CN Beyond: Geração Y escrita por Primus 7


Capítulo 4
Mais do que Humanos - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores! Desculpe a demora para atualizar. Esse cap parece simples mas foi complicado de fazer. Ele foi uma coisa que tive de ultima hora. Tive que refazer varias vezes por mudanças de planos e eu me distrai com outro projetos paralelos. E tudo mais.
Contextualizando, esse cap se passa durante um baile da alta sociedade. Ele é primeira parte de dois sobre arco do baile. Ele é focado na comédia e nas interassões entre as PPG e os RRB, sei que muitos gostam disse então eu fiz desse capítulo um prato cheio. O próximo não será tão comédia e sim de drama e tensão e terá aparições importantes para esse universo. Eu vou lançar eles depois que terminar CN Beyond Files: A Távola. (esse Files e próximo Cap tem TUDO A VER).
Como essa história se passa em baile, eu pedi ajuda algumas colegas minha do CNB para me ajudar nas roupas, sapatos, cabelos e descrições dos visuais das personagens. Elas foram a Zeella, já bem conhecida aqui, a Arady_Yamazaki, que me ajudou bastante nas descrições dos vestidos e a minha amiga Suy que ajudou nos cabelos. Para os meninos, eu tive ajuda de um primo meu que prefere não receber os créditos. Agradeço a todos pela ajuda.
Vocês podem ver os visuais dos personagens no DOC abaixo.

Este cap não tem uma ost, mas vocês podem ouvir a trilha sonora da história toda aqui: https://youtube.com/playlist?list=PLR-2_pyeUruiEZdnrFDJZ-70wxL3KFMef



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(DOC dos visuais aqui )

Na manhã do dia seguinte ao do incidente no TownsLife Stadium, as meninas receberam em sua casa no subúrbio da cidade uma encomenda junto com quatro convites assinados com tinta dourada por Dick Hardly. A encomenda eram três vestidos caríssimos, de alta qualidade, escolhidos a dedo pelo próprio Dick para serem usados no baile do Solstício de Townsville, do qual ele era o anfitrião. Apesar de confusas e revoltadas, Bellum convenceu as meninas a irem e as convidou para se arrumarem em sua casa já que era bem espaçosa e cheia de espelhos e provadores, o lugar adequado para se arrumarem. Aproveitando a oportunidade, Bellum contou às meninas sobre a aposta entre o Prefeito e Hardly.

— ELE NÃO PODE FAZER ISSO! — berrou Docinho que estava em um surto de raiva enquanto trocava de roupa. 

— Já está feito, Docinho. — Esclareceu a Srta. Bellum que finaliza a maquiagem na frente do espelho do provador. — Vocês são a nossa única chance agora, garotas. 

— QUE MERDA!  Gritou ela jogando um sapato salto-alto na parede — ÀS VEZES EU TENHO VONTADE DE TACAR UM DAQUELES POTES DE PICLES DO PREFEITO NA CABEÇA DELE! 

— Eu também. — Admitiu Bellum. — Mas, o que está feito, está feito e o que importa agora é nos concentrarmos nessa festa e no primeiro desafio.

— Eu posso perguntar uma coisa, Srta. Bellum? — Pediu Lindinha enquanto penteava as suas longas marias chiquinhas presas com fitas azuis em frente a um espelho. — Se a gente perder, o que vai ser de nós? Vamos ter que deixar de ser super-heroínas?

— Não, claro que não. Só não serão mais a nossa primeira opção. Ficariam, como posso dizer, na “reserva”. Ainda poderiam salvar o dia, em uma situação onde os rapazes não estivessem dispostos ou que precisassem de reforços. — Explicou Sarah. 

— Ou seja, se a gente perder, a gente fica na sombra dos caras. — Resumiu Docinho ainda muito revoltada. 

— É o lugar favorito de toda mulher, não é? — ironizou Florzinha enquanto firmava seu laço cor-de-rosa em seu longo cabelo ruivo perfeitamente cuidado finalizando assim seu visual para a noite. 

A ruiva saiu do provador e andou até suas irmãs com saltos de um tom cor-de-rosa tão claro que se misturava com o tom de sua pele. No entanto, assim que Docinho e Lindinha viram o visual de sua irmã, seus olhos grandes se arregalaram em meio a tamanha beleza. Trajada em um vestido rosa-claro, simples, porém deslumbrante, além de uma saia rodada que balançava suavemente em meio ao seu andar e com a palma dos pés deixando parte do salto à mostra. A alça fina e os detalhes na parte do busto chamavam a atenção, entretanto, apesar disso o que mais encantava os olhos era o rosto da garota ruiva. Com uma maquiagem leve sobre a pele pálida, seus olhos rosados ganhavam destaque acima de tudo, o par de brincos pequenos, porém brilhantes davam um toque especial em seu visual. 

— Você está maravilhosa, maninha! — Disse Lindinha com brilho nos olhos. 

— Nada mal. — Completou Docinho. 

— Se estivéssemos em um baile da escola, você seria a rainha fácil. — Confessou a loira;

Florzinha sorriu genuinamente com os elogios das irmãs e a agradeceu com olhar gentil. 

— Obrigada gente. — Agradeceu ela. 

— E como eu estou? — Perguntou Lindinha que se levantou e rodopiou no lugar com seu vestido.

Diferente de sua irmã, Lindinha trajava um vestido tomara que caia azul bebê curto, indo até um pouco abaixo dos joelhos, possuindo babados simples na parte do busto, o que deixava a jovem loira com uma aparência ainda mais angelical. Em seu pescoço um simples colar com algumas pequenas pérolas que complementava o seu visual, sob seus pés estavam lindas sandálias douradas que garantiriam seu conforto em meio a noite agitada que estava por vir.

— Parece até uma princesa! — Elogiou Florzinha. 

— OWN! Obrigado, Flor. — Ela agradeceu dando um abraço caloroso na irmã. 

— E eu? Como eu estou? — Perguntou Docinho. 

Após se recusar a usar o vestido pomposo que Dick Hardly havia arrumado para ela, Docinho optou por usar um terno feminino, com uma camisa social branca por baixo, uma gravata escura e um colete. Com esse visual, Docinho parecia até mesmo uma empresária famosa. A morena usava uma calça preta simples que combinava com a cor do colete e sob seus pés que, por insistência de suas irmãs, a garota utilizava um salto preto baixo com detalhes leves em cinza. Apesar de não se sentir confortável o suficiente, era melhor do que usar um vestido escolhido por Hardly. 

— Estilosa como sempre. — Elogiou Florzinha. 

— Só você mesma para recusar um vestido daqueles. — Disse Lindinha. 

— Vocês me conhecem. — Gabou-se Docinho — Nenhum vestido bonito pode me comprar. Eu sempre prefiro escolher eu mesmo o meu visual. Agora, pode me lembrar porque temos que ir a essa festa mesmo sabendo que o Hardly e os Garotos Desordeiros dele vão estar lá? 

Enquanto terminava a maquiagem, Bellum respondeu por trás das cortinas. 

— Pensem nisso como uma missão de espião, meninas. — Disse Bellum que saiu das cortinas do provador e caminhou até as suas pupilas como uma super modelo. O vestido de Bellum ficava entre o elegante e o provocante. Era longo e justo, com um decote preciso e de cor violeta que ressaltava suas melhores partes (se é que precisavam ser ressaltadas) acompanhados de um par de saltos-agulhas pretos que tornavam a estupenda mulher alta ainda mais alta. O trio de irmãs esbugalhou os olhos e disseram palavras sem sentido, não conseguindo acreditar como poderia existir uma mulher tão bela no universo como a Srta. Bellum. — A vida de um espião é mais do que lutas e combates. Muitas vezes, o espião tem que usar suas melhores armas que são seu charme e sua inteligência. Pensem nisso como uma missão de reconhecimento, garotas. Vamos invadir o território inimigo para estudar suas estratégias, descobrir suas intenções e encontrar fraquezas. — Ela explicou em tom que demonstrava que a mulher já tinha realizado tal estratégia várias vezes em vida. — Hardly é um homem que tem o que chamo de “complexo de pênis pequeno". — Ao ouvir o termo engraçado, Docinho riu destrambelhada e tentou conter a risada com suas mãos na boca. — Podem achar engraçado o nome, mas homens como Hardly fazem qualquer coisa para demonstrar poder e superioridade. Hardly está usando esse baile certamente para promover seu trio de pseudo-heróis e mostrar quem é que manda. Por isso, eu digo que devemos jogar o jogo deles, deixar pensar que pode nos iludir. Peço, garotas, que esta noite evitem os punhos e xingamentos com os garotos do Hardly. Sejam legais com eles e usem o seu… charme. Conto com vocês nessa missão. — Ela discursou e finalizou com uma pescadinha no olho esquerdo. 

Ao ouvir as palavras de sua mentora, Florzinha ficou inspirada e muito motivada. — Pode deixar, Srta. Bellum, vamos dar o nosso melhor. 

Já Docinho, revirou os olhos e demonstrou estar totalmente desconfortável com a situação. 

— Não to curtindo essa ideia, chefe. 

Lindinha apenas deu uma expressão de preocupação e torceu internamente para as coisas seguirem como planejado e que tudo dê certo nessa noite cheia de imprevisibilidades.

[...]

 

O Baile anual de Solstício de Townsville é uma tradição que provém desde os tempos da fundação da cidade. Ele é realizado pela elite de Townsville que elege um anfitrião para receber toda a nata da cidade em sua residência. É um evento chique e caro e é muito usado para promover publicidade e negócios. O anfitrião da vez, era o dono das Indústrias Hardly, Dick Hardly, que certamente tinha intenções secundárias com este evento e obviamente envolviam o seu time de heróis. O Baile iria ser em uma de suas mansões, que era gigantesca e muito moderna, tendo cinco andares, 15 quartos, 30 banheiros, 3 cozinhas, 9 salas fora o grande salão de festa, além do subsolo onde ele guardava sua enorme coleção de carros caríssimos. 

Os convidados eram todos pessoas importantes: empresários, esposas e filhos de empresários, celebridades, políticos, ativistas, militares, advogados, juízes, jornalistas importantes, etc. Todos conversando aleatoriedades enquanto usavam roupas chiques e caras e bebiam e comiam do melhor. Nos portões da mansão, havia um tipo de tapete vermelho cercado por dezenas de fotógrafos e paparazzis. Uma nova limousine chega ao local e para e bem frente ao tapete vermelho. O motorista da limousine sai do veículo e abre a porta para os convidados. De lá dentro saiu o Prefeito Mayer usando um terno roxo com uma gravata vermelha e faixa de prefeito em torno do peito, sendo ele acompanhado pela extravagantemente bonita Agente Sarah Bellum. Os Fotógrafos não foram gentis, cobriram os dois seus flashes de luzes. No entanto, os dois apenas os ignoraram e seguiram para a Mansão. Logo em seguida, três estrelas ainda maiores saíram da mesma limousine e deixaram os fotógrafos ainda mais fervorosos. Elas, AS MENINAS SUPERPODEROSAS. Florzinha, a líder, apenas sorriu amigavelmente para as câmeras que se maravilharam com seu vestido e visual elegante. Lindinha, sempre extrovertida, fez várias poses engraçadas e adoráveis para câmeras e mandou beijinhos para o ar. Já Docinho, sempre do contra, apenas ignorou as câmeras com cara de desânimo e mau-humor. 

Enquanto as três irmãs chegavam com grande estilo no tapete vermelho, no extremo da outra ponta estava o próprio Hardly e seus garotos da Geração Y recepcionando os convidados. Durão, o Líder, era o mais bem-vestido para a ocasião. Usava um terno vermelho, formado por uma calça e um paletó da cor por cima de um uma camiseta e com uma gravata, ambos de cor preta e usava sapatos de couro caro. Na cabeça, ele usava o comprido cabelo ruivo solto e penteado para trás e um boné preto com a logo da indústria Hardly bordado em vermelho no topo da cabeça virado para trás. Durão se vestia de forma mais solta. Usava um paletó e calças sociais verdes e por baixo uma camiseta branca com botões de cima desbotados para revelar um pouco do seu tórax. Ele usava na mão esquerda um relógio de preta caríssimo e no pés usavam sapatos marrons sem meias. Seu penteado era o mesmo topete de sempre e ele raramente mudava. O de Explosão já era o mais diferente do trio. Preferiu usar estilo mais “sport social”, com uma calça jeans azul e uma camiseta branca que combinava com seus tênis. Seu cabelo loira encaracolado estava bagunçado do jeito de sempre e usava óculos escuros que exaltavam em seu ego masculino. 

Enquanto, viam a chegada de Bellum e das garotas, Hardly colocou as mãos nos ombros de Durão e Fortão e disse em seus ouvidos:

— Evitem os punhos e xingamentos com as garotas esta noite. Sejam legais com elas desta vez, rapazes. Conto com vocês.

— Pode deixar, chefe. — disseram os três juntos. 

Então, novamente os dois trios se encontraram de frente um para o outro, desta vez em cima do tapete vermelho. Não demorou muito para a tensão entre eles crescer e predominar a atmosfera. Durão encarou Florzinha usando uma expressão séria com as sobrancelhas franzidas e rancorosas e a garota Utonium revidou com o mesmo tipo de olhar cheio de repulsas. Fortão e Docinho, ambos cerraram seus punhos e tentaram conter a gigantesca vontade de dar porrada um no outro. Olhando para Fortão com uma expressão de raiva, Docinho bufou várias vezes fortemente ao mesmo tempo que tentava conter suas emoções enquanto seu rival moreno, apenas a encarava com meio sorriso maligno, como se tivesse esperando ela ceder primeiro para começar a luta. Já Explosão, apenas olhou para Lindinha com certa admiração demonstrando ter adorado vê-la naquelas roupas. O rapaz loiro balançou seu para sobrancelhas e sorriu para a garota maliciosamente enquanto ela reagiu revirando os olhos com desdém. Percebendo a tensão dos adolescentes subindo, Hardly logo toma uma atitude. 

— Prefeito! Senhorita Bellum! Que prazer em recebê-los. — Disse Hardly interrompendo e cessando a tensão adolescente no ar. Com educação, o bilionário se curva e demonstra cortesia e gentileza. Em seguida, Hardly aperta a mão do prefeito e beija a mão da Senhorita Bellum. 

— O prazer é todo meu, Senhor Hardly. — Retribuiu Bellum 

— É sempre bom participar do baile. — Declarou o Prefeito. 

— É ótimo recebê-las também, meninas. — Afirmou Hardly. — Vejo que Docinho recusou o vestido caríssimo que mandei. 

A morena cruzou os braços e respondeu em tom sarcástico:

— É que você errou as minhas medidas. 

— Prometo que na próxima vez eu não irei. — Desculpou-se Hardly. 

Hardly acenou com a cabeça para Durão dando-lhe silenciosamente uma ordem e o rapaz obedeceu relutantemente. Durão se curva bem diante de Florzinha e com educação e gentileza pede perdão. 

— Como líder da Geração Y, gostaria de pedir desculpas a vocês pelo comportamento meu e de meus irmãos. Fomos grosseiros com vocês e peço desculpas pelas senhoritas, Bertha, Beatrice e Betty Utonium

Seguindo as orientações da mentora, Florzinha entrou no jogo retribuindo a gentileza e a educação. 

— Não precisa se desculpar por isso. Nós também fomos grosseiras com vocês em nosso último encontro. Eu também peço perdão pelo comportamento imaturo meu e das minhas irmãs. E por favor… me chame Florzinha. É como meus amigos me chamam. 

Florzinha entregou o sorriso mais adorável e acolhedor para o rapaz e ambos se cumprimentaram. 

— Então, a partir de agora nós seremos amigos. — Declarou Durão. 

[...]

Enquanto isso dentro do salão as coisas estavam ficando animadas, os convidados conversavam e riam animadamente, esboçando a sua opinião sobre os acontecimentos recentes dos últimos dias, enquanto alguns bebiam e degustavam dos aperitivos refinados que estavam sendo servidos, outros aproveitavam a música para dançarem e se divertirem. Dick Hardly poderia ser muitas coisas, mas era preciso admitir que ele sabia bem como administrar uma boa festa.

A decoração impecável que transitava entre o simples e o sofisticado, as peças escolhidas a dedo para mobiliar o salão, todas talhadas pelos mais belos detalhes na madeira, as belas flores que estavam sendo utilizadas para a decoração, o bufê, todo o cuidado era mínimo para fazer daquela noite a mais inesquecível possível. Os convidados em suas roupas de gala, o balançar dos vestidos dava um ar vívido para o grande salão enquanto a música trazia um ar de serenidade e elegância.

Enquanto o Prefeito e Senhorita Bellum se sentaram ao lado do governador e de um general militar importante, as meninas sentaram-se junto com Hardly e sua Geração Y em uma mesa retangular para sete pessoas. Hardly sentou-se na ponta frontal; Florzinha e Durão sentaram-se na lateral frontal; Lindinha e Explosão na lateral traseira e Docinho e Fortão no meio. Assim, cada uma das meninas ficou cara a cara, frente a frente com seu respectivo rival do outro time. 

Assim que todos se sentaram, um garçom chegou até a mesa deles e ofereceu bebidas.

— Vão querer beber alguma coisa? — Hardly perguntou. — Se quiserem alguma coisa com álcool, Tio Hardly pode fazer vista grossa, mas só uma vez. 

— A gente não bebe. — Disseram as trigêmeas ao mesmo tempo. 

Hardly deu risada e disse: 

— Essas crianças certinhas… De para elas uma Pink Lemonade, zero álcool. — Ordenou ao Garçom. — E vocês rapazes vão querer o quê? 

— Coca. — Disseram o trio. 

— Olha só… Não se tem mais adolescentes rebeldes como antigamente. — Declarou Hardly surpreso pelo comportamento exemplar dos jovens. 

Criando uma resposta ao comentário de Hardly, Florzinha forçou uma risada simpática e sorriu amigavelmente para Hardly e Durão. 

— Desculpe, Sr. Hardly. Eu acho que somos caretas demais. — Ela brincou. 

— Que isso, você não tem que se desculpar, Florzinha. — Disse Dick. — E pode me chamar de Tio Dick. Somos quase uma família aqui. 

Quando Hardly comentou isso, Durão desviou o olhar discretamente e Florzinha percebeu isso. 

— Eu teria aceitado a bebida. — Disse Durão entrando na conversa e disfarçando seu desvio anterior com um bom humor.

— Então por que você escolheu refrigerante? — A ruiva o questionou.  

— Achei que não seria justo com vocês… E também, o Explosão não fica bem quando está bêbado. — Durão brincou. — Da última vez ele ficou de cueca correndo pela mansão toda enquanto cantava “Don't Stop Me Now” do Queen. 

Ao ouvir Durão comentando sobre isso, Explosão ficou vermelho de vergonha e raiva e Lindinha deu uma leve e discreta risada especialmente pela reação dele. 

— AI! Isso não aconteceu, deixa de mentiras. — Defendeu Explosão. 

— Aconteceu sim. — Confirmou Fortão. — Eu até filmei no celular, depois eu mostro pra vocês. 

— É mentira dele! — Insistiu Explosão. 

— Eu quero ver! — Pediu Docinho. 

— Não! — Gritou Explosão envergonhado. 

— Ok, crianças. Sem vídeo nenhum. — Interrompeu Hardly. — Vamos manter a etiqueta, por favor… 

— Certo, chefe. — disseram os três e Explosão suspirou aliviado. 

— Não é ótimo isso? Nós sete aqui, nos dando bem e nos divertindo e nos conhecendo melhor. — Apontou Dick

O comentário de Hardly fez a jovem Utonium ficar pensativa. Ela olhou novamente para Durão e reconheceu outro sorriso mais genuíno de animação e alegria em seu rosto e por alguma razão isso também o fez sorrir. 

— Eu não achava que você tivesse senso de humor, Durão. Achei que você fosse do tipo, “sério”. — Admitiu Florzinha brincando. 

— Eu sou uma caixinha de surpresas. — Gabou-se o rapaz ruivo sorrindo gentilmente para ela. 

“Talvez nós os julgamos mal” ela refletiu no silêncio de sua mente. “Talvez, exista algo neles que vale a pena. Talvez, eles apenas não saibam o que estão fazendo. Porém, eu preciso ter certeza disso. Vou fazer o que a Bellum disse e seguir o jogo deles” Em seguida, ela retribuiu o sorriso gentil do rapaz e continuou conversando descontraidamente. 

Enquanto isso, do outro lado da mesa, Lindinha também estava perdida em pensamentos e também pensava em uma forma de seguir com o que a Srta. Bellum as orientou mais cedo: 

“Sejam legais com eles e usem o seu… charme"

“Tá mais que isso significa?” Ela pensou. 

A loira olhou para sua irmã ruiva do outro lado da mesa e viu que ela estava há cinco minutos conversando e rindo com Dick e o Durão. 

“Será que eu tenho que simpatizar com eles?” “Será que eu tenho que flertar com eles?” ela pensou novamente. 

A loira olhou para o rapaz loiro a sua frente. Ele está distraído olhando para absolutamente nada enquanto fazia sons de peido com boca por puro tédio e não demonstrava quaisquer interesses em interagir com ela. Era como se existisse entre ela e o Explosão uma parede que os impedia de conversar. 

Flertar com esse cara?!” “Por que dos três cabeçudos eu tinha que ficar com o mais idiota?” Ela resmungou em seus pensamentos e depois respirou fundo para manter o foco. “OK, pelo que eu sei dele, ele parece ser um daqueles garotos metidos a héteros top que com certeza só pensam em pegar garotas. Se eu der mole pra ele, ele com toda a certeza ele vai ficar caidinho por e mim vai me dizer qualquer coisa. É assim que as espiãs fazem, né? NÉ??”

Lindinha sorriu malignamente ao pensar nesse plano ousado.

“Droga! Só que eu não sou assim. Eu sou a Lindinha! Meu jeito de ser é fofo e gentil, eu não sou vadia malvada” Ele resistiu, mas logo pensou melhor: “Espera, eu já interpretei uma vadia malvada na peça da Senhorita Keane ano passado. Eu sou uma atriz, isso não é diferente de qualquer outro papel e no momento eu sou uma espiã também e os espiões precisam de disfarces…”

Ela suspirou e suspirou meditou tentando achar a personagem. 

“Hora de incorporar a minha Regina George interior”

Lindinha não tão discretamente aproxima sua cadeira com a cadeira de Explosão e quando chegou perto suficiente, ela cruzou as pernas, inclinou o corpo enquanto levanta o busto, apoiou a cabeça sobre braço em cima da mesa e olhou para o rapaz com o olhar mais sedutor que podia expressar. 

— Oizinho. — Ela disse bem suave e baixinho enquanto olhava para o rapaz.. 

— Oi. — Ele também disse, mas expressar nenhuma reação a não ser mais sons bocais de peidos.

— Você é o Explosão, não é? Sabe, esse nome é TÃO…. INCRÍVEL! — Ela mentiu mantendo o tom sedutor. 

— É mesmo. Ah, a equipe de marketing fez um bom trabalho com esse nome. Eu mesmo adoro. — Ele comentou ainda sem responder ainda aos encantos da garota. 

“Nenhuma reação?! Nenhum suor ou nervosismo?” ela criticou em seus pensamentos. “Não sou a maior especialista em paquera, mas essa foi bem fácil. Será que errei no tom? Não. Vou tentar algo mais físico"

Lindinha encostou dois dos seus dedinhos no pulso e foi “caminhando” com seus passinhos por todo braço e antebraço até nos ombros até chegar no queixo.

— Vou chamar você de Garotão? Eu posso? Então, Garotão… o que vocês fazem pra se divertir por aqui? — Ela perguntou sentindo já internamente um arrependimento enorme de ter falado isso e ainda mais para aquele garoto.

— Ah, nós jogamos videogames, às vezes quebramos alguma coisa, às vezes quebramos o videogame… — Respondeu Explosão mais ou vez não notando o charme da garota. 

Lindinha manteve a expressão sedutora o tempo todo, mas internamente ela estava berros

“Qual o problema desse cara?!” Ela gritou em sua mente. “Eu joguei um monte de bolas fáceis, mas ele não pegou nenhuma. Esse cara é tão idiota assim? Ninguém é tão idiota assim. Ou… será que…”

Começando a se perder nos pensamentos negativos, Lindinha se desconcentra e desvia o olhar do garoto. 

“SERÁ QUE EU SOU TÃO FEIA ASSIM??!”

Não deu mais. Os pensamentos negativos assumiram o controle de suas emoções fazendo que imediatamente seus olhos se enchessem de lágrimas. Mesmo depois de mais velha, Lindinha nunca perdeu completamente a sua sensibilidade emocional. Por mais madura que fosse, tinha vezes que seu emocional era tão forte quanto um vaso de flores. Percebendo que começou a chorar sem controle, a loira tenta disfarçar virando o rosto para esconder lágrimas borrando a maquiagem e ela rapidamente se levanta de sua mesa e corre para o banheiro.

— Com licença, eu preciso usar o toalete. 

E a garota loira desapareceu em raio azul deixando todos na mesa confusos com o que aconteceu. Florzinha, que já deduziu tudo logo de cara, percebeu imediatamente o que aconteceu e tomou uma atitude para ajudar a irmã.

— Me desculpem rapazes, mas parece que temos uma... emergência feminina. Volto já. — Disse a ruiva que depois se retirou como um raio. 

Com as duas superpoderosas fora da mesa, Durão e Fortão olharam desapontados para seu outro irmão loiro, entendendo que ele tinha alguma coisa a ver com o que aconteceu com Lindinha. Percebendo os olhares de reprovação dos irmãos, Explosão defendeu-se:

— Por que estão olhando para mim? Eu não fiz nada. 

E os irmãos mantiveram os olhares não acreditando muito nisso.

— Quer saber?! A comida tá demorando muito. Eu vou no McDonald's aqui do lado. Fui — Ele disse ao desaparecer em um raio azul veloz. 

Durão colocou as mãos na face e suspirou bem fundo tentando achar paciência para lidar com seu irmão. 

— Melhor eu ir atrás dele. Antes que ele faça alguma besteira. — Disse o rapaz de vermelho que se retirou e também desapareceu em um raio vermelho. 

De repente, o celular de Dick Hardly começa a tocar. Ao atender, Dick percebe que é um senador importante na linha e pede licença para se retirar. 

— Desculpe, preciso atender essa ligação importante. Se a comida chegar, vocês podem se servir à vontade. 

Inesperadamente, quase todas na mesa se retiraram por alguma razão, restando apenas Docinho e Fortão e um silêncio muito desconfortante entre os dois.

Os dois ficaram encarando-se, trocando olhares de desprezo um para o outro. Docinho mantinha uma expressão séria que exalava a sua repulsa com olhos firmes e atentos no rapaz. Era como se ela dissesse com olhar “Eu estou de olho em você”. Já Fortão rebatia com um sorriso perverso junto as sobrancelhas franzidas que passavam a ideia de deboche e superioridade. Ela como se ele dissesse com olhar “Vem que eu acabo com você”. 

A troca de olhares entre rivais foi interrompida com a chegada do garçom trazendo a primeira leva da comida. Era um jantar digno de realeza, tendo lagosta, camarões cozidos, um frango, arroz, um espaguete, batatas fritas, bifes, ovos fritos, saladas e muitos outros variados tipos de pratos e todos bem chiques e refinados vindos feitos por chefs do mundo inteiro. Assim que o garçom saiu, Fortão enfiou suas grandes mãos na tigela de batata e devorou o punhado inteiro com uma só mordida. 

— Pelo visto você não tem educação. — Criticou Docinho ao ver como Fortão devorava as batatas. 

— O grandão aqui precisa de muita energia. E eu não ligo para etiqueta. Fazer o quê? Eu sou da rua. — Ele disse antes de soltar um enorme arroto enorme. 

— É mesmo? — Docinho arrancou uma coxa do frango assado e com só abocanhada ela faz toda carne da coxa sumir deixando apenas o osso. — Você pode até ser da rua, mas eu sou da selva. — Ela declarou e depois soltou um arroto ainda mais alto e grave que o do rapaz. 

Fortão encarou isso com desafio. Ele pegou a lagosta com as mãos e devorou a cabeça como um leão selvagem e depois arrotou ainda mais alto. Desta vez, seu arroto durou ininterruptos 30 segundos e causou estranhamento até nos convidados das mesas ao lado. 

— Bravo! Bravo! — Disse Docinho batendo palmas ironicamente. — Será que você consegue fazer isso?

Ela encheu um copo com refrigerante e jogou bebida goela abaixo. Após esperar uns vinte segundos começou a cantar uma música enquanto arrotava ainda mais alto que o adversário. 

“AmAzInG GRacE, hOw sWeEt thE soUNd

THat sAveD a wrEtcH LIke ME

I OncE WAs lOst, But noW Am fOunD

Was bLInd, bUt Now I sEe”

Tão escandaloso era o arroto canção da menina que todos os convidados e garçons ouviram e ficaram envergonhados com tamanha nojeira e falta de educação. A pior parte é que Docinho não ligava e continuava cantando enquanto arrotava e não iria terminar enquanto a música estivesse completa. 

Nesse momento, Florzinha saiu do sanitário feminino ao lado de Lindinha que tinha refeito a maquiagem após a anterior ter se desmanchado ao chorar aos montes ao lado do vaso sanitário. Demonstrando apoio a sua querida irmã, Florzinha a ajudou a loira a recuperar sua confiança fazendo ela repetir uma frase que tinham bolado.

— Então, vamos repetir de novo? Quero ouvir você falar mais uma vez. — Pediu a ruiva a sua irmã. 

Lindinha encheu os pulmões de ar e de autoconfiança, e soltou: 

— Eu sou linda! Ele que é um idiota. 

— Isso. 

Quando as duas irmãs se aproximaram de sua mesa, viram aquela cena constrangedora de sua outra irmã realizando um de seus famosos arrotos canções no meio do jantar do baile.

WE've nO lEss daYS to sINg GOd's prAIse 

ThAn whEN wE'vE fIrst bEEEEEgUUUUun

Quando a garota encerrou a música, uma parte da sala bateu palmas, alguns genuinamente reconhecendo como um talento, outros como uma forma ironia. No entanto, Docinho encarou isso apenas como uma vitória, agradecendo o público pela recepção como quem tivesse acabado de realizar uma grande apresentação, até que ela se dá conta dos olhares furiosos de suas irmãs a encarando. 

— DOCINHO! — elas gritaram. 

— Opa! — disse a mesma engolindo seco. 

— Florzinha aproximou-se da irmã morena quase querendo berrar em seus ouvidos, mas tentando manter a educação compostura, ela apenas sussurrou. 

— Tem ideia do mico que você tava pagando? — Ela perguntou sussurrando zangada. — Isso não é festinha da nossa escola, é o baile da cidade. Existem pessoas muito importantes. 

— O que não quer dizer que paguei mico. — Ela contrariou como sempre. — Se ouviu os aplausos? Tá na cara que curtiram! 

— Foi um vexame! Por que você do nada resolveu fazer essa merda justo aqui e agora?

— O verdão ali me provocou. — Culpou Docinho apontando o dedo. 

— É “Fortão”, Doçura. E eu não te provoquei. Você é maluca — alegou ele.

— Tá decepcionado por eu ter te derrotado, né? — revidou a morena em tom de ironia. 

— Uma competição de arroto? Eu poderia facilmente fazer melhor. Do mesmo jeito que faço tudo melhor que você — Fortão afirmou confiante. 

Docinho colocou as mãos na mesa e encarou o rapaz e ele a encarou de volta e os dois adolescentes rebeldes trocaram raios elétricos mentais um com outro. Percebendo a tensão crescendo, Lindinha e Florzinha imediatamente começaram a tentar acalmar a sua irmã antes que fizesse outra bobagem.

— É mesmo? — Ela disse em tom irônico. — Eu conheço seu tipo, o Verdão. É o machão poderoso que se acha mais forte de todos, mas no fundo é um só mais um mané. Já vi esse tipo várias vezes e eles sempre, REPITO, SEMPRE, apanham. 

— Acredite no que eu falo, garota. Você nunca viu nada como eu. — Ameaçou ele

— Então, me mostre! — mandou Docinho.

Ela estava quase dando uma surra no garoto se não fosse por suas irmãs segurarem suas mãos para evitar isso. Por sorte de Lindinha e Florzinha, algo repentinamente apareceu para interromper aquele clima violento.  

— Galera! Galera! — Gritou Explosão chegando à mesa do jantar em supervelocidade. — Se liguem só no que arranjei lá McDonald!

Com muita empolgação, o garoto loiro revela para todos na mesa estar segurando um boneco de plástico dele mesmo tirando o brinde surpresa do McLanche Feliz. 

— É a nova promoção do McDonald. É um Mini Explosão!

Ao apertar um botão nas costas, seus olhos brilhavam simulando os raios de calor. 

— Muito show, né? Ele até fala! — Gabou-se 

Explosão apertou um botão no cinto do boneco que foi dizer a única frase que sabia dizer: 

“Tá na hora da Explosão”

— Isso é tão maneiro, cara! Com certeza vai virar moda.

E ele apertou de novo e de novo o mesmo botão para ouvir a mesma frase de efeito. 

“Tá na hora da Explosão” 

“Tá na hora da Explosão” 

“Tá na hora da Explosão” 

Repetiu tantas vezes que levou seu irmão Fortão aos nervos. Dando um basta, o garoto moreno tomou o boneco das mãos de Explosão e o quebrou na hora. 

— Ops! Foi mal. — ironizou Fortão, não demonstrando nenhum remorso em sua expressão. 

—Poxa cara! Isso me custou 3 dólares. — Reclamou o loiro encaracolado. — Não esquenta! Eu vou até o McDonald de trago mais dez desse. 

Isso foi o que Explosão disse, mas quando o rapaz se virou deu cara com seu irmão Durão que encarava nervosamente com uma expressão muito séria e com os braços cruzados. Intimidado pelo irmão, Explosão apenas riu de nervoso e engoliu seco enquanto retornava para a sua mesa. 

Depois tantas confusões e vexames seguidos causadas tanto por suas irmãs quanto por seus novos rivais, a líder exausta das Meninas Superpoderosas colocou a mão na própria testa e finalmente admitiu para si mesma em seus pensamentos:

“Esse jantar é um desastre completo”


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Notas finais do capítulo

1_ Assim com no desenho, o Prefeito do CNB é obsecado com picles.

2_ As roupas, visuais e descrições dos visuais das meninas foram realizados por Arady_Yamazaki e Zeella, ambas parceiras do CNB.

3_ O vestido roxo de Bellum, foi tirado do episódio “Octi Gone” (Temporada 5, episodio 2B)

4_ Assim como no desenho, Lindinha tem um comportamento “sensível” e “chorona”. Queria representar isso e mostrar ela lidando com suas inseguranças.
5_ Explosão não reagiu aos falsos flertes de Lindinha pq de fato ele é ingênuo demais e não sabe bem como funcionam relacionamenos ou mesmo sexo. Ele só diz que é pegador e garanhão pq quer apenas para imitar o Johnny Bravo (que é um ator famoso nesse universo)
6_ A personalidade dos meninos desordeiros foi inspirada nas três cabeças do King Ghidorah. Ou seja, o Explosão é o Kevin.
7_ O plano original do jantar, era ter uma discussão estimo o jantar de Shrek 2. Mas, acabou que não ficou do jeito que eu queria então eu reescrevi
8_ A disputa de arrotos entre Docinho e Fortão foi inspirada na cena do filme de Scooby-Doo de 2002, onde salsicha e scooby e realizou uma competição de arrotos e peidos e no meio da investigação.
9_ Quando Fortão quebra o Boneco do Explosão foi uma referência ao filme do Quarteto Fantastico onde o Coisa quebra um boneco do Tocha Humana do próprio coisa.
10_ Originalmente, este e o capítulo que vem depois eram uma coisa, mas como esse estava focando mais na comédia e próximo no drama, e já estava com muitas palavras, eu decidi dividir ele em 2 partes.
11_ A música que Docinho canta em seu arroto canção é Amazing Grace
12_ Esse cap recebeu o nome Mais do que humanos em homenagens a More Than Humans que é fanfic de PPG mais popular da net.



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