A Família Olimpiano e suas nações - Parte 3 escrita por Anne Claksa


Capítulo 17
Segunda Guerra: O que falará mais alto?


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Stanley ainda é muito apaixonado por Delayoh, por isso relutava tanto em entrar na guerra. Mas ele está e chegou o momento de enfrentá-la. O que falará mais alto? O amor ou a razão?
Boa leitura!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/808398/chapter/17

Foi inevitável. Stanley bem que tentou, mas não conseguiu, terá que enfrentar Delayoh. Mesmo estando separados, ele a ama e não quer fazer mal contra ela, só de imaginar sua amada sendo ferida em um embate entre os dois, seu coração ficava apertado.

Em meio a alguns pingos de chuva, neve e vento, o deus americano caminhava por uma praça de Chicago. Em sua cabeça havia apenas Delayoh, memórias de quando eram namorados apareciam em sua mente, sorrisos, declarações, beijos, a primeira vez dos dois, momentos felizes de um casal apaixonado. Ele ainda mantém guardada a aliança de Delayoh, com um pouco de lágrimas nos olhos, ele olha para o objeto e solta um suspiro.

Ao mesmo tempo, Delayoh voltava para casa em Berlim. Quem a visse naquele momento, poderia dizer que ela estava apenas cansada, porém, era mais do que isso, Delayoh estava triste. A deusa alemã detestaria que alguém a visse assim, não gosta de demostrar fraqueza. Por sorte, não havia ninguém na sala. Delayoh deixou seu casaco preto na guarda do sofá, ela subia as escadas com passos lentos e pesados. A cada degrau subido, lembranças de quando namorava Stanley, vinham à sua mente. Nados na cachoeira, corridas pelos campos, abraçados embaixo de uma árvore, beijos apaixonados, a primeira vez dos dois, um momento que representa o ápice do amor entre um casal. Agora são apenas lembranças. Era uma noite gelada em Berlim, mesmo assim, Delayoh não se importou em abrir a janela, ela pode se fazer de forte e não admitir, mas ainda ama Stanley e sente a falta dele.

Stanley olha para o céu, enquanto um vento balançava o seu casaco azul petróleo. Ao mesmo tempo, o vento balançava os cabelos negros de Delayoh, que fazia o mesmo. Como se fosse uma ligação, um estava procurando o outro. A deusa alemã olhava para o lado, se segurando ao máximo para chorar, o que era raro, e cruzou os braços, simulando um abraço. Stanley não tinha vergonha, ele colocou as mãos nos bolsos do casaco, abaixou a cabeça e deixou que duas lágrimas caíssem.

Stanley e Delayoh prometiam ser um casal perfeito, as vezes não concordavam um com outro, mas se entendiam, se completavam, o amor deles era forte, porém, tudo se desfez, agora são apenas lembranças. E os dois sofrem com essa distância. Stanley olha para o lado e vê a árvore em que ele e Delayoh gravaram seus nomes com um coração, e teve mais vontade de chorar. Ao mesmo tempo, Delayoh fechava a janela de seu quarto, também fechou a cortina e apagou a luz. Distância, tristeza e saudade eram sentimentos que tomavam conta de Stanley e Delayoh.

...

Era metade do ano de 1944, a operação resgate estava em pleno vapor, depois da França, Iugoslávia e Luxemburgo foram libertados do domínio alemão. Próximo ao final do ano foi a vez de Noruega e Dinamarca, os deuses desses países foram internados no hospital, pois, estavam presos em bolhas de sono e estavam muito fracos quando foram libertados.

Apesar do cansaço da guerra, o ano foi de boas notícias, Zeus e Francine se recuperaram e voltaram para casa. O que era mais aguardado, se tornou uma excelente notícia, depois de recuperar, Francine se juntou à Stanley, Elisabeth e Sarah na guerra.

— Vocês salvaram os outros deuses? — Perguntou Francine empolgada.

— Salvamos Fran e foi maravilhoso. Nós chegamos no local, despistamos os guardas alemães, achamos as bolhas, estouramos e libertamos os outros deuses. — Disse Elisabeth, mais empolgada ainda.

— Queria muito ter participado desses resgastes, mas ainda estava fraca e não pude sair.

— Ô amiga querida. — Elisabeth deu um abraço em Francine. — Pensa que não estava conosco? A cada resgate você estava em nossos pensamentos e com a mesma determinação que tivemos para ti resgatar, nós resgatamos os outros deuses.

— Fico muito grata por se lembrarem de mim, farei o possível para ajuda-los nessa guerra, podem contar comigo para o que precisarem.

— Ótimo, então convença o seu irmão a lutar contra a Delayoh. — Disse Sarah.

— Não comece, Sarah. — Disse Stanley com um olhar tenso para Sarah.

— Não começar o que? Eu não disse nenhuma sandice. A não ser que já queira sair da guerra. Francine está salva, seu pai também. Os seus principais objetivos foram conquistados, o próximo seria uma luta contra Delayoh. Entretanto, você não quer fazer isso de forma alguma, pois, a ama tanto que não tem coragem de entrar em confronto com ela. O amor lhe deixou fraco.

— Sarah... — Stanley fechou os punhos e tentou ao máximo se segurar para não atacar a semideusa soviética. Francine se aproximou do irmão e segurou suas mãos, pedindo para se acalmar e que não há motivo para ele se estressar, pois, tanto ela quanto ele sabem que a fala de Sarah é verdadeira.

— Bom, vamos mudar de assunto? — Perguntou Elisabeth com as mãos entrelaçadas e um sorriso meigo, ela usou essa técnica na tentativa de amenizar o clima tenso que se instaurou por causa de Stanley e Sarah. — Agora só restam Holanda e Polônia para serem libertadas, precisamos definir como serão feitos os resgastes. Vamos nos dividir? Dois irão para a Holanda e dois para a Polônia, e depois nos encontramos na Alemanha?

— Acho uma boa ideia, pois, tia Héstia está muito aflita por Polyana. No mesmo dia em que eu e Stanley salvarmos a Neverly, você e Sarah salvam a Polyana. — Disse Francine.

— Concordo com você, Francine. Entretanto, a Polônia é um país sitiado, mesmo com a presença de meu exército por lá, grande parte do exército alemão também está em terras polacas, uma batalha contra os alemães agora, seria mais desgastante para todos os soldados que tem lutado dias a fio. — Disse Sarah enquanto analisava o mapa da Polônia. — Por isso recomendo esperar uma melhor oportunidade, não ter tantos alemães por perto para guerrear. Acho que podemos fazer isso quando formos invadir Berlim, pois, vão ter que proteger a cidade e os soldados que estão na Polônia, terão que ir para a Alemanha, abrindo o caminho para nós.

— Boa estratégia Sarah, mas vai demorar muito tempo para isso acontecer? — Questionou Elisabeth. — Pergunto isso, pois, se estivesse aqui, tia Héstia também faria esta pergunta.

— Não deve demorar, os alemães não são tão fortes como antes, vamos empurra-los até se entregarem.

— Isso se eles se entregarem. Não creio que os alemães queiram fazer isso, a rendição na Primeira Guerra desagradou e muito Delayoh, o exército alemão não quer irritar sua deusa e por isso vão persistir. — Disse Stanley.

— Então, vamos enfrentar todos. Delayoh, os alemães e quem mais vier, já está mais do que na hora desta guerra acabar.

...

Depois de um ano planejando e formulando estratégias, Stanley, Francine, Elisabeth e Sarah partiram para a Holanda. No dia 5 de maio de 1945 eles chegaram em Amsterdã e começaram a se preparar para o regaste de Neverly, usaram as mesmas técnicas que utilizaram para resgatar os outros deuses, só faltava localizar o local exato onde a deusa holandesa estava presa. Durante a reunião, sentiram o clima ficar mais frio, quando se viraram, se depararam com Delayoh vestida com seu tradicional uniforme preto, ela os olhava com um olhar nada amigável. Sarah teve uma ideia.

— Lembram que íamos nos dividir para resgatar Neverly e Polyana? Pois nós vamos fazer isso só que de uma forma diferente. Francine, você e Elisabeth vão resgatar a Neverly, enquanto eu e Stanley enfrentaremos a Delayoh, assim a deixaremos bem ocupada e não haverá tempo de ir atrás de vocês. — Disse Sarah.

— Tudo bem, Sarah. — Responderam Elisabeth e Francine.

Francine chegou perto do irmão e lhe desejou coragem, logo em seguida desapareceu em uma fumaça branca com Elisabeth. Stanley estava apreensivo, chegou o dia que ele nunca queria que chegasse, o dia de enfrentar Delayoh. Sua cabeça estava confusa, dava voltas, tentava achar uma outra alternativa, falar com ela seria uma opção, mas não teria sucesso, nos olhos de Delayoh dava para ver claramente, não existe amor, apenas ódio. Não adiantava, se Delayoh não fosse derrotada, essa guerra nunca acabaria. A cabeça pensava e concordava com o confronto, mas o coração travava, mesmo longe um do outro durante anos, Stanley ama Delayoh, só de imaginar em entrar em confronto com ela ou machuca-la, já feria seu coração. O que falará mais alto? A razão ou o amor? Stanley teria de se esquecer do que sente para não sofrer quando conseguisse ferir e derrotar Delayoh, mas o seu coração ficaria dilacerado e não suportaria em ver o seu amor ferido. Sarah, abruptamente, interrompeu os pensamentos dele dizendo:

— Vamos ver se tem coragem mesmo.

— Ora, ora, as amiguinhas de vocês ficaram com medo de me enfrentar? — Perguntou Delayoh, com cinismo.

— Não, elas preferiram que eu e Stanley a enfrentássemos e quer saber, vou adorar tirar esse sorrisinho cínico da sua face. — Disse Sarah, com certa irritação.

— Sarah, Sarah, pode parar com esse teatro de semideusa durona, pois, eu sei que por dentro está tremendo de medo. Mas logo irei tirar essa garotinha assustada que habita em você e mostrar para todo mundo que a poderosa semideusa soviética, Sarah Wronskiano, não passa de uma cobarde que se esconde atrás do seu exército.

— Que aliás, fez o seu voltar correndo para casa, não é, Delayoh? Você é quem deve estar morrendo de medo, está quase perdendo a guerra e tu sabes que será presa outra vez e ficará um bom tempo.

Delayoh fez uma cara indiferente, não se importou com as palavras de Sarah. A deusa alemã não confrontou Stanley, entretanto, decidiu desestabiliza-lo. Delayoh sabe que ele ainda a ama e nunca iria machuca-la, apenas lhe deu um sorriso, pode ter sido um sorriso, mas este ato desestabilizou um pouco Stanley, a coragem que tinha para enfrentar Delayoh, aos poucos foi desaparecendo e ele quase desistiu.

Sarah percebeu o truque de Delayoh, a semideusa soviética decidiu acabar com aquela cena, batendo no rosto de Delayoh, deixando a deusa alemã bem irritada. Stanley parecia ter saído de um transe e já recebia um olhar de desaprovação de Sarah, mentalmente, ela dizia “Americano idiota! Bobo apaixonado”.

— Vai se arrepender de ter feito isso, semideusa! — Vociferou Delayoh com a mão no rosto. Imediatamente, a deusa alemã lançou uma rajada de gelo sobre Sarah, que se defendeu com labaredas.

Vendo que com gelo não conseguiria combater Sarah, Delayoh decidiu usar o fogo, mas não eram apenas labaredas que foram lançadas, eram intensas rajadas de fogo. Sarah olhava para Stanley pedindo ajuda, mas ele só conseguia ficar imóvel, se fizesse qualquer ataque, poderia ferir Delayoh e seu coração não iria aguentar ver uma cena dessas.

— Stanley, me ajuda, por favor! — Implorou Sarah.

— Desiste, queridinha, ele não vai me ferir. — Debochou Delayoh.

Stanley decidiu ajudar de uma forma mais amena, não usou todos os seus poderes, apenas criava bolhas de ar que passavam próximas a Delayoh e que só balançavam os seus cabelos. A alemã não se incomodou e continuou a atacar Sarah.

— Stanley, utiliza um ataque mais forte. Acerte a Delayoh! Acerta ela! Não sei por quanto tempo vou conseguir segura-la. — Sarah implorou novamente na esperança de Stanley a escutar.

— Não posso, não consigo. — Disse Stanley quase em lágrimas.

Delayoh se preparava para um arremate com o raio, quando Sarah percebeu que não iria contar com Stanley naquela batalha. Ela utilizou um poder que nunca pensou em usar, aquele que herdou de sua avó Demeter, o da terra. Apoiou as mãos no chão, criou um pequeno morro e o empurrou até Delayoh, que caiu no chão, desativando os raios que estavam sendo criados. Batendo os dedos no solo, Sarah fez com que a terra ficasse movediça e prendesse Delayoh. A deusa alemã se remexia, tentava se soltar, mas a cada vez que se mexia, ela ficava mais presa.

— Desiste, queridinha, essa você perdeu. Vou lhe soltar, mas só para lhe derrotar outra vez e essa guerra acabar. — Disse Sarah, vitoriosa.

Delayoh foi libertada, olhou com ódio para Sarah e disse:

— Não pense que isso vai ficar assim, pode ter ganho desta vez, mas na próxima, sou eu quem irá derrota-la.

Delayoh voou para longe, sumiu em uma fumaça preta e foi embora. Sarah olhou raivosamente para Stanley e lhe disse tudo que estava sentindo.

— Eu sabia que não poderia contar com você, é apaixonado pela Delayoh, nunca terá coragem de ataca-la. Pode ajudar a Francine e a Elisabeth, pois, eu nunca mais conto com você. Te pedi ajuda várias vezes e tu não fizestes nada, ficou parado olhando e quando resolveu “ajudar”, lançou ridículas bolhas de ar e que nem acertaram a Delayoh. O amor lhe tornou fraco, sem coragem, um fantoche nas mãos da Delayoh. Ela faz o que quer e você só fica parado e consente.

— Você sabia do que sinto por Delayoh, fiz o que eu pude, dentro do que eu achava que era certo. Você não entende o que é o amor, Sarah, nunca amou ninguém, só sabe mandar. Pode sair dessa guerra se quiser, para mim não fará a menor diferença, já que não estamos fazendo do seu jeito. – Esbravejou Stanley.

— Se o amor é fraquejar em momentos decisivos, eu recuso o convite para conhece-lo. Não vou desistir da guerra por sua causa, continuarei lutando, porém, não mais ao seu lado, ajudarei apenas Francine e Elisabeth.

O clima entre Sarah e Stanley estava tenso, qualquer faísca ali, explodiria uma guerra entre os dois. Felizmente, uma mensagem austral de Elisabeth amenizou o clima: Neverly estava salva.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O ínicio foi imaginado por mim, imaginei uma cena com uma música tocando ao fundo. Tive que me esforçar bastante nessa, pois, é uma cena bastante visual, kkkk.
Música: Coração Vazio- Chitãozinho & Xororó e Reba McEntire https://youtu.be/y47FBqlijtg



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Família Olimpiano e suas nações - Parte 3" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.