A Família Olimpiano e suas nações - Parte 3 escrita por Anne Claksa


Capítulo 37
Perdão-Hera e filhos


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Aos poucos o racha na família vai acabando. Neste capítulo, Hera se entende com os filhos.
Boa leitura!



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Valente, forte, destemida e muitas outras qualidades, essa é Sarah, semideusa de uma nação poderosa, a União Soviética.

Com Stanley, travou uma batalha sem armas, apenas queriam mostrar que sua nação era superior. E de início, os soviéticos saíram na frente, conquistaram vitórias importantes, principalmente, na corrida espacial. Sarah conseguiu mostrar que a União Soviética era a maior potência do mundo, isso aconteceu tanto na época em que esteve presa, quanto depois que foi liberada. Foi uma época feliz, de glórias. Mas que passou.

O que se sabe sobre a União Soviética de agora, é uma nação parada no tempo, com uma economia em dificuldades e que não tem mais o controle que tinha sobre o lado leste do mundo, até em seus estados satélites, a insatisfação era enorme. O acidente nuclear no norte da Ucrânia, piorou a situação. Uma crise soviética se instaurou.

E Sarah refletia bem isso. As qualidades citadas no início, não faziam mais parte da semideusa de agora. Vestida em um moletom bege, com os cabelos presos em um rabo de cavalo, Sarah estava sentada em um recamier próximo à janela e olhava Moscou. Olhava de uma forma triste e melancólica, há alguns dias recebeu o diagnóstico de que estava com câncer no intestino, ela acabou desenvolvendo ao visitar de perto, o reator que explodiu. Sarah também não tem o prestígio que tinha antes, uma vez foi até a Alemanha Oriental, a situação por lá não estava boa e os alemães soviéticos estavam insatisfeitos, Sarah, em um momento de raiva, chegou a dizer que ela era quem mandava ali e que eles deveriam a obedecer. A situação parecia estar sob controle, mas um alemão disse para ela:

— Você nunca será melhor que a Delayoh. Não devemos obediência a você. Delayoh é a nossa deusa e é a ela quem devemos obediência. Você só piora as nossas vidas.

Aquelas palavras feriram Sarah, os alemães preferiam uma deusa que mergulhou o país em duas guerras. Nesses momentos de tristeza, queria ter lembranças felizes das glórias soviéticas, porém, ao tê-las, tornava a chorar. Seu choro era uma mistura de dor e tristeza. Dor que constantemente sentia em sua barriga. E tristeza, por saber que aqueles tempos de glórias estavam cada vez mais distantes e sente medo de que sua nação um dia acabe.

Sarah sempre se comportou como uma deusa, não aceitava ser uma semideusa. Mas quando Delayoh cortou seu braço com a foice e sangrou, teve de aceitar essa realidade, assim como os mortais, envelheceu e como eles, estava doente. O que resta para ela apenas recordar os bons momentos e pensar se ela e a União Soviética, terão algum futuro.

...

Hera prometeu e cumpriu. Cuidou da Alemanha, reparou os erros cometidos, ensinou que não devem comete-los novamente. Esse ensinamento, ela aproveitou para aplicar em sua vida. Cometeu erros com os seus filhos e agora, chegou o momento de reparar as falhas.

Khayna aceitou o convite da mãe e foi para a Alemanha. Ciano também foi chamado, ele agora tem 28 anos e fisicamente, é mais parecido com Ixião, mas os traços marcantes de Hera se faziam presentes: os cabelos negros e a personalidade forte. Ele se encontrou com Khayna e os dois irmãos conversavam de forma descontraída, apenas pararam quando Hera chegou.

— Mãe. — Disse Ciano. — Atendemos ao seu pedido e viemos.

— Fico grata que tenham vindo. — Disse Hera, com um sorriso. — O assunto que tenho para falar com vocês é importante, mas ainda não podemos começar, está faltando alguém.

— Quem? — Perguntou Khayna.

Nesse instante, Beatrissa chegou, ela estava um pouco receosa, só entrou quando Hera permitiu.

— Desculpem o atraso. — Disse Beatrissa, ajeitando uma mecha atrás da orelha.

— Tudo bem, minha filha. — Disse Hera.

— O que disse, mãe? Você chamou a Beatrissa de filha? — Perguntou Ciano, confuso.

— É isso mesmo que ouviu, Ciano. — Explicou Khayna. — A Beatrissa é filha da nossa mãe, portanto, nossa irmã.

— A minha vida sempre foi eu e meu pai. Ele sempre me dizia que minha mãe estava por perto, porém, não podia ficar conosco. — Explicou Beatrissa. — Foi uma surpresa para mim, quando descobri que a Ivy, ou melhor, a Hera é minha mãe, soube disso durante a guerra.

— Eu também fiquei surpresa quando soube que tinha mais uma irmã. — Disse Khayna. — Eu só tinha o Ares, a Ilítia, a Hebe, a Delayoh, o Germano, a Germana e o Ciano, como irmãos. Agora, você Beatrissa também é minha irmã.

— Isso tudo foi um erro meu. E é por esse motivo que chamei vocês aqui. — Disse Hera. — Sempre sonhei em fundar a Alemanha, a tornar uma nação forte e poderosa. Todo o esforço, todos os planos, eram para ela. Eu sempre tive uma ligação muito forte com Àsgard, fui criada lá. E é de lá que conheço o Frizioh, tivemos um breve relacionamento, depois nos separamos. Só voltamos a nos ver, quando retornei para a Alemanha, o amor entre nós renasceu, namoramos e um dia, nos amamos. O resultado disso foi que eu fiquei grávida dele. Porém, havia um problema, a Alemanha ainda não estava pronta, não podia entregar um deus protetor para uma nação que ainda não estava pronta. Então, decidi ficar na Bélgica durante a gravidez e quando a Beatrissa nasceu, eu a entreguei aos cuidados do Frizioh, dizendo que sempre estaria por perto, mesmo estando longe. Voltei para a Alemanha e bom, o resto vocês já sabem.

— Meu pai cuidou de mim e fundou a Bélgica. Ele é tão apaixonado por nossa mãe, que colocou na bandeira do país, as cores que ela escolheu, preto, amarelo e vermelho. — Explicou Beatrissa.

— Nunca contei essa história, apenas eu e Frizioh, sabíamos disso, era um segredo nosso. Ninguém sabia da existência da Beatrissa, nem as minhas famílias sabiam. E esse foi o meu erro, fiz isso pensando que a nação de uma atacaria e destruiria a nação da outra. Não queria ver as minhas filhas brigando, por isso, guardei segredo. Mas não deu certo. — Hera fez uma pausa. — Quando aconteceu a primeira guerra, Delayoh não sabia que a Beatrissa era a sua irmã e atacou a Bélgica e ela. Depois, veio outra guerra e Delayoh tornou a atacar novamente a Bélgica e iria prender a Beatrissa em uma bolha de sono. Então, decidi contar a verdade, para que Beatrissa não sofresse.

— Espera, a Delayoh sabe que a Beatrissa é sua filha? — Perguntou Khayna.

Hera fez que sim com a cabeça e continuou:

— Eu achei que estava fazendo o certo mantendo a Beatrissa longe de vocês, mas eu estava enganada. E agora percebo o quanto que fui injusta com ela e com vocês. Com ela, por ter que crescer longe da mãe e de uma família. E com vocês por não saberem que tinham uma irmã. — Hera se emocionou.

Khayna abraçou Hera e disse:

— Não se culpe, mãe. Nem sempre o que queremos, sai como o planejado. Você teve os seus motivos e está tudo bem. — Khayna parou o abraço e se virou para a mãe. — Eu também fui injusta com a senhora aquele dia. Eu queria que sempre olhasse para a China, me desse mais atenção, só que eu não tive. Fiquei brava com isso, briguei com a senhora e foi horrível. A senhora podia me perdoar?

Hera chorou e devolveu o abraço.

— Claro que sim, minha filha. Eu que devia ter que pedir desculpas.

— Não precisa, mãe. Nós te entendemos.

Ciano também abraçou Hera e depois, foi até Beatrissa.

— Eu sempre quis mais um irmão. E vejam só, ganhei mais uma irmã. — Ciano abraçou Beatrissa. — Gostei muito de te conhecer, Beatrissa.

— Eu também, gostei muito de te conhecer, Ciano. — Beatrissa secou uma lágrima. — Eu sempre achei que eu era sozinha, agora tenho irmãos, irmãs, um pai e uma mãe.

— Seja bem-vinda à família Venandre, Beatrissa. — Disse Khayna. — Venha me dar um abraço, minha irmã.

As duas se abraçaram, sorriam e até conversavam, Hera estava feliz em ver a cena, suas filhas estavam se dando e percebeu que era uma besteira pensar que poderiam prejudicar uma a outra. Se Beatrissa estava se dando bem com Khayna e Ciano, se daria bem também com Delayoh.

— Você é bonita! — Disse Ciano.

Danke! Mutter tem razão, você é uma graça, Ciano.

A voz de Ciano chamou a atenção de Hera, que perguntou:

— Com quem está falando, Ciano?

Khayna olhou para o espelho com moldura de mogno e se emocionou. Ela foi até o espelho.

— Delayoh...

— Khayna! — Respondeu Delayoh. — Que saudades, meine schwester. — Delayoh colocou a mão no espelho e Khayna fez o mesmo.

— Vem, Beatrissa. — Chamou Khayna.

— Tem certeza? — Perguntou Beatrissa.

— Pode vir.

Com passos receosos, Beatrissa se aproximou do espelho. Quando chegou perto do espelho, ouviu Delayoh dizer:

Guten tag, Beatrissa.

Guten tag, Delayoh. — Respondeu Beatrissa, colocando a mão junto da mão de Delayoh.

Ao ver cena, Hera não conteve as lágrimas, suas filhas estavam juntas e se dando bem, tudo que sempre quis.

— Queria tanto poder te dar um abraço, Delayoh. Sinto saudades de você. — Disse Khayna.

— E você pode fazer isso, Khayna. — Disse Hera, secando as lágrimas. — Delayoh está no mundo inferior e você pode ir visita-la. Beatrissa e Ciano também podem. Eu levarei vocês até lá.

Os três aceitaram e com Hera, partiram para o mundo inferior.

...

A ansiedade era grande, caminhavam pelo mundo inferior, até o momento em que se depararam com Delayoh. Khayna correu para abraçar a irmã, as duas sorriam durante o abraço. Depois foi a vez de Ciano, ele a conhecia apenas por foto, esse abraço é bem especial para ele. Beatrissa ficou um pouco mais afastada, não se sentia segura em ir abraçar Delayoh, talvez a deusa alemã ainda não a aceite como irmã. Delayoh percebeu a presença de Beatrissa e disse:

— Venha me dar um abraço, meine schwester.

Beatrissa sorriu e foi até ela, as duas se abraçaram como irmãs. Depois, Khayna, Beatrissa, Delayoh e Ciano se abraçaram, Hera estava feliz em ver seus quatro filhos juntos. Ao ver a cena, tinha um pensamento em mente: “ Eu ainda verei essa cena se repetir”.


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Notas finais do capítulo

Curiosidade:
O recamier é um estofado sem encosto e pode ser utilizado em outros locais da casa, além da sala. Vai bem no quarto, biblioteca, escritório ou no closet.



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