Stella escrita por Vic
Notas iniciais do capítulo
Bom dia! Eu estou postando um pouquinho mais tarde, mas o importante mesmo é que o capítulo saiu. Esse capítulo é muito bombástico e tem muitas revelações também, então se preparem!
Boa leitura!
CAPÍTULO REVISADO
O homem continuou sem esboçar nenhuma reação diante de tamanha ofensa feita por ela, e em questão de segundos os olhos do restante dos membros da equipe se voltaram para o centro daquela acalorada discussão.
— Você tem alguma noção de quantas vidas você destruiu com toda essa sua incompetência? – Diana tinha abaixado o tom de voz, mas isso não diminuiu a curiosidade das outras pessoas. – O meu marido não é o primeiro e nem será o último político a ser flagrado no lugar errado com a pessoa errada, e isso não deveria ter virado um...
Dixie abriu caminho entre a multidão curiosa e se espremeu entre os dois.
— Senhora Hubbard! Diana! – Segurou os braços da mulher, afastando-a do alvo de sua ira. – Você precisa se controlar ou isso aqui vai piorar e muito.
Stella colocou a mão na frente da boca e murmurou para o marido:
— O diabo não atenta essa mulher não, ela é quem atenta o diabo.
O clima entre eles não era dos melhores, foi por isso que os outros só se aproximaram quando tiveram a certeza de que ela estava mais calma.
— Eles dois são inocentes até que se prove o contrário e eles têm todo o direito de ter um julgamento justo, como todo mundo nesse país. – Dixie continuou argumentando ao afastar a outra um pouco mais para trás. – Mesmo que isso signifique ir para um tribunal.
— Mas isso não vai acontecer. – Diana ainda estava muito irritada, mas tentou manter a classe ao dirigir-se aos dois. – E vocês vão acabar com a carreira do meu marido se fizerem mesmo isso.
Stella tentou usar o seu tom mais brando para amolecer o coração da mulher.
— É por isso que tentamos manter uma distância segura. – Colocou a mão no braço dela, olhando diretamente dentro de seus olhos. – Ninguém aqui está tentando te afrontar, mas você tem que se acalmar.
Ela puxou o braço, mantendo-se fora do alcance da detetive.
— Eu não estou errada e vocês sabem muito bem disso. – Olhou os dois da cabeça aos pés. – E vocês também sabem que seria muito melhor se tentássemos resolver isso fora dos tribunais.
Ela lançou um último olhar de puro desgosto na direção do grupo e saiu batendo o pé, sendo seguida por Stella. Will colocou as mãos na cintura e arqueou as sobrancelhas, estava indignado com toda aquela situação.
— Isso é um verdadeiro absurdo. – Murmurou entre dentes cerrados, mas mesmo assim eles ainda conseguiam sentir toda a sua indignação. – Ela podia mesmo ter machucado alguém.
A moça pediu calma.
— Mas eu prometo que eu mesma vou falar sobre isso com o advogado de vocês. – O constrangimento na voz da jovem pegou os dois de surpresa, que apenas assentiram e se entreolharam. – E também prometo que isso não vai mais acontecer.
— Mas nós ainda não temos um advogado...
Danny completou:
— E queríamos saber se você não aceita o serviço.
— Eu acho que quando toda a papelada estiver pronta, a defensoria mesmo vai escolher um advogado para vocês...
— Mas queremos você. – Will disse. – E acho que ainda temos o direito de escolher o nosso advogado.
— Você tem razão, mas...
— E então, sim ou não? – Ele interrompeu mais uma vez.
Dixie sabia que aquele era um ótimo caso para o início de sua carreira, mas também sabia que não podia aceitar defendê-los sabendo que era a carta na manga de Diana. Ela começou a olhar para os lados, torcendo para que alguma coisa acontecesse e a ajudasse a sair daquela enrascada.
Na entrada do laboratório, as duas mulheres ainda falavam sobre o caso e sobre o desejo que cada uma tinha de proteger a reputação de seus respectivos maridos.
— Eu só estou tentando salvar a carreira do meu marido. – Diana explicou enquanto enxugava os olhos com um lencinho.
— Mas assim você vai acabar é destruindo a do meu. – Cruzou os braços, tentando manter a compostura. – Esse processo tem que ir a julgamento, ou todo mundo vai começar a achar que eles são mesmo culpados de alguma coisa, mas eles não são e você sabe muito bem disso.
— Mas se resolvêssemos isso fora dos tribunais, a coisa toda se tornaria confidencial. – Argumentou com um sorrisinho no rosto. – A seguradora pagaria tudo o que vocês gastaram e ninguém saberia que o AJ estava envolvido nisso... e até mesmo a família dela ficaria um pouco satisfeita. Isso tudo acabaria de uma vez.
A expressão de Stella se fechou.
— Isso não vai acabar tão cedo. – Discordou. – E para ser bem sincera, eu acho que vai é piorar e muito. – Com essas palavras, ela simplesmente virou as costas para a primeira-dama e foi embora.
E quando a moça olhou para o lado direito, foi como se alguém lá em cima tivesse mesmo escutado os seus pedidos. Mas para o azar dos detetives, a pessoa que havia acabado de chegar ao laboratório era Eileen.
— Senhorita D’Amico. – Cumprimentou a moça com um sorrisinho.
— Senhorita Dugard. – Ela repetiu o gesto.
— Cavalheiros. – Ficou de frente para os dois. – Essa aqui é a notificação formal com todos os papéis que falam a respeito do caso de negligência no tratamento das provas no caso da senhorita Hannah Knox. – Estendeu os papéis na direção deles, que ignoraram. – Por gentileza. – Os homens finalmente pegaram os papéis. – E estes aqui foram devidamente analisados e assinados, então vocês já podem se considerarem réus nesse caso. – Abriu um sorriso. – E isso também quer dizer que eu vou colocar os meus pés num tribunal depois de muito muito tempo.
— Tudo certo. – Danny comentou. – A nossa advogada vai assumir tudo de agora em diante.
Dixie negou com a cabeça e suspirou.
— Eu sinto muito, mas eu não posso ajudar vocês. – Continuou negando, mas mesmo assim eles entregaram os papéis para que ela desse uma olhadinha. – Essa não é a área em que você costuma atuar, senhorita.
Eileen deu um passo à frente e perguntou:
— É você quem está representando esses senhores?
— Esse caso nem deveria existir, ele é infundado e você sabe disso. – Eileen desviou o olhar. – E estou até surpresa em te ver lucrando com a dor da família dessa pobrezinha.
Stella tinha acabado de chegar quando as duas começaram a debater sobre o caso.
— Hannah Knox chegou aqui com todas as provas intactas, e de uma hora para outra eles perderam tudo. – Eileen argumentou. – A família dela tem todo o direito de processar os responsáveis por isso.
— Mas nesse caso você estaria dizendo que eles fizeram isso de caso pensado.
Ela virou para eles.
— Vocês sabem de alguma coisa que não sabemos?
Os dois ficaram calados.
— É muito cedo para termos certeza. – Stella respondeu.
— Eu só queria saber por que é que você não quer aceitar esse caso? – Danny estava perguntando diretamente para Dixie. – Vamos precisar de um bom advogado.
Eileen virou para a moça novamente.
— Isso é a mais pura verdade.
— E eu adoraria atuar nesse caso, senhorita Dugard. – Olhou para os papéis em suas mãos. – Mas infelizmente estou indo embora de Nova York. – Todos eles tinham expressões de surpresa estampada em seus rostos. – E não é nada pessoal... digamos que recebi uma proposta irrecusável. – Entregou os papéis para eles e foi embora.
— E o que isso quer dizer? – Eileen indagou, indo atrás dela.
Os três continuaram parados no mesmo lugar, estavam sem coragem até para dar continuidade ao assunto.
— E lá vamos nós... direto para o fundo do poço.
— Escuta, você não fez nada de errado e eu também não. – Will tentou consolar o amigo. – E temos que ficar juntos se quisermos superar tudo isso.
Danny assentiu.
— É. – Murmurou. – Enquanto isso, vamos voltar ao trabalho. – Concluiu dando um tapinha no ombro dele e foi embora.
— Stella, temos que provar que ela foi mesmo assassinada. – Passou as mãos no rosto. – Esse processo não vai simplesmente desaparecer, e as coisas no tribunal podem ficar realmente muito feias para o nosso lado.
Ela assentiu.
— Eu sei disso, e ainda temos que achar uma prova incontestável disso, e eu acho que sei exatamente por onde devíamos começar. – Virou as costas para ele e saiu, sendo seguida por ele.
Stella entrou na delegacia com passos firmes.
— Oi, gente. – Cumprimentou Jas e os outros assim que a avistou.
— Oi. – Sage disse.
— O tempo está voando no caso Hannah Knox.
— E a Eileen acabou de entregar a papelada.
— Então isso significa que chegou a nossa hora de ouro. – Jas se animou. – Esse é o momento perfeito para provarmos que ela foi mesmo assassinada. – Foi até o computador mais próximo e começou a mexer nas pastas.
Will correu para ficar ao lado dela.
— Você tem mais alguma evidência disso ou alguma coisa do tipo?
— Não, mas eu pedi para um amigo dar uma olhadinha no registro financeiro do prefeito e ele descobriu uma conta secreta. – Contou. – E aparentemente a falecida estava recebendo dinheiro por meio de transferências que chegavam a quase cem mil dólares, e esse dinheiro saiu direto da conta privada do prefeito nos últimos três meses.
— Uau! – Stella exclamou. – Então parece que estamos mesmo lidando com um caso de chantagem.
— É, parece que sim. – Jas concordou. – E eu acho que esse é um ótimo motivo para se cometer um homicídio.
— É, isso faz todo o sentido. – Will também concordou. – Ela tinha um caso com o prefeito, então começou a chantageá-lo e ele a matou.
— Eu acho que não. – Stella discordou. – Ele agiu como se realmente se importasse com ela, você lembra que ele disse que planejava até se divorciar da mulher?
Jas tirou o olho da tela por um instante.
— Isso pode ter sido só mais um truque.
— É... pode ser. – Stella concordou meio a contragosto. – Eu acho que devíamos contar tudo para o Mark.
Jas concordou, abrindo um sorriso.
— Com certeza, e eu terei o prazer de contribuir com uma evidência que ajudará a confirmar tudo isso.
Sage interrompeu.
— Espera.
— Não. – O outro discordou. – Nada disso, amigo. – Balançou o dedo. – Essa historinha de esperar já custou muito caro para a gente.
— Mas e quanto ao que isso custará a ela? – Continuou com o seu argumento. – Ela acabou de pedir para uma pessoa invadir os registros bancários de uma pessoa morta e o de um funcionário público, e todo mundo aqui sabe que isso é crime. – Os três se entreolharam. – E se o Mark descobrir isso, ele vai denunciar direto ao FBI e a Jas vai pagar muito caro por isso.
Jas levantou, ficando ao lado dele.
— E parece que o defensor dos fracos e oprimidos entrou em ação.
Sage balançou a cabeça em completa negação enquanto o casal se entreolhava.
— Escuta, vocês dois foram chamados para ir até lá assim que a coisa toda aconteceu, não foi?
Eles assentiram.
— Olívia Tognoni me pediu para ir ao Even e a Stella ficou meio curiosa.
— E vocês não pensaram em contar nada disso para o Mark?
Stella comprimiu os lábios e deu de ombros.
— Não, concordamos em manter tudo em segredo.
— Então quer dizer que vocês conversaram com o prefeito?
— Foi.
Jas passou a perguntar também.
— E parecia que ele tinha alguma coisa a ver com isso?
Stella olhou para o marido.
— Ele contou uma historinha muito da furada.
Will completou.
— E ele foi embora antes do médico legista chegar.
— E ela estava desmaiada na cama?
O homem confirmou.
— É isso mesmo.
Sage começou a ficar realmente preocupado.
— O Mark provavelmente vai acreditar em vocês, mas os outros podem achar que vocês estão escondendo mais alguma coisa.
Jas completou.
— E se vocês não começarem a ficar espertos, vocês vão acabar é sendo enquadrados como cúmplices em um homicídio.
Eles chegaram até a considerar aquela possibilidade, mas ainda assim a vontade de fazer justiça gritou mais alto, então os quatro foram direto para o escritório de Mark.
— E o que foi dessa vez? – Michelle perguntou assim que colocou os pés no escritório de Mark.
Mark estranhou a presença dela.
— Eu não te liguei.
Os quatro chegaram naquele exato momento.
— Ainda bem que vocês dois estão aqui. – Stella disse. – O meu marido e eu encontramos uma coisa e estamos aqui para denunciar um homicídio.
Mark apontou direto para Jas.
— E isso tem alguma coisa a ver com o fato da senhora e do seu irmão terem invadido o escritório do prefeito?
— Caramba! – Michelle exclamou. – Eu acho que vocês não deveriam estar tendo essa conversa na minha frente.
Sage saiu de trás do grupo, levantando a mão para ser visto.
— Eu queria ajudar com uma...
Mark colocou as mãos nos ombros dele.
— Senhor Lamont, agora não.
— Mas o prefeito e a assistente dele eram parceiros numa série de coisas, eu acho que isso resultou naquelas lesões que ela tinha na cabeça e posteriormente também resultou na sua morte.
— E você acha que consegue terminar de falar antes da hora do jantar?
— Eu entendi, mas me escuta. – Soltou uma risadinha nervosa. – Existem algumas circunstâncias atenuantes que tornam o envolvimento do prefeito com ela ainda mais suspeito.
Jas tomou a palavra.
— Como o fato dele ter fugido da cena do crime.
— É isso mesmo. – Ele concordou com a amiga. – E recentemente descobrimos algumas transações bancárias que são muito suspeitas... e eu nem preciso mais mencionar os outros problemas que ele tem. Mas para ser sincero, eu acho que temos que olhar as coisas um pouco mais de perto.
— E o que significa tudo isso que você está me dizendo? – Abriu os braços ao questioná-lo. – O prefeito estava mesmo dormindo com ela e todo mundo sabe que ele estava tentando encobrir isso, isso é notícia velha.
Will deu um passo à frente e tomou a palavra.
— É que na verdade, a minha mulher e eu estivemos dando uma olhadinha nos relatórios e eles basicamente mostram uma versão totalmente diferente da que o prefeito contou. – Argumentou. – A Hannah tinha um galo na cabeça quando morreu, mas isso não aconteceu por causa de uma pancada como a gente achava, mas sim por causa de duas.
— Eu acho que você está tentando proteger o seu amigo. – Apontou para Sage. – E você nem consegue formar uma frase direito. – Apontou para Stella. – Me explica o que está acontecendo aqui, senhora.
Stella engoliu em seco e gaguejou antes de continuar.
— Tá bom. – Começou a gesticular. – O fato é que há uma enorme discrepância entre a história que o prefeito contou e os machucados da Hannah. E a necropsia sugere dois golpes exatamente no mesmo lugar.
Mark coçou a cabeça.
— Isso é mesmo muita coincidência.
Stella assentiu.
— E achamos que o segundo golpe é que foi fatal.
— E não esqueçam das contas bancárias. – Jas acrescentou. – Um amigo invadiu a conta bancária dela...
Sage colocou o indicador na frente dos lábios.
— E eu acho que não precisamos mais acrescentar nenhum detalhe a essa história.
Mark assentiu.
— E eu concordo plenamente com você.
— O importante é que o prefeito estava gastando muito dinheiro com ela. – Stella concluiu.
— Quanto?
— Cem mil dólares nos últimos três meses.
O homem deu um longo suspiro.
— Eu acho que isso já é o bastante.
Michelle entrou na conversa.
— É muito dinheiro para gastar com uma mulher só.
Mark virou para ela.
— Mas é um clássico. – Umedeceu os lábios. – Hannah Knox estava chantageando o prefeito e ele deu uma pancada na cabeça dela que a matou, e agora ele está tentando fazer isso parecer um acidente.
— O senhor está parcialmente correto. – Sage interrompeu.
— E o que isso quer dizer?
— Ela foi mesmo assassinada, mas não foi o prefeito que a matou.
Michelle cruzou os braços.
— Então quem foi?
— O prefeito não pode ser o culpado por isso.
Stella franziu as sobrancelhas e passou as mãos no rosto.
— Então quem é o seu suspeito?
O homem arrumou a postura e abaixou o tom de voz.
— Eu ainda não tenho um, mas todo mundo aqui sabe que o principal suspeito raramente é o assassino.
— Como é que é? – Mark riu. – É só você olhar para as evidências e para a análise que o Will e a Stella fizeram nos relatórios. – Encarou o detetive. – Isso é o bastante para emitir um mandado de prisão para o prefeito.
Michelle coçou a cabeça e resmungou antes de realmente dizer alguma coisa.
— Eu acho que é melhor checarmos as evidências antes de realmente fazer alguma coisa.
Mark virou a cabeça para olhar para ela.
— Estou surpreso que não esteja ansiosa para fazer isso. – A mulher abaixou a cabeça, fixando seus olhos diretamente no chão. – Todo mundo sabe que você o detesta.
— Eu não quero apontar o dedo para ninguém sem saber se estou certa.
— Você tem alguma coisa a temer, senhorita?
Michelle respirou fundo.
— Hannah Knox foi assassinada, e sem esse segundo golpe na cabeça ela não teria morrido. – Explicou. – O prefeito foi pego em mais uma mentira, mas isso não o torna um assassino. – Balançou a cabeça, arrumando alguns fios que estavam desalinhados. – Mas é um começo, então irei falar com o juiz por vocês e conseguir logo esse mandado.
Em alguns minutos a mulher estava de volta com boas notícias para o restante do grupo.
— O juiz Pelosi concordou em expedir o mandado de prisão do senhor Hubbard, então vou organizar tudo agora mesmo. – Michelle disse ao chefe e foi embora novamente.
— E quanto a Stella e o Will, eles podem ser presos como cúmplices? – Jas perguntou ao chefe. – Eles foram lá depois que ela já estava morta.
Stella se defendeu:
— Mas não sabíamos o que realmente tinha acontecido naquele quarto...
— No caso disso ir a julgamento, vocês dois serão chamados para testemunhar.
Os dois se entreolharam.
— Mas as pessoas vão acreditar que não somos cúmplices nisso? – Stella tinha uma expressão de angústia desenhada em seu rosto.
— Vamos precisar dos testemunhos de vocês. – Mark continuou explicando. – É só contarem o que viram.
— Tudo bem. – Will assentiu. – E podemos contar sobre o que descobrimos nos relatórios.
— Sim, é. – Mark concordou. – Eu vou ouvir tudo.
Sage levantou a mão para falar.
— O senhor não acha que isso está indo rápido demais?
— Estou tentando fazer justiça, senhor.
— Eu sei, mas eu ainda acho que o prefeito não é o verdadeiro culpado. – Gaguejou. – O verdadeiro assassino vai mesmo ficar solto?
Mark cerrou os dentes e sussurrou:
— Sai daqui antes que eu mande alguém te prender por desacato.
— Vem, cara. – Jas o segurou pelo braço. – Vamos dar um fora daqui. – Os dois saíram quase correndo.
Maeve estava entrando no escritório quando esbarrou com os dois.
— Oi. – A moça abriu um sorriso gentil.
— Oi. – Mark abriu um sorriso para ela.
— Vocês viram a minha mãe?
Stella coçou a cabeça.
— Ela saiu, mas daqui a pouco deve estar de volta.
Os dois foram colocados para esperar na mesma sala enquanto Mark se preparava para tomar os seus testemunhos.
— Eu ainda acho que esse processo contra vocês vai acabar sendo arquivado. – Stella disse ao entregar o copo de café para o marido, que sorriu ao aceitar.
— Isso se a Eileen não der um jeito de virar o jogo. – Suspirou. – E isso tudo é culpa minha.
— Ei. – Repreendeu o marido. – Eu já disse para não ser duro demais consigo mesmo. – Colocou as mãos nos ombros dele. – Vai dar tudo certo.
— É o que vamos ver.
— Eu quero que você pare com isso. – Ela sorriu. – A verdade é que se não fosse pela gente, o prefeito teria escapado impune pelo assassinato dela.
Will acariciou a bochecha dela.
— Estou muito orgulhoso das suas habilidades, detetive.
Ela colou a testa na dele e murmurou:
— E eu das suas, meu amor.
Mark pigarreou ao entrar na sala.
— Will. – Chamou. – É a sua vez.
— Boa sorte.
Ele sorriu ao entregar o copo para ela e foi embora com Mark. Ela saiu da sala alguns minutos depois e avistou a filha de Michelle parada no fim do corredor, então decidiu ir ao seu encontro.
— Oi. – Cumprimentou a moça.
— Oi. – Ela abriu um sorriso simpático. – Isso é bem a cara da minha mãe. – Reclamou. – Ela sempre me deixa esperando.
— Eu também odeio esperar. – Colocou a mão no ombro dela. – Mas ela só está um pouquinho atrasada.
— Eu ainda tenho que assinar a papelada para a universidade, e ela prometeu que iria comigo.
— A sua mãe me contou. – O orgulho transpareceu através de sua voz. – Tão novinha e já vai para a faculdade.
— Eu tenho dezenove anos.
— Um talento.
— Eu acho que eu vou embora...
— Não, espera. – Stella interrompeu. – O Mark sempre esconde uns doces nessas gavetas. – Foi até uma das mesas e deu umas batidinhas na gaveta para abrir. – Aqui. – Encheu a mão de doces e mostrou para ela.
Maeve fez uma conchinha com as mãos, abrindo um sorriso sapeca ao aceitar os doces. Um barulho chamou a atenção das duas, e quando elas se viraram para ver do que se tratava, deram de cara com Michelle sendo seguida por um punhado de jornalistas.
— Senhorita O’Rourke, você sabe alguma coisa a respeito do mandado de prisão expedido para o prefeito? – Um deles enfiou o microfone em Michelle.
Ela afastou o microfone.
— Sem comentários.
— Essa reunião é para quê? – O prefeito surgiu como um raio. – O que está acontecendo aqui?
— O senhor está aqui para falar com a senhorita O’Rourke? – Uma jornalista perguntou. – O senhor pode nos dizer o que está acontecendo?
— Eu estou aqui para falar com o senhor Conway. – Declarou. – E preciso vê-lo imediatamente.
Os policiais ajudaram a conter o grupo de jornalistas curiosos enquanto o prefeito tentava ir direto até Mark, que no momento conversava com Michelle.
— Alexander James Hubbard. – Mark chamou enquanto caminhava na sua direção. – Você está preso pelo assassinato de Hannah Knox. – O outro homem continuou imóvel. – Você tem o direito de permanecer calado, tudo que disser pode e será usado contra você no tribunal.
Uma das mulheres deu um passo à frente.
— O senhor quer fazer algum comentário?
O homem olhou direto para Michelle.
— Sim, eu quero sim. – Abriu um sorriso sarcástico. – Eu sou inocente e isso é um absurdo. Ninguém aqui pode me processar por nada e isso aqui é vingança.
— Como assim, senhor prefeito?
— Então... – Ele voltou a olhar diretamente para Michelle. – É porque fomos amantes e uma mulher sempre sabe quem é o pai dos seus filhos, não é mesmo, senhorita O’Rourke?
Os olhos de Michelle encontraram o olhar confuso da sua filha mais velha, e foi exatamente naquele momento que ela entendeu que aquilo era muito mais do que um simples escândalo político.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
E parece que alguém está sendo usada como uma cortina de fumaça...
Até o próximo!