Stella escrita por Vic


Capítulo 43
Meu nome não é Stella


Notas iniciais do capítulo

Bom dia! Ontem foi o meu aniversário... e nesse capítulo iremos comemorar o aniversário da Stellinha!
OBS: As partes em itálico além de serem as partes de ligações telefônicas, também serão as partes cantadas.

NOVIDADES:
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Boa leitura!


CAPÍTULO REVISADO



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Era quase inverno quando Lindsay recebeu a notícia de que receberia alta naquela mesma semana, um sorriso iluminou seu rosto, estava ansiosa para sair daquele quarto e sentir a vida em torno de si novamente. Ainda não tinha contado ao marido a verdade sobre os acontecimentos daquela manhã, estava preocupada com o tipo de reação que ele teria. Em um típico fim de tarde do início da segunda semana de dezembro, ela decidiu que estava na hora de ter aquela conversa. Assim que ele se sentou na cadeira ao seu lado, Lindsay começou a contar toda a história, fazendo questão de omitir as partes que sabia que o deixaria magoado. A expressão no rosto dele a deixou ainda mais preocupada.

— E por que não me contou isso antes? – Aquela expressão de completo choque permanecia desenhada em seu rosto. Era uma história tão mirabolante, que ele só acreditou no que estava ouvindo porque a expressão no rosto da mulher não deixava dúvidas. – Saberia me dizer qual é o nome desse cara?

Ela negou com a cabeça.

— Não. – Abaixou a cabeça, queria poder ajudar mais. – Ele não deixou escapar nada... só me aterrorizou por uns dois minutos. – Sussurrou o final da frase o mais baixo possível, não queria que ele ouvisse. – Ainda bem que a Jas apareceu, ou...

Ele colocou o dedo em seus lábios, impedindo-a de continuar.

— Não quero que fique pensando nisso. – Sussurrou com a voz rouca. – Isso é problema meu, não seu. – Sorriu ao segurar sua mão esquerda. – Vou dar um jeito nisso, prometo.

Nem foi muito difícil pensar em quem poderia estar por trás daquilo, e ele não deixaria aquilo passar batido. Em sua mente, um plano ganhava forma, precisava dar um jeito de garantir a segurança de sua esposa. Ficou conversando com a mulher por mais algum tempo, queria mais algumas informações acerca do misterioso homem que tentou matá-la.

Estava fora de cogitação dormir naquela noite, ele passou a madrugada inteira pensando numa forma de encurralar seus inimigos, precisava resolver isso antes mesmo que Lindsay voltasse para casa. Quando o dia amanheceu, seu encontro com Evan estava marcado, o local escolhido foi o Bar Frisson, ou como costumavam chamar, o bar do Jake. Danny sabia que não deveria estar fazendo aquilo, mas não podia simplesmente ficar parado sem fazer nada.

O clima no laboratório era de pura agitação, estavam todos muito ocupados com os casos em aberto. Will nem conseguia mais dizer há quanto tempo estava olhando para aqueles papéis, mas com certeza havia passado um bom tempo, tinha até se esquecido de que precisava comer alguma coisa se quisesse se manter de pé.

— Desse jeito você vai parar em cima de uma mesa no necrotério. – Stella sorriu ao colocar o copo em cima da mesa na frente dele. – Só não trouxe comida porque é contra as regras. Você precisa descansar um pouco.

Will suspirou ao passar as mãos no rosto.

— Só mais quinze minutinhos. – Ensaiou um sorriso.

— Toma um pouquinho de café. – Pediu. – É do Frisson. – Sorriu, acariciando o braço dele. – Vai te ajudar a pensar.

— Ok. – Murmurou, parando o que estava fazendo. – Obrigado.

Ela umedeceu os lábios e se sentou na cadeira de frente para ele.

— Verifiquei o relatório que o Danny fez aquele dia. – Disse com um certo receio na voz, as notícias não eram nada animadoras. – Tem uma página faltando.

— Sério? – Franziu as sobrancelhas enquanto bebia um gole do café. – Tenho que achar um jeito de ajudá-lo.

Ela comprimiu os lábios, sabia que o amigo não iria permitir.

— Ele não vai deixar. – Foi sincera. – Ele está com medo, revoltado, com muita raiva e vai querer descontar tudo isso em você.

Ele negou com a cabeça e bebeu mais um gole do café antes de responder.

— Eu sei. – Umedeceu os lábios. – Ele tem toda a razão de estar com raiva. Eu... eu não devia ter deixado ele cuidar desse caso sozinho, era responsabilidade minha. – A mulher cruzou os braços e comprimiu os lábios, não gostava nem um pouco daquela atitude dele. – Sou pago para supervisionar as coisas e garantir que nada vai sair do controle.

— Me diz uma coisa... – Bebeu um gole de café. – O seu nome é Atlas?

O homem fez uma careta para ela.

— O quê?

— O titã que Zeus condenou a carregar o peso do mundo nas costas para sempre. – Explicou. – Parece até que você está tentando tomar o lugar dele. – Passou as mãos no rosto. – Já disse que foi ele que insistiu para fazer isso sozinho.

— É, mas ele não sabia que era tão difícil... – Levantou, indo procurar alguma coisa nas gavetas do outro lado da sala. – Muito menos quantos erros poderia cometer, mas eu sabia. – Concluiu, tirando mais uma pasta de dentro de uma das gavetas.

— Certo... – Virou para ele, levando o copo de café consigo. – Já que estamos sendo honestos, então eu também tenho culpa no cartório... – Comprimiu os lábios em uma expressão de desgosto. – Fui eu que insisti para termos um dia em família...

— Stella...

— Eu só queria passar um tempinho com você e com a Lily.

— Não faz isso, tá bom? – Negou com a cabeça. – Também sou filho de Deus, acho que ainda posso passar uma tarde com a minha família.

— E também é um detetive muito competente. – Sorriu. – E sei que se eu não estivesse me recuperando de uma depressão pós-parto... você não teria aberto mão daquele caso, e você também sabe muito bem disso.

No bar ao lado, outras duas pessoas também trabalhavam no caso Hannah Knox.

— Você sabe que não sou muito fã do nosso querido prefeito... – Eileen explicava com uma expressão de desgosto estampada em seu rosto. – E nem caio nesse papinho dele de que não queria ser pego, se ele não quisesse mesmo ser pego, não teria ido para um quarto de hotel brincar com a amante dele.

— Concordo. – Michelle assentiu. – É imperdoável mesmo...

— E imoral. – Completou. – E extremamente deselegante... e várias outras coisas que nem preciso mencionar.

— É... – Murmurou de cabeça baixa. – Não tinha outro jeito dele saber que ela caiu durante o banho e desmaiou.

— Esse cara é um safado. – Bebeu um gole da cerveja que tinha nas mãos. – Além de ser um nojento. – Comprimiu os lábios em uma expressão de nojo. – É sério, nem é tão difícil assim odiá-lo. – Murmurou. – Enfim... tudo é pura diversão... até que alguém esteja morto.

— É... mas se isso vazar... – Coçou o queixo. – A carreira do Hubbard vai por água abaixo.

Eileen tossiu.

— Michelle. – Sua expressão se fechou. – Ele é testemunha-chave nesse caso, vou ter que intimar.

— Eu sei, mas isso seria péssimo para ele... e pior ainda para a mulher dele.

Eileen arqueou as sobrancelhas.

— Será que seria tão ruim assim se o nosso querido prefeito de zíper frouxo saísse das nossas vidas? – Indagou em um tom quase maldoso. – Por que está tão preocupada com isso?

Danny estava olhando para a fachada do bar há quase dez minutos, o frio que sentia na barriga era um amargo lembrete de que estava fazendo as coisas do jeito errado, mas não tinha mais como voltar atrás. Entrou com passos vacilantes, avistando Evan sentado o aguardando em uma das mesas. O detetive estava tão focado no encontro que teria, que nem percebeu a presença de Eileen e Michelle na mesa ao lado, mas sua presença não passou despercebida aos olhos de nenhuma das mulheres.

— E lá vai o detetive Messer. – Eileen comentou com um ar de desdém enquanto o observavam ir até o barman pedir uma bebida. – Ele nem parece ter idade para dirigir, imagine mesmo para conduzir um caso como este.

— Mas você não pode processar o detetive Messer por ser jovem. – Advertiu em um sussurro.

— E que tal por inexperiência? – Arqueou as sobrancelhas, aproveitando para beber mais um gole da bebida.

— Sei que a família da Hannah deve estar profundamente angustiada com tudo isso, e entendo que eles queiram encontrar alguém para culpar...

— Não é isso que está acontecendo. – Negou com a cabeça. – O fato é que esse caso está perdido por causa dele, e esse processo vai ajudar outras famílias a não passarem pela mesma coisa.

Danny bebeu um gole da cerveja ofertada e foi na direção de Evan. Enquanto isso, ele ainda era o assunto do momento na conversa entre Will e Stella.

— Olha... posso até ter negligenciado minhas obrigações por causa da sua depressão pós-parto, mas quero que saiba que não me arrependo de nada. – Garantiu enquanto dava mais uma olhada em toda aquela papelada.

— Mas a Hannah era uma emergência...

— Stella... – Interrompeu. – O Danny sabia exatamente no que ele estava se metendo. E além do mais... fui eu que disse sim, isso está acontecendo por minha causa.

Ela assentiu e abriu um pequeno sorriso.

— Então tá bom. – Deu de ombros. – Já que estamos colocando as cartas na mesa... acha que o que aconteceu foi por negligência da parte dele?

Will mordeu o lábio inferior e desviou o olhar.

— Tenho certeza de que ele fez o melhor que pôde, mas... – Hesitou. – Não foi o bastante.

Ela comprimiu os lábios.

— Acha que se fosse você... teria sido melhor? – Murmurou.

Ele deu de ombros.

— Olha... sei que estou sendo bem egocêntrico, mas sou o melhor para esse tipo de coisa... – Umedeceu os lábios. – E também sou muito mais experiente. – Voltou a olhar para ela. – Fico me perguntando se não estraguei as coisas só porque queria que ele se sentisse um pouco mais confiante. – Ao dizer isso, se levantou e saiu da sala.

Stella aproveitou a deixa para ir ao andar de cima verificar algumas salas, quando voltou trazia consigo outro copo de café. Ao avistar o marido, tocou o seu ombro, oferecendo-lhe o copo acompanhado de um sorriso.

— Escuta... não acha que está sendo duro demais consigo mesmo? – Indagou tentando ser o mais gentil possível. – Nem sempre conseguimos solucionar todos os casos, não é?

Ele assentiu.

— Tem razão.

— E se esse caso já estivesse fadado ao fracasso? – Sugeriu. – E se as coisas fossem dar errado de qualquer jeito?

Ele umedeceu os lábios.

— Então a culpa seria toda minha. – Deu de ombros. – É como eu disse... eu sou o supervisor.

Sua mulher entregou os pontos e deu um tapinha nas costas dele.

— Muito obrigado.

— Pelo quê?

— Por estar disposta a me ouvir... – Sorriu. – Por me deixar desabafar.

Stella acariciou o braço dele.

— Não sei se estou ajudando muito. – Murmurou com uma certa tristeza na voz.

Foi quando o seu celular tocou e interrompeu a conversa.

— Taylor.

— Oi, Stella? – A pessoa do outro lado da linha perguntou. – Aqui é o Jake Frisson, o Will está com você?

— Só um minuto.

Fez uma careta ao passar o celular para ele.

— É o Jake.

— Tudo em cima? – Perguntou ao colocar o aparelho no ouvido.

— Oi, cara. – Cumprimentou. – Você pode vir até aqui recolher o que restar do seu amigo? Porque ele se meteu numa confusão daquelas.

Naquele momento, outra pessoa também se encontrava em apuros. Um homem estava o seguindo desde que ele deixou o laboratório, cerca de 1h atrás. Sage olhou ao redor antes de entrar no prédio e pegou o elevador para ir até o terceiro andar. Assim que fechou a porta do apartamento, ouviu batidas, estranhou a princípio, mas decidiu abrir mesmo assim. O homem invadiu o apartamento e já foi o agarrando pela gola da camisa.

— Me entrega o relatório agora. – Exigiu entre dentes cerrados. – Essa é a sua última chance.

— Vai embora. – Ordenou, apontando para a porta.

— Não torne as coisas ainda mais difíceis. – Soltou a camisa dele.

— Vai para o inferno. – Ia em direção à saída, quando ele segurou seu braço, o obrigando a voltar. – Tira as mãos de cima de mim!

— É só me entregar a porcaria desse relatório e...

Sage chutou a canela dele e tentou correr em direção à porta, mas o outro homem impediu.

— Para!

Dante acabava de chegar ao andar onde o amigo morava quando ouviu seus gritos e empunhou sua arma.

— Só me entregue o que vim buscar e te garanto que ninguém sairá machucado daqui.

Dante entrou sorrateiramente e o acertou com uma coronhada na cabeça, fazendo-o desmaiar na mesma hora.

— Você está bem? – Perguntou ao amigo. – Esse cara é um armário.

— Sim, tudo bem.

— Ok. – Assentiu. – Então dá um fora daqui enquanto eu dou um jeito nesse cara.

— Não, não. – Negou com a cabeça. – Você não pode fazer isso. – Respirou fundo, apontando para o homem caído no chão. – Ele também é um policial, o nome dele é Griffin Ripa e ele está trabalhando para o prefeito.

— E o que... o que ele quer?

— Há alguns meses comecei a trabalhar em um caso, só que ele ficou muito mais complicado do que eu imaginava. – Ainda estava tentando recuperar o fôlego. – E agora estou começando a achar que podemos parar na cadeia por causa dessa história.

Dante passou as mãos no rosto.

— E que caso era esse?

— Hannah... alguma coisa. – Tentou forçar a memória. – Hannah Fox.

— Hannah Knox?

— Isso! – Sorriu. – Isso mesmo.

— Você a conhecia?

— Sim, eu estava a seguindo.

— E por quê?

— Fui contratado pela mulher do prefeito... – Estalou os dedos tentando se lembrar do nome em questão. – Diana Hubbard.

Stella estava tão cansada ao cair da noite, que poderia dormir em qualquer canto da casa. A mulher se deitou no sofá, esticando as pernas e respirando fundo. Ficou olhando para o teto por alguns segundos e então se levantou e foi pegar a filha para que o pai dela pudesse terminar de fazer o jantar.

— Prontinho. – Will anunciou quase meia hora depois. – O cardápio da noite é frango frito com purê de batata. – Chamou a mulher para se sentar à mesa.

— Que delícia! – Exclamou com um sorriso de orelha a orelha, estava faminta. – Só não sei se isso é bom para ela. – Pegou a criança do chão, levando-a até a mesa.

— A Kate já deu comida para ela. – Respondeu enquanto a servia. – Vai querer dar um banho nela antes de colocar para dormir?

— Papa! – A menina gritou, batendo as mãozinhas na mesa.

— Acho que não. – Pegou a colher que estava mais próxima.

— Quer que eu a segure para você comer? – Indagou com um sorriso simpático nos lábios.

Ela deu de ombros.

— Você também precisa comer. – Foi sua resposta. – Acho que dou conta do recado.

— Tudo bem. – Sorriu. – Acha que o Danny vai conseguir ficar longe de confusão?

— Não sei... – Estava sendo sincera. – Mas espero que ele consiga conservar todos os dentes dentro da boca.

Assim que terminaram de comer, Stella entregou a filha ao pai e foi lavar as louças, como haviam combinado. Organizou toda a cozinha e subiu, indo direto para o quarto da filha. Ao abrir a porta, deparou-se com ele terminando de dar um beijo de boa noite na testa da criança.

— Ela adora esta historinha. – Mostrou o livrinho para a mulher.

— A Bela e a Fera. – Abriu um sorriso cansado. – Eu também adorava quando era criança.

— Ela ama quando imito a Fera. – Riu.

O homem colocou o livro sobre uma das estantes e abraçou a mulher pelos ombros, levando-a até o quarto deles. Chegaram a pensar na possibilidade de dormir com aquelas roupas mesmo, mas acabaram mudando de ideia. Stella estava quase dormindo, quando a voz do marido a puxou dos braços de Orfeu.

— Você estava meio triste hoje. – Comentou em um sussurro. – Quer me contar alguma coisa?

A mulher abriu os olhos lentamente.

— Não sei...

— Sabe que pode me contar qualquer coisa, não sabe? – Tirou uma mecha de cabelo dos olhos da esposa, dando-lhe um beijinho no olho. – Confie em mim.

Ela se sentou na cama e respirou fundo.

— Meu nome não é Stella...

— O quê?! – Indagou com uma expressão de choque estampada no rosto. – Como assim?

Stella passou as mãos no rosto, dando um longo suspiro.

— Stella era o nome da minha mãe. – Comprimiu os lábios, seus olhos estavam começando a ficar marejados. – Não sei qual é o meu verdadeiro nome. Como você já sabe, a minha mãe morreu em um acidente de carro quando eu ainda era muito pequena... – Seus lábios tremiam. – Não encontraram nenhum documento no carro. A única coisa que ajudou a identificar a minha mãe foi um colar com um pingente com o nome dela. – Will se sentou na cama e começou a passar a mão nas costas dela. – Eu tinha uns dois anos e ainda não sabia o meu nome, então as pessoas que me encontraram acharam uma boa ideia homenagear a minha mãe colocando o nome dela em mim. Eles tinham esperanças de que isso fosse ajudar a encontrar a minha família, mas ninguém apareceu... então não sei quem sou... e acho que nunca saberei. – Explicou com a voz embargada. – Meu sobrenome também é inventado. Katsaros significa cabelo cacheado em grego. – Riu ao apontar para o próprio cabelo. – Essa é a primeira vez que tenho um sobrenome de verdade.

— Eu não ligo para nada disso. – Declarou em um sussurro. – Você sempre vai ser a minha Stella. – Sorriu, aproveitando para beijá-la enquanto os dois voltavam a se deitar na cama.

A semana passou tão rápido, que quando se deram conta, era fim de semana outra vez, mais especificamente, o dia do aniversário de Stella. Will estava terminando de arrumar a surpresa que havia preparado para ela quando ouviu o barulho da porta se abrindo e correu para a sala.

— Oi. – Cumprimentou a mulher com um beijo. – Tenho uma surpresa para você.

— Ah, é? – Sorriu. – E...

Antes que ela terminasse de falar, o homem correu de volta para a cozinha.

— Espero que esteja à sua altura. – Comentou, trazendo consigo a filha e uma bandeja com um cupcake com uma velinha em cima. – Feliz aniversário!

Stella abriu um sorriso enorme.

— É igualzinho ao que eu comia quando era criança! – Exclamou de surpresa, o doce estava realmente idêntico ao que eu comia quando era mais nova. – Era o que a gente ganhava de aniversário.

— Você quer ir andando? – Colocou a filha no chão para ela caminhar. – Quer levar a bandeja para a mamãe? Consegue dizer parabéns? – Incentivou a menina a falar. – Parabéns, mamãe.

— Mama. – Esticou os bracinhos na direção da mãe.

— Muito obrigada, meus amores. – Deu um beijo no marido e um beijo na bochecha da filha. – Você que fez? – Indagou, apontando para o cupcake.

Antes que ele pudesse responder, outra pessoa respondeu no seu lugar.

— Fui eu! – Lindsay surgiu na porta da cozinha.

— E eu ajudei. – Luz surgiu atrás da mãe.

— Feliz 11 de dezembro! – Foi correndo abraçar a amiga. – Feliz aniversário, Stellinha.

— Feliz aniversário, tia Stella. – A menina também a abraçou.

— Muito obrigada, meu amor. – Acariciou o rostinho da menina. – Agora vamos apagar essa vela antes que coloquemos fogo na casa. – Riu ao perceber que o marido tinha acabado de acender a vela.

Quando terminaram de comemorar e conversar, Will entregou Lily para a madrinha e foi pegar um casaco para a esposa no andar de cima, ainda tinha mais uma surpresa reservada para ela.

— Vamos nessa? – Entregou o casaco para ela.

— Tudo bem para você, Lindsay? – Sorriu para a amiga.

— Claro, vou adorar ficar com essa coisinha linda. – Apertou as bochechas da afilhada. – Podem ir.

Eles se despediram das três e foram embora.

Stella nem acreditou no que seus olhos estavam vendo quando eles pararam na frente do bar. O lugar estava sempre fechado durante a noite, então foi uma surpresa e tanto deparar-se com ele aberto. Um favor que Will faria questão de pagar. Entraram no estabelecimento com sorrisos de orelha a orelha, encontrando o local repleto de amigos.

— Boa noite, casal. – Jake cumprimentou os dois com um sorriso enorme. – Os amigos de vocês estavam quase arrancando os cabelos de tanta ansiedade.

Ela tratou de agradecer todos os amigos presentes com abraços e beijos. Quando estava quase sendo vencida pelo cansaço, foi até o bar e pediu uma bebida sem álcool ao barman.

— Eu nem estou acreditando no que estou vendo. – Jake disse ao microfone. – Aqui está ele, amigos. – Apontou para Will. – O primeiro no karaokê esta noite. Por favor, deem as boas-vindas ao nosso amigo... e marido maravilhoso... – Todos riram. – Will Taylor! – Entregou o microfone nas mãos dele e saiu do palco.

Will respirou fundo e começou a cantar Don’t Go Breaking My Heart. Um sorriso surgiu no rosto de Stella assim que ela reconheceu as primeiras notas do piano, aquela era sem sombras de dúvidas uma de suas músicas favoritas.

— Não vá partir meu coração. – Cantou o primeiro verso.

Stella pegou o outro microfone das mãos de Jake e correu até o palco.

— Eu não poderia nem se tentasse. – Sorriu enquanto os demais aplaudiam.

— Oh, querida, e se eu ficar impaciente? – Encostou a testa na dela.

— Querido, você não é desse tipo. – Colocou a mão no peito dele e o empurrou para trás, arrancando uma risada de todos.

— Não vá partir meu coração. – Repetiu o mesmo verso.

— Você tira um peso de cima de mim. – Começou a dançar.

— Oh, querida, quando você bateu na minha porta. – Começou a dançar junto com ela.

— Oh, eu te dei minha chave. – Tirou uma chave do bolso e colocou na palma da mão dele.

— Oh, ninguém sabe que. – Cantaram juntos. – Ninguém sabe que...

— Quando eu estava para baixo. – Ele segurou a mão da esposa e a fez dar uma voltinha

— Eu era a sua palhaça. – Sorriu enquanto cantava e virou as costas para ele. Will aproveitou a oportunidade para dar um tapinha em sua bunda, fazendo a plateia explodir em risadas e deixando a mulher boquiaberta com tamanha ousadia.

— Oh, ninguém sabe que. – Repetiram o refrão. – Ninguém sabe que...

— Desde o início. – Continuou.

— Eu te dei meu coração. – Stella cantou enquanto ainda ria do ocorrido. – Oh, eu te dei meu coração.

— Então não vá partir meu coração. – Apontou para a mulher e sorriu.

— Eu não vou partir seu coração. – Negou com o indicador, o pressionando no meio do peito do marido.

Encerraram a performance com um caloroso beijo, sendo aplaudidos pelos amigos, que gritavam e assobiavam. E seguiram durante toda a noite naquela mesma alegria. Quando a festa acabou, Stella nem se importava mais com o fato do seu nome não ser mesmo aquele, e muito menos com a possibilidade de aquele não ser o dia do seu aniversário.


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Notas finais do capítulo

Aiiiii! Não sei vocês, mas eu amei demais esse capítulo.
Até o próximo!



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