Caminho das Centelhas escrita por Sir Rail Zeppelin


Capítulo 1
O Peso da Lâmina




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Desvia, desvia, apara! Desvia, desvia, apara. Afinal, por que estou fazendo isso? Não me lembro de ser um bom espadachim, então o que estou fazendo? A espada pesa, meu corpo não acompanha, estou hesitante, a respiração ofega, os olhos estão queimando com o suor. Já não consigo, no golpe seguinte minha mão não sustenta o peso da espada e do golpe aparado, então mais uma vez, eu perdi. 
Quando olho para o chão tudo que vejo é minha espada enlameada, as gotas de chuva limpam tão pouco sua sujeira, mas o suficiente para ver meu rosto de derrotado. Pego a espada e ela ainda é pesada, olhando ao lado, dá pra ver o instrutor Barbatos me olhando uma vez mais com aquele olhar de decepção, ninguém nesse maldito lugar me leva a sério ou tem expectativas em mim, tudo porque sou fraco demais. Não sou forte o suficiente, não sou esperto o suficiente, afinal de contas por que me aceitaram nesse lugar? 

—Sword? Você está bem? Está muito ferido e por isso não consegue andar? 
  Olho para frente, Ania Grace Lion, talvez a única pessoa que se importa comigo em todo esse lugar, às vezes todo esse inferno, só vale a pena por causa dela. 
  -Sim, estou. É só que... na verdade, nada. Melhor eu ir me lavar, logo tenho aula de história do mundo, não quero me atrasar novamente, a professora Lisandre já não vai muito com a minha cara. 
  Ela simplesmente ignorou tudo que eu disse e chegou mais perto de mim, pousando sua mão sob meu ombro, disse: 
  -Já não te falei para sempre me dizer a verdade? Pare de tentar guardar tudo para você tá bom. Eu sempre vou te escutar. E sobre a professora Lisandre, quando ela pegar muito no seu pé, pergunte a ela sobre a história dos mitos. Ela adora isso, vai te fazer ganhar uns bons pontos com ela 
  -Obrigado. Sabe, seria mais fácil se você não fosse cinco anos mais velha que eu, se estivesse no mesmo ano, talvez eu não me daria tão mal. 
  -Acredite, você não iria me querer na mesma sala que você. Aliás, quem é o cara com que você estava lutando? A técnica dele não é boa, mas ele tinha uma força surreal, quando você aparou o golpe dele, eu senti como se sua espada fosse quebrar 
  -Eu não o conheço, sei que ele está no seu ano, aparentemente é um tanker. 
  -O que um tanker está fazendo com uma espada nas mãos? Achei que a ideia era que eles fossem sua própria arma. 
  -A academia disse estar testando novos tipos de combatentes, testando tankers com armas, causadores de dano com armaduras pesadas e coisas do tipo. Eu não sei por que estão fazendo isso, mas essa mistura tá acabando com meus dias, eu fico muito mais cansado que o normal 
  -Isso me leva a outra dúvida, porque Barbatos insiste em te fazer treinar com o pessoal que já é quase aventureiro? Por que ele não te deixa treinar com os inexperientes? 
  -Eu sou uma espécie de sparring, não sou muito bom, mas sei o suficiente para pessoas mais fortes ficaram mais fortes ainda. Eu já sou um caso perdido como aluno mesmo, pelos menos assim sou um pouco útil, apesar que mesmo depois de todo esse tempo, a espada ainda é pesada. 
  -Olha, não se deixe desistir tá bom? Agora se me dá licença, eu tenho aula de mana avançada. 
  -Certo, eu tenho que ir também. 
  Eu realmente sinto que conversar com a Ania é mais fácil do que com a maioria. Mesmo ela pertencendo ao quarto clã mais forte do reino Aúdases, mesmo sendo um prodígio como maga invocadora, mesmo sendo cinco anos mais velha, é a única pessoa com quem consigo me relacionar nesse lugar infernal. 

Voltando do meu dormitório, passo pela entrada e logo dá pra ver o arco dourado, o símbolo máximo da Academia Thunderbird. A academia é conhecida por ensinar e treinar os melhores aventureiros e cavaleiros para o Reino Aúdases. Somente pessoas com um talento já desperto entram nesse lugar, o que me faz questionar porque eu entrei em um lugar assim, já que sou muitas coisas, menos talentoso.  
  Em direção ao grande anfiteatro – onde são feitas as aulas mais importantes e por isso tem um número elevados de alunos – dá pra se ver alguns cartazes nos murais de avisos, entre eles os alunos desaparecidos nas missões no reino Bahamut. Thunderbird é conhecida por ter os melhores, mas para isso, seus alunos passam por experiencias reais de combate, incluindo missões em dungeons, missões de busca e resgate entre outras coisas. Algumas vezes, os alunos não retornam dessas missões. 
  Já no grande anfiteatro, a professora Lisandre está preparando o resto de seu material de aula enquanto o restante dos alunos vai se acomodando. Algum tempo depois ela finalmente inicia sua aula 
  -Essa é a primeira aula de História do Mundo do ano certo? Por algum motivo que eu desconheço a direção prioriza outras matérias antes da minha, por isso nosso encontro é tão tardio, mas não achem que isso facilita as coisas para vocês, pelo contrário, eu tenho carta branca pra reprovar cada um de vocês se for o que eu quiser.  
  Louis Lisandre, a professora mais odiada de Thunderbird, apesar de tudo que dizem dela, a professora Lisandre é conhecida por ser uma das causadoras de dano mais forte de que Thunderbird já produziu, e é por isso que eu me pergunto, o que a causadora de dano mais forte está fazendo ensinando história? 
  -Senhor Knight, consegue me responder está pergunta? 
  -Oi, desculpa, qual pergunta? Droga, ela vai acabar comigo esse ano de novo 
  -Minha aula é desinteressante para o você, senhor Knight? 
  -Não é isso, é só que eu não ouvi a pergunta... 
  -Se bem me lembro, ano passado você também não ouvia minhas perguntas, você tem algum grau de surdez? 
  Lá vamos nós de novo, ela sempre pega no meu pé por coisas, bestas. Vai ser mais um ano sendo perseguido pela professora Lisandre. 
  -Uma aula tão desinteressante, aliás, o que é interessante para o senhor, senhor Knight? E não é uma pergunta retorica. 
—Err... História dos mitos é algo que me interessa. 
—Sword Knight Stemma, parece que existe algo em você de interessante. Pois bem, vamos falar sobre a história dos mitos na aula de hoje. 
Não fale meu nome assim, só vai fazer as pessoas lembrarem meu nome mais facilmente. 
—Para falarmos da história dos mitos, temos que falar antes da história da origem do nosso mundo. Vou pular a parte da grande explosão, vamos mais à frente... A vida, o que é a vida se não um sopro do mana. Tudo que conhecemos é baseado na manipulação do mana, existem diversas formas de manipular mana a mais conhecida é através da conjuração magica, que é nada mais que o uso da magia. Mas isso aqui não é aula de introdução ao mana, o que eu quero dizer é que o mana foi a base para tudo, e foi com ele que o primeiro divino lutou contra as bestas da criação. As bestas dominavam o mundo antes, mas com a apoteose de Prime Prometheus o primeiro divino o jogo virou. Ele ganhou poder suficiente para subjugar as bestas da criação. Com o tempo ouros divinos surgiram, descendentes deles surgiram e toda aquela história que vocês já conhecem sobre. Mas o que importa para nós é a terceira geração de descendentes desses divinos. A primeira geração de descendentes é conhecida como Imortais, a segunda como os guardiões e a terceira é conhecida como os mitológicos ou simplesmente os mitos. O mais forte da geração dos mitos era Deucalião, ele não era conhecido por ser um possuidor de magias absurdas como seus pais e avós, mas ele descobriu que havia outra maneira de converter o mana, não em magia, mas em força de combate, em poder bruto! Deucalião é o primeiro causador de dano da história. Assim como eu e assim como você senhor Knight. 
Disso, eu realmente não sabia, mesmo na aula de introdução ao mana nunca foi dito sobre Deucalião ser o primeiro causador de dano, ou mesmo sobre ele ser um mito. Na verdade, nunca foi dito nada sobre Deucalião. 
—A história dos mitos é vasta, mas dá pra resumir em pequenos contos que eu vou contar a vocês ao longo do ano, começando hoje, vamos descobrir sobre quem foi Deucalião e como ele derrotou a Quetzalasclép, a famosa ave dos desastres. Abram seu livro na página 536. 
Com isso eu acho que pelo menos tirei a professora Lisandre do meu pé por um tempo. Mas quer saber, eu acabei me interessando por isso, os mitos parecem ser algo que eu realmente deva prestar mais atenção. 
Após a aula, a professora Lisandre me chamou e me entregou um livro, o livro era um amontado de histórias sobre a era dos mitos. Ela disse que são histórias que não estão nem nos livros didáticos. Acho que ela realmente achou que eu me interesso pela história dos mitos. Acho que devo uma para a Grace. 

Algumas aulas foram canceladas, devido a notícia que acabara de chegar, os alunos desaparecidos foram encontrados, mas não com vida. Uma cerimônia fúnebre seria feita em homenagem a eles, e por isso estaríamos liberados das aulas daquele dia. Eu não conhecia nenhum deles, então acho que ir para algum lugar fora da academia é o melhor a ser feito, assim não sou pego numa situação em que tenho que ir obrigatoriamente ao funeral. Tem sempre um lugar que eu gosto de ir à cidade que é uma espécie de café, acho que vou ler meu novo livro por lá. 
Na saída, meio distraído como sempre, eu acabo esbarrando e derrubando os livros de outro aluno 
—Ah, desculpa eu realmente não te vi, perdão mesmo. 
—Tudo bem, eu também me distraio as vezes. É você 
—Sou eu? 
—Sim, o Knight da aula de história do mundo, o cara que é fã de mitos. 
—Ah sim, parece que fiquei um pouquinho conhecido, pode me chamar de Sword, todo mundo me chama pelo primeiro nome 
—Tá bom. Meu nome é Enkiu Black, muito prazer. 
—Ah, prazer. 
Black? Não é um dos clãs mais fortes também, acho que é o segundo mais forte. 
—Seu livro, “Mitos e Mitos”, parece que vai ter uma boa leitura esta tarde. 
—Sim, eu estava indo para o café lendário lê-lo  
—Eu realmente estava procurando um lugar para ir, sou novo por aqui, posso te acompanhar? 
—Claro 

O café lendário é o mais próximo que eu conhecia de um lugar tranquilo em Revorant. Revorant era conhecida por ser a capital dos aventureiros, várias guildas, grupos e famílias de aventureiros acabam estabelecendo suas bases por aqui, muito por causa da localização que é favoravel devido a ao acesso que a cidade tem para vários pontos dentro e fora do reino e também porque ela é cercada por várias cadeias de montanhas, o que impossibilita um ataque a alguma família ou mesmo monstros de grau baixo e médio causar algum problema. Também tem aquelas guildas que acabam patrocinando aventureiros que podem vir a se tornar notáveis, então que lugar seria melhor se não onde está localizada a academia que cria os melhores aventureiros. Com a chegada das guildas e da Academia Thunderbird, o pequeno vilarejo Revorant se transformou na pálida cidade Revorant.  
—Então, porque exatamente você veio pra Thunderbird? Pergunto a Enkiu. 
—Digamos que eu só estou e passagem. Meu pai está em uma busca pelas dungeons que ficam dentro dos limites de Revorant, algo a leste eu acho.  
—Ah sim, o ninho do dragão. 
—Espera, tem um dragão aqui? 
—Tinha, a muito tempo atrás, mas o fundador da Academia Thunderbird derrotou ele a muito tempo, Magnus Thunder um paladino. Depois disso as dungeons nos rochedos de Revorant ficaram conhecidas como ninho do dragão, mas eu não acredito que tenha algo de importante por lá. 
—Bom, meu pai acredita, e ele não costuma errar... 
Empirius Black, também conhecido como bruxo rei, o pai desse cara é só o maior bruxo que está vivo, conseguiu inúmeros títulos de realeza e é quase tão forte quanto o atual rei. Realmente, se ele está interessado no ninho do dragão, deve ter algo por lá. 
—O que é aquilo? 
—Hã? 
—Aquilo? Que aquele homem está montado 
—Nunca viu um Cavalo de Tesla? 
—Já ouvi falar, mas realmente nunca vi 
—Bom, eu não sei de onde você veio, mas eles são bem comuns por quase todo o reino, cavalos de tesla são o meio mais rápido pra viajar entre cidades e até entre reinos. Não se cansam, não precisam se alimentar e são bem resistentes, a ponto de só precisar de manutenção às vezes. Provavelmente aquele homem deve estar chegando de alguma viagem, já que o modelo de cavalo de tesla que ele está usando é mais robusto, não é o modelo urbano. 
Cavalos de tesla são cavalos de bronze e aço criados pelo grande tecno mago Nikolay Tesla. São mais práticos do que os cavalos normais pelo simples fato de serem máquinas que só precisam de comandos. Não consigo acreditar que alguém nunca viu um cavalo de tesla antes. 

 
  -Chegamos, bem-vindo ao café lendário, se for para dar uma dica, pede o hálito de dragão de barro, é o melhor expresso daqui. 
—Vou seguir seu conselho, mas acho que nosso tempo aqui não vai ser muito bem aproveitado. Parece que alguém da minha família encontrou este lugar antes. 
Olhando melhor agora, o clima do café lendário sempre é algo mais animado, mesmo que silenciosamente, dá pra perceber que o lugar fica “alegre”. O que eu estou sentido no momento é tensão, todo mundo aqui está bem tenso, tem alguém aqui fazendo isso e pelo que o Enkiu disse, tem mais um Black aqui. Sim, tem mais um Black e ele está vindo na nossa direção neste exato momento, cada passo carrega consigo a firmeza de um poder que nem todos conseguiram vencer, a respiração calma, longos cabelos negros como a noite, os olhos que mais parecem o teto de uma caverna escura, lábios cheios e avermelhados em contraste com sua pele clara como o véu de uma noiva. Aquela era... 
—Minha irmã mais velha, Erina Black 
A assassina de monarcas, Erina Black, ela também é conhecida como rosa negra. Se você é o alvo dessa garota, não tem nada nem ninguém que vai te fazer escapar dela! 
—Olá irmãozinho, não sabia que viria aqui 
—Eu não conhecia aqui, foi meu amigo Sword que me apresentou o lugar. 
—Sword? Ah sim, eu vi você mais cedo durante o treino de combate. Sua técnica com espada é boa, uma pena que seu corpo não acompanha sua mente. 
—Não entendi 
—Vai entender, aliás, desde que me falaram sobre você eu fiquei interessada. 
—Sobre mim? Moça, você tá me confundindo, eu sou só o Sword sabe? O cara que é ruim em quase tudo que faz e o que não sou ruim eu sou mais ou menos 
—Sword Knight Stemma? 
É com certeza sou eu, mas quem foi que falou sobre mim pra essa doida? Normalmente é bom ser elogiado, mas não gosto de ser o centro das atenções pra uma assassina com autorização da realeza pra matar. 
—Sim, sou eu 
—Então não estou confundindo. Vamos, eu não tenho muito tempo, então deixa eu te testar. 
Ela sacou o que pareciam ser garras, shuko de lâmina longa. O que ela pretende fazer afinal? 
—Erina, aqui não, por favor 
—Calado Enkiu! 
No rosto do Enkiu deu pra ver o medo da irmã mais velha subindo, mesmo que ele pudesse fazer algo, ele não iria, não contra ela. 
—Saca logo sua espada garoto. 
Eu quase me esqueci que ela estava aqui, minha espada. Diferente de quando a empunho, quando ela está na minha cintura não tem peso algum.  
—Olha, eu não quero- 
—Brigar? Não vamos, só vamos demonstrar um pouco de poder! SACA LOGO SUA ESPADA! 
Não tem jeito, eu vou ter que lutar, é aqui que eu morro? Sério, que jeito horrível de morrer. Assim que eu sacar minha espada ela vai atacar, então eu só tenho que aparar os golpes, se eu defender o suficiente, talvez dê tempo de cansar ela e então eu possa correr. Vou tentar algo assim. 

Saco a espada, e como eu previ, instantaneamente ela ataca, muito rápido, mas eu já esperava esse movimento, então defendê-lo foi fácil. Vai ser uma sequência de ataques assim, eu só preciso pará-los. Desvia, desvia, apara! Desvia, desvia, apara. Por que eu estou lutando? Deveria só ter insistido em não lutar, eu não sou um bom espadachim. A espada começou a pesar, meu corpo não vai acompanhar, girar o pulso com uma espada tão pesada não vai ser possível, eu vou perder, aqui é o fim... 
—PARA DE PENSAR! 
Hã? Por que ela gritou? Foi comigo? Parar de pensar? Droga, muita coisa na minha cabeça... para, pensa no próximo golpe, onde ela vai atacar? Não, espera, eu nem pensei onde ela iria atacar, eu agi de acordo com minha experiencia em combate, depois de perder tantas vezes, é instintivo eu saber sobre os ataques de alguém. Ela também não tá pensando, o foco dela é me acertar, e esse deveria ser o meu também, meu foco deveria ser acertar ela! Por isso a espada não pesa na minha cintura, eu não penso em como usá-la quando está embainhada. 

Embainho a espada novamente. Esse vai ser o último movimento. Ela paira pelo salão como uma leve vespa que sabe que seu ferrão cheio de veneno é mortal. Correndo na minha direção, essa investida, esse golpe é onde eu vou ganhar. Suas garras da mão direita atravessam meu ombro, o sangue ferve, a garra da mão esquerda arranha do lado do tórax, mas não acerta. 
—Aqui você perdeu! 
Desembainho a espada, na maior velocidade que posso, aproveitando a proximidade dela, ela não pode recuar porque as garras estão presas no meu ombro. O fio da espada rapidamente vai em direção ao seu pescoço, mas ela não está mais lá, ela quebrou o próprio pulso para conseguir girar no eixo do seu pulso e estar acima do alvo da espada, com as garras da sua mão esquerda, ela vai me matar. Até que não fui tão mal, consegui pelo menos ter a chance de dar um golpe mortal em uma assassina treinada. Mas, aqui se encerra todo meu esforço, que merda! Que vidinha merda eu fui levar, arrependimentos? Tenho aos montes! Na minha próxima vida, eu vou fazer tudo que eu puder pra não ter mais nenhum arrependimento. 
—Ficou mais leve? 
—Hã? 
—A espada, ficou mais leve? 
Agora que parei para pensar, nos últimos instantes, a espada estava extremamente leve! 
—Sim, eu não senti o peso que normalmente sentia. 
—Isso é bom.  
Ela retira as garras do meu ombro, dói pra burro. 
—Barbatos é o marido da minha tia. Ele disse que tinha um aluno dele com um potencial incrível, mas que se autossabotava. Ele disse que se esse aluno se soltasse dessas amarras, ele seria tão incrível quanto o maior causador de dano da família Black. Bom, eu sou a maior causadora de dano da minha família. Então quis ver isso por mim mesma. E você tem potencial Sword, talvez um dia voltemos a cruzar lâminas, mas na próxima vez, é bom que você seja bem mais forte, porque senão eu te mato! 
—Tá 
Então é isso que o professor Barbatos pensa de mim, eu realmente me sinto melhor, é como se eu tivesse tirado um peso das costas. Meu ombro tá fodido e tenho marcas perto das costelas que mais parecem ter sido feitas por um tigre, mas eu me sinto bem. Vendo ela ir embora, só dá pra pensar em uma coisa, com toda certeza vamos lutar novamente. E com toda certeza, eu vou vencer! 


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