Stella escrita por Vic


Capítulo 40
Lobo solitário


Notas iniciais do capítulo

Bom dia! Esse capítulo está muito mais muito bombástico mesmo, não é nem meme! Vocês terão muitas surpresas ao ler ele, espero que gostem de ler tanto quando eu gostei de escrever. Por enquanto esse é o maior capítulo da fic. Chegamos ao capítulo 40! (Achei que não ia conseguir escrever nem 10, vencemos!)
Boa leitura!



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Jas estava com muito frio e com muito medo, mas não podia deixar de fazer o que era certo. Foi pensando nisso que aplicou aquela injeção nele o mais rápido possível, não queria prolongar ainda mais seu sofrimento. O próximo passo foi tentar limpar a sujeira dos pés dele, havia alguns cortes nas plantas de seus pés, mas eram apenas superficiais. Continuou limpando até achar que já era o suficiente.

Levou algum tempo até que Danny finalmente abrisse os olhos, ainda estava meio desnorteado com aquele pesadelo. Acordou com a sensação de algo úmido sendo esfregado contra a planta de seus pés. Olhou na direção de seus pés, procurando a origem do incômodo. Ficou muito surpreso ao constatar que era Jas a causadora daquilo. Ela estava ali ao seu lado, como prometido.

— Você está aqui. – Proferiu em um sussurro cansado. Jas levou um susto ao ouvir a voz dele, não esperava vê-lo acordado tão cedo. Parou o que estava fazendo e sorriu para ele, estava feliz em vê-lo acordado.

— Danny. – Foi inevitável suspirar de alívio, terminou de arrumar a barra de sua calça e foi abraçá-lo.

— Você está aqui. – Repetiu enquanto ela o abraçava por trás, formando uma espécie de conchinha.

Jas aproveitou sua tranquilidade para acariciar seus cabelos com a mão livre, deitando a cabeça sobre suas costas.

— Você está aqui. – Voltou a repetir, levando a mão dela até seus lábios e dando um beijo nas pontas de seus dedos. – Como foi que conseguiu me encontrar?

Jas sorriu ao levantar a cabeça para olhar diretamente para o rosto dele.

— Só imaginei que gostaria de voltar para casa. – Disse em voz baixa. – Para perto da sua mãe e do seu irmão. – O abraçou mais forte. – O que eles te deram?

Danny a puxou para mais perto, ofegando antes de responder.

— Não sei. – Sua voz falhou e ele se encolheu.

— Isso não importa mais. – Passou a mão nos cabelos dele, ainda estavam molhados. – Tive que adivinhar, mas acho que vai dar tudo certo.

— Ok. – Seu tom de voz era tão baixo que foi difícil de ouvir. – Obrigado. – Virou de barriga para cima e a encarou com gratidão.

— Não precisa me agradecer, estou aqui para te ajudar. – Sorriu. – Consegue se sentar? – Nem esperou a resposta e já foi o ajudando a se sentar. – Quem fez isso com você... te queria morto. – O tom de sua voz foi diminuindo a cada palavra dita. – Acho que eles tentaram te dar uma overdose.

— Não, não. – Negou com a cabeça. – Não pense mais nisso. – Pediu enquanto tentava se cobrir com o pano. – Só... só me ajude a me embrulhar. – Ela fez exatamente o que ele pediu e colocou a mão em sua testa, talvez ainda estivesse com febre. – Me lembro de ter corrido no meio dos carros... fiquei pensando em várias formas de me matar...

— Shhh. – Jas franziu as sobrancelhas enquanto terminava de enrolar o pano ao redor do corpo dele. – Não diga isso.

— Só não me lembro de como vim parar aqui. – Olhou ao redor, fazia muito tempo que não colocava os pés naquela casa. – Não faço a menor ideia de como vim parar aqui. – Voltou a encarar a amiga, talvez ela soubesse de alguma coisa que ele não sabia. – Lembra desta casa, Jas?

Ela nunca tinha estado naquela casa antes, então não havia a menor possibilidade de que se lembrasse dela. Mas para não o deixar ainda mais agitado, decidiu mentir.

— É claro que me lembro. – Mentiu com um sorriso simpático nos lábios enquanto tirava os sapatos dele de dentro de sua bolsa e os colocava em seus pés, dando nós firmes em seus cadarços.

— Ainda me lembro daquela noite... – Explicou em um tom mais sombrio, nem precisou especificar para que ela soubesse do que ele estava falando. – Eu os vi... – Os dois se encararam em completo silêncio. – Odeio essa casa. – Abaixou a cabeça.

Jas apoiou o queixo em sua cabeça e acariciou seus cabelos.

— Tudo bem, tudo bem. – Repetiu bem baixinho. – Vai ficar tudo bem. Vai dar tudo certo.

Danny gemeu baixinho e levantou a cabeça novamente.

— Quando eu estava naquele beco... vi coisas... – Olhou ao redor, era como se ainda estivesse vendo os fantasmas de seu passado. – Vi pessoas...

O homem tremia tanto que Jas estava com medo dele ter desenvolvido um quadro de hipotermia.

— É mesmo? – Tentou o cobrir mais. – Do que está falando?

Ele passou as mãos no rosto e tentou limpar o nariz, a encarando antes de responder.

— Eu vi o Daxton. – Ofegou. – Eu juro que o vi... sei que isso parece loucura, mas por favor... não ache que estou ficando louco.

Jas negou com a cabeça.

— Não... – Sussurrou. – Eu não acho. – Ensaiou um sorriso. – Quando o meu padrasto morreu... também costumava vê-lo em todos os lugares.

Ele a puxou para mais perto, dando-lhe um abraço apertado e cheio de significado.

— Então... me fale sobre o seu irmão. – Tentou quebrar o gelo, não gostava quando ele ficava estranho daquele jeito. – Queria tê-lo conhecido. – Passou as mãos nas costas dele.

Danny se encolheu mais e começou a passar as mãos nos próprios braços.

— Ele... ele... ele estava assustado, Jas. – Confessou olhando no fundo dos olhos dela. – Ele estava tão assustado... foi como se eu estivesse o perdendo outra vez.

A mulher deu uma risadinha desprovida de humor e fechou os olhos.

— Foi por causa das drogas. – Tentou justificar. – Ele... ele ficou assustado ao te ver nesse estado. – Explicou da melhor forma que conseguiu. – Até eu fico assustada te vendo assim.

— Juro que eu não queria. – Negou veementemente com a cabeça. – Tá bom? – Tentou encontrar algum sinal de concordância em seus olhos. – Tem que acreditar em mim. – Pediu em completo desespero. – Eu não queria usar...

— Eu sei. Eu sei. – Tentou o tranquilizar. – Eu sei.

— É como se eu estivesse andando em círculos o tempo todo... – Lamentou enquanto gesticulava com as mãos. – E então alguém veio e acabou de me empurrar para o fundo do poço.

— Tudo bem. – Murmurou, segurando as mãos dele. – Vai ficar tudo bem, eu vou te ajudar...

Ele negou com a cabeça.

— Não. – Encarou a mulher com seriedade. – Eu não quero... não quero que me ajude. – Soltou as mãos dela. – Isso é muito perigoso... não quero que se meta nisso.

Jas revirou os olhos.

— Por favor... – O encarou. – Depois de tudo que aconteceu? Depois de tudo que eu fiz? – Esperou uma resposta que não veio, ele estava mais interessado em olhar para o cômodo ao seu redor. – Quero te ajudar a superar isso. – Engoliu em seco. – Só... só quero o melhor para você. – Segurou a mão direita dele, apertando-a entre as suas. – Quero que tenha a sua vida de volta.

Ele a encarou, mas não disse uma palavra. Permaneceram em silêncio, até que a mulher decidiu falar.

— Vou pegar o carro. – Coçou a ponta do nariz e pegou a chave do carro dentro da bolsa. – Preciso te levar num lugar, tudo bem para você?

Ele assentiu com a cabeça.

— Uhum. – Concordou com uma certa dificuldade, ainda estava tremendo de frio.

Ela sorriu para ele antes de sair da casa. Danny aproveitou a oportunidade para se arrastar até a bolsa dela e pegar seu celular que estava dentro de um dos bolsos. Assim que o desbloqueou, viu que havia uma mensagem de voz na sua caixa de mensagens, apertou para ouvir.

— Oi, meu bem. – A voz de Lindsay disse muito pacificamente. – Você não está me atendendo... então acho que deve estar trabalhando no caso da Hannah outra vez. – Houve uma pausa, ela parecia estar procurando as palavras certas. – Eu... eu só queria te dizer que sinto muito por tudo que aconteceu desde que você pegou esse caso. – Pelo seu tom de voz, ele sabia que ela estava sorrindo quando disse aquilo. – Quero que saiba que eu te amo muito e que acredito muito na sua capacidade e na sua força de vontade... sei que vai conseguir dar um jeito de resolver esse caso...

Assim que desligou, começou a tentar se levantar. Ainda estava meio tonto, mas conseguiu ficar de pé. Discou o número da esposa, mas nem chamou. Ao olhar para a tela do aparelho entendeu o porquê.

— Sem sinal. – Murmurou com uma certa decepção em sua voz e usou os móveis como apoio para ir até a saída. Foi nesse exato momento que Jas voltou.

— Ei, aonde pensa que vai? – Indagou com uma certa preocupação.

— O quê? – Alternou o olhar entre ela e a saída. – Vou ver a Lindsay, ela está muito preocupada comigo. – Explicou brevemente.

— Não. – Negou com a cabeça. – Espera, espera. – Pediu enquanto gesticulava com as mãos. – Espera um pouquinho.

Danny franziu as sobrancelhas, estava com a impressão de que ela estava escondendo alguma coisa.

— O que aconteceu? – Decidiu perguntar.

— Hum... – Mordeu o lábio inferior, ainda não tinha pensado em como iria contar toda aquela história para ele. – Você precisa se sentar. – O guiou de volta ao local onde estavam sentados antes.

— Por quê? – Se negou a se sentar. – Eu estou...

— Não. – Continuava balançando a cabeça. – Por favor...

— Eu estou bem. – Insistiu. – O remédio que você me deu está funcionando...

— Apenas se sente... – Disse entre dentes cerrados.

— Olha... – Sentou meio a contragosto. – Eu estou bem... já consigo até caminhar sozinho. – Arfou de pura frustração, não estava nem um pouco a fim de ficar sentado ali perdendo tempo.

— Tenho que te contar uma coisa. – Colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e se sentou de frente para ele.

— O quê?

— Danny... aconteceu um acidente. – Disse em voz baixa, mas foi o suficiente para que ele a ouvisse.

Ele não esboçou nenhuma reação a princípio.

— Que... que tipo de acidente? – Perguntou sem olhar para ela.

— Um acidente de carro... – Umedeceu os lábios antes de continuar. – A Lindsay foi arremessada para fora do carro.

Danny parou tudo o que estava fazendo e a encarou alarmado.

— O quê?

— Ela sobreviveu, mas está muito machucada...

— Não, não... – Negou com a cabeça. – Acabei de receber uma mensagem dela. – Passou as mãos no rosto, ainda estava em choque. – Tem certeza?

Jas hesitou antes de responder.

— Eu estava dirigindo o carro que ela estava. – Falou de uma vez.

Ele ficou mais surpreso ainda.

— O que a Lindsay estava fazendo no seu carro?

— Eu estava levando-a para o hospital. – Respondeu sem dar mais detalhes.

— Por quê?

— Isso não vem ao caso agora...

— Não... é claro que vem.

— O que importa é que você está vivo e ela também. – Interrompeu. – Vamos tentar nos concentrar nisso.

— Jas... – Sussurrou o mais baixo possível. – Eu te conheço. Sei quando está... me escondendo alguma coisa. – Segurou o braço esquerdo dela e a encarou. – O que foi que aconteceu com a Lindsay?

A mulher encarou de volta e tentou pensar em uma desculpa, mas preferiu contar logo a verdade.

— Eu... – Sua voz falhou. – Eu me encontrei com ela quando estava te procurando. Ela viu seus sapatos na minha bolsa... – Olhou para a bolsa. – E depois viu o remédio, não foi muito difícil ligar os pontos. – Passou as mãos no rosto. – Ela queria saber onde era que você estava.

— Certo, e o que você disse para ela?

— Eu disse a verdade. – Deu de ombros. – Eu não sabia mais o que fazer e ela começou a me acusar de estar mentindo e de estar tentando acabar com o casamento de vocês.

Danny respirou fundo, aquilo era um absurdo.

— E o que mais?

— Tentei dizer para ela que eu tinha te encontrado num beco, e que alguém tinha te drogado... mas ela não deu a mínima e me perguntou porque eu não tinha ligado para ela.

— E por que você não ligou? – Abaixou a cabeça e fechou os olhos com força.

— Porque você me pediu para não fazer isso. – Explicou em um sussurro. – Você me disse que eu era a única em quem você podia confiar. Foi por isso que eu não disse nada.

Ele levou as mãos à cabeça e tentou forçar a memória.

— Não me lembro de nada disso.

— A Lindsay disse que ficou acordada a noite toda... – Engoliu em seco, desviando o olhar. – Porque estava muito preocupada com você, e como sua mulher... ela tinha o direito de saber o que estava acontecendo. – Tirou uma mecha do próprio cabelo da frente dos olhos. – Eu disse a ela que só estava tentando te ajudar e te proteger... e que naquele momento, eu era a única pessoa que poderia fazer isso. – Murmurou o final da frase. – E é óbvio que isso só acabou de piorar tudo, porque ela ficou se sentindo excluída... como se não fizesse mais parte da sua vida.

Eles se encararam.

— Ela estava muito preocupada com você, estava com medo de que acabasse escorregando e tivesse uma recaída. – Continuou contando a história.

— Então você disse para ela que eu tinha sido drogado?

— Sim. – Confirmou com a cabeça. – Ela estava com medo de que... de que você tivesse voltado a usar por conta própria. Eu disse para ela que não tinha sido você, e sim outra pessoa... e ela me disse que isso não importava.

— Ela... ela contou isso para alguém? – Gaguejou entre uma palavra e outra.

— Não. – Negou. – Não, mas queria. – Umedeceu os lábios. – Ela queria chamar a polícia, ou qualquer outra pessoa que pudesse te encontrar. Ela ficou muito zangada comigo por não ter te levado para o hospital. – Danny não estava mais prestando tanta atenção nela. – O Sage e o Axton também estão muito preocupados com você.

— O quê? – Murmurou. – Eles também sabem disso?

— Sim. – Se apressou em confirmar. – Mas eles não vão dizer nada para ninguém... mesmo que não estejam 100% convencidos de que você não se drogou sozinho. – Abaixou o tom de voz no fim da frase.

— Como foi que eles descobriram?

— Você... não se lembra? – Franziu as sobrancelhas em uma careta.

Esperou que ele respondesse, mas ele continuou calado.

— Quando cheguei naquele beco... – Não conseguiu nem terminar de falar e abaixou a cabeça.

— Estava tudo tão confuso... – Tentou forçar a memória. – Me lembro de você ter estado lá...

— Te deixei com o Axton para ir buscar o remédio, mas você surtou e o atacou com uma barra de ferro. – Concluiu, vendo a expressão do amigo mudar imediatamente.

— Oh meu Deus! – Murmurou em desespero. – Ele está bem?

— Sim, ele está bem. – O tranquilizou.

Danny levou as mãos ao rosto e se manteve em silêncio, estava com muita vergonha do que tinha feito.

— Certo. – Suspirou antes de prosseguir. – Também ataquei a Lindsay? É por isso que ela estava com você no carro?

Jas ficou em silêncio por um instante.

— Não. – Disse bem baixinho. – Eu estava no píer 45 do Hudson River Park quando encontrei o seu celular jogado no chão, você deve ter passado por lá em algum momento. – Respirou fundo antes de continuar a história. – A Lindsay me seguiu até lá... estávamos no topo de uma escada quando começamos a discutir e ela acabou caindo da escada. – Os olhos de Danny se arregalaram. – Foi um acidente. – Sussurrou. – Eu juro. Você tem que acreditar em mim, por favor.

Ele não sabia exatamente o que devia responder, então apenas se levantou e foi em direção a saída.

— Tenho que ir vê-la. – Disse, indo em direção ao carro.

O arrependimento tomou conta de Jas quase que de imediato, mas ela sabia que tinha feito a coisa certa. Seria pior se ele descobrisse só quando chegasse ao hospital. Ela ficou alguns segundos parada na porta da casa, observando o amigo caminhar até o carro. Então respirou fundo e o acompanhou na caminhada.

Stella estava andando de um lado para o outro havia quase dez minutos, o gosto amargo em sua boca evidenciava ainda mais o seu nervosismo. Que ela odiava hospitais não era segredo para ninguém, passou tanto tempo enfiada dentro de um, que criou aversão ao local. Suas mãos estavam suando e seu coração estava muito acelerado, ainda não estava pronta para saber o que tinha acontecido com sua amiga, mas precisava saber de qualquer jeito. Caminhou até o balcão de atendimento com passos vacilantes e abriu a boca umas duas vezes antes de finalmente falar.   

— Com licença, quero ver Lindsay Messer. – Pediu para a atendente. – Sou amiga dela.

— Ok. – A mulher assentiu. – Só um minutinho.

Stella deu um longo suspiro e ficou esperando a mulher fazer o que tinha que ser feito para que ela pudesse ver a amiga, foi quando avistou Danny e Jas vindo em sua direção.

— Oh meu Deus... – Foi ao encontro deles. – Você está bem?

— Estou... – Desconversou enquanto a abraçava. – E como está a Lindsay?

— Eu já estava... – Fez uma pausa repentina, franzindo as sobrancelhas ao olhar para o amigo. – Ei, espera. Por que é que você está mancando?

— Não é nada demais. – Colocou a mão no ombro dela, afastando-a para o lado.

Nem fez questão de dar mais detalhes, apenas seguiu em direção ao balcão de atendimento.

— Com licença, onde fica o quarto de Lindsay Messer? – Indagou sendo o mais educado possível. – Sou o marido dela.

A mulher assentiu com um aceno de cabeça.

— Pode fazer o favor de não sumir desse jeito de novo? – Stella ainda não estava satisfeita com as explicações do amigo. – Nem atender o seu celular você atendia... e ninguém sabia onde era que você estava.

Danny se virou para responder.

— Stella... agora não. – Espalmou a mão na direção dela, pedindo um momento. Virou novamente para a atendente. – Qual é o número do quarto dela?

Jas andou até ele, ficando bem ao seu lado.

— Ele estava em uma tocaia... – Inventou ao virar a cabeça para olhá-la. – É por isso que ele não podia atender o celular.

Stella franziu testa e suspirou, sabia muito bem quando alguém estava mentindo para ela.

— Mas vocês dois chegaram aqui juntos... como é que você sabia onde encontrá-lo? – Indagou, na esperança de que um deles vacilasse e acabasse falando a verdade.

— Sua esposa está no quarto 940. – Informou ao olhar no computador.

Danny suspirou de alívio.

— Ok... e como ela está?

— Vou chamar o médico dela.

— Não, não. – Fechou a cara. – Só me diz o que está escrito aí no prontuário médico, tá bom?

Stella fez uma careta, estranhando o comportamento dele.

— Tem certeza de que está bem?

Danny se virou de uma vez.

— A Lindsay sofreu um acidente de carro e fez uma cirurgia de emergência. Como acha que eu estou me sentindo?

— Bom... – Coçou a nuca. – Se não fosse por isso... diria que está escondendo alguma coisa.

Jas notou o clima entre eles e decidiu interromper a conversa.

— Por que não vai ver a Lindsay enquanto eu converso com a Stella? – Tocou o braço dele, fazendo-o olhar para ela.

— Não, espera. – Negou com a cabeça. – Sinto muito, me desculpa pelo que eu disse. – Tentou contornar a situação. – Esquece isso... você tem que ir ver a Lindsay. Se precisar de alguma coisa...

— Preciso... – Passou as mãos uma na outra. – Preciso que me diga o que você está pensando.

Ela hesitou antes de responder.

— Nada... – Deu de ombros. – Só que você ficou tão mal por causa do caso da Hannah...

— Eu consigo lidar com isso. – Umedeceu os lábios.

— Não é o que parece... – Comentou meio sem querer. – Olha só para você.

— Eu estava numa tocaia a noite toda. – Arqueou as sobrancelhas. – Eu... eu tive que me adaptar ao ambiente. Você sabe como é.

— Escuta o que você está me dizendo... – Pediu. – Não pode me culpar por ter ficado preocupada.

— Já ouvi isso de muita gente hoje. – Suspirou antes de ir em direção ao elevador.

— Então devia pelo menos ter levado isso em consideração.

Virou para responder.

— É o meu trabalho, Stella. – Respondeu pacificamente. – Será que você pode pelo menos me dar algum crédito por ter conduzido uma investigação de forma profissional?

— Está na defensiva? – Murmurou.

— Ele ficou acordado a noite toda, só está muito cansado. – Jas se intrometeu, tentando intermediar toda aquela situação.

— E por que está defendendo-o? – Estranhou. – Eu também passei a noite toda acordada, tive que chamar a babá para ficar com a minha filha e o meu marido foi falar com o chefe dele para ver se consegue aliviar a barra do Messer aqui.

— Só estou sendo solidária.

— Eu chamaria de tentando arrumar um álibi. – Proferiu de um jeito muito desconfiado.

— Chamamos de tocaia por um motivo... – Começou a se explicar mais uma vez. – Como eu disse... preciso me adaptar ao ambiente. – Gesticulava com as mãos enquanto explicava. – Isso não quer dizer que estou escondendo alguma coisa.

— Certo. – Assentiu. – Se você quer que eu recue, irei recuar.

— Isso. – Assentiu. – É exatamente isso que eu quero, muito obrigado. – Manteve o silêncio, mas ainda tinha mais coisas para dizer. – Quer saber de uma coisa... só porque você não teve um pai, não significa que você deva procurar um em mim, ok? – Stella fechou os olhos e tentou não pensar naquilo. – E o mais importante... eu não sou o meu pai... e nunca serei.

Assim que ele saiu, Jas começou a passar a mão nas costas de Stella, que soluçou com o gesto da amiga, mas engoliu o choro logo em seguida.

— Ele não quis dizer nada disso. – Tentou a acalmar. – Ele só está cansado... é só isso.

Ao colocar os pés no quarto onde sua amada esposa jazia, Danny ficou imediatamente consternado com o estado em que sua mulher se encontrava. O peso da culpa que sentia por não estar com ela em seu pós-operatório era insuportável. Os machucados no rosto de Lindsay evidenciavam a gravidade do acidente, mas pelo menos ela tinha conseguido sair viva dessa. Demorou apenas alguns segundos para que se sentasse na cadeira ao lado dela e segurasse sua mão. Era difícil encontrar as palavras certas para dizer a ela, naquele momento ele se sentiu mais solitário do que nunca. Como seu irmão costumava dizer, ele era um legítimo lobo solitário, e um casamento e uma filha não tinham mudado isso. Colocando esses pensamentos de lado, decidiu tentar falar o que achava que ela gostaria de ouvir se estivesse acordada, mesmo que não estivesse acordada para fazer isso.

— Lembra de quando fazíamos biscoitos com a sua avó? – Deu uma risada sem graça e brincou com os dedos dela. – Você sempre me dizia que queria ter momentos assim com a nossa filha. – Sorriu ao lembrar disso. – Você tem tantas coisas para viver, querida. Escuta, quando você acordar... iremos fazer tudo o que você planejou para nós... e vamos fazer isso juntos.

Ele não sabia, mas Stella estava atrás da porta escutando tudo. Foi nesse momento que ela decidiu interromper seu monólogo, tinha boas notícias para dar a ele.

— Acabei de falar com o cirurgião... – Começou a dizer. – Ele disse que ela vai acordar em algumas horas. – Ensaiou um sorriso simpático. – Olha... já entendi que você não podia estar aqui quando ela fez a cirurgia, porque estava em uma tocaia...

— Sim... mas vim assim que pude.

— E a Jas estava junto com você? – Arqueou a sobrancelha, aquela história era mirabolante demais para ela. – Isso foi ideia dela?

— Ela só estava tentando ajudar. – Interrompeu ao se levantar da cadeira.

— Certo... – Cruzou os braços. – E você estava trabalhando em qual caso? Estava tentando dar conta de tudo? Do processo? Da Jas? De tudo? E agora da Lindsay?

— É... – Respondeu muito brevemente. – Mas graças a Deus ela vai ficar bem, como você mesma disse, o cirurgião disse que é só uma questão de tempo.

— E você não deveria estar focando nisso, ao em vez de focar na droga de uma investigação?

— Quis dizer na investigação de um homicídio, não é? – Encarou a amiga, que se manteve em silêncio. – É isso mesmo que está te incomodando? Ou é o fato de eu estar tentando fazer alguma coisa do jeito certo?

Stella negou com a cabeça.

— Não... é que o trabalho policial é muito estressante e você tem passado por muita coisa ultimamente...

— Sim... – Cortou o raciocínio dela. – E se você quiser mesmo me ajudar, saiba que... – Foi na direção da cadeira onde estava sentado e se sentou novamente. – Essa sua palestrinha não me ajuda em nada.

Stella se virou na mesma direção, aquela conversa ainda não havia terminado.

— Danny... eu acho que você devia tirar uma licença... – Apontou para Lindsay com a cabeça. – Só até ela melhorar. – Danny suspirou. – O que você acha?

Ele se virou para ela.

— E enquanto isso eu vou fazer o quê? – Arqueou as sobrancelhas. – Ir a um bar e ficar chapado?

— O que você está fazendo é muito perigoso, Danny. – Insistiu.

— Não. – Murmurou. – Eu tenho mais com o que me preocupar, tá bom? – A encarou. – Não precisa ficar bancando a minha mãe não, você já tem um bebê em casa.

— Você é meu melhor amigo. É como se fosse um irmão para mim, não posso te ver fazendo esse tipo de coisa e...

— Ah, agora entendi. – Foi sarcástico. – Eu sou tipo um agregado ou um substituto para a família que você não teve. – Pela expressão que ela fez, aquilo doeu muito. – Tipo... seus pais morreram e você me colocou no lugar deles...

— Espera. – Tentou se defender. – Só quero que você enxergue as coisas como elas são.

Danny cerrou os dentes e fechou a cara.

— O que é que você ainda está fazendo aqui? – Apontou para a porta. – Vai embora.

Stella nem esperou ele dizer duas vezes para arrumar a bolsa no ombro e sair. Ele suspirou de decepção e olhou para o rosto tranquilo de sua esposa, sabia exatamente o que ela diria se estivesse acordada.

— Eu sei... – Sussurrou para ela. – Sei que fui muito duro com ela, você tem toda a razão. – Respirou fundo. – Acho que essa coisa ainda está no meu organismo... e o pior é que eu digo a mim mesmo que não quero, mas alguma coisa dentro de mim diz que eu quero sim. – Ao olhar para ela repreendeu esse pensamento. – Mas eu não vou ceder, Lindsay. Eu prometo. – Acariciou o rosto dela. – Sei que não acredita, mas eu vou provar.

Alguém bateu à porta, Danny olhou para trás e deu de cara com o médico responsável por sua esposa.

— Oi. – Entrou no quarto. – Só queria ver como ela estava.

Danny se levantou e foi falar com ele.

— Nem estou acreditando que ela está nesse lugar. – Desabafou em um sussurro. – Ainda mais sendo por minha culpa.

— Isso não foi culpa sua. – Foi até o monitor cardíaco de sua paciente. – Essas coisas acontecem, mulheres são seres incontroláveis.

— Não... – Negou com a cabeça. – Quando ela acordar, ela vai me dizer o que eu já sei. Que isso foi só um acidente terrível.

— E o que vai fazer se ela não acordar? – Essa pergunta o pegou totalmente de surpresa.

— Os sinais vitais dela estão ótimos. – Concluiu ao olhar para o monitor. – Ela vai acordar.

— É... – O médico coçou a cabeça. – Isso é um bom sinal.

— Só queria que tivesse alguma coisa que eu pudesse fazer por ela nesse momento. – Olhou para o médico.

— Converse com ela. – Aconselhou. – Dê a ela um motivo para ficar.

— Não sei o que dizer... depois de tudo que eu fiz...

— Suas palavras devem estar carregadas com mais amor e menos culpa. – Murmurou. – Só assim ela te dará mais uma chance. – Saiu sem dizer mais nada.

Ele segurou a mão da mulher e tentou pensar em alguma coisa gentil para dizer.

— Eu... eu não sei porque continuo te excluindo da minha vida. – Engoliu em seco. – Sei exatamente o que tenho que fazer e o que tenho que sentir, mas eu não consigo. Tudo o que sei fazer é fugir. Fui eu que te trouxe para a minha vida, fui eu que te pedi em casamento e fui eu que escolhi esse maldito caso, mesmo o Will tendo me avisado que eu não estava preparado para isso. – Passou a mão livre no rosto. – Eu que comprei aquelas drogas. Essa bagunça toda... – Travou ao pensar naquilo. – Esse traficante... o Evan, ou seja lá quem for que esteja por trás de tudo isso... tudo isso só aconteceu por causa deles. E a única maneira de consertar as coisas é tentando impedi-los. E é exatamente isso que eu vou fazer. – Concluiu com um sorriso singelo nos lábios. – É isso que eu tenho que fazer. – Deu um beijo na mão dela. – Te vejo mais tarde. – Levantou e foi embora.

Assim que ele saiu, Lindsay abriu lentamente os olhos. Estava acordada o tempo todo, mas ainda estava com muita raiva para deixar que ele soubesse disso.

Aquela madrugada não foi fácil para nenhum deles, Danny passou a noite observando a filha dormir, pensando no que faria caso a mãe dela nunca mais voltasse para casa. Jas ficava remoendo tudo o que havia dito para Lindsay antes daquela queda na escada, enquanto torcia para que o pior não viesse a acontecer. Will teve muito trabalho para convencer Mark de que nem Danny e nem Jas estavam envolvidos em negócios escusos, apesar dele mesmo não acreditar no que estava dizendo. Stella passou a noite pensando no que Danny havia lhe dito e para piorar, assim que chegaram em casa Lily acordou. A criança parecia ter uma espécie de escuta que identificava as vozes dos pais, eles até tentaram fazê-la dormir novamente, mas a pequena não estava interessada, preferia passar esse tempo brincando e balbuciando para os pais em troca de aplausos.

Quando o primeiro raio de sol iluminou a cidade que nunca dorme, Jas já estava de pé. Seria a primeira na fila dos visitantes, estava ansiosa para ver Lindsay... e seus outros amigos também, mas principalmente Lindsay. Para seu azar, ao chegar no hospital foi informada de que a mulher ainda não havia acordado, mas decidiu esperar mais um pouco, quem sabe esse não fosse o seu dia de sorte? Esperou quase uma hora... e nada. Então decidiu ir para o laboratório, precisava falar com Danny.

— Oi, a Lindsay acordou? – Foi a primeira coisa que ele perguntou assim que a viu.

— Ainda não... – Suspirou. – Sinto muito. É que eu queria falar com você sobre outra coisa... – O puxou mais para o canto, para que os outros não os ouvissem. – Queria falar sobre aquele caso...

— Ah... tudo bem. – Sussurrou. – O que está rolando?

— Acho que já sei quem é o cara... – Confidenciou bem baixinho. – E se for ele mesmo, prendi ele alguns anos atrás. Ele vendia uma parada muito sinistra, é duas vezes mais forte do que deveria ser. – Levou a mão ao peito, aquilo era demais até para ela. – Não se preocupe... ninguém vai saber que você está envolvido nisso.

Danny riu.

— Não era nem para você estar envolvida nisso. – A repreendeu, tinha pedido para ela ficar fora disso e mesmo assim ela não obedeceu. – Tem alguma ideia de no que está se metendo?

— Já sou bem grandinha.

— Jas... – Passou a mão no rosto. – Você não tem que me provar nada. Nem para mim e nem para ninguém. Eu não te culpo por nada disso. – Jas abriu um sorriso tímido para ele. – A culpa da Lindsay estar no hospital é minha.

— Isso não é verdade. – O repreendeu.

— Olha... não precisa tentar aliviar a minha barra. – Colocou a mão em seu ombro. – Em algum momento terei que assumir as minhas responsabilidades. Eu sou o culpado por ela estar nessa situação, foi por minha causa que ela foi até o Hudson River Park.

— Mas você não pediu para ser drogado. – Pontuou com muita calma. – Alguém fez isso com você. – Ficaram em silêncio. – Pare de ficar se culpando por isso. Pare de pensar no que você poderia ter feito...

— Será que não vou começar a me drogar de novo? – Arqueou as sobrancelhas.

— Será que não está na hora de pedir uma licença?

Danny deu de ombros.

— Não. – Balançou a cabeça. – Não aguento ficar sem fazer nada.

— E quer que esses caras venham atrás de você de novo? – O encarou, aquilo era um ultimato.

— Sim... – Confirmou com a cabeça. – Assim terei a chance de pegá-los no flagra.

Jas negou com a cabeça e deu um tapa no ombro dele.

— Você enlouqueceu? – Indagou o mais baixo que conseguiu. – Eles vão te matar.

— Não... não vão. – Garantiu com um sorriso cínico no rosto. – Isso não vai acontecer. Não sei como te explicar isso, mas eu preciso tirar as pessoas que fizeram isso das ruas, e só conseguirei fazer isso se tiver um pouquinho de ação.

Ela deu as costas para ele, não aguentava nem cogitar a ideia. Infelizmente não conseguiu tirar aquela ideia estapafúrdia de sua cabeça, em pouco tempo já estavam caminhando em direção à saída.

— Olha... eu queria que você pensasse na ideia de pedir uma licença. – Continuava tentando.

— O que foi? – Indagou. – Acha que eu não aguento?

— Só não quero que você morra tentando...

— Sei exatamente o que meu vício me custou. – Foi firme. – E não vou mais deixar isso acontecer...

— Eu sei que você quer ficar limpo. – Apelou. – Mas vai ser muito difícil, ainda mais agora que você já experimentou.

— Vai ser difícil de qualquer jeito. – Insistiu. – Sempre vai ter uma parte de mim que pedirá por isso, mas o que me consola é ter pessoas que acreditam em mim. – Umedeceu os lábios. – Você ainda acredita em mim, não é?

— É claro que sim. – Confirmou com um sussurro choroso. – Sempre irei acreditar...

— Então vai dar tudo certo. – Disse e parou para abraçá-la assim que chegaram na porta.

— Danny... – Chamou antes que ele fosse embora. Ele parou e olhou para trás, foi quando ela foi ao seu encontro, tirou a correntinha que usava no pescoço e segurou a mão dele, colocando-a na palma de sua mão. – Isso era da minha mãe, é o meu amuleto da sorte... vai ser o seu também. – Ele sorriu com o gesto dela. – Vai com Deus, e se cuida.

— Vai dar tudo certo. – Apertou a correntinha com força e a guardou no bolso de sua calça, indo embora logo em seguida.

A única coisa que Jas pensou em fazer enquanto o observava ir embora foi voltar para o hospital. Talvez Lindsay já estivesse acordada. Foi como se os próprios deuses tivessem ouvido suas preces, pois assim que chegou lá, ficou sabendo que a mulher havia mesmo acordado. Foi para o quarto dela imediatamente. Ao abrir a porta, deu de cara com a amiga olhando fixamente para o teto.

— Parece que a bela adormecida acordou. – Brincou, fechando a porta ao entrar. – Como está se sentindo?

— Não morri. – Se sentou na cama com uma certa dificuldade.

— Foi uma cirurgia muito bem feita. – Tentou sorrir, mas não tirava os olhos do monitor cardíaco dela.

— Graças a Deus por isso. – Foi meio sarcástica. – Foi você... – Arqueou as sobrancelhas. – Foi você no Hudson River Park e foi você na batida de carro.

— Foi um acidente...

— Muitos acidentes para um dia só, não acha?

— Estou feliz por saber que você ficará bem. – Foi sua resposta.

Lindsay riu.

— Ah, tá. – Comprimiu os lábios. – Você deve é estar se perguntando se eu vou contar para os outros sobre o que aconteceu, ou se isso acaba aqui. Talvez eu deva contar ao Danny, ou à corregedoria.

— Espero que diga a verdade para eles. – Arqueou as sobrancelhas.

— E o que isso quer dizer?

— Você está se recuperando de uma cirurgia muito delicada... – Umedeceu os lábios. – Acho que devia estar focando nisso, não em outras coisas.

— Eu nem consigo colocar a minha aliança no meu dedo. – Alfinetou, tentando ser bem sutil. – Nem sei se deveria colocá-la.

— Acho que está dizendo isso para a pessoa errada. – Cruzou os braços.

— Precisamos falar sobre o Danny... sobre você e sobre um monte de coisa.

— Acho que eu volto mais tarde... – Deu as costas para ela.

— Já vai tentar roubar o meu marido de mim...

Jas fechou o punho e se virou de uma vez para responder ao insulto.

— É impossível eu estar tentando roubar o seu marido. Quer saber por quê? – Cerrou os dentes em uma expressão de pura raiva.

— Por quê? – Indagou sem nenhum interesse na resposta.

— É porque ele é a porra do meu irmão mais novo!


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Notas finais do capítulo

Todo mundo tava achando que eles tinham um caso, não era? Quem achou estava errado, haha!
Até o próximo!



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