O diário de Alice Fortescue escrita por Maga Clari
Eu gostaria de poder dizer que tenho uma família normal que come peru no fim de ano e ouve canções natalinas enquanto se preocupa com amenidades e se embebeda de vinho tinto. Mas a minha mãe não. Ela gosta de rechear o peru que deveria ser puro e assado com seu especial molho de curry com batatas, completamente perdida em sua esperança de virar uma master chef do subúrbio britânico. O problema nem é o peru em si, é essa tradição idiota de cozinhar peru com curry e batatas para seduzir casais aleatórios ansiosos por netinhos, que nunca chegarão, considerando seus filhos como os piores pretendentes da face da Terra! Ela está desesperada porque suas opções se esgotaram e esse garoto que também é o último da lista já criticou a minha roupa, meu jeito de cortar o peru e O MEU NOME, tudo isso numa janela de cinco minutos. Não que eu esteja contando. E muito menos que ele tenha falado comigo diretamente em qualquer momento. Ouvi tudo de longe, enquanto me deliciava do peru frankenstein da mamãe. Mas eu nem cheguei a me abalar. Até porque fiz questão de tecer meu parecer sobre aquele suéter horrendo de hipogrifos.
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