Justiça: O Pergaminho de Haruki escrita por Wondernautas


Capítulo 5
5 - Que se abram as portas do Multiverso




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Arco 1 - Vale da Lua de Prata

— Hora de acordar! – exclama Luna Shihoin, no centro do Vale da Lua de Prata, sob a luz da manhã enquanto alterna o olhar entre todas as barracas espalhadas pela região.

Após a primeira etapa, todos os Gennins descansaram por uma hora antes do toque de recolher. A noite foi tranquila tanto para os ninjas em formação quanto para os Jonins, Jonins Especiais e outros funcionários da Organização das Nações Shinobi Unidas. 

Nesse momento, Haruki, Aruhana e Akira dividem uma barraca. Aruhana foi a primeira a acordar, mas se recusou a levantar imediatamente. No entanto, os três sabem que não há como evitar. O tempo de descanso chegou ao fim e é hora de se jogar nas atividades que virão do segundo dia. 

Sem muita demora, os grupos saem das barracas. De maneira inevitável, todos percebem que Luna Shihoin, Vale Kahn e Yuzuriha Kaguya estão de pé no centro do Vale da Lua de Prata. Os Jonins Especiais parecem esperar que todos os Gennins se alinham adequadamente diante das próprias barracas. Ao longe, muitos dos Jonins responsáveis pelos menores de idade observam tudo enquanto conversam em baixo tom entre si.

— Você teve sorte com os alunos deste ano, Caius? – questiona Silvanna, parada ao longe bem ao lado de um homem de estatura extremamente fora do comum.

— Digamos que sim, Silvanna – articula o sujeito ao lado direito dela com incríveis 2,50m de altura, olhos púrpuras, pele negra e cabelos de um loiro quase tão claro quanto a neve. 

Apesar da altura e dos músculos bem evoluídos camuflados por vestes brancas e vermelhas aparentemente caras, ele é um homem gentil. Enquanto conversa com a líder do clã Senju, o líder do clã Bistail sorri sem empecilhos. Os dois já se conhecem há anos e ambos utilizam o Estilo do Punho Adamantino em combate. Embora seja bem menor do que o gigante, costuma ser Silvanna quem demonstra maior seriedade quando os dois estão próximos.

O mais curioso é que os dois se conheceram anos atrás de maneira inusitada. Seus pais consideraram a possibilidade de esquematizar um casamento arranjado para unir os dois clãs. Se Senjus e Bistails estivessem juntos, seria esse um vínculo que a Aldeia da Folha e a Aldeia da Nuvem também compartilhariam. Entretanto, quando Silvanna e Caius se conheceram no que deveria ser o primeiro encontro romântico, acabaram por se tornar grandes amigos. Destemidos desde sempre, eles não seguiram adiante com os objetivos políticos por trás de um casamento arranjado entre os dois. No fim das contas, os clãs iniciaram relações amistosas entre si de uma maneira ou de outra.

Enquanto os dois Jonins conversam entre si sobre as impressões iniciais a respeito dos seus tutorados, Luna Shihoin se prepara para iniciar as explicações do segundo dia de atividades.

— Quem aqui se lembra das aulas na Academia Ninja sobre o Multiverso? – ela questiona para os Gennins após algum tempo, no centro do círculo de pedras.

É quando uma Gennin aparentemente mais velha, entre tantos outros menores de idade, levanta a sua mão direita com grande empolgação. Todos os outros jovens presentes lançam os seus olhares silenciosos na direção da garota originária do País dos Demônios. Seu nome é Rupa Dores, possuidora de cabelos roxos lisos que alcançam a metade das costas, olhos empolgados de mesma coloração e pele clara. No momento, utiliza um vestido cheio de cores que vai até os joelhos e um par de tamancas com salto plataforma igualmente coloridas. Inevitavelmente, ela se destaca na multidão.

— Pode falar, querida – diz Luna, olhando em sua direção.

— A ciência, nos últimos anos, vem estudando a Teoria do Multiverso – inicia a integrante dos Apátridas, sorrindo com um pirulito de framboesa em sua boca. – Segundo essa teoria, a realidade na qual estamos é uma entre tantas outras que vibram em frequências diferentes e existem como linhas paralelas que nunca se cruzam. Os adeptos à teoria acreditam que é possível que existam outras versões nossas em diferentes mundos, mas com elementos diferentes devido a escolhas distintas delas próprias e das pessoas ao seu redor. Assim como o Efeito Borboleta diz que o bater de asas de uma borboleta pode gerar um furacão do outro lado do mundo, a Teoria do Multiverso diz que o aglomerado de universos paralelos agrega… Infinitas possibilidades e combinações de escolhas dos seres humanos… E suas consequências em acontecimentos históricos.

A Jonin Especial da Aldeia da Nuvem parabeniza a mais jovem por uma resposta tão completa. Apesar disso, em seu respectivo lugar, Haruki se dispersa. O integrante do clã Senju se lembra das aulas sobre esse tema, mas também se lembra da curiosidade latente que cresceu em si quando ouviu falar sobre a Teoria do Multiverso pela primeira vez. Enquanto Aruhana Yotsuki em seu lado direito e Akira Kurotsuchi ao seu lado esquerdo seguem focados no que Luna Shihoin está dizendo, o menor entre os três se perde em suas ideias.

— Se em cada universo, a realidade é diferente… – pensa o jovem, abaixando o próprio rosto. – Significa que podem existir mundos nos quais Bestiamorfos nunca existiram. Nos quais pessoas como a minha mãe não precisaram se sacrificar. Quando penso sobre isso, fico inquieto… O simples fato de considerar que aquelas coisas não existem em alguns universos quer dizer que há uma razão específica para existirem aqui. Se eles aparecerem de novo um dia… Seria possível encontrar um caminho no qual o Multiverso pudesse ser a resposta para o fim dos Bestiamorfos em nossa realidade…?

Ele não sabe, mas os Bestiamorfos já voltaram a aparecer. A Aliança Shinobi e a Organização das Nações Shinobi Unidas pretendem manter essas informações em sigilo por enquanto. Afinal de contas, o que seria de todos esses jovens ninjas em formação se o temor de uma outra guerra surgisse como um peso a mais em seus ombros? Quanta ansiedade, agonia e pavor seriam gerados como consequência?

Ao prestar atenção à voz de Luna Shihoin novamente, Haruki arregala os olhos. O Gennin volta à realidade e tenta ouvir o que precisa, visto que a estadia no Vale da Lua de Prata continua sendo uma missão como qualquer outra. E mais: a sua primeira missão oficial.

— Com o tempo, o ser humano compreendeu que a grande maioria das criaturas invocadas por essa técnica existem em um universo paralelo ao nosso – a Jonin Especial da Aldeia da Nuvem, ainda posicionada no mesmo lugar, segue sua explicação sobre o conceito da Técnica de Invocação que acabou de mencionar. – Ou melhor, um universo diferente do nosso.

— Segundo a teoria citada pela colega de vocês, o Multiverso é potencialmente infinito, mas possui uma estrutura esférica – Vale Kahn, Jonin Especial da Aldeia da Areia, é quem toma a voz desta vez. – Isso quer dizer que todos os universos vibram em conjunto ao redor de um núcleo. Neste núcleo, existe o mundo chamado de Universo Primordial. Lendas dizem que ele é resultante dos resquícios do mundo antigo, o que sobrou após o grande evento que teria criado a nova realidade.

— No passado, supostamente os seres humanos viviam no Universo Primordial. Após o cataclisma, aquele universo teria se desdobrado infinitamente, gerando incontáveis mundos ao seu redor – Yuzuriha, Jonin Especial da Aldeia da Névoa, complementa as falas dos seus colegas. – É no Universo Primordial que a maior parte das criaturas que ninjas estabelecem contato existem. Dizem que é graças à conexão ancestral entre o Universo Primordial e todos os outros mundos no Multiverso que nós podemos utilizar a Técnica de Invocação para trazer as criaturas de lá para o nosso mundo.

Ouvir sobre isso faz Haruki se dispersar novamente. Isso porque, ao pensar no que está ouvindo, se lembra da criatura que sua mãe invocava. Apesar de não ver aquele ser há anos, o Gennin do clã Senju não apenas guarda o nome em sua memória, como a aparência e até mesmo a voz: Katsuyu, uma criatura lendária que apenas a Segunda Hokage foi capaz de convocar. Enquanto os Jonins Especiais seguem falando, ele pensa sobre algumas coisas… Como será que Katsuyu está hoje? Será que ela possui informações que ninguém mais tem? Será que outro ninja, futuramente, poderá se conectar à rainha das lesmas?

— Hoje, vocês serão direcionados para o Universo Primordial através da engenharia reversa com a Técnica de Invocação – alega Luna, atraindo para si a atenção de Haruki uma vez mais. – Vocês conhecerão um mundo paralelo ao nosso. Vocês levarão um pergaminho em branco e serão acompanhados por um Jonin Especial por equipe por medida de segurança.

— O Contrato de Invocação é feito em um pergaminho que deve ser assinado tanto pelo usuário quanto pela criatura. Ambos devem registrar o próprio material biológico, geralmente através do sangue, estabelecendo um contrato que dura a vida inteira. Ou melhor… – diz a loira Yuzuriha . – Mesmo após a morte do invocador, o contrato permanece ativo.

A Jonin Especial do clã Shihoin retira de uma bolsa de ferramentas oculta em sua cintura um pergaminho com o exterior roxo e o interior em branco. Ela o abre suavemente com as duas mãos, mostrando que está vazio para todos os Gennins enquanto gira devagar sobre o próprio eixo em 360°.

— Obviamente, o contrato só pode ser fechado entre um ninja e uma criatura que possuam algum tipo de sinergia e em comum acordo. Após concluir o contrato, para usar a Técnica de Invocação, o usuário sempre precisará de um pouco do próprio sangue e canalizar o seu chakra com cinco selos manuais. A quantidade de chakra usada define o número e o nível de poder das criaturas que poderão ser convocadas. Alguns Contratos de Invocação são estabelecidos com espécies, mas outros são estabelecidos com criaturas individuais específicas – Luna, enfim, finaliza seu discurso.

— Se preparem para a viagem. Partiremos rumo ao Universo Primordial dentro de 10 minutos – afirma Vale, esboçando um sorriso sutil.

 

…/–/–/…

 

Enquanto isso, em um local não muito longe dali…



Várias figuras encapuzadas e vestidas com túnicas prateadas formam um círculo perfeito enquanto conectam suas mãos. Marcações com tinta preta sobre o solo sem grama no qual estão reluzem de forma suave, recebendo o chakra dos indivíduos. Os sujeitos são os mesmos que observaram com atenção os Gennins na noite anterior. Agora, eles combinam os seus esforços para aplicar uma técnica secreta.

— Posso sentir… – afirma um homem entre os sujeitos aqui agrupados, se referindo ao conjunto de ninjas no Vale da Lua de Prata. – Os preparativos da viagem para o Universo Primordial estão se concluindo.

Eles fazem parte da seita chamada de Lineamento Universal Sublime, criada tempos atrás por Azuma Senju, um Nukenin da Aldeia da Folha. O estopim para a criação foi o seu contato com uma profecia quase cinco anos atrás. O mesmo interpretou que a profecia era referente ao fim do mundo através de uma nova geração de Bestiamorfos. No entanto, foi previsto que a força criadora do Deus da Luz, incorporada no ser Nexus, estaria presente em uma existência feminina no Vale da Lua de Prata neste exato momento. Azuma interpretou alguns elementos da profecia como indícios de que o ser Nexus seria uma garota jovem – e, portanto, uma Gennin. Para que seus planos se concretizem, os seus seguidores estão aqui colocando as primeiras medidas em prática.

— Hoje, a antiga profecia se cumprirá – afirma outro dos homens. – Abriremos o portão do Multiverso ao tomar o controle da energia do ser Nexus.

— Barreira da Luz: Composição Remota da Chave Multiversal! – gritam todos os homens em um impressionante coro de vozes.

 

…/–/–/…

 

Algum tempo depois, de volta ao Vale da Lua de Prata…



Luna Shihoin, Vale Kahn e Yuzuriha Kaguya observam os quatro funcionários de nível Chuunin da ONSU formando um círculo ao redor do grande agrupamento de Gennins e Jonins Especiais no centro do Vale da Lua de Prata. Estando entre esses Jonins Especiais, Luna e seus companheiros aguardam os movimentos dos Chuunins: um ao norte, um ao sul, um ao leste e outro ao oeste.

— Técnica de Invocação! – exclamam os quatro juntos após morderem dedos das mãos, agacharem, ativarem os selos manuais e colocarem a mão mordida sobre a grama.

A combinação dos Chuunins designados cria um grande círculo de marcações pretas abaixo da grama na qual os Gennins e Jonins Especiais estão pisando. Nos minutos anteriores, todos os procedimentos básicos foram realizados. Aos Gennins foram entregues pergaminhos vazios para que possam tentar estabelecer Contratos de Invocação na viagem planejada para durar até o fim do dia, ao anoitecer. Porém, Eudora, em meio ao aglomerado de pessoas, percebe algo estranho.

— O que é isso…? – ela se questiona em pensamentos. – Esperem! Tem algo…

A kunoichi do clã Hatake é incapaz de concluir as suas palavras visto que uma imensa barreira dourada esférica surge cobrindo grande parte da extensão do Vale da Lua de Prata. Todos os Gennins, Jonins, Jonins Especiais e demais pessoas presentes percebem o surgimento da barreira luminosa ao redor deles. Silvanna Senju, conhecida como uma grande especialista em Kekkaijutsus do País do Fogo, é a primeira a perceber a natureza da barreira em questão.

— Isso é… – articula ela, ainda ao lado de Caius Lao Bistail, arregalando seus olhos enquanto observa a barreira esférica se completando em alta velocidade. – É uma barreira para violar o espaço-tempo!

— Como é!? – questiona o gigante, incrédulo no que acabou de ouvir.

A questão é que, devido à Técnica de Invocação, não há mais nada que possam fazer. Imediatamente, uma grande cortina de fumaça surge no centro do Vale da Lua de Prata. Em poucos instantes, todos os Gennins desaparecem do campo de visão dos adultos. Por outro lado, os Jonins Especiais como Luna Shihoin, Eudora Hatake, Vale Kahn, Yuzuriha Kaguya e outros não foram enviados pela Técnica de Invocação conforme haviam planejado.

— Impossível… – Caius se pronuncia, perplexo diante do que seus olhos estão testemunhando. – Essa barreira manipulou a Técnica de Invocação!?

A mulher ao lado dele está furiosa e Caius percebe isso. As suspeitas da tutora de Haruki, Zaku e Akaemi fazem ecoar um nome específico na cabeça dela, assim como memórias revoltantes de um passado distante. Cerrando os seus olhos com uma expressão de pura ira e fechando seu punho esquerdo com força enquanto mantém a Lança Cometa na outra mão, a loira se pronuncia:

— Azuma… Foi ele.

— Azuma Senju? – questiona Caius.

— Sim – garante ela, olhando bem dentro dos olhos do mais alto em seguida. – Aquele lunático é o único obcecado pelo Multiverso que poderia ter criado essa técnica e que teria a audácia de fazer tudo isso.

É quando a mulher loira se vira para trás, caminhando e dando as costas para Caius. O olhar da líder do clã Senju está tomado por uma fúria quase material. Mesmo sem olhar para o seu rosto, o Jonin da Aldeia da Nuvem tem a plena certeza de que, quem quer que tenha feito essa intervenção, se arrependerá…

— Mas não importa – afirma Silvanna, caminhando para longe do seu amigo da Aldeia da Nuvem. – Eu o matarei com as minhas próprias mãos.

 

…/–/–/…

 

Multiversalmente loge dali…



Palavras humanas são insuficientes para descrever este lugar. Afinal, esta dimensão é tudo e nada ao mesmo tempo. O chão é uma imensidão líquida branca como se fosse um oceano infinito. Ele se move como as águas na maré, mas não possui a cor, nem a textura de água. O ar e o céu são aglomerados de luzes, letras e números que parecem dançar sem seguir uma lógica. Não há construções, seres orgânicos, nem mesmo nenhum tipo de matéria.

Isso, é claro, até um pequeno círculo de marcações escuras surgir em pleno ar. Quando duas pessoas atravessam o portal interdimensional criado pelo círculo, o paraíso do silêncio absoluto é violado pelo que jamais deveria existir aqui: seres humanos.

— Finalmente… – articula um sorridente homem de vestes prateadas e pele negra: Azuma Senju. – Alcancei os Registros Akáshicos.

O plano do criador da LUS não era apenas interferir nas atividades no Vale da Lua de Prata. Na realidade, aquilo era apenas o pré-requisito dos seus verdadeiros objetivos para o dia de hoje. Por anos, Azuma acreditou que a chave para combater os Bestiamorfos era o segredo da luz criadora. Segundo as lendas, esse segredo está registrado na existência do ser Nexus.

A profecia com a qual teve contato no passado o motivou a dar tudo de si, cultuando o Deus da Luz para que este dia pudesse ocorrer de acordo com os seus desejos. Em primeiro lugar, era preciso que tudo estivesse em seu devido lugar: o ser Nexus entre as pessoas no Vale da Lua de Prata, a Técnica de Invocação e a interferência por meio da Composição Remota da Chave Multiversal. Uma vez que cada peça estivesse encaixada em seu lugar, seria possível viajar para o universo que funciona como um banco de dados de tudo o que há no Multiverso: a dimensão dos Registros Akáshicos.

— Embora tenhamos objetivos distintos, nossa parceria realmente foi proveitosa – afirma uma mulher branca caminhando ao lado direito do mais alto.

Dona de longos cabelos lisos rosados que ultrapassam a linha da cintura, olhos verdes enfeitados com duas pintas logo abaixo deles e uma marca de losango na testa: ela se chama Ikaruga Haruno. Trajando um longo kimono branco por cima de uma grande saia vermelha e carregando uma espada embainhada em sua cintura, a Nukenin da Aldeia da Folha colabora com as atividades de Azuma há anos, mas por seus próprios interesses. A parte da frente do seu kimono se destaca por um decote razoavelmente revelador e por um cinturão preto que o fixa ao seu corpo: no cinturão, há o emblema do clã Haruno.

Caminhando lado a lado, os dois observam um tanto quanto fascinados a imensidão desta dimensão. A racionalidade humana não pode explicar a natureza dos Registros Akáshicos, mas ambos sabem disso. Por anos, se prepararam para chegar a este lugar e aproveitarem o pouco tempo que podem permanecer para acessar somente as informações que mais lhe serão úteis.

— Eu desejo a verdade… – articula o homem, parando em determinado ponto e erguendo a mão direita para tocar alguns números com seus dedos. – Sobre o ser Nexus e o Deus da Luz.

— Eu desejo o poder… – a mulher se pronuncia após parar em determinado lugar, dar as costas para Azuma e erguer a mão esquerda da mesma maneira que ele. – Para controlar os Bestiamorfos.

Os números, letras e luzes tocados por eles começam a ressoar de forma padronizada. Esses símbolos vão circulando o braço de cada um e avançam em direção aos seus rostos. Na sequência, Azuma e Ikaruga arregalam os olhos enquanto são invadidos pelas informações que sempre desejaram.

Ambos sentem as suas consciências sobrecarregadas por um conhecimento extraordinário e percebem, na prática, a magnitude desta dimensão. Poderia um simples ser humano suportar a carga de todo o conhecimento multiversal? Ao se sentirem pesados com apenas um recorte desse conhecimento, os dois logo entendem que a única resposta é não.

— Então é ela… – fala o criador da LUS, abaixando o braço e colocando-se de joelho direito dobrado, ofegante. – O ser Nexus.

— Então é isso – diz Ikaruga, em estado similar ao de Azuma – O poder…

Relativamente distantes um do outro, os dois adultos estão sorridentes. De agora em diante, assim como possuem um inimigo em comum, também são adversários um do outro. Diante dessa consciência, o homem articula:

— A partir daqui, estamos em lados completamente opostos.

— Sim – ela concorda, mantendo-se de costas para o mais alto. – Quando nos encontrarmos novamente, será para apenas um de nós permanecer vivo.

—  Mas até lá… – dizem juntos conforme se levantam e se colocam de pé outra vez. – Destruiremos a Aldeia da Folha!

 

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Enquanto isso, em algum outro lugar do Multiverso…



Um pequeno círculo de marcações escuras surge em uma região estranha. Em seguida, uma cortina de fumaça traz três pessoas para este lugar: Haruki Senju, Aruhana Yotsuki e Akira Kurotsuchi. Por desconhecerem o fato de que ocorreu uma interferência com a Técnica de Invocação, inicialmente não percebem que há algo de muito errado por aqui…

— Que lugar é esse…? – se questiona o Gennin do clã Senju, posicionado entre os outros dois.

Embora a pergunta seja válida, a resposta é inalcançável para qualquer um deles Todos têm a suspeita de estarem em alguma área do Universo Primordial, mas é impossível ter certeza porque percebem que algo está, no mínimo, estranho. Afinal de contas, onde está o Jonin Especial Hayabusa Fuuma que iria acompanhá-los?

O local em que estão é uma espécie de floresta de árvores baixas. É bem iluminada, ao menos, porque a luz do sol consegue passar pelos espaços entre os galhos e folhas, atingindo a maior parte do solo. O terreno é moderadamente úmido, o que significa que chove com frequência ou choveu bastante por aqui recentemente.

— Vocês estão ouvindo isso? – pergunta Aruhana, após perceber sons de animais por perto.

Assim como ela, Haruki e Akira olham para a direção nordeste em relação ao ponto em que estão. Fazendo total silêncio, os três são capazes de identificar dois rosnados e o choro canino de algum filhote. O Gennin da Aldeia da Folha, por se interessar por estudos sobre animais ninjas, logo conclui que algum filhote de lobo deve estar sendo atacado por lobos adultos.

— Vamos ajudar! – exclama ele, correndo naquela direção.

— Espera, garoto maluco! – pede Aruhana, seguindo-o às pressas. – Não avance assim! Mal sabemos onde estamos!

Dessa maneira, Haruki corre às pressas naquela direção, sendo acompanhado pela Gennin da Aldeia da Nuvem de sua equipe temporária. O que ele ainda não sabe é que essa decisão marcará o seu destino para todo o sempre…


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Notas finais do capítulo

— Saudações, deuses e mortais! Como vão? Espero que bem! Espere um momento… Você está acompanhando este universo, mas ainda não criou a ficha do seu personagem? Que pecado, amiguinho! Não perca mais tempo e se integre a este wonderverso! Agora é hora de voar!

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Rupa Dores

Idade: 15 anos

Aldeia: Cidade de Zorc, País dos Demônios

Cargo: Gennin

Origem: Personagem inscrito

Rupa Dores é uma jovem originária da Cidade de Zorc no País dos Demônios. Embora possua uma aparência dócil, assim como a grande maioria dos habitantes de Zorc, ela cultua forças que muitos consideram como demoníacas. Demonstrou desde muito jovem um talento interessante com a Técnica de Invocação Mítica e Ninjutsus elementais de Água e Vento. Suas habilidades são incomuns devido à sua origem e, de maneira estratégica, costuma fazer uso de jogos mentais em torno disso para assustar os inimigos.



Ikaruga Haruno

Idade: 34 anos

Aldeia: Folha, País do Fogo

Cargo: Nukenin (Jonin)

Origem: Fairy Tail (Ikaruga)

Ikaruga Haruno é uma kunoichi nascida na Aldeia da Folha, conhecida como a única usuária viva do lendário Selo Byakugou. Se tornou uma Nukenin após se apossar da Espada Demoníaca Mugetsu-Ryu e se rebelar contra o vilarejo ninja. Movida por uma sede de poder, a especialista em Kenjutsu aliou-se a Azuma Senju temporariamente e iniciou uma empreitada obsessiva que ameaça o bem-estar de toda a Aliança Shinobi. Seu grande objetivo ainda é desconhecido, mas está relacionado com os segredos malignos de sua lâmina amaldiçoada e o controle sobre os Bestiamorfos.



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Técnica de Invocação

Rank: C

Classificação: Ninjutsu

Requerimento: Contrato de Invocação

Selos: 5

Descrição:

A Técnica de Invocação é um ninjutsu de espaço-tempo que permite que o invocador transporte animais, pessoas e seres conscientes no geral através de longas distâncias instantaneamente por meio do sangue do usuário.



Barreira da Luz: Composição Remota da Chave Multiversal

Rank: S

Classificação: Ninjutsu/Kekkaijutsu

Requerimento: Técnica de Invocação como preparação, grande habilidade em Kekkaijutsus, massiva quantidade de chakra, conhecimento sobre a técnica secreta e um ninja sensorial como conector

Descrição:

Técnica desenvolvida pelo Lineamento Universal Sublime. Por exigir vários pré-requisitos para funcionar, é uma técnica extremamente difícil de ser aplicada. Em primeiro lugar, exige uma grande quantidade de chakra em um nível muito acima de qualquer fonte de chakra única. Em outras palavras, é impossível realizá-la individualmente: na maioria das vezes, é preciso uma quantidade de seis ninjas ou mais que conheçam a técnica. Os ninjas se reúnem em um círculo e concentram o seu chakra em um ninja sensorial entre eles. O ninja sensorial realiza uma conexão remota entre a quantidade de chakra usada para a técnica e uma Técnica de Invocação usada por aliados ou até mesmo por adversários. Usar contra inimigos, no entanto, exige que os usuários possuam absoluta certeza de que a Técnica de Invocação será usada ou todo o chakra gasto na Barreira da Luz: Composição Remota da Chave Multiversal será perdido. Quando a Técnica de Invocação for sobrecarregada por essa técnica suplementar, uma grande barreira luminosa esférica será criada no ambiente em que a Técnica de Invocação foi ativada. Essa barreira permitirá que aqueles que a criaram tomem absoluto controle da Técnica de Invocação, sendo possível violar algumas regras básicas da mesma de acordo com a habilidade de todos os usuários. A principal finalidade deste movimento é criar um caminho para qualquer universo existente no Multiverso e enviar pessoas escolhidas pelo grupo. É impossível enviar um dos usuários, visto que a barreira seria quebrada e ele retornaria imediatamente para sua localização original.



Técnica Sensorial

Rank: B

Classificação: Ninjutsu

Requerimento: Habilidade de detecção

Descrição:

A Técnica Sensorial, usada pelos shinobi tipo sensor, permite ao usuário detectar chakra. Usando esta técnica, os sensores podem facilmente detectar e rastrear alvos em um alcance variado.



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— Este universo compartilhado é parte de um projeto maior chamado Wondernautas. Trata-se de um podcast de informação e entretenimento focado em cultura pop, sociedade e diversidade. Recentemente, um episódio sobre nosso universo compartilhado de histórias foi lançado e você pode ouvi-lo caso ainda lhe restem dúvidas sobre essa loucura. Visite o trabalho do meu criador no Spotify ou no Instagram para conhecê-lo melhor. Acenos virtuais a todos e que a glória de Gaia esteja com vocês!



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