A Família Olimpiano e suas nações - Parte 3 escrita por Anne Claksa


Capítulo 9
Segunda Guerra- A deusa mais temida do mundo


Notas iniciais do capítulo

Olá
Um capítulo dedicado a minha vilã, Delayoh Alexandra e sua terrível vingança.
Aqui tem mais um assunto delicado, o holocausto, fiquei pensando em como poderia falar desse assunto na história, bom coloquei alguns eventos, mencionei outros,não coloquei nenhuma cena muito pesada, ou seja, não entrei muito em detalhes ( outros capítulos também fazem menção ao holocausto) e também não citei o nome do genocidio e nomes famosos ( em outro capítulo isso também aconteceu). A maioria do enredo tanto deste capítulo, quanto em outros capítulos, o enredo contém eventos que aconteceram realmente, porém, não como descritos aqui.
Fotinha da Delayoh, feita no Artbreeder, no final do capítulo.
Boa Leitura!!!



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Mesmo tendo se passado anos, Delayoh não esquece do dia em que foi atacada. As lembranças da carruagem, do impacto na pedra e principalmente dos homens que a sequestraram, ainda permanecem em sua mente. E quando soube que os sequestradores eram judeus, Delayoh teve uma ideia terrível e sua principal base era composta de apenas uma palavra: eliminação. Isso seria feito de forma lenta e cruel.

— Chegou o momento de iniciar mais uma etapa da minha vingança e esse presente de meu avô Chronos, será perfeito para os meus planos. — Disse Delayoh, enquanto manuseava uma foice, a girando de um lado para outro.

Quando chegou à Polônia, Delayoh iniciou uma das fases de sua vingança, sua primeira ordem foi separar os judeus do restante dos cidadãos, foram colocados em guetos. Eram lugares superlotados, encontrar pessoas doentes por lá não era difícil, as próprias condições do lugar, provocavam doenças.

 A fome era presença constante, faltava praticamente tudo, sem cobertores e combustível para aquecer as casas, sofria-se com o frio, além das medidas restritivas, que se tornavam mais rígidas com o passar do tempo. Os guetos eram bem protegidos, escapar de lá era impossível. Delayoh fez isso em cidades dos países que invadiu, quando não estava lutando junto ao exército alemão, aparecia para dar uma vistoria no lugar.

— Eu sou Delayoh Alexandra Venandre, deusa da Alemanha. O país de vocês está sob o domínio de minha nação. Seu deus/Sua deusa não poderá ajuda-los agora, enquanto ele/ela não volta, vocês estarão sob meus cuidados. Tenho um recado para aqueles que são judeus. Perceberam que foram levados para um local diferente da casa de vocês? Este gueto é o seu novo lar, podem estranhar no início, mas tenho certeza de que logo vão se adaptar ao lugar e serão muito felizes. Meus guardas alemães cuidarão de vocês, obedeçam a eles, se comportem, cumpram cada ordem que derem e algumas vezes, eu irei visita-los. Não imaginam como são especiais para mim. — Delayoh fazia esse discurso em todos os guetos implementados, sempre dava um sorriso assustador ao dizer a última frase.

Os judeus temiam Delayoh, tinha 2,16 de altura, longos cabelos negros, tão negros, que se tinha a impressão de estar mergulhando em um breu profundo, além do fato se movimentar sozinho. A pele alva e o que era mais temido, o olho azul claro cristal, que eram conhecidos como os “Cristais da Morte”. Rezava a lenda de que se algum mortal olhasse para aqueles cristais, teria o destino com a morte traçado. Ainda sobre os olhos, algumas vezes eles ficavam vermelhos, tornando sua voz grave e tenebrosa, o que a deixava mais assustadora ainda. Sua presença era notada quando o clima esfriava de repente. E para aterrorizar ainda mais os habitantes dos guetos, ela passava arranhando os vidros das janelas, fazendo um barulho que irritava e assustava. Os ciganos e judeus holandeses a chamavam por um apelido nada carinhoso, para eles, ela é conhecida como “A peste”.

...

Em 1941, Delayoh iniciou a solução final. Campos de concentração, execuções em campos abertos, enforcamentos, câmaras de gás, dentre outros (ideias da própria), Delayoh fazia questão de acompanhar cada execução, participava ativamente de algumas e sorria ao ver tantos corpos sem vida.

— Sejam bem-vindos ao novo lar e local de trabalho de vocês! — Dizia Delayoh com muita empolgação e sarcasmo. Fazia esse discurso em cada campo de concentração. — Aqui há excelentes alojamentos, ar livre, quando não estiverem trabalhando, podem dar um pequeno passeio pelo local. Percebo que estão assustados com tantas grades, muros, arames farpados, fios elétricos e com os guardas armados, mas não precisam ter medo, é para a segurança de vocês. Assim como no gueto, também há regras que terão que seguir. Cumpram as ordens dos guardas, trabalhem, se comportem. Se por alguma desventura, alguém não cumprir o que foi pedido, isso deixará os guardas tristes e eles vão ter que fazer o que pedi para eles. E vocês não vão querer que isso aconteça. Então, melhor não arriscar a sorte. No mais, aproveitem a estadia de vocês. Ah! E assim como acontecia nos guetos, haverá dias em que eu vou fazer uma visita para vocês.

Um campo na Polônia, era o preferido da deusa, quase sempre estava por lá, espalhando o terror e o medo, também foi o principal centro de execução dos planos de Delayoh, ela ficava na porta das câmaras de gás e dos fornos crematórios.

Sempre que parecia nos campos, os sinais de sua presença eram conhecidos. Podia ser um dia de extremo sol ou de intenso frio, quando Delayoh se aproximava, o clima esfriava. Alguns prisioneiros exaustos pelo trabalho e pelas condições do campo, queriam parar o serviço, entretanto, assim que paravam, ouviam o som de um chicote estalando. Outros escutavam um som tenebroso, Delayoh andava passando a lamina da foice no asfalto ou na terra ou nas pedras, todos os prisioneiros ficavam apavorados e voltavam ao trabalho, pensando “Ela está aqui!” ou “A peste está aqui”. Alguns dias, a deusa alemã aparecia apenas para espalhar o terror, outros, era para colocar em prática a sua função de deusa da morte.

...

Graças a Delayoh, o mundo inferior voltou a ser povoado, Hades já havia se desacostumado com novas almas chegando em seu reino. De foice em punho e capa preta, ela ia ao mundo inferior.

Onkel Hades. Tenho aqui mais habitantes para o mundo inferior. — Disse Delayoh como se estivesse cantando.

— A sua ideia está dando certo, mas peço cuidado, pois, se alguém descobrir o que estás a fazer, terá sérios problemas, sobrinha querida. — Disse Hades. — Bom, terei que me acostumar outra vez a governar almas, este lugar ficou tanto tempo sem receber novos habitantes, que estou até enferrujado.

— Não se preocupe, meu tio. As únicas pessoas que sabem o que estou fazendo são você, meine mutter e Ares, são de minha confiança. Ou estou enganada? — Delayoh olhou de modo intimidador para o tio.

— Não contarei nada, Delayoh. Caso me perguntem, eu direi que são vítimas da guerra. Não irei a trair.

— Assim está melhor. Se por acaso, alguém descobrir o que eu estou fazendo, será muito tarde, pois, terei atingindo o meu objetivo. Ah! Volte a forma logo, pois em breve, chegará mais alguns habitantes para cá.

— Sim, minha sobrinha. Me deixa intrigado saber que sua mãe tem conhecimento de seus atos. Ela nunca lhe reprimiu por isso?

— Não. Desde aquela inércia, mutter tem feito praticamente todas as minhas vontades, ela já me confessou que tem medo de me perder, então, tudo que faço, ela aprova e diz que é o certo a se fazer, até se eu extrapolar um pouco nessa vingança.

— Entendo. Algo que também tem me chamado a atenção. Tenho a impressão de que o líder de sua nação tem lhe influenciado e muito.

—  Um mero mortal me influenciar? Onkel Hades, por favor, não diga besteiras. — Disse Delayoh enquanto ria de forma debochada. — Ele é apenas o führer da minha Alemanha, pode ter todo o poder político, mas quem manda de verdade sou eu. A guerra, a solução final dos judeus, são planos elaborados e executados por mim, ele só apareceu com suas ideias em um momento oportuno.

— E outras etnias? Pois, também tenho recebido não judeus.

— Também entraram na lista. Eu não iria os incluir, ocorreriam apenas perseguições, injurias e nada mais. Mas dizem que eles não fazem parte de um povo perfeito. É uma ideia bem maluca, mas querem que façam parte dos meus planos. — Delayoh deu de ombros e levantou as mãos. — O que posso fazer, onkel Hades? Meus alemães pedem e eu executo.

 

...

Alguns judeus não aceitaram o domínio alemão, se recusavam a usar a estrela amarela, a seguir as regras impostas, arrumavam um jeito de fugir dos guetos ou fugiam antes destes serem implementados, faziam rebeliões, se escondiam em florestas, na esperança de que não fossem encontrados e capturados. Mal sabiam eles que isso ativou o instinto de caça de Delayoh.

Assim como Hera, mostrava os seus olhos no céu, como se estivesse vigiando o lugar, assim que achava o que queria, Delayoh aparecia no local e ajudava os guardas alemães a capturar aqueles que eram considerados inimigos da nação, criava armadilhas, com seu cabelo ela capturava cada um e ainda dizia com deboche:

— Onde pensam que estão indo com tanta pressa? 

E entregava para os soldados alemães, que faziam os capturados serem levados para os campos de concentração, ir para um campo de concentração era terrível, já se sabia que não havia retorno de lá. E quando a própria Delayoh fazia o serviço? Um judeu apavorado correu para um campo aberto, sem saber que alguém lhe esperava escondido, quando ele pisou em um grupo de folhas, seu pé foi amarrado por um galho, mas não era qualquer galho, era uma mecha de cabelo, cabelo de Delayoh, que surgiu de debaixo da terra, o rapaz foi arrastado até a deusa, assim que ficou pendurado, o rapaz sem querer olhou para os olhos dela, ali selou o seu destino. Ela o lançou para cima e atirou nele sem nenhuma piedade, ela se afastou deixando um corpo sem vida cair no chão.

...

Em 1943, houve uma rebelião dos habitantes do gueto de Varsóvia, eles combatiam e enfrentavam os soldados alemães. A situação ficou fora de controle, então, um soldado alemão chamou por Delayoh, que apareceu em meio a uma fumaça preta, ela parecia estar bem irritada e brigou com os seus soldados.

— Mas será possível? Vocês não estão dando conta de um grupo miserável como esse? Será que terei de fazer tudo sozinha? Vou ter que os ensinar como acabar isso de uma vez por todas? Sinto até vergonha de olhar para vocês, feridos, com medo, perdidos, nesse momento não se parecem nada com os alemães que convoquei para o meu exército. Vou mostrar como se faz e vocês vão terminar o serviço. — Disse Delayoh bastante irritada.

Ela voou pelo gueto atrás dos judeus, eles só se escondiam, pois, sabia que sua munição, não faria muito contra uma deusa, mas havia uma forma de impedi-la. No meio do gueto havia um buraco, que era capaz de anular o poder de qualquer deus, poderia até o matar, então, os judeus tiveram a ideia de jogar Delayoh dentro do buraco. Quando ela voou por cima de uma das casas, foi atingida nos pés por um objeto, que a desestabilizou e a fez cair dentro do buraco. Os judeus se aproximaram do buraco para verem a deusa dentro dele, mas se assustaram com uma sombra negra tentando sair do buraco, era Delayoh, antes que os poderes do buraco fizessem efeito, ela tentava sair, seu cabelo funcionava como uma mola e a impulsionava para cima, tentou isso várias vezes, até que na última tentativa colocou uma das mãos para fora do buraco, depois colocou a outra. De joelhos, Delayoh saiu do buraco, à medida que andava, recuperava suas forças, quando ficou de pé, seus olhos estavam vermelhos, dava para ver o ódio que estava sentindo, ela caminhou até os judeus, que recuavam amedrontados, os levitou até um muro e com o som de sua voz tenebrosa, ordenou aos seus soldados.

EXECUTEM!

Ao som das metralhadoras e sob o olhar de Delayoh, aqueles que fizeram a revolta de Varsóvia, perderam suas vidas.

...

Seja de capa negra, segurando uma foice ou vestindo uma blusa e calças pretas com botas, até usando os seus poderes, ou simplesmente aparecendo, Delayoh assustava qualquer mortal. Sua beleza escondia a sua maldade. Todos os seus atos refletiam da pior maneira o que sentia por dentro, só havia ódio, raiva e sede de vingança em seu coração, lembrando que ela foi gerada apenas por Hera, os sentimentos ruins da mãe ficaram guardados na filha e foram liberados depois daquele engano. Quando Delayoh voltou da inércia, eles já haviam tomado conta dela e nada a faria parar, prometeu vingança e está cumprindo. Não se tem ideia dos horrores causados por Delayoh, muitos imaginam que ela está envolvida apenas com a guerra, não se sabe o que ela faz nas “horas vagas”. Talvez um dia, tomem conhecimento desses horrores, mas algo é certo, quando descobrirem, o mundo saberá sobre Delayoh Alexandra Venandre, a deusa mais temida do mundo.


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Notas finais do capítulo

Músicas temas da Delayoh: Summertime Sadness, Lana Del Rey https://www.youtube.com/watch?v=mGH19_KjWY0&list=PLj8uADfH-lLoyR6qnLnCf3HJQnxkMMIjb&index=15

The Thrill Is Gone, B. B. King https://youtu.be/kpC69qIe02E?si=IEmpmrRLgjPw6JbD



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