemunho de sua força interior, da tenacidade que a acompanhou desde o início da jornada. E assim, ela permanece, desfalecida, mas de pé. Um símbolo vivo da coragem e da perseverança que permearam cada passo de sua jornada. 

 

Do outro lado, a batalha entre o Setimus e os outros segue sendo um turbilhão de movimentos e caos. Enquanto Sans golpeia e defende com seu martelo, Lara tenta ao máximo acertar seus tiros. Enquanto a batalha se desenrola, Tora assume o papel de protetor, cercando Garrias enquanto ele realiza um procedimento delicado. O coração pulsante de Sword é transplantado, com a esperança de trazer de volta seu poderoso aliado à luta. O tempo parece passar lentamente, cada segundo é precioso enquanto Tora mantém sua guarda firme, protegendo seu companheiro vulnerável. 

Enquanto a batalha se intensifica, Lara, em um movimento ágil e calculado, concentra-se em sua aura e na energia que a envolve. Uma luz ardente emana de seu ser, envolvendo sua pistola em uma aura flamejante. Seus olhos brilham com uma determinação feroz enquanto ela invoca o poderoso fantasma lendário do Oeste. 

—Só mais uma vez amigo. Fogo Expurgador do Fantasma do Oeste! 

O fantasma emerge das sombras, sua figura imponente envolta em uma névoa etérea. Ele carrega consigo um laço feito de puro fogo, pronto para ser empregado em sua tarefa implacável. Lara, com destreza e concentração, dispara sua pistola em direção ao laço do fantasma, iniciando um turbilhão de poderosos redemoinhos de aura em chamas. O redemoinho cresce em tamanho e intensidade, envolvendo o que estiver em seu caminho. O calor insuportável que irradia dessas chamas é uma ameaça iminente. Aiden, em um momento de percepção aguçada, ergue uma barreira de ar gélido. O ar se condensa ao seu redor, formando uma parede sólida de gelo que resiste às chamas ardentes. O gelo brilha com uma luminosidade azulada, uma proteção contra o calor abrasador que ameaça consumir tudo. Aiden se mantém firme atrás da barreira de gelo, mas logo percebe que essa era a intenção de Lara. Enquanto ele desvia sua atenção para a barreira, Sans, em um movimento veloz e preciso, ataca com seu martelo rúnico. 

—Seu palhaço, vou te matar na base do pau! Porrada atrás de martelada! Canção do Fogo Variante A: Salamandra Ardente! 

As chamas dançam ao redor de Aiden, consumindo o ar à sua volta e deixando-o sem fôlego. O calor é insuportável, a sensação de queimação penetra em seu corpo, ameaçando sua resistência. O golpe do martelo de Sans acerta em cheio o estômago de Aiden, uma porrada devastadora que o faz cambalear e perder o fôlego. O impacto do golpe reverbera em seu corpo, causando uma onda de dor excruciante. Aiden luta para se recuperar, seu peito queimando com cada respiração forçada. A barreira de gelo ao seu redor começa a derreter, incapaz de parar agora o ataque de Lara que também o acerta! 

A floresta que já estava praticamente morta, começa a morrer mais ainda com as vividas chamas a consumindo. 

—Vamos continuar a usar fogo contra esse maldito, parece que vai funcionar – diz Sans 
  -Intão, eu num tenho mais nenhum ataque de fogo, se eu usar minha carta na manga agora e não funcionar, vamos estar em maus lençóis. 
  -Estou na mesma, a energia do martelo tá começando a acabar. Preciso recarregar. Droga, o Sword não acorda nunca?  
—Achei que você não gostassi dele uai 
—E não gosto, mas as estratégias dele são boas, se ele vier pro combate, estaremos em vantagem 
—Então vamos acabar com essa vantagem, não é? – uma voz rouca e apagada ecoa como um vento fraco no inverno 

Aiden avança com determinação, sua presença imponente congelando tudo em seu caminho. As chamas que envolviam o ambiente são rapidamente extinguidas pelo gelo que emana de suas mãos. Por um breve momento, Lara e Sans quase são aprisionados pelo gelo, mas conseguem se esquivar por uma fração de segundo. 

Uma lâmina de gelo azulada, brilhando com uma intensidade gélida, se forma na mão direita de Aiden. É uma arma letal, tão afiada, e afiada como o oceano congelado. Seu alvo é Sword, e Aiden avança em sua direção, decidido a desferir o golpe fatal. 

Tora, percebendo o perigo iminente, se coloca à frente de Sword, determinada a protegê-lo a todo custo. No entanto, antes que ela possa agir, um muro de gelo se ergue subitamente, lançando-a ao ar. Tora é arremessado com força, impotente diante da força do impacto. O muro de gelo se quebra em um estrondo ensurdecedor, revelando a lâmina de gelo de Aiden brilhando com uma intensidade letal. O Setimus avança em direção a Sword, seus olhos fixos no alvo. A distância entre eles é mínima, e o golpe parece inevitável. No último instante, Sans se coloca corajosamente diante de Sword, usando seu próprio corpo como escudo. A lâmina de gelo perfura seu corpo, causando uma dor lancinante. Ele suporta o golpe, mesmo que isso signifique sacrificar-se para proteger seu companheiro. 

Aiden retira a lâmina de gelo, deixando um rastro de sangue no ar gelado. O olhar de Sans, cheio de determinação, encontra o de Aiden por um breve momento. É um momento carregado de emoção, uma troca silenciosa de reconhecimento e respeito entre dois guerreiros. O corpo de Sans vacila, mas ele se mantém de pé, segurando-se com todas as forças restantes. Ele usa sua presença como um último escudo para Sword, protegendo-o até o último suspiro. O sangue escorre de seu corpo, manchando a neve branca sob seus pés. 

—Sacrificar a própria vida por causa de outra? Que tipo de troca é essa? 
—Do tipo que monstros não entendem – Sans diz para Aiden tossindo sangue 
—Então morra convicto de sua decisão! – Diz Aiden erguendo sua lâmina  

Com um único movimento preciso, Aiden finaliza Sans, pondo um fim à sua bravura e sacrifício. A lâmina de gelo azulada corta o ar com uma rapidez assombrosa, encontrando seu alvo com precisão letal. O corpo de Sans é partido em dois! 

—SANS!!!!! 
—Ele escolheu a morte, eu só adiantei o processo. 
—Você não vai passar por mim! 
—Eu já fiz isso antes, não vai ser difícil fazer novamente 

Aiden avança, mas algo está diferente, o calor começa a aumentar, seus passos estão mais lentos 

—Eu não vou deixar você passar, já disse! Gensho Shinka, Kōya no Heigen: Kabe no Yōsai!! 

Um deserto errompe, todos somem, somente Tora e Aiden estão neste local. No horizonte, ergue-se uma muralha imponente e intransponível, uma fortaleza formada pela própria essência do deserto.  

O deserto em si desempenha um papel crucial na defesa. O clima árido e a falta de recursos criam uma atmosfera de exaustão, drenando gradualmente a energia e a resistência de Aiden. A areia fina e movediça dificulta seus movimentos, tornando cada passo um desafio árduo e lento. Enquanto Aiden tenta romper a barreira defensiva do deserto, Tora permanece inabalável, suas feições determinadas e focadas. Ela sabe que sua missão é proteger Sword a qualquer custo 

—Que merda é essa? 
—Essa é minha Gensho Shinka, Kōya no Heigen: Kabe no Yōsai. Eu invoco um deserto, uma dimensão paralela. E bom, a muralha que está entre mim e você. Não será quebrada por nenhum de seus ataques.  
  -Uma dimensão a parte? Eu posso não entender muito sobre as coisas ainda, mas tenho certeza de que isso deve lhe custar muita energia. Seus amigos lutaram com tudo que tinham e agora estão esgotados. Uma hora ou outra você também vai se esgotar 
  -Não importa, até lá, Sword já vai ter desperto. Eu só preciso ganhar tempo. 

O tempo se arrasta, a luta contra o deserto e a muralha parecem intermináveis. Aiden sente a exaustão se infiltrando em seus músculos, seus movimentos ficando mais pesados a cada passo. Cada investida contra a muralha é em vão, suas forças dissipadas pelo poder defensivo do deserto. 

Apesar dos esforços heroicos de Tora, suas energias começam a se esgotar. O deserto que ela invocou começa a se desfazer, as dunas de areia lentamente se dissipando e a muralha impenetrável desmoronando. O tempo que Tora conseguiu deter Aiden foi precioso, mas agora seu objetivo finalmente se revela diante dele: Sword. No entanto, quando Aiden finalmente retorna. o local onde Sword deveria estar, não está mais lá. Garrias está lá, sentada, sorrindo. 

—Tarde demais Setimus, já terminei – diz Garrias com um sorriso no rosto 

O tempo parece parar, o clima gélido causado pelas habilidades de Aiden perpetua e um frio sobe por sua espinha. O vento para de soprar, e tudo que Aiden consegue escutar são duas batidas de coração. Não são duas pessoas diferentes, as batidas vêm exatamente do mesmo local, quando Aiden se vira Sword está parado, empunhando suas duas espadas, Bradamante e Furiosa. Aiden estranha, mas logo compreende, realmente as duas batidas de coração vinham de Sword, agora além do próprio coração, Sword tinha também pulsando dentro de si o coração da garotinha, o coração de cristal. 

—Vamos pro segundo round Setimus. 
  -Nada vai mudar 
  -A claro que vai – Sword olha para Tora exausto devido ao uso prolongado de sua Gensho Shinka – Muito obrigado, me deu o tempo necessário. Minha mente jamais vai me deixar esquecer o nome de Ashur Adasi Tora! 


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