Aurora Boreal - Twilight escrita por Julie Álvares


Capítulo 4
O Cullen


Notas iniciais do capítulo

Eu tô muito feliz de estar dividindo essa história com vcs!
Dizem que ser lido é um prazer superficial, e eu até concordo em parte, mas eu queria dividir isso com pessoas que pudessem e vão apressiar minha arte!
Me digam o que acham, se estão gostando!
Um abraço apertado!



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Esperei. Arrumei meu cabelo, e fiquei girando, esperando que viesse de qualquer direção.

Eu não sabia ao certo de onde viria, mas eu sabia que viria.

Será que eu estava ficando maluca?

Foi quando me virei pra ir embora que ouvi.

— Bella?

Meu coração parou e voltou a bater forte, aquela voz... Pensei que jamais em minha vida ouviria aquela voz outra vez. Eu estava morrendo de medo, o susto, mas o impacto de me virar e ver aquele que jamais pensei ver de novo.

Me virei, trêmula pelo choque muito devagar.

O Cullen estava lá. Era ele, sem dúvidas. Exatamente igual 6 anos atrás, no fim do segundo ano, ele realmente estava lá e eu precisava agir com dignidade.

Mas foi difícil. O analisei enquanto caminhava para mais perto. Edward não havia envelhecido nada. Nem mesmo um traço, ainda tinha o mesmo ar vibrante e dominador.

Mas parecia ser um cara de 17 anos. Nem um ano a mais. O limite. O rosto parecia... perfeito. Uma pintura.

— Oi. - eu disse com dificuldades. - Qualquer dia desses você vai matar alguém de susto. Você sabe, né?

Eu disse agora um pouco ofegante, eu nao sabia que tinha parado de respirar.

Ele deu o clássico sorriso torto by Edward Cullen, sua marca registrada.

— Desculpe. E que você está no meu território.- ele disse isso dando de ombros.

— A floresta é sua? Sempre soube que eram ricos, mas não esbanjadores. - Eu disse, falhando em me manter simpática.

— Faz parte do nosso terreno comprado. Eu moro aqui perto. Gostamos de comprar bons e extensos pedaços de terra. Pra ter liberdade para fazermos o que quisermos.

Ele nunca falou tanto comigo.

Eu estava miseravelmente curiosa pra saber de tudo sobre a vida dos pais dele, que eram realmente ricos. Mas precisava ir, queria chegar antes que Charlie colocasse toda a polícia da cidade em meu encalço.

— Edward, - falei seu nome com uma nota de tristeza. - foi um prazer falar com você. Achei que jamais o veria de novo, essa realmente foi uma agradável surpresa. - Lhe dei meu melhor sorriso. - Adeus.

E me virei pela segunda vez pra ir embora.

— Tome um café comigo, Isabella.

Ele disse baixo, sempre falava baixo e rápido.

Eu tinha me esquecido do quanto o Cullen era bonito e sensual. Lembrei de que a Jess disse que a gente jantou juntos e que depois ele passara a agir como um idiota comigo. Então, não cometeria esse erro de novo.

Eu havia parado pra escutar mas sem me virar para olhá-lo.

E respondi sem olhar pra trás:

— Você muda de ideia com muita frequência Edward, eu tentei ser sua amiga e terminei sem saber o que estava acontecendo, você simplesmente decidiu que não gostava mais de mim. E por conhecer esse seu lado... Volúvel, eu me abstenho de qualquer envolvimento com você.

Eu fui muito formal. Eu sabia. Mas queria acabar com qualquer esperança ali.

Edward Cullen nunca mais.

Continuei andando.

Percebi que ele me seguia.

— Vou acompanhá-la até seu carro. - Me disse enquanto me seguia.

Não era uma pergunta e nem afirmação simpática. Parecia... Uma ordem. Eu não podia simplesmente negar, ele o faria de qualquer forma.

Eu não disse mais nada, apenas andei até a minha pick-up o mais rápido que eu pude.

Quando finalmente cheguei estava um pouco ofegante e só quando abri a porta do motorista eu o olhei.

Ele estava olhando a pick-up com um sorriso zombador.

— Essa velharia ainda funciona? - Perguntou analisando-a.

Aquilo me irritou.

— Não... Não fala mal da pick-up. - Eu balancei a cabeça em reprovação. - Nunca. - deixei muito claro.

Então entrei em minha pick-up laranja e fui o mais rápido que pude (70km por hora) pra casa de Charlie.

Quando cheguei em casa, Charlie ainda estava dormindo, a sorte do dia, mas não podia tomar banho até que eles acordassem, o que aconteceu um pouco depois.

Tomei banho assim que os ouvi descer e desci logo em seguida para o café da manhã.

Um café da manhã super agradável, e quando estava perto de terminar Seth chegou me fazendo pular da mesa para ir abraçá-lo.

— Meu molequinho. - o abracei o mais forte que pude. - Seth, você está tão alto agora, tão grande. Tão... bonito. - eu estava quase chorando. O quanto da vida dele eu havia perdido.

Seth, meu quase irmão.

Liza ficaria louca se visse Seth.

— Doutora, você precisa vir ver sua família. - ele sorriu e me abraçou de novo. - Você vai voltar à Forks quando se formar, né? Precisamos de médicos aqui. E muito mais na reserva.

Suspirei. Eu não pretendia vir. Mas não queria decepciona-lo.

— Seth, eu não sei dizer ainda. Eu vou ser cirurgiã. E ainda falta bastante. - sorri. - Mas é uma boa ideia. Vou pensar sobre isso. Mas acho que ter uma irmã morando em NY pode ser interessante, né? Você faria o maior sucesso lá!

Ele riu. Todos rimos, Charlie pediu pra Seth se juntar a nos, Sue começou a fazer os ovos de Seth que devia comer por uns 3 caras de tão grande que estava.

Foi uma manhã feliz.

Subi com a desculpa de que precisava estudar. O que era mentira, o que eu precisava mais do que qualquer coisa era dormir!

E antes de pegar no sono, pensei em Edward. Hoje, possivelmente com 23 anos, ainda parecia tão jovem...

Ou será que eu estava velha demais. Nesses 6 anos eu envelhecera muito, a medicina me deixara muitas noites acordada, o que resultara em minhas olheiras e marcas de expressão que hoje de manhã eu notei que gritavam. Mas só depois de ver o desgraçado do Cullen tão conservado.

Ele era rico também, podia comprar tudo, inclusive a juventude. Juventude essa que eu com meu estilo de vida não poderia manter e nem conseguir.

Eu estava fadada ao envelhecimento e ainda nem cheguei à residência.

A última coisa em que pensei antes de pegar no sono foi no convite feito:

"- Tome café comigo, Isabella..."

Meu celular vibrava na cabeceira da cama, eu sentia vibrar e tocar. Me acordando de meu sono tão gostoso.

Liza! Lembrei-me em um sobressalto assustado!

Eu prometi que entraria em contato com ela quando chegasse.

Atendi ao telefone. Sim, era Liza.

— Liza! - eu disse ao atender.

— Isabella Swan! - ela disse com um tom de voz muito agressivo. - Eu estava quase indo pra Forks pra te encontrar! Mulher, meu Deus!

Suspirei, ela estava certa.

— Desculpa Liza, eu acabei indo ver o Jake na reserva e não levei o celular e depois cheguei de manhã e precisava dormir.

Ela estava chocada, tinha certeza.

MEU DEUS ME CONTA TUDO, VOCÊ FOI VER JACOB GOSTOSÃO BLACK E PASSOU A NOITE INTEIRA LÁ, VOCÊ DEU NO COUROOOO?!— Gritava ela no meu ouvido empolgada demais por nós duas.

Ela sabia do meu estado de virgindade.

— Não Liza. Eu ainda sou virgem. - Eu disse com desgosto. - Jacob vai se casar. - Revirei os olhos.

Ela sabia que eu nutria sentimentos indefinidos por Jacob Black e que meio que eu me arrependia de não tê-lo beijado a tantos anos atrás.

— Aaaaah.... - Ela disse desanimada. - Não acredito Bell, sério? Achei que você ia tirar ai as teias de aranha. - Ela riu. - Mas segundo a Grey, na residência é a maior putaria.

Eu ri daquilo. Quanto absurdo.

— Você sabe que a maior putaria possível e na faculdade, mas eu não tenho tempo para as putarias. Eu serei médica, Liza. - Eu ri.

— Calma, mas eu só não tô entendendo uma coisa, Bell. - ela parou um pouco antes de continuar. - Se vocês não se pegaram. Que diabo que você tava fazendo lá a noite toda?

Ela riu.

E eu ri também.

— Então, fui ver um lugar na floresta, quando voltava da Reserva, e eu me deitei em uma clareira linda que tem aqui perto, Liza, você devia ver. É simplesmente maravilhosa. Esplêndida, cheia de flores. Só que ai, Edward Cullen entrou la, surgiu do nada, dizendo que eu estava no território dele, que ele era dono daquela parte da floresta. Simplesmente desagradável. Eu pensei que jamais o veria.

— Pera! - ela estava confusa coitada. - Quem é Edward Cullen? - Dor. Aquele nome me causava dor física e eu não entendia o porquê.

Eu nunca havia mencionado Edward Cullen a Liza.

Liza era minha melhor amiga, minha irmã, mas Edward era meu segredo mais profundo, eu não havia dito nada pra ela sobre ele.

— Liza, Edward é uma longa história. - Eu levantei da cama que ainda estava deitada. E sentei em frente o computador.

— Tem o instagram dele? Eu quero ver! - Estava animada.

— Não sei, mas acho que não, o doutor Carlisle e a Dona Esme são pessoas muito discretas e os filhos também são. Sempre muito educados, mas extremamente reservados. - Lembrei de Carlisle, um médico maravilhoso, eu era muito grata pela vez que... Como foi mesmo que conheci Carlisle? Não me lembrava.

— Eu amei essa família, Bella, você precisa entrar pra ela! - Disse rindo.

Eu ri também, mas do absurdo daquelas palavras.

— Liza, vou desligar, tá? Vou estudar um pouco.

Meu notebook já estava posicionado.

Assim que apoiei o celular na mesa, as mensagens surgiram na tela. Na notificação as mensagens eram de Edward Cullen. E meu coração quase pulou do peito.

 

Edward Cullen:


"Oi Bella, eu sei que vai parecer estranho..."

 

Edward Cullen:


"Eu quero encontrar com você, posso passar ai?"

Fiquei em choque.

E nem pude me preparar para aquele evento, onde Edward Cullen conseguiu meu número?

Aquela com certeza era a perspectiva mais assustadora.

Charlie bateu à porta.

— Bella? Jake está aqui. Pediu para vê-la. - ele disse através da porta fechada.

Comecei a tremer, eu não poderia falar com Edward agora.

Eu voltei a respirar de novo, precisava receber Jake.

— Pai, pede pra ele subir.

Não abri a porta, levantei e esperei encostada a porta para ouvir ele se aproximar.

Vestida em uma blusa de alças colada aos meus seios sem sutiã e um shortinho mini de dormir! E não me trocaria.

Quando ele bateu a porta, abri a porta e o puxei.

— O que esta fazendo aqui? - Eu disse apenas.

Será que Charlie sabia que ele se casaria? Será que Billy sabia?

Ele não pode disfarçar seu olhar, ele olhou fixamente para meus seios firmes e depois se concentrou em meus olhos. Ou tentou.

Jake estava vestindo uma camisa de bolso e botões quadriculada preto e branca, parecia ser feita fe lã, bem quentinha.

Eu queria tanto abraça-lo.

— Bella, eu preciso falar com você. - Ele suspirou. - Mas com você vestida assim, não consigo pensar direito.

— Jake, para com isso. - eu disse sentando-me na cadeira onde eu estava sentada em frente a escrivaninha. - Senta.- Apontei pra cama.

Ele se sentou me encarando sério.

— Achei que não te veria tão cedo. - eu disse sorrindo.

Ele balançou a cabeça com raiva.

— Bella, tem noção do que me fez ontem? De como estou me sentindo? É engraçado pra você?

Ele disse baixinho, mas ríspido.

— Charlie sabe que você vai se casar? - Eu perguntei com urgência.

— Não. Mas é só uma questão de tempo, o natal nós passamos todos juntos, na casa de Sue na Reserva.

Inferno!

— Sua noiva também? - Aquilo escapou de meus lábios antes que eu pudesse conter.

— Sim, ela vem. Eles ainda não a conhecem, é o primeiro natal dela aqui. - ele estava amaldiçoando a minha volta. Eu podia sentir.

Eu suspirei com pesar.

— Jake... - comecei, e parei para respirar fundo outra vez.- Eu prometo que jamais voltarei a fazer qualquer menção a um possível romance com você. Respeito suas decisões. É muito tarde para... nós.

Ele me encarou.

— Tem razão, Bella. - ele disse apenas. - E eu que achei que você me amasse. Tinha esperança.

Ele disse apenas.

— Você vai se casar Jake, não pode voltar atrás em uma decisão assim. Eu acabei de voltar. Desculpe se trouxe confusão pra você.

Minha voz embargou e meus olhos se encheram de lágrimas. Jake era muito especial pra mim... de um jeito que eu jamais conseguiria explicar.

Talvez fosse mesmo melhor que continuássemos apenas como bons e velhos amigos.

Bem, essa seria a única opção que eu teria.

— Eu achei que fosse mais corajosa, Bella. - Ele se levantou indicando sua partida.

— Acho que não se trata de coragem, Jacob. É mais sobre nobreza. Eu sempre serei uma pessoa muito correta, vou sempre tomar a decisão que machucará apenas a mim.

Ele balançou a cabeça em negação ao que eu dizia.

— Você não sabe de nada, Bella! - Ele saiu do meu quarto batendo a porta.

Me assustei com a brutalidade de sua atitude. E pensei um pouco sobre tudo o que ele disse.

Mas não o bastante para esquecer o problema: Cullen.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por terem chego até aqui! ♡



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