Stella escrita por Vic


Capítulo 9
Lockdown - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Bom diaa! Espero que estejam gostando do rumo que as coisas estão tomando. Essa é a minha primeira vez escrevendo o capítulo inteiro pelo celular.
OBSERVAÇÃO: Tive que dividir em dois capítulos porque estava ficando muito grande.
Boa leitura!

CAPÍTULO REVISADO



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— Stella, o que aconteceu? – Danny limpou o restante da neve que estava no cabelo de Stella. A mulher tremia de frio, tentava se aquecer abraçando o próprio corpo.

— Onde está a Lily? Temos que encontrar o bebê. – A voz de Lindsay estava carregada de preocupação, se sua afilhada estivesse perdida no meio daquela nevasca não sobreviveria por muito tempo. – Stella, onde você deixou a Lily? – A mulher estava atordoada demais para responder. – Ela é sua filha. – Insistiu, como mãe era seu dever saber onde tinha deixado a criança. Stella passava as mãos em seus próprios braços, tentando se esquentar de alguma forma. – Tem que tentar se lembrar do que aconteceu para que possamos refazer seus passos e encontrar a Lily antes que você desmaie. – Abraçou a amiga numa tentativa de compartilhar calor com ela.

— Isso é muito difícil. – Se encolheu nos braços da amiga. – Nós nos perdemos... tentamos voltar para o carro...

Um choro tímido surgiu, interrompendo a conversa. Lindsay pediu para que todos fizessem silêncio e apurou os ouvidos, tentando encontrar a origem do lamento.

— Estão ouvindo isso? – Olhou para os lados, fixando seus olhos em uma árvore – Oh, meu Deus, Lily! – Lindsay se desvencilhou da amiga e correu até a árvore, retirando a menina de um buraco que havia nela. – Ela está bem! Ela está bem! Oh, meu Deus! — Estava eufórica aninhando a criança em seus braços, nem acreditava que ela estava sã e salva. – Você está bem, Lily. Tudo bem. – Sorriu para a menina. – Ela está bem, Stella. Você não se lembra, mas a colocou em um buraco na árvore para protegê-la da neve quando a tempestade chegou. – Balançou a menina para que parasse de chorar.

— Estamos voltando para o carro. – O homem ia na frente, se certificando de que o caminho era seguro para as duas mulheres com o bebê.

— Aonde vamos? – Stella perguntou.

— Vamos levá-las de volta para casa. – Lindsay tentava enxergá-la, mas a neve em seus olhos dificultava a tarefa.

— A Lily está... está com febre.

Danny abriu a porta traseira do carro de Stella e a ajudou a entrar, Lindsay fez o mesmo, com a afilhada ainda aninhada em seu peito.

— Me dê alguns minutos e vou ver o que posso fazer. – Fechou as portas com as três dentro do carro, mantendo o calor no interior do veículo.

— O Danny é ótimo com carros, estaremos no hospital em alguns minutos. – Tentava manter a menina o mais aquecida possível.

— A Lily está com febre. – Stella repetiu entre uma tremida e outra.

— Eu sei, Stella, você já me disse. Quer segurá-la? – Ofereceu a menina, mas a mulher sequer se mexeu, recusando qualquer aproximação com a filha.

— Não, ela está bem. – Recusou, achando mais seguro deixar a menina com a madrinha.

— E por que saiu do carro? – Estranhou aquele comportamento vindo da amiga. Stella era a pessoa mais metódica que ela conhecia, sempre tinha vários planos para tudo. Por que se enfiaria no meio de uma nevasca com a filha doente sem um bom plano?

— Eu quebrei o celular, e o telefone estava sem sinal...

— Eu sei disso, mas no que estava pensando? Queria chegar até o hospital andando?

— Eu queria achar ajuda em alguma casa... e me perdi... foi fácil se perder. – Ainda tremia da cabeça aos pés.

— Eu sei que ficou com medo. – Consolou a amiga.

Danny deu duas batidas no capô do carro e disse:

— Dê a partida.

— Ok, aqui, segure-a. – Ofereceu a menina para ela.

— Não, não, não. Ela está bem. – Se recusou fervorosamente, como se estar em seu colo fosse um perigo para Lily.

— Tenho que ajudar o Danny. – Insistiu, mas ela não mostrou nenhum sinal de que iria ceder.

— Não. – Sussurrou.

— Danny, pode vir até aqui? – Gritou o marido assim que abaixou a janela. – Abra a porta. – Ele atendeu prontamente ao seu pedido, Lindsay saiu do carro com a menina ainda em seus braços e sentou no banco do motorista. – Agora? – Girou a chave, falhando na primeira tentativa. Tentou outras duas vezes, igualmente sem sucesso. – Está tudo bem. Vai ficar tudo bem. – Ensaiou um sorriso para Stella, que a observava do banco traseiro.

Apesar dos esforços de Lindsay e Danny, o carro não deu partida de jeito nenhum. Os dois decidiram que era melhor levarem as duas até o hospital mais próximo em seu próprio carro, não se importavam em se atrasar um pouco para o trabalho.

— Estamos mais perto do Hospital Mercy. – Instruiu o marido, também era o hospital mais próximo do laboratório. Lily não parava de chorar, por mais que a embalasse, não surtia efeito.

— Isso vai demorar muito. – O acúmulo de neve faria com que demorassem pelo menos meia hora a mais que o normal para chegarem.

— Acho que a febre da Lily está baixando. – Respirou aliviada. – Está tudo bem. – Falou com a menina.

— Lembro que quando era criança a minha mãe me colocava em uma banheira de água fria para diminuir a febre. Acho que foi isso que a Stella tentou fazer. – A diferença era que ela tinha tomado uma atitude mais drástica, levando-a para o meio de uma nevasca.

— A levou para a neve para fazer a febre baixar? – A menina ainda chorava muito, mas não gritava tanto como antes.

— Ela está tão doente. – Murmurou, tentando ignorar o choro da criança.

— Tudo bem, logo estaremos no hospital. – Deu alguns tapinhas no bumbum da menina. – Acha que a Stella está com hipotermia?

— Acho que não, mas saberemos quando chegarmos ao hospital. – Respondeu, preocupado em manter o foco na estrada.

— Stella, acho que ela quer você. – Ainda tentava acalmar o choro da afilhada, sem sucesso algum.

— Não, ela está bem. Não tem mais febre. – Stella fechou os olhos, caindo no sono imediatamente.

— Tem alguma coisa errada com ela. – As recusas em segurar a filha causavam estranheza em Lindsay. — Shhh, Lily. – A menina gritou. – Shhh.

Ambos estranharam a atitude de Stella, já tinham notado que a amiga evitava cuidar da filha, mas não sabiam que a situação estava tão crítica ao ponto de ela se recusar a segurar a menina.

— É difícil acreditar que encontramos a Stella no meio de toda aquela neve, mas é ainda mais inacreditável termos encontrado a Lily naquela árvore. Não quero nem pensar no que teria acontecido se não tivéssemos vindo por aquele caminho. – Lembrou-se que tinham pensado em pegar um caminho mais longo e seguro para ir ao trabalho, mas acabaram optando pelo caminho mais curto.

— Não vamos pensar nisso, todos estão bem. – Olhava para a amiga que estava dormindo.

— No que a Stella estava pensando? – Se questionou. – Como alguém tão inteligente como ela pode ter se metido nessa situação?

— Ela cometeu alguns erros, Lindsay... acontece. Provavelmente fez uma curva errada, pensou que estava descendo uma rua que conhecia tentando encontrar uma casa, mas era a floresta. Quando o carro quebrou, ela pensou que o bebê podia morrer congelado. Acho que também não saberia o que fazer... ela só fez o que achou certo. – Suspirou.

— Todas as escolhas que ela fez foram erradas, exceto colocar a Lily naquela árvore. Ainda bem que a Stella teve presença de espírito para achar um local seguro para a Lily antes que tudo piorasse. – Balançou a menina em seus braços, Lily estava quase dormindo em seu colo.

— O importante é que ela fez a escolha certa no fim das contas.

— Ela colocou a Lily na árvore, mas que tipo de mãe não se lembra de onde colocou seu bebê? – Lindsay não queria criticar a amiga, mas aquela atitude dela não condizia com sua real personalidade.

— A Stella estava desorientada, Lindsay... com a nevasca e possivelmente com hipotermia, podia ter acontecido com qualquer um. – Danny a defendeu.

— Não com a Stella. Ela sempre tem um plano para tudo... é como uma obsessão. Tem sempre um plano A e um plano B e mais outros dois planos caso esses não sejam o suficiente. – Suspirou.

— Vai ficar tudo bem, estamos indo para o hospital. – Danny disse quase em um sussurro.

— Ouviu, Lily? O Danny disse que vai ficar tudo bem... nós vamos cuidar de você. – Deu um beijo na testa da menina.

Stella esperou alguns segundos para abrir os olhos. Lindsay estava certa, ela não estava sendo ela mesma nesses últimos meses. Na verdade, não se sentia mais a mesma desde o nascimento da filha e da sua internação, era como se uma parte sua tivesse morrido.

— Stella, Stella está me ouvindo? Vocês estão bem? – Will perguntou ao atender o celular.

— Will? A Lily está doente, estamos indo para o Mercy. – A ligação estava falhando, era difícil até ouvirem um ao outro.

— Stella, me escuta. Não venha aqui. – Tentou alertar.

— Merda! – Xingou, olhando para a tela do celular. – Acabou a bateria. – Olhou para a amiga.

Lindsay a consolou:

— Fique tranquila, estamos quase chegando.

— Só queria que ele soubesse que estamos chegando.

— Ela disse alguma coisa sobre a Lily? – Jas perguntou.

— Só ouvi a voz dela por alguns segundos, não deu para entender o que ela estava tentando dizer. – O medo em sua voz deixava evidente o temor que sentia pela segurança de sua família.

— Mas elas estão bem? – Jas também estava começando a ficar preocupada.

— Tem alguma coisa errada com a Lily. – Tinha ouvido algo sobre Lily, mas não tinha certeza do que era.

Stella, Lily, Danny e Lindsay chegaram ao hospital, o laboratório ficava na mesma rua com uma distância mínima entre um e outro. O plano era deixar as duas no hospital e seguir para o trabalho.

— Gente, gente, ninguém pode entrar, a rua está fechada. – O guarda informou.

— A Lily está doente. – Lindsay disse.

— É um lockdown, ninguém pode entrar, estamos retirando os mais machucados primeiro. Teve uma explosão em uma das salas do laboratório, não sabemos se é alguma coisa venenosa ou não, mas por via das dúvidas resolvemos isolar a rua inteira. O FBI vai lidar com isso. – Sentiu pena da criança, mas ordens são ordens.

— Meu marido. Onde está meu marido? – Sentiu medo por Will, que ainda estava preso lá dentro.

— Isso é loucura, não consigo ligar de volta. – Will não desistia de tentar falar com a esposa.

— Paciência. – Jas aconselhou.

— Não, preciso saber se ela está bem... vou tentar falar com o Danny. – Danny estava do lado de fora, talvez fosse sua única esperança de saber como sua filha estava.

Os três não tiveram nem tempo para traçar um plano, nem chegaram a pensar muito no que fariam. Stella estava ainda mais atordoada do que quando a encontraram no meio da neve, o desespero por pensar em seu marido preso dentro daquele laboratório tomou conta dela por completo, só conseguia pensar em entrar lá para ajudá-lo.

— Levem a Lily para o Mount Sinai não fica muito longe daqui, vou tentar encontrar o Will. – Disse antes de se despedir dos amigos, nem ao menos deu um beijo de despedida na filha.

— E a Lily? Ela é sua filha, Stella. – Lindsay a repreendeu. Lily estava doente, ela não deveria ter outras prioridades além dela.

— Estarei lá assim que puder. Cuidem dela como se fosse a filha de vocês. – Deu um meio sorriso, sabia que sua filha estava mais do que segura sob os cuidados dos padrinhos, confiaria sua vida a eles.

Will estava ajudando os mais enfraquecidos a saírem do prédio, como chefe, se sentia na obrigação de ficar lá até que todos estivessem seguros.

— Ei. – Cumprimentou Sage que vinha descendo as escadas.

— Ei. – Terminou de descer os últimos degraus, indo até ele. – As portas estão bloqueadas aqui embaixo, a neve não nos deixa passar. O helicóptero está voltando para buscar mais gente, se continuarmos subindo é melhor. – Não custava nada tentar, era melhor fazer isso do que ficar esperando que outras pessoas viessem ao seu socorro.

— Vou ajudá-lo assim que puder. – Se prontificou. – Subam as escadas e sigam o Sage. – Instruiu alguns técnicos de laboratório que passaram por ele.

O telefone de sua sala tocou e ele correu para atender, podia ser alguma notícia de sua família.

— Taylor. – Disse.

— Will, graças a Deus você está bem. – Stella respirou aliviada.

— Stella, onde você está? – Torcia para que ela não tivesse ido até o laboratório.

— Estou bem. – Desconversou.

— Você veio para o laboratório? – Perguntou de uma vez.

— Sim, estou ajudando na evacuação. Sabe se todos estão bem? – Respirou fundo.

— Alguns estão com dificuldade para respirar, mas estamos fazendo o possível para retirá-los. Como estão as coisas aí fora? – Will estava ofegante.

— Todos estão bem. Os que conseguiram sair estão sendo mandados para o Mount Sinai.

— Ok, escuta. Da última vez que falei com você, acho que disse que a Lily estava doente. Como ela está? – Estava mais preocupado em saber do estado de sua filha do que com sua própria segurança.

— Ah, a Lindsay a levou para o Mount Sinai. – Disse quase em um sussurro.

— A Lindsay? – Estava confuso.

— Sim. Amo você, me prometa que ficará bem. – Pediu.

— Sim, vou ficar bem. Stella... – A ligação caiu antes que concluísse a frase.

Lindsay e Danny estavam novamente na estrada com a Taylor mais nova, torcendo para que sua doença não os obrigassem a tomar decisões que cabiam apenas aos pais dela.

— Obrigada meu Deus, estou mais tranquila. – Respirou aliviada.

— Foi um momento difícil, quem podia imaginar que uma coisa dessas ia acontecer...

— A maternidade é uma coisa muito difícil. – Olhou para a criança em seus braços, era quase como se estivesse revivendo a época em que Luz tinha a sua idade.

— Você é uma ótima mãe. – Sorriu.

— Não. Você não entendeu, sou muito boa com a minha filha, mas não com os filhos dos outros... eu sei que ela é minha afilhada e que deveria ser como uma segunda mãe para ela... mas não sei o que deu na Stella para deixá-la sob os meus cuidados com essa febre. – Tinha uma expressão de desespero no rosto, queria muito descobrir o motivo do comportamento estranho da amiga.

— Acho que está se saindo muito bem. – Tentou animá-la.

— Só está dizendo isso para que eu não surte. – Respirou fundo. – Queria muito que o Dante estivesse aqui... sem ofensas, mas as coisas costumam dar muito certo quando ele está por perto. – Lembrou-se do dia do casamento de Will e Stella, foi Dante quem a ajudou a continuar consciente, e também foi o único a não entrar em choque ao vê-la sangrar.

— Lindsay, se isso fizer você se sentir melhor, ligue para o Dante e diga que estamos indo para o Mount Sinai, ele pode nos encontrar lá. – Danny gostava da amizade dos dois, aquele tiro os uniu mais do que anos de trabalho no laboratório.

— Oh, eu acho que não devia fazer isso. Seria muito egoísta da minha parte... arrastá-lo para o meio de uma nevasca, sendo que ele nem pode fazer nada. – Era realmente um tanto egoísta de sua parte, confiava em Dante, mas isso não lhe dava o direito de colocá-lo no meio de seus problemas sempre que quisesse.

Estavam na porta do hospital quando a conversa acabou.

— Com licença, precisamos ver um médico imediatamente, este bebê está doente. – Explicou para a atendente que apenas apontou para as cadeiras atrás dela e disse:

— Sente-se. – O hospital estava lotado. – Vou atendê-la o mais rápido possível. – A mulher virou as costas para ela.

— Isso... isso é inaceitável, minha afilhada está com febre. – Fechou a cara quando a atendente ficou de frente para ela.

— Muitas pessoas estão doentes aqui, senhora. – Disse em um tom zombeteiro, voltando a olhar para uma ficha médica. – O Mercy teve problemas e estamos tendo que nos virar.

— Acho que não está entendendo. Não quero piorar sua noite... meu nome é Daniel Messer, talvez já tenha ouvido falar da minha família. – Danny não gostava de falar sobre suas origens, mas naquele caso, vir de uma família tradicionalmente conhecida na cidade vinha a calhar.

— Sim, senhor. – A mulher estava com uma postura mais respeitosa.

— Então deve saber que estamos acostumados a conseguir o que queremos quando queremos.

— Sim, senhor. – Ela nem piscava.

— Então quando digo que se não conseguir um médico para esta criança imediatamente irei levar para o lado pessoal, entende que teremos um problema? – A encarou.

— Sigam-me, vou colocá-los em um quarto. – Saiu na frente, sendo seguida pelos dois.

— Há quanto tempo ela está com febre? – O médico passou a mão na cabeça de Lily enquanto a menina brincava com o estetoscópio.

— Acho que há umas horas. – Não tinha como precisar, só Stella saberia dizer ao certo, e ela não estava presente.

— Ela estava do lado de fora de casa?

— O carro quebrou e ela ficou na neve por um tempo, não tenho certeza de quanto tempo. – Falava com um certo nervosismo. – Tentamos mantê-la aquecida.

— Certo, vamos fazer uma bateria de exames e vou prescrever um antibiótico para o que quer que esteja causando a febre. Vamos lá, querida. – Pegou a menina de cima da cama. – Esperem aqui. – Saiu com o bebê.

— Viu? Viu como ele estava me julgando? – Se certificou de que o médico estava longe o suficiente para não ouvir.

— Quem se importa com o que um médico que você nunca mais vai ver pensa? – Fez uma careta para a esposa.

— Não me importo de ser julgada pelas coisas que fiz, mas não sou a mãe da Lily. Não devia nem estar aqui. A Stella queria a Lily mais do que qualquer outra coisa nesse mundo e agora nem se dá o trabalho de trazê-la ao hospital? – O desespero estava falando por ela, sabia que a amiga não estava em seu juízo perfeito, mas isso não fazia com que sentisse menos raiva de toda aquela situação. – Se alguma coisa acontecer com aquela garotinha, ela nunca vai se perdoar e acho que a essa altura eu também não.

— Acho que te devo desculpas pelo que você teve que ver. – Se referia ao que teve que fazer para que Lily fosse atendida.

— Não precisa pedir desculpas, não acho que seja correto, mas quando uma criança que você ama está doente, você não pensa em ser educado com uma enfermeira que está te negando atendimento... então sempre que quiser aterrorizar alguém por minha causa ou por causa da Lily, por favor, fique à vontade. – Sorriu.

— É muita bondade da sua parte. – Sorriu, aliviado em saber que aquilo não sairia dali.

— Sei que sou muito boazinha. – Brincou.

O médico entrou no quarto com um semblante sério em seu rosto, as notícias não eram nada boas.

— Como ela está? – Se virou para o olhar nos olhos.

— Sinto muito, a Lily está com pneumonia, o estado dela inspira alguns cuidados.

Foi como se Lindsay ainda estivesse no meio daquela nevasca as procurando, o aperto que sentiu por dentro ao ouvir aquilo era exatamente o mesmo.

— Sua mãe estará aqui logo, logo. – Caminhava de um lado para o outro, ninando a menina. – Tudo bem, isso é mentira, não tenho ideia de quando sua mãe estará aqui, mas você não entende isso. – Lily chorou. – Você ainda a quer. – Tentou distraí-la. – Sabia que dizem que os bebês podem sentir as coisas? Sei que não estou te enganando. Estou com medo e sei que você também está, deve sentir mais medo ainda porque precisa que alguém cuide de você. É muito difícil ser um bebê. – Balançava a menina levemente. Ela não chorava mais, isso a acalmou de certa forma. – Você é tão pequena... vê-la lutando para respirar é de cortar o coração. Você tem que ficar boa, Lily. – A colocou dentro do berço, a agasalhando mais para que não ficasse exposta ao frio.

Alguém abriu a porta e Lindsay ficou aliviada ao ver que Danny tinha acabado de chegar com Stella.

— Graças a Deus vocês estão aqui. – Pegou a menina de dentro do berço e passou para os braços da mãe, dessa vez Stella não se recusou a segurá-la.

Lily chorou, passando as mãos nos olhos e a mulher a balançou levemente, olhando para o rostinho vermelho da pequena. Ela se deitou na cama, aconchegando a filha nos braços. Lindsay fechou os olhos e respirou aliviada, a afilhada ficaria bem. Então resolveram deixá-las ter seu momento de mãe e filha.

— Tudo bem, a mamãe está aqui com você. – Lily ainda chorava muito, como se estivesse reclamando pelo tempo que ficou separada de sua mãe. – Tudo bem.

— Desculpe a demora, senhora Taylor. Estamos com muitos pacientes que foram remanejados do Mercy. – O médico se desculpou ao entrar no quarto.

— Entendo, como está a minha filha? – Sentou-se na cama com a menina nos braços.

— Ela foi diagnosticada com pneumonia, está com dificuldade para respirar. Estamos fazendo alguns exercícios respiratórios e a coloquei no oxigênio, mas não fez nenhum efeito. Podemos aumentar a dose para 10mg, mas...

— Eu sei. Poderia causar danos permanentes ao coração. – Olhou para filha, queria poder tirar aquela dor dela e tomá-la para si. Sua filhinha era tão pequena para passar por tudo aquilo.

— Sim. – Suspirou, sentindo que não tinha mais nada que pudesse fazer. Era com a menina dali em diante.

— Muito obrigada por ter trazido a Stella. – Agradeceu ao marido.

— Não precisa agradecer, querida. – Abraçou a esposa e deu-lhe um beijo na testa.

— Tem alguma notícia do Will?

— Pelo que eu sei, ele ainda está preso no laboratório com os outros. Os telefones estão sem linha, mas Axton está usando o computador. – Aconchegou mais a mulher em seu peito.

— Ele está lá? – Perguntou surpresa.

— Sim, agora ele é a única pessoa que consegue se comunicar com o exterior.

— Como a Lily está? – Lindsay perguntou quando o médico saiu do quarto.

— A senhora Taylor precisa de um tempo para avaliar as opções que tem. – Respondeu sendo muito formal. – Voltarei mais tarde.

Lindsay entrou no quarto.

— Oi.

— Oi. – Respondeu em um sussurro desanimado.

— Ela está bem? – Lindsay parou ao seu lado.

— A Lily está muito doente. – Se balançou para frente e para trás, segurando a mãozinha da filha. – Mas ela é uma menina forte. – Sussurrou. – Vai ficar bem. – Sua voz estava embargada.

— Tem alguma coisa que quer que eu faça? – Tentou ser útil, já que não podia ajudar com a doença da afilhada.

— Você pode ir buscar o Will para mim? Se certifique de que ele vai sair bem de lá e diga a ele para vir para cá imediatamente. – Segurava as lágrimas para não desmoronar na frente da amiga.

— Sim. – Sussurrou. – Se é isso que quer. – Passou a mão nos cabelos da amiga. – Volto já, Lily. Vou buscar o papai. – Estava vestindo o casaco para sair na nevasca mais uma vez.

— Obrigada, Lindsay. – Estava a agradecendo por tudo.

Lindsay sorriu antes de deixar o quarto.

— Vem, vamos voltar para o laboratório. – Segurou a mão do marido e os dois saíram.

— Shhh. – Começou a cantarolar a musiquinha de ninar que Millie cantava para Will quando ele ainda era bebê, e que agora ela cantava para a filha deles. Lily estava dormindo, o sorriso em seu rostinho queria dizer que ela estava muito feliz por finalmente estar segura no calor dos braços de sua mãe.


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Notas finais do capítulo

Momento de mãe e filha *-*.
Até o próximo!



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