A Família Olimpiano e suas nações - Parte 3 escrita por Anne Claksa


Capítulo 7
Segunda Guerra- O início da vingança


Notas iniciais do capítulo

Olá
E chegamos ao evento que mais me deu trabalho para escrever: a Segunda Guerra Mundial. Por causa dela, tive que deixar esta história de molho por um tempo. Por causa do que aconteceu durante ela, é um assunto muito sensível e por isso, a história pode se tornar pesada. Então, já fica fica o aviso. Eu não ia mencionar a segunda guerra aqui, mas foi necessário inseri-la na história, pois, a ação da minha vilã passa por ela.
Nesse capítulo, vocês podem acompanhar como foi o início da guerra e o começo da ação de uma grande vilã.
Boa Leitura!!!



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Alguns anos se passaram e em 1929, a pena de Delayoh terminou. Mas ela estava diferente, se despediu com delicadeza de todos, principalmente, de Apolo, que ficou satisfeito em ver o bem que um tempo na prisão fez a Delayoh. Ela acenou se despedindo com um sorriso.

Ao chegar na Alemanha, viu a situação dos seus alemães, a economia aos poucos se recuperava, mas ainda se passava muita dificuldade. Delayoh fechou os olhos, respirou fundo, os abriu novamente e seguiu seu caminho.

Mais alguns anos se passaram, em 1936, a Alemanha já era outra. Um novo governo, o país renascido, povo feliz e economia forte. Isso ficou claro durante os jogos olímpicos de 1936, realizados em Berlim. Todos da família compareceram ao evento e ficaram impressionados com a Alemanha e a enorme cerimônia de abertura. Quer dizer, nem todos, Helena ficou com muito medo. Ao final da cerimônia, todos os deuses foram para uma casa e lá conversaram sobre diversos assuntos. Francine falou com Delayoh, disse que estava feliz em ver que a Alemanha conseguiu se recuperar e que a prima, a quem considera como irmã, estava bem e sem raiva. Delayoh sorriu e agradeceu.

— Francine tem razão, esse tempo na prisão te fez muito bem, Delayoh. — Disse Elisabeth.

— Ah, como me fez bem, Elisabeth. — Disse Delayoh. — Naqueles dias na prisão, pude perceber melhor tudo o que aconteceu e isso me mudou. Não há mais raiva, nem ressentimentos, seguimos em paz.

— Percebo essa mudança em você, minha irmã e fico feliz por isso. — Francine abraçou Delayoh. — Nosso pai também está feliz em te ver assim.

Elisabeth ficou um pouco desconfiada, mesmo vendo todos os atos de gentileza de Delayoh, principalmente, com ela. Uma parte de Elisabeth dizia que estava tudo bem, Delayoh melhorou e que merecia um voto de confiança. Já a outra parte, permanecia desconfiada e pedia para tomar cuidado.

Depois que os jogos olímpicos terminaram, alguns deuses voltaram para as suas casas, Delayoh se despediu deles.

— Agradeço a presença de vocês aqui, foi muito bom ter vocês na minha Alemanha. Vielen Dank. Um dia nos reencontraremos.

Assim que todos da família foram embora, Delayoh foi para o seu quarto e caiu na gargalhada. Hera escutou o riso da filha e foi ver o que estava acontecendo.

— Como são tolos. — Disse Delayoh, voltando a gargalhar.

— De quem está falando, meine totcher? — Perguntou Hera.

— Da parte olimpiana da nossa família. Estão todos encantados comigo, em como estou tão gentil, prestativa e boazinha. Um verdadeiro anjo de bondade. São todos uns tolos e manipuláveis — Delayoh se sentou em uma poltrona e ficou com uma expressão séria. — Nem imaginam o que espera por eles.

— Não deveria falar assim, Delayoh. Lembre-se, nem todos lhe fizeram mal.

— Tens razão, mutter. Mas a maioria virou as costas para mim e isso não tem perdão. Cada um vai me pagar pelos anos em que fiquei presa e pelo mal que causaram aos meus alemães. Pensam que a prisão fez o milagre de me mudar, que me regenerei. Mas não é bem assim. Não esqueci e nunca esquecerei os sorrisos de satisfação da Francine e da Elisabeth, ao me verem sendo presa. Elas vão me pagar e será muito caro.

— Ouvi você falando com a Elisabeth, disse que não sentia mais raiva ou ressentimento.

— Realmente, não sinto mais raiva. — Delayoh se levantou da poltrona. — A raiva virou ódio. Durante os 10 anos que fiquei presa, planejei a minha vingança, fiz isso em segredo, nem o Apolo desconfiou. — Delayoh foi até a cômoda, abriu uma gaveta, tirou um caderno preto com detalhes em ouro e o mostrou para Hera, que ficou impressionada com o que a filha planejou. Mas uma parte, a deixou intrigada. Foleou o caderno e se assustou.

— Isso é o que eu estou pensando, Delayoh?

Delayoh se aproximou da mãe, olhou a parte do caderno que ela estava lendo e disse:

— Oh, é sim. É a minha parte preferida da vingança e que já está sendo executada, desde 1933. Mas tive que parar por causa das olimpíadas. Tínhamos que mostrar a imagem de bonzinhos. Mas agora que as olimpíadas acabaram e todos já foram embora, tudo voltará a ser como antes. — Delayoh deu um sorriso malicioso. — E vai piorar.

— É uma vingança bem elaborada, espero que tenha sucesso. O que fizeram com você, quando tinha quinze anos, não tem perdão. Mudando de assuntou, viu como Zeus ficou todo bobo ao te ver boazinha?

— Vi. — Delayoh voltou a gargalhar. — Onkel Zeus é o mais tolo de todos. E ele falando comigo? "Lilica estou tão feliz em ver que você está bem, não está mais com raiva. Eu sei que não me quer como pai, mas eu te desejo tudo bom, minha filha".

Delayoh imitou a voz de Zeus em tom de deboche e depois riu. Hera completou:

— Ele nem imagina que está em nossa mira de vingança.

...

Se passou mais alguns anos e em setembro de 1939, aconteceu algo que deixou Zeus, Métis, Hebe, Francine e Elisabeth tensos. Uma mensagem austral de Polyana, ela estava acorrentada em uma cadeira.

— Socorro! Me ajudem, por favor, a Polônia foi invadida. — Disse Polyana aos prantos.

— Céus! — Disse Hebe com as mãos sobre a boca.

— Polyana, quem está invadindo a Polônia? — Perguntou Elisabeth.

Foi aí que aconteceu a surpresa. Durante a mensagem, uma mulher de longos cabelos negros apareceu, deixando todos espantados.

Guten Tag, meine familie. — Disse Delayoh dando uma risada maldosa.

— Alexandra... Não posso acreditar... por que está fazendo isso? Não tinha esquecido tudo o que aconteceu no passado? Me explica por favor, irmã. — Pediu Francine ainda sem acreditar no que estava acontecendo.

— Não sou irmã, Francine. Olha só, vocês são capazes de me surpreender. Tão inteligentes, tão espertos, tão poderosos, mas foram ludibriados por mim. Toda aquela cena de Delayoh arrependida, querendo ser próxima da família, amiga, compreensiva, não passava de encenação e todos caíram. Nunca esqueci e jamais esquecerei o que aconteceu no passado, por sua culpa e de Elisabeth, eu fui parar naquele maldito hospital e fiquei dez anos presa. Enquanto os meus alemães eram obrigados a viverem na pobreza e no sofrimento. — Vociferou Delayoh. — Vocês é que parecem que esqueceram do passado, pois, antes de se tornar Polônia, este território pertencia à Alemanha e isso, não faz nem cem anos que aconteceu, por tanto, posso vir aqui e fazer o que eu bem entender.

— O que você quer sua louca, para soltar a Polyana e retirar o seu exército da Polônia? — Perguntou Elisabeth bastante irritada.

— Louca, nossa, quanta agressividade prima, na verdade, é bem simples. Quero que você, a Francine e os exércitos de vocês, nos enfrentem.

— Como?

— Alexandra, sei que está chateada conosco... — Tentou dizer Francine.

— Chateada? Tu achas que estou chateada com vocês? Estou muito mais que chateada com vocês. — Interrompeu Delayoh.

— Que seja, mas prender a nossa prima, invadir o país dela, só para nos enfrentar, parece loucura, é uma loucura. Por favor, Alexandra, liberte a Polyana.

— Loucura ou não, essa é a minha condição para libertar a Polyana, vocês duas me enfrentarem. Ah, tem que me derrotar, caso contrário, Polyana e a Polônia, continuaram presas. E aí, aceitam?

— Nós aceitamos, Delayoh e vamos ganhar, pode ter certeza disso. — Disse Elisabeth. — Polyana, fique calma, nós vamos salvar você e a sua nação.

— Espero vocês na fronteira da Polônia com a Alemanha.

Delayoh fez a imagem sumir com um estalar de dedos.

— Eu sabia que ela estava aprontando algo, tinha uma sensação dentro de mim, me dizendo que tinha algo estranho com a Delayoh, ela estava boazinha demais, não é o estilo dela. — Disse Elisabeth, colocando a mão sobre a testa. — Como fui tonta em acreditar no teatro dela.

— Todos nós acreditamos. — Sussurrou Zeus.

— Enlouqueceu, Elisabeth? Enfrentar a Alexandra, assim, de repente? Até pouco tempo atrás, nossos exércitos enfrentaram uma guerra e agora, vão enfrentar outra? — Disse Francine. — Nós não estamos preparadas para isso.

— Acha que eu queria entrar em conflito com Delayoh outra vez? Mas é o único jeito para salvar Polyana. E nós temos que vencer, vamos fazer o que puder para derrotar a Delayoh. E os nossos exércitos vão lutar até derrotar o exército alemão. — Disse Elisabeth com firmeza. — Essa é a única maneira de se evitar mais uma guerra.

Quem estava naquela sala, ainda estava em choque e tentando entender o que havia acabado de acontecer. Elisabeth e Francine se preparavam para se encontrarem com Delayoh, Métis pediu para as duas tomassem cuidado e deu um abraço apertado em Francine. Hebe também fez o mesmo pedido. Zeus estava estático, ao ver aquela cena, sentiu seu coração doer de tristeza, sua Lilica, que criou com tanto carinho, ficou vingativa e pensava “a culpa é minha”.

— Francine! — Disse Zeus. — Tome cuidado e por favor, faça a Delayoh voltar a razão.

— Vou tentar, pai. — Respondeu Francine saindo logo em seguida.

...

Enquanto isso na Polônia...

— Já conseguiu o que queria, me solta por favor, Delayoh. — Disse Polyana se contorcendo, tentando se soltar da corrente.

— Com prazer, Polyana. — Disse Delayoh, enquanto soltava as correntes. — Mas tu ainda serás a minha prisioneira.

— Como assim, não me prendeu para fazer a Elisabeth e a Francine duelarem com você? Já tem o que queria, o certo a fazer é me soltar.

— Não posso Polyana, porque você é a minha garantia. Além do mais, se eu te soltar, você pode pedir para o seu exército ajudar os exércitos britânico e francês e você pode lutar ao lado de Francine e Elisabeth.

— Garantia de quê?

— De que esse território me pertence.

— Te pertence? — Polyana se levantou e encarou a prima. — Esse território não te pertence faz um bom tempo, mesmo assim, se me pedisse ou pedisse para a minha mãe, te entregaríamos, sem resistência. O meu exército é inexperiente, não daria conta de uma batalha, nunca arriscaria a vida de meus soldados. E eu, só tenho vinte anos, não sou uma deusa poderosa, nunca entraria em conflito com você.

— Você quer saber por que estou fazendo tudo isso? É simples, a minha vingança tinha que começar por algum lugar. Se eu começasse pela França ou pela Inglaterra, seria fácil demais e não teria graça nenhuma, quero que Francine e Elisabeth sofram por tudo que fizeram comigo no passado. Por isso escolhi a Polônia, é um país recente, neutro, você é uma das mais jovem da família, não ofereceria resistência alguma. Elisabeth e Francine viriam e vão vir correndo para te salvar. — Disse Delayoh friamente. — Não se preocupe Polyana, não vou te machucar, só a irei prender em um lugar de minha total confiança.

Delayoh soprou um pó na direção de Polyana, que a fez adormecer e ser envolvida por uma bolha, a deusa alemã mandou a tal bolha para um lugar que só ela sabia onde ficava, depois foi se encontrar com Francine e Elisabeth.

...

Ingleses e franceses atenderam ao pedido de suas deusas e foram para o campo de batalha, com armas em punho e canhões preparados, os soldados aguardavam a chegada dos alemães. Elisabeth e Francine também se prepararam para a batalha. Francine olhou para o horizonte e ficou assustada, Delayoh chegou acompanhada do exército alemão, que estava bem maior e bem mais equipado do que antes, Elisabeth não teve um bom pressentimento sobre a batalha.

A batalha começa. Enquanto os exércitos lutavam, as deusas também guerreavam. Francine lançava rajadas de vento e feixes de luz. Elisabeth controlava a água e lançava sobre Delayoh, entretanto, os ataques eram inúteis, pois, a deusa alemã os paravam com gelo e fogo. Elisabeth extravasou a sua raiva com um grito e tentou pular em cima da inimiga, mas ela se defendeu com uma barreira invisível, derrubando a inglesa no chão. Delayoh levitou e lançou um raio no solo, dando um choque em Francine e Elisabeth. As duas e os dois se exércitos se renderam, os alemães estavam mais fortes do que nunca.

— Bom, pelo visto, a Polônia continuará sob o controle da Alemanha. — Disse Delayoh enquanto ria. — E pensar que Polyana contava com vocês para a salvar, pff. Mas não se preocupem, ela está em um lugar bem seguro.

— Isso não acabou Delayoh, pode ter ganho dessa vez, mas... um dia... vamos te... derrotar. — Disse Elisabeth tentando segurar a dor que sentia.

— Alexandra, por favor, pare com isso, não provoque outra guerra. — Implorou Francine ajoelhada no chão.

— Parar? Agora que está ficando divertido? Há, isso foi apenas o começo. — Disse Delayoh antes de sair voando.

...

Logo a notícia de que outra guerra havia começado se espalhou, ao não encontrar Polyana em casa, Héstia foi procurar Hera na Alemanha, ela chegou bastante nervosa e chorando.

— Cadê a Polyana? Cadê a minha filha, Hera? — Perguntava Héstia aos prantos.

Hera ficou em silêncio, parecia não se importar com o desespero da irmã, mas Héstia insistiu.

— O que a Delayoh fez com a Polyana? Eu sei que a Polônia está sobre o controle da Alemanha, mas a minha filha não está em seu país. Por favor, Hera, me fala, onde está a Polyana?

— Delayoh só está fazendo o que é certo, corrigindo os erros que foram cometidos no passado. — Disse Hera com toda a frieza do mundo.

— Fazendo o que é certo? Sumir com a Polyana e invadir um país, é certo? — Disse Héstia começando a demostrar raiva.

— Não se esqueça de que antes daquele tratado humilhante e asqueroso, aquele território pertencia à Alemanha, então, Delayoh pode ir lá quando bem entender.

Héstia explodiu na hora e falou tudo que estava preso em sua garganta.

— Como tem coragem de falar isso? Por incompetência e soberba, você e Delayoh perderam esse e outros territórios. Não me venha com essa conversa, pois, ela não me convence. Existimos aqui desde 1919 e temos o direito de sermos respeitados como nação. O que a Delayoh está fazendo é errado e tu, Hera, não está se importando.

— Não venha bancar a indignada, Héstia, pois, se não fosse esse tratado, você não teria encontrado um território na Europa e fundado a Polônia. E o que meine totcher está fazendo, eu diria que é uma reparação, retomar tudo o que Elisabeth e Francine tomaram dela.

Héstia não podia acreditar na frieza da irmã, uma guerra estava começando, sua filha estava desaparecida, enquanto Hera permanecia parada, fria, como se não estivesse ligando para o que acontecia. Antes de sair, Héstia deu um último aviso para Hera.

— Só vou lhe avisar, Hera, se algo de ruim acontecer com a Polyana, eu juro, que rompo com você e não lhe dirijo mais a palavra.

Assim se iniciava a segunda guerra mundial. Delayoh não iria lutar essa guerra sozinha, ela contava com a ajuda de Ivana, que sente raiva de Elisabeth por tê-la a enganado no passado e a Itália passava por um regime político semelhante ao da Alemanha. Mesmo que a deusa alemã tenha uma leve desconfiança sobre a deusa italiana, depois do que aconteceu durante a primeira guerra, todo cuidado será necessário. Nihon também lutou ao lado das primas, ele queria dominar a Ásia, queria mostrar ao mundo, o que o Japão era capaz de fazer.


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Notas finais do capítulo

Algumas explicações:
Vielen Dank: Muito Obrigada em alemão.
O nome da Delayoh é Delayoh Alexandra. Tem vezes que a Francine a chama de Alexandra, pois, tem um carinho de irmã por Delayoh ( mesmo que ela não considere a Francine como irmã). E Alexandra combina com Allemagne, que significa Alemanha em francês.



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