Jovens Afortunados escrita por Taigo Leão


Capítulo 3
III




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Natasha,


Minha querida. Ontem tive um sonho terrível, que me fez acordar pela madrugada aos prantos. Também custei a dormir novamente. Tive esse sonho e acordei desesperado e deprimido. Sonhei que tu não estava mais aqui. Oh, que pesadelo terrível! Só de pensar em te perder novamente, meu anjinho, me dói a alma e me parte o coração. Natasha, não posso te perder novamente. Não quero lhe perder novamente, então continue aqui, trocando cartas comigo. Me diga, Natasha, se tu se sente triste depois de ter voltado? Me diga o que tens sentido! Eu nunca lhe deixarei para baixo, meu anjo, eu nunca mais farei isso.
"Ame o Senhor de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento", É o que diz no evangelho de Mateus, não me lembro em qual versículo.
Natasha, lhe escrevi essa passagem pois acredito que ela mostra minha opinião. Se acreditas e amas o Senhor, isso basta. Mas seria bom visitá-lo às vezes, você entende? Não pense que estou lhe dando ordens, não quero que se lembre da Madre ou de sua avó por minhas palavras, mas bem, é o que acho. Não precisas provar nada para ninguém, então viva sua vida da forma que quer vivê-la! Se quer ir a todas as missas ou se quer ir em uma por ano, a escolha é tua.
Não sei o que realmente fez você voltar para cá, mas não consigo dizer que foram apenas as chateações a respeito da religião ou o fato de estar sozinha. Não acredito que poderia ter sido essas coisas, dadas as circunstâncias.
Hoje ainda está nublado. Gosto de tempos assim, na realidade são os meus preferidos, embora sejam uma armadilha.
Veja, dias assim são propícios para a chuva, e a chuva é o pior dos tempos para aqueles que trabalham fora de casa, ou até mesmo para os viajantes. A chuva, embora seja bela e necessária, nos molha e com isso até mesmo ficamos doentes. Ela entra nas roupas, botas, meias e nos cabelos. Nos deixa resfriados e lentos, além de precisarmos nos apressar para fugir dela. A chuva é boa apenas para aqueles que estão em casa. Mas tempos nublados... Estes são bons o tempo todo e me deixam pensativo, mais do que já costumo ser.
Estes pensamentos podem lhe parecer bobeira, mas às vezes penso que existe uma outra realidade além dessa. Uma realidade onde tudo se volta a mim e tudo que penso e faço faz sentido. Às vezes sinto que estou mais nessa outra realidade do que no mundo real, e quanto tenho plena certeza de que estou aqui, quero estar lá. Sobre as pessoas que não estão nessa realidade, opto por não destinar minhas palavras ou perder meu tempo com elas, pois falar com elas, meu anjinho, seria dar trela para os aborrecimentos.
Essas pessoas não podem me entender. Sou de um mundo diferente, eu não sou daqui. Eu não pertenço a nenhum lugar. Por esse motivo, anjinho, sou recluso.
Interagir com as pessoas pode me levar a ser cativado e me preocupar com essas pessoas, e isso, no futuro, me aborreceria de alguma forma, pois tenho tendência a criar expectativa nas pessoas em relação a mim. Mas não como algo especial. Fantasio apenas com o básico entre dois seres humanos, mas logo volto ao chão, me lembrando que eu não mereço tais situações de um ser humano comum, já que sou um estranho deste mundo. Entende o que digo? Em resumo: vivo em um mundo próprio longe das outras pessoas. Prefiro a solidão ao aborrecimento das outras pessoas.
Eu mesmo me martirizo, me condeno e sinto pena de mim mesmo. Eu mesmo me culpo e me julgo pelo que ocorre em minha vida. Eu sou o coração e a mente, mas também a repreensão e o julgamento. É pouco, mas sou eu, e isso basta.
Em meu mundo as pessoas não podem me julgar por quem eu sou. Neste mundo não sou rotulado, eu não sou nada disso...
Sinto que perdi parte de mim no dia em que você foi embora. Perdi mais algumas partes quando briguei com Jonathan e mais ainda quando ele partiu. Tua volta foi como se algo voltasse para dentro de mim, mas ainda sinto este vazio, principalmente em dias nublados, entende?
Nos meus melhores dias esse vagalhão de tristezas me leva e é ali onde me afundo cada vez mais. Esse vagalhão é como um casco que me protege do mundo exterior. Talvez fiquei tão acomodado dentro dele que perdi algumas noções como em relação a tarefa da comunicação humana. Para trabalhos e coisas banais, me sinto em plena capacidade de executar essa tarefa. Mas só de pensar em lhe ver face a face, embora queira, me dói a alma e tremo de medo. Entendes? De um minuto a outro passo de um homem para uma simples criança medrosa. Por isso, meu bem, uso as cartas. Pois aqui posso expressar o que sinto e tu também podes, sem precisar me encarar para isso. Podes parar e pensar no que vai escrever assim como também podes escrever tudo de supetão, sem se preocupar nem com as pontuações básicas.
Sei que devemos apreciar a vida e eu tento me preencher com livros e arte, mas às vezes parece que isso não é o suficiente. O que pensas disso? Acha que estou perdendo tempo?
Irei para o trabalho agora, então me escreva logo, por favor.
Torço para não chover.


Com amor,
Alego.


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Alego,


Como lhe prometi sinceridade, digo que não voltei apenas por estes motivos. Veja, sempre teremos os poréns e condições onde quer que estejamos. Nem tudo são rosas, meu amigo, mas algumas coisas – essas pequenas coisas –, nos fazem ficar onde estamos e acaba por nos deixar acomodados.
Voltei não pelas chateações ou pela solidão, pois cheguei a pensar que poderia viver assim pelo resto da minha vida. Ter uma relação, um amor, criar uma família, esse tipo de coisa não me interessa. Cresci sem pensar nisso e acreditava que seria o que tinha que ser. Para mim, a vida era como era. Algo bonito e solitário, mas isso era viver. Quando via um passarinho cantando, não tinha a necessidade de compartilhar com ninguém. Meus quadros novos também não eram compartilhados. Não compartilhava nada, nada mesmo, nem mesmo com minha avó. Tu é a única pessoa com quem compartilho algo sincero. Para os outros, destinava apenas palavras vazias e secas, na esperança de cessar por vez com as conversas.
Usarei a mesma palavra que você, o vagalhão. Voltei para cá porque deixei de sentir o vagalhão de algo novo.
Voltei porque aquele lugar deixou de ter o brilho que antes tinha para mim. Comecei a me sentir triste lá – antes só me sentia sozinha –, e cheguei a conclusão de que era melhor voltar para cá, pois quando não nos sentimos bem em um lugar, o melhor a fazer é se retirar. Nesse momento, as condições não são tão importantes quanto nosso bem estar. As condições nunca, em hipótese alguma, podem ser maiores que o nosso bem estar.
Então deixei de sentir vontade de estar naquele lugar, vivendo aquele tipo de vida e pensando em tudo aquilo. Eu precisava de algo novo, precisava (re)conhecer as coisas. Entende?
Então voltei para cá, por ser tudo que eu conhecia por um bom tempo, mas para mim, este agora é um lugar desconhecido. A praça no centro, por exemplo. Não me recordava da forma que ela é, talvez tenha mudado com o tempo, não foi? Você percebeu isso? Quando foi que ela ficou tão pequena e tão suja?
Essas são as coisas da vida.
Tudo para mim é novidade. A praça, as lojas, as ruas... Até mesmo minha casa é algo novo para mim. Confesso que ainda estou me acostumando com ela. Mas é exatamente da forma como me lembrava. Grande e vazia.
Às vezes custo a dormir na minha própria cama, como se após todos esses anos ela rejeitasse meu corpo por tê-la abandonado aqui, sozinha. Cheguei a passar longos períodos das noites em claro, pois me sentia como em um quarto de alguém desconhecido; como se eu fosse uma visitante indesejada em minha própria casa! Sentia como se alguém fosse entrar pela porta a qualquer momento. Eu não devia estar aqui!
Temo que daqui uns anos eu me sinta aqui da mesma forma que me sentia lá, e perca a vontade de ficar aqui. Sinto que preciso de algo que me faça ficar, independente de tudo. Mas também temo este sentimento, pois ele me diz que não pertenço a nenhum lugar. Onde estarei eu, então, daqui uns anos? Em um novo lugar, sozinha novamente? Temo por mim...
Mas deixando a tristeza de lado, meu amigo, estou terminando meu primeiro quadro! Oh, que beleza que está ficando! Sinto muita alegria quando estou inspirada como tenho ficado nesses últimos dias. São dias nublados, sim, mas sinto inspiração em dias assim.
Apenas me lamento por mamãe sempre arrumar coisas novas para fazermos juntas, mas não a julgo por isso, afinal fiquei um bom tempo fora. Não escrevia para ela da forma que faço com você, acreditas? Então aceito sempre a seguir por aí. Mercados, lojas, alfaiates... Mamãe está em todo tipo de lugar, comprando e anunciando a volta de sua filha. Às vezes cumprimento pessoas que nunca vi na vida, mas elas juram se lembrar de mim como se eu fosse muito importante. Ora, quem são essas pessoas, das quais não lembro nem um pouco?
Ainda sobre as relações humanas, Alego, elas sempre são complicadas, então entendo seu desejo de permanecer sozinho... Apesar de tudo, não me importo em trocar correspondências contigo mesmo sendo vizinhos. Por mim podemos continuar dessa forma, pois como disse em tua segunda carta, isso nos é valioso. Vamos fazer as coisas que gostamos sem nos importar com os outros, não é assim?
Entendo tua tristeza sem sentido, meu amigo. Não a sinto mais, porém entendo e respeito isso. Este é o seu mundo e a forma que você é. Se quero lhe conhecer, esse é o jeito que você é e não irei me aborrecer ou me afastar por esse tipo de coisa.
Mas, meu amigo, quando se sentir triste, triste ao ponto de se perder do caminho, se lembre de mim. Lembre-se das cartas. Leia. Me escreva, faça como for, mas não se esqueça: nunca estás sozinho, pois eu sempre, independente de tudo, estarei com você. Em teus pensamentos, em pequenas letras ou em nossas cartas, sempre estarei contigo.


Sua artista,
Natasha.


P.S: Gostaria de conhecer esse outro mundo, se for possível. Será que lá dentro eu teria inspiração infinita? Assim, além de ter a tua companhia, eu poderia pintar e pintar e não teria ninguém para me atrapalhar.


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Natasha,


Em tua última carta fala sobre entender minha solidão, mas acredito que esse não seja o caso. Ao menos a tua é diferente da minha.
Tu não és sozinha por não ter opção ou por achar as relações humanas complexas ao ponto de temê-las. Tu não quer desaparecer; apenas quer evitar as chateações.
Gostas da solidão porque para ti, tu mesma és o bastante, mas para mim é exatamente o contrário. Embora permaneça assim, vivo em um muro: não gosto de estar só, comigo mesmo, mas também não gosto de estar com outras pessoas. Suporto minha mente, mas sei que a qualquer momento ela pode me trair e dar um fim em minha vida, acredita nisso? Às vezes acho que minha mente está tentando me matar!
Como li em um livro: "Eu mesmo me atormento e me martirizo (...) Quando ficar bom, deixarei de sofrer! Mas... E se eu não ficar bom? Senhor! Como estou farto de tudo isso!", Essas são minhas chateações, Natasha. Perdoe lhe escrever sobre tais, mas como quero ser verdadeiro em minhas palavras, não irei recomeçar essa carta e esconder esse sentimento de hoje. Lhe encaminharei tudo, para que assim se sinta mais próxima de mim e saiba exatamente o que se passa em minha cabeça. Quem sabe assim você me entenda e se o fizer, por favor, me explique para mim, pois sou um completo desconhecido.
Me perdoe a demora para lhe escrever e as lamentações que lhe envio. Como você já disse, temos nossas vidas e as chateações me incomodavam muito, então acabei deixando a escrita para depois, para não lhe preocupar com o que penso, mas me contradisse quando pensei em lhe esconder isso, afinal já havia decidido não lhe esconder mais nada.
Ontem vi sua mãe no centro. Glamourosa, de nariz empinado, lá ia ela com sacolas nas mãos. Eu estava sentado em um banco da praça quando ela passou, mas parece não ter me visto, pois no momento em que ficaria próxima o bastante para escutar minha voz, ela atravessou a rua e seguiu caminho pelo outro lado.
O trabalho tem me cansado muito. As novas máquinas são complicadas de se mexer. Acredita que seus manuais estão em outro idioma que nenhum de nós consegue identificar? Estamos trabalhando na base da sorte, mas tudo está dando certo, inclusive tuas previsões estavam certas. Ganhei mais notoriedade dentro da fábrica, mas ainda assim me sinto sozinho... Quando saio de lá, vejo as nuvens se formando no céu e me lembro de ti. Me lembro de ti a todo momento, não importa o que eu veja. Estou sempre me lembrando de ti, meu anjinho.
Em tua última carta, como se adivinhasse o que viria a seguir... Teu último parágrafo veio bem a calhar nesse momento que estou passando, obrigado por isso.
(Re)conheça tudo, meu anjinho. Veja cada pedaço desse pequeno bairro enquanto isso lhe diz interesse, e não encha a cabeça com sua mãe, isso é uma fase e logo passará. Entenda isso como um castigo por não ter se comunicado com ela e, conhecendo sua família, é do feitio que façam isso. Se lembre das aparências, meu anjinho, você precisa se preocupar com as aparências, pois em alguns lares as aparências valem mais do que todo o resto. A boa filha à casa torna, não é mesmo?


Alego.


P.S: Demorei dois dias para fazer essa carta, mas acredito que o tempo nebuloso já tenha passado. Ao menos hoje me sinto um pouco melhor. Pela manhã lhe encaminharei essa, e sim, podes entrar no meu pequeno mundo. Na realidade, você sempre esteve lá, junto de mim.
Tu também, jamais, estará sozinha. Sempre estarei contigo. Esse será o teu castigo.


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Amigo,


Quantas lamentações cabem em seu pobre coração? Um coração tão grande, sei disso, que não deve permanecer tão triste quanto esteve nestes dias que se passaram. Veja, o sol está no céu, então farei com que essa carta chegue a você ainda hoje, para que a tenha em mãos a tempo de olhar para o céu azul.
Tu diz que se lembras de mim a todo momento, mas sinto por isso não ser o bastante para amenizar tuas lamentações. Não, não estou dizendo que sou importante ou válida o bastante para, em uma balança, equivaler aos lamentos, mas gostaria de ser, Alego, uma pequena chama de esperança para ti. Olhe para mim, Alego, olhe para minhas cartas.
Nesses últimos dois dias lamentei ver tua janela fechada, inclusive durante a noite. Não tens olhado as estrelas? O que está acontecendo?
O sol pode estar se pondo, pode ser um dia nublado ou uma noite escura, mas feche seus olhos. Você ficará bem, acredite em mim.
Sempre foi sozinho, Alego, mas só agora lamenta isso. Tu tinhas a mim e Jonathan, mas sempre preferia a sua própria solidão. Me lembro que se você não passasse ao menos um dia dentro de uma semana sem nos ver, você ficaria mal humorado. Não se martirize tanto, meu amigo, você ficará bem.
Não somos apenas pessoas tentando preencher o vazio?
Talvez você não fique bem, eu sei, mas se puder ao menos apaziguar momentaneamente esse sentimento ou o mesclar com algo, o dar uma tonalidade diferente. Se puder ver a vida de outra forma, entenderia o que quero dizer.
Acredito que a vida não é uma inteira felicidade, Alego, mas se trata de um grande vazio com picos de felicidade momentânea. Acredito que a vida é mais vazio do que alegrias e quando chegamos ao ponto de pensarmos que somos extremamente felizes, querendo viver como as pessoas que vemos na televisão – as pessoas que têm casas, uma boa família e carros, além de uma boa profissão. As pessoas que as outras pessoas invejam, como os famosos –, então quer dizer que passamos por um enorme vazio ao ponto de que, quando pesarmos, vamos continuar na média, entende? Passamos por muita tristeza para chegar nesse pico, ao menos é o que espero. Mas me diga se essas pessoas também não se sentem vazias, talvez até mais do que nós. Me diga se elas não fingem na frente das câmeras, me diga a que preço elas levam essas vidas agora?
Talvez essas pessoas realmente tenham sorte na vida e tenham essa felicidade ensurdecedora, então nesse caso nós somos os sem sorte, os desafortunados, enquanto eles são os que possuem toda a sorte do mundo. Como se estivéssemos em uma cadeia alimentar ou fossemos os pilares nos quais eles se apoiam para levar suas vidas como elas são, e como agradecimento, aparecem na televisão e em jornais para que possamos acompanhá-los, ansiando ter esse tipo de vida.
Não sou do tipo que consegue ficar no sofá vendo essas pessoas e deixando minha vida passar, ansiando por viver igual elas, mas sem dar um único passo. Digo, não devemos tê-los como ídolos distantes e pensar: "que sorte viver dessa forma!", mas sim tê-los como referências e pensar: "eles são felizes? Ótimo! Quero ser feliz dessa forma um dia".
Não sou como eles, mas encontro a felicidade em pequenas coisas, como em nossas cartas, Alego. A felicidade não está apenas em bens materiais. Hoje também encontro a felicidade no céu e nas estrelas, e isso é tua culpa, Alego. Se hoje sou mais feliz e conheço novas coisas que me trazem a felicidade, isso é tua culpa.
Mas não só a felicidade. Me preocupo com tuas mãos quando faz frio, pois sei que suas luvas são gastas. Me preocupo com as máquinas da fábrica, com tua saúde, com tua felicidade, e é tua culpa, Alego. Tu é o culpado dessas preocupações, então se cuide, amigo, para que eu não me preocupe excessivamente, por favor.


Com amor,
Natasha.


P.S: Terminei meu primeiro quadro e, inacreditavelmente, Vânia, uma amiga da mamãe quis comprá-lo! Acreditas nisso? O quadro não era grande coisa, era apenas uma paisagem, mas a mulher me pagou por isso! Não me importo se foi pela amizade com mamãe ou por ter gostado, mas ela me deu dinheiro dizendo que iria dar o quadro para sua filha! Que alegria estou sentindo, Alego!
Será que esse é o primeiro passo para o dia em que poderei ser uma grande artista?
Junto do quadro, entreguei para Vânia uma rosa de um par que arranquei do meu jardim, como um presente para sua filha.
Aceite a outra rosa deste par, que lhe envio junto da carta, para que assim se lembre de mim. Coloque-a em cima de sua escrivaninha ou na mesa de cabeceira e cuide para que ela sobreviva por alguns dias.
Assim será como se eu estivesse contigo em teu quarto.
Olhe para ela quando se sentir sozinho, está bem?


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