Era só apenas mais um sábado qualquer e rotineiro como sempre, e eu estava em mais uma festa cercada por pessoas medíocres que se importavam apenas com a aparência e popularidade.

Além do mais, eu era uma delas. Usava e descartava daqueles que não me serviam mais, para o meu belo prazer. Ou talvez, por ser arrogante demais, considerasse que verdadeiramente o mundo girava ao meu redor.

No meio de tantas pessoas confusas, em busca, ou apenas vivendo em sua ilusão do que realmente não eram de verdade, aqueles a quem eu não me importei em se quer a aprender o nome alguma vez. Eu o vi pela primeira vez.

Ele estava ao lado dos únicos seres que eu realmente me importava de verdade, e que mesmo eu sendo uma completa negação de pessoa, o amor era mútuo entre nós. Um amor que permanecia intacto como sempre.

Dário e Lorenzo. Amigos de infância, adolescência, enfim, de longa data. Eu passava mais tempo com eles do que com os meus próprios pais.

Quando me aproximei deles, com um belo sorriso no rosto sendo direcionado ao rapaz que eu nunca tinha visto em lugar nenhum, tinha que dar inicio ao meu jogo de sedução.

— Hey – gritei aos meninos assim que cheguei perto deles e fiz sinal com a cabeça para irmos conversar lá fora. Dando a entender para o rapaz que estava ao lado deles para ir junto conosco.

Assim que estamos no quintal da casa aonde estava acontecendo a festa, que por sinal eu não fazia ideia de quem poderia ser os donos daquela casa. Me viro com o meu melhor sorriso que posso dar, percebendo de forma estranha que ele não tinha nos seguido.

Algo que pela minha experiência, tinha a total certeza que iria acontecer. Mas para o meu azar de que aquela com certeza não era a minha noite de brilhar, não aconteceu.

— Ué, cadê ele? – pergunto olhando para Dário e o Lorenzo, que realmente tinham me seguido até fora da casa onde estava acontecendo a festa. E procuro olhando para os lados observando se por acaso encontro de novo, pensando que talvez ele estivesse apenas andado mais devagar.

— Ele quem sua maluca? – diz Lorenzo me olhando com um semblante de interrogação, como se eu fosse uma perfeita louca perguntando por alguém inexistente.

— Aquele rapaz que estava conversando com vocês quando os chamei para vir aqui fora, onde ele está? – digo olhando para eles.

— Há, ele ficou lá dentro da casa, por que? – questionou o Dário com um semblante de tédio, mas não esperou por uma resposta começando a debochar de Juliana – Espera aí, espera aí, você nos chamou esperando que ele viesse junto com a gente também? – disse começando a rir logo em seguida.

— Mas é claro! Por acaso você achou que eu chamei vocês dois porque estava morrendo de vontade de conversar com vocês? – ela disse revirando os olhos e se virou indo em direção à rua, procurar o seu carro que estava estacionado perto da calçada.

— Calma aí, cara! – gritou Lorenzo indo atrás de Juliana, que já estava um pouco afastada deles – O nome dele é.. – assim que alcançou ela, começou a dizer sobre o rapaz que possivelmente ela estivesse interessada.

— Não quero saber.. – Juliana o interrompe olhando para ele com um semblante que indicava que estava começando a ficar irritada com algo, ou alguém.

— Há, para! Eu não sou o Dário, Juli – diz Lorenzo com um semblante sério. O mesmo semblante que ele fazia questão de demonstrar sempre a ela, que com ele, o seu modo rude e grosseiro não funcionavam com ele - Você quer ou não saber o nome dele? – ele perguntou à ela, mas demonstrando que se ela não respondesse logo, ele iria voltar para a festa.

— Eu quero – disse ela seriamente olhando para as chaves do carro em suas mãos. E assim que ela respondeu, Lorenzo deu um pequeno sorriso satisfeito.

— É, Lui.– ele disse, mas logo em seguida, decidiu voltar para dentro da casa aonde estava acontecendo a festa, percebendo naquele momento que Dário já tinha entrado faz um bom tempo.

— Lui.. – Juliana acabou dizendo em voz já associando o cara da festa ao nome, e sem perceber, um sorriso surge em seus lábios enquanto entra em seu carro.