Shinku no Kogoro - Season 3 escrita por NortheastOtome1087


Capítulo 10
A vida de Hideo


Notas iniciais do capítulo

(Este dia irão sair dois episódios porque o outro eu tinha colocado acidentalmente em outra história)



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[Cenário: Bairro de Shibuya,Tóquio]

[Várias pessoas em Shibuya estão reunidas em uma casa observando o local. Uma repórter de cabelos e olhos vermelhos usando um vestido roxo é filmada explicando tudo o que aconteceu.]

Repórter: Houve indícios de que um assassinato tinha ocorrido nesta casa e vários policiais estão investigando o local.

[Cenário: Casa de veraneio em Shibuya, Tóquio]

[Os policiais investigam o local onde a vítima fora assassinada. Os cientistas analisam o corpo da vítima e encontram vários vestígios. Revela se então que o corpo morto da pessoa é o mesmo que foi assassinado no capítulo anterior.]

Repórter: Ao que tudo indica, a vítima teve um corte profundo em seu corpo, corte esse que pode ter sido feito por um objeto cortante, similar a uma faca. De acordo com os dados da vítima, esse alguém é Yoshihisa Kawagoe, um ex-membro de uma família criminosa que tem conexões com a Yakuza. Até agora não conseguimos achar nenhuma testemunha que saiba o que aconteceu com ele, então as investigações irão continuar. Yamazaki, é com você.

[É revelado então que tudo o que está acontecendo é na verdade um programa de televisão. Yamazaki, um jornalista de cabelos castanhos, olhos pretos e roupa marrom, faz seu comentário.]

Yamazaki: E mais uma vez um membro da Yakuza perde sua vida. Apesar dele ser um fora da lei, eu me sinto muito mal por ele. Me pergunto se ele podia ter desistido de sua vida de crimes o mais cedo possível.

Jornalista de vestido vermelho: Eu também. Mas não são todos os membros da Yakuza que são maus, alguns deles até chegaram a fazer serviços para a comunidade japonesa.

?????: Desliga isso, Hideo! Está estragando a sua mente!

[Uma mulher idosa de cabelos cinzentos amarrados com uma presilha em forma de borboleta aparece reclamando com Hideo.]

Mulher idosa: Você sabe muito bem que programas violentos não vão fazer bem nem a sua mente, nem a sua saúde.

Hideo: Poxa, vovó! Não é nenhum programa violento. É só uma notícia.

Avó do Hideo: Tenha mais respeito com a sua avó. Aliás, é uma notícia de assassinato, e assassinatos são facilmente más influências pra você. Por que você não vai ver um anime ou um programa educativo. Ou melhor, já que você gosta tanto de estudar, porque você não vai assistir um programa que ensina assuntos que vão te tornar uma pessoa produtiva.

Hideo: Bem, assuntos do cotidiano podem ajudar estudantes. Sabia que concursos públicos também incluem a disciplina atualidades? Inclusive eu até treinei algumas redações com esse tópico.

Avó do Hideo: No meu tempo eu estava menos preocupada com o mundo e mais preocupada com meu futuro. Inclusive meus pais me pressionaram para entrar em uma faculdade de respeito.

Hideo: É... Tô sabendo...

Avó do Hideo: Seus pais, antes de morrerem naquele incidente, me prometeram que eu lhe daria um futuro melhor. Você sabe quanto eu trabalhei para eu colocar na Rekka? Se não fosse por mim, você nem estaria aqui.

Hideo: E me orgulho disso... De fato, eu estou grato por você me colocar numa escola tão boa quanto a Rekka.

Avó do Hideo: E é por isso que eu quero que você fique longe de boas influências e se torne uma pessoa de respeito.

Hideo: (Tadinha, se ela soubesse toda a verdade por trás da Rekka e como ela realmente chegou ao seu auge...)

Avó do Hideo: Sua avó se preocupa tanto com você, netinho... Se você fosse manchado por uma influência negativa sequer, meu genro e minha filha ficariam zangados comigo no pós-vida.

Hideo: Bem, eu vou lá pro meu quarto. Já que eu tenho que evitar programas violentos, eu vou ficar lá estudando.

Avó do Hideo: Tudo bem, mas não se meta em encrencas.

[Hideo sai da sala de estar.]

Avó do Hideo: Meu neto está crescendo tão rápido... Se você estivesse aqui pra ver isso...

[A avó do Hideo observa a foto em preto em branco de uma mulher de cabelos longos vestindo um kimono.]

[Cenário: Casa dos Nagoshi, quarto do Hideo.]

[Hideo está lendo um livro sobre a historia do Japão. Ele está lendo sobre o período Meiji, quando seu smartphone toca. Hideo atende o celular.]

Hideo: Olá.

?????: Hideo-san, tá na escuta?

Hideo: Ah, é você Takuya. Alguma coisa?

Takuya: Não, não. Só queria saber como você está. Pra saber se você está disponível pra me ajudar nas tarefas de casa hoje.

Hideo: É, eu tô ótimo.

Takuya: Legal. Se importa que eu vá hoje pra sua casa?

Hideo: Na verdade, eu vou dar uma passada na sua.

Takuya: Tá certo.

Hideo: Mas queria te perguntar uma coisa.

Takuya: Claro, pode falar.

Hideo: Por que você não chamou ou o Shuichi ou o Atsushi? Eles são tão capazes de te ajudar a revisar o assunto quanto eu.

Takuya: Acontece que o Atsushi ficou agindo estranho desde o dia em. Tentei falar com o Shuichi também, mas ele tá ocupado ajudando a irmã.

Hideo: Tinha que ser, Atsushi... Tinha que ser...

Takuya: Algum problema?

Hideo: Ao que tudo indica, Atsushi ainda está amarrado com a separação que ele teve com a Mayoi. A situação chegou ao nível de que ele não está querendo estudar com a gente.

Takuya: Cara, ele precisa crescer. Tem garota muito melhor que a Mayoi na Rekka!

Hideo: Você não está ajudando?

Takuya: Sinto muito.

Hideo: E então, de que horas você acha que eu tenho que ir?

Takuya: 9:15. Mas não se preocupe, o assunto não é tão difícil...

Hideo: Ok. Daqui a pouco a gente se encontra. Vou resolver algumas tarefas aqui e já venho.

Takuya: Até mais.

[Hideo desliga o smartphone. Ele guarda o seu livro de história japonesa, guarda na estante cheia de livros e sai de seu quarto.]

[Cenário: Casa dos Nagoshi, corredores]

[Hideo então sai e encontra sua avó.]

Avó do Hideo: Aonde você pensa que vai?

Hideo: Bem, eu vou lavar a louça da cozinha, guarda-la e depois vou lá pra casa do Takuya ajuda-lo em seu dever de casa.

Avó do Hideo: Está certo, mas não demore. Aliás, se você ainda não fez seu dever de casa, volte pra pegá-lo.

Hideo: Obrigada por me lembrar.

[Hideo volta pro seu quarto pra pegar sua mochila. Ele vai até os corredores para ver sua avó novamente.]

Avó do Hideo: Recomendo que volte quando estiver perto do meio dia.

Hideo: Não se preocupe, vovó. Eu já sou grandinho. Sei me cuidar.

Avó do Hideo: Sua mãe disse a mesma coisa quando ela tinha sua idade. Honestamente, ela tinha sorte de ter chegado a vida adulta e te trazer ao mundo.

Hideo: Até mais vovó.

[Hideo se curva para a sua avó e sai.]

Avó do Hideo: Você ouviu só, filha? Seu neto está sendo igual a você. Lembro da última vez que você disse isso... Bem, o resto é história.

[A avó do Hideo olha mais uma vez para a foto da mulher de cabelos longos.]

[Cenário: Ruas de Tóquio.]

[Hideo caminha nas ruas de bom humor, embora ele tenha várias preocupações envolvendo o Atsushi.]

Hideo: (Um dia bem tranquilo em Tóquio... Pena que eu não posso dizer a coisa do Atsushi... Que bicho te mordeu para você agir daquele jeito?)

[Cenário: Casa dos Akatsuchi, fachada.]

[Hideo chega na casa dos Akatsuchi e vai bater a porta. A mãe de Takuya aparece e abre.]

Mãe do Takuya: Oi Hideo. O que faz aqui?

Hideo: Takuya me disse que ele precisava de ajuda com o dever de casa.

Mãe do Takuya: Oh sim, eu ouvi ele falando sobre isso. Pode entrar.

[Cenário: Casa dos Akatsuchi, sala de estar]

[Hideo entra na casa dos Akatsuchi.]

Mãe do Takuya: Meu marido recebeu alta hoje cedo e está descansando, então tente fazer menos barulho, certo?

[Hideo faz um sinal de polegar pra cima, indicando que sim.]

[Cenário: Casa dos Akatsuchi, quarto do Takuya.]

[Takuya ouve alguém batendo a porta.]            

Takuya: Quem é?

Hideo: É o Hideo, posso entrar?

Takuya: Claro. Eu tava te esperando.

[Hideo abre a porta do quarto e entra.]

Hideo: E aí Takuya, alguma notícia?

Takuya: Bem, meu pai recebeu alta e saiu do hospital agora pouco.

Hideo: Soube que ele recebeu um tiro em uma das veias. Ele teve sorte de ter sobrevivido.

Takuya: Acontece. Ele é um detetive. O perigo sempre o segue quando ele faz suas investigações. Pena que ele não é um lutador de rua como o Kogoro.

Hideo: Não que isso faça a diferença.

Takuya: Haha. Muito engraçado.

Hideo: Aliás, qual é a tarefa de casa que você pediu minha ajuda mesmo?

Takuya: Ah, é biologia. Algo sobre plantas.

Hideo: Botânica.

Takuya: Isso aí que você disse. Você pode me ajudar com esse assunto?

Hideo: Bem, eu posso tentar te dar umas dicas, mas é recomendado que você tente dar uma olhada no assunto nem que seja uma vez por dia.

Takuya: Como se isso fosse fácil.

Hideo: Agora preste atenção no que eu estou dizendo. Abra o livro na parte de botânica.]

[Takuya abre o seu livro de biologia e tenta colocar no assunto “botânica”.]

Hideo: A Botânica é o ramo da Biologia que se dedica ao estudo das plantas. O termo botânica deriva grego botané, que tem como significado “planta”. Ela abrange a fisiologia, morfologia, ecologia vegetal e taxonomia, ou seja, todas as características, interações e funcionamento das plantas. Está prestando atenção?

Takuya: Sim. Pode continuar.

Hideo: Certo. Durante a Antiguidade, os naturalistas já buscavam dividir os seres vivos em grupos de acordo com suas características semelhantes. Para isso, a observação das espécies era fundamental. Inicialmente, só existiam dois grupos: o reino animal e o reino vegetal. Desse modo, começaram a surgir as primeiras classificações dos seres vivos e consequentemente do estudo da botânica. Os primeiros estudos da área surgiram na Grécia Antiga.

Takuya: Bem, eu sei que plantas são seres vivos que não podem se mexer. E na maior parte do tempo são verdes.

Hideo: Vai ser mais fácil você entender se você me deixar explicar tudo.

Takuya: Desculpe, é que eu sou cheio de dúvidas.

Hideo: O início da botânica foi marcado pela publicação das obras Historia Plantarum e De Causis Plantarum, ambas escritas por Teofrasto filósofo e sucessor de Aristóteles. Teofrasto é considerado o "Pai da Botânica". De fato, a botânica continuou evoluindo a partir da contribuição de vários naturalistas. O avanço da área foi impulsionado pela publicação de livros, expedições científicas e criação de herbários e jardins botânicos. Atualmente, a botânica divide-se em várias especialidades e a filogenética contribuiu para o melhor entendimento da evolução das plantas. Alguma pergunta?

Takuya: Uma que eu gostaria de saber agora.

Hideo: Qual será?

Takuya: Quem é Teofrasto?

Hideo: Talvez eu possa explicar isso quando formos para uma biblioteca. Vai que a gente consiga várias informações sobre o pai da botânica.

Takuya: Pra ser honesto, eu não me interesso muito sobre botânica, eu só quero fazer meu dever de casa.

Hideo: Tenho a impressão de que você não é o tipo de pessoa que gosta de esperar pra ver.

Takuya: Mas claro. Eu não sou uma planta. Eu tenho braços e pernas, não troncos e raízes. Há também aquele negócio de árvore geneaológica, mas mesmo assim... Não é a mesma coisa.

Hideo: (Pelo visto é mais fácil suportar as reclamações da minha avó do que as dúvidas do Takuya.)

[Cenário: Bairro de Akihabara, Tóquio]

[Em algumas televisões da cidade, é transmitida a notícia da morte do criminoso assassinado por Kyosuke Hirukawa. Um homem misterioso, que na verdade é o Hirukawa disfarçado, observa tudo.]

Repórter: O assassinato do mafioso Satsuma Ushiyama ocorreu entre 13:50 e 14:50, com a única pista da cena do crime sendo um corte profundo que a vítima recebeu pelas costas. Cientistas chegam a hipótese de que Ushiyama fora atacado por um objeto cortante, com a implicação de que ele tinha sido esfaqueado pelo assassino. O suspeito ainda não chegou a ser revelado, mas mesmo que tenha matado um criminoso, este terá que se explicar na justiça.

Adolescente 1: Ainda estão falando sobre aquele assassinato?

Adolescente 2: Hmph. Satsuma é um mafioso. Ele teria sido morto de qualquer jeito.

Homem adulto 1: Temos que tomar cuidado com ele. Ele ainda deve estar a solta.

Homem adulto 2: Eu é que não quero ser a próxima vítima dele.

[Hirukawa continua caminhando feliz, aparentemente pelo fato de que a polícia ainda não o encontrou.]

[Cenário: Casa dos Nagoshi, sala de estar]

[Hideo chega a sua casa. Ele encontra a sua avó, que está assistindo um programa de culinária.]

Hideo: Cheguei!

Avó do Hideo: Onde esteve? Já são mais de 12:00!

Hideo: Ainda com o Takuya. Tenho que admitir que ele não é muito bom em aprender biologia. Será que isso explica a demora?

Avó do Hideo: O almoço está na sua mesa. Fiz arroz, macarrão, lagosta e alguns legumes pra você.

Hideo: Muito obrigado.

[Hideo vai até a cozinha. Enquanto isso a avó do Hideo assiste o programa ao mesmo tempo que anota a receita. O apresentador-cozinheiro tem cabelos castanhos, olhos brancos e usa óculos.]

Cozinheiro: Espere a panela aquecer e coloque a manteiga para derreter, depois frite algumas fatias da carne, com o recomendado sendo entre 6 a 8 fatias. Após isso, coloque um pouco de cada um dos ingredientes, como se fossem 'montinhos', sem misturá-los; Depois despeje o caldo e espere ferver, sem misturar...

[Cenário: Casa dos Nagoshi, cozinha]

[Hideo está comendo o almoço que a sua avó fez.]

[Cenário: Casa dos Nagoshi, banheiro]

[Hideo vai tomar banho, e depois veste o seu gakuran.]

[Cenário: Casa dos Nagoshi, quarto do Hideo]

[Hideo penteia os seus cabelos no espelho.]

[Cenário: Casa dos Nagoshi, sala de estar]

[Depois de se arrumar, Hideo tenta sair de casa, mas é surpreendido pela avó.]

Avó do Hideo: Onde pensa que vai, mocinho?

Hideo: Para o colégio.

Avó do Hideo: Nananinanão, mocinho. Você ainda precisa fazer mais uma coisa.

Hideo: O que foi agora?

[A avó de Hideo dá um tapa no rosto do neto.]

Avó do Hideo: Tenha mais respeito!

[A avó do Hideo dá pra ele biscoitos de arroz.]

Avó do Hideo: Toma aqui.

Hideo: Biscoitos de arroz? De novo?

Avó do Hideo: Eu não quero que você gaste seu dinheiro com as comidas da escola. Além disso, é uma receita secreta de família que deve ser respeitada.

Hideo: (Lá vai ela de novo...)

Avó do Hideo: Há muito muito tempo o meu ancestral Kuranosuke vivia nas áreas mais pobres de Edo lutando pela sua sobrevivência através da venda de biscoitos de arroz. Seus negócios não eram grandes, mas ele tinha dinheiro o suficiente para manter sua casa firme. Ele e sua esposa Chinami passavam por grandes necessidades e tinham apenas um ao outro como companhia...

[Hideo tenta escapar de sua avó enquanto esta conta a história da importância dos biscoitos de arroz para a família Nagoshi.]

Avó do Hideo: Um dia, o casal recebe a visita de um homem idoso que parece ter boas intenções. Quando Kuranosuke perguntou ao homem o que ele queria, ele simplesmente fala que deseja algo pra comer. Apesar do homem idoso parecer jovial, o casal tinha medo de que o senhor de idade deteste seus biscoitos de arroz. Mas Chinami estava disposta a mostrar que a receita deles era essencial e deu para o senhor três exemplares de seus biscoitos. O homem idoso comeu cada um deles com uma serena tranquilidade e então...

[A avó de Hideo percebe que seu neto desapareceu.]

Avó do Hideo: Hideo? Hideo!

[Cenário: Ruas de Tóquio]

[Hideo está caminhando para o colégio Rekka.]

Hideo: (Ainda bem que eu consegui sair sem que minha avó percebesse. Eu não suportaria um minuto sequer com seu discurso dos biscoitos de arroz.)

[Hideo acaba encontrando Shuichi, Kenta e Takuya no ponto de ônibus.]

Takuya: Hideo-san!

Hideo: Boa tarde...

Takuya: Muito obrigado por me ajudar nas tarefas de hoje.

Hideo: Não tem de quê.

Kenta: A tarefa era tão difícil assim?

Shuichi: Eu consegui fazer tudo com a ajuda de meu computador.

Hideo: Que grande amigo você é. Deixar de ajudar um amigo com as tarefas para usar seu notebook. E aquele papo com a sua irmã?

Shuichi: Bem... Aquilo foi verdade. Eu ajudei a minha irmã na tarefa dela.

Kenta: Se é verdade eu acredito. Tipo, a Maki.

Takuya: Será que o ônibus vai chegar a tempo?

Hideo: É claro. Não é que um bandido viria para assassinar um motorista desavisado a cada quatro horas.

Shuichi: Credo. Isso parece ser terrível.

Kenta: Não acredito nisso.

Takuya: E então, enquanto o ônibus não vem, vamos conversar um pouco?

Hideo: Ótimo. Vamos falar sobre o quê?

Shuichi: Podemos tentar revisar o assunto de biologia juntos.

Kenta: Que tal jogos?

Takuya: Acho melhor a gente falar a respeito do Atsushi.

Hideo: Ah não... Ele de novo? Não tava na hora dele superar isso?

Shuichi: Fala daquela briga com Mayoi? Honestamente, se continuar assim, ele não vai chegar a lugar algum.

Kenta: Devemos fazer algo a respeito! Um herói deve ajudar seus entes queridos.

[O ônibus escolar chega.]

Takuya: Parece que ele chegou.

Hideo: Até que enfim.

Shuichi:Vamos lá.

[Takuya, Hideo, Shuichi e Kenta entram no ônibus escolar.]

[Cenário: Colégio Rekka, 2º ano B]

[Horas depois, os estudantes da Rekka estão sendo lecionados pelo professor de biologia, um homem de cabelos castanhos, olhos verdes e que usa óculos de grau. Seu nome é Keiichi Shirasawa.]

Keiichi: Como vocês devem saber, semana passada eu passei uma tarefa para fazer em casa, que não é nada mais nada menos a tarefa que está no livro. E então, vocês fizeram? Só pra ter certeza mesmo, eu vou dar uma olhada em cada um dos seus livros e analisá-los completamente.

Aluno 1: Sujou. Ele vai olhar nosso dever de casa!

Aluno 2: Tomara que você não tenha procrastinado.

[Keiichi vai para cada uma das carteiras para observar a tarefa dos alunos.]

Keiichi: Excelente trabalho, Harunori. Você fez bem. Ótimo, Chiaki, continue assim.

[Keiichi vai para a carteira de Shuichi e observa o livro dele.]

Keiichi: Como era de se esperar do aluno mais inteligente da Rekka. Ótimo trabalho.

Shuichi: Não tem de quê. Passei a maior parte do tempo estudando.

Takuya: E ajudando a irmã.

Kogoro: Takuya!

Takuya: É verdade, aniki!

[Keiichi vai para a carteira de Hideo e observa o livro dele.]

Keiichi: Bem bem bem... Você meio que teve seu trabalho rushado, mas tenho que admitir que resumiu tudo em poucas palavras.

Hideo: Eu tava muito ocupado, isso sim.

Keiichi: Ainda assim, parabéns.

[Keiichi vai para a carteira de Takuya.]

Keiichi: Akatsuchi-san, você pode me fazer o favor de mostrar seu livro de biologia e abrir na tarefa de casa?

Takuya: Ah claro.

[Takuya abre seu livro de biologia com seu dever de casa. Keiichi observa a tarefa.]

Keiichi: Uau, nunca pensei que você de todos os alunos seria bom em biologia. Você deve ter estudado pra caramba ontem.

Takuya: É uma longa história.

Keiichi: Tenho que admitir se você é  bom. Continue assim e um dia você será um bom biólogo.

Takuya: Ah, valeu.

[Keiichi vai para a próxima carteira.]

Takuya: (Sorte a minha que Hideo estava aqui. Se não fosse por ele, eu já estaria morto.)

[Keiichi continua observando os livros de cada um dos alunos.]

Hideo: (Pobre Takuya...  Eu imagino como isso seja difícil pra ele...)

[Keiichi observa o livro de Tsubame.]

Keiichi: Ótimo trabalho como sempre, presidente Mizushima. Sua inteligência é algo que deve se destacar neste  colégio, especialmente com uma figura autoritária como você.

Tsubame: Só estou fazendo meu dever.

Keiichi: E quanto a você...

[Keiichi vai para a carteira de Kogoro e observa seu livro de biologia.]

Keiichi: Hmmm... Interessante... Nem parece que foi você que fez todo esse trabalho. Ainda que a letra seja sua, tenho até a impressão que você chantageou alguém pra fazer a tarefa enquanto você brigava nas ruas.

Kogoro: Na verdade eu estava na cozinha. Eu meio que achei um livro de botânica e copiei o que tinha nele.

Keiichi: Vou fingir que confio na sua hipótese, mas não espere resultados positivos na prova.

[Keiichi então vai para a próxima carteira.]

Kogoro: (Não era mentira... Velho Jiraiya tinha um velho livro de botânica no porão.)

Keiichi: Olá Nagano. Você não parece estar muito feliz. Algum problema?

Atsushi: Bem... Eu tive um dia ruim.

Keiichi: Acho que ele pode melhorar um pouco mais... Se você me mostrar o seu dever de casa.

Atsushi: Bem, eu...

Keiichi: Por favor. Se eu não ver seu livro, como posso confirmar se você fez ou não sua tarefa?

Atsushi: Acontece que...

Keiichi: Nagano-san.

Atsushi: Está bem.

[Atsushi relutantemente mostra seu livro para Keiichi, que está incompleto.]

Keiichi: Francamente, eu esperava mais de você. Deixar tudo pela metade é coisa de estudante preguiçoso.

Atsushi: E quem se importa? Minha vida tá acabada mesmo.

Keiichi: Vou considerar isso como uma falta.

[Keiichi vai para a próxima carteira. Ele visita Mayoi.]

Keiichi: Ogata-san.

Mayoi: Sim, Shirasawa-sensei. Aqui está o livro.

[Keiichi dá uma olhada no livro de Mayoi.]

Keiichi: Hmmm... Está completo. Você fez bem seu trabalho como aluna.

Mayoi: Muito obrigada.

Keiichi: Honestamente, como você conseguiu todas estas informações?

Mayoi: Bem, eu tive ajuda de alguém muito especial. Ele me ajudou.

Keiichi: Professor de reforço? Ótimo. Tomara que ele continue ajudando em sua jornada educacional no mundo da biologia. Pois você vai precisar e muito.

Mayoi: Valeu professor.

[Mayoi dá um sorriso.]

[Cenário: Colégio Rekka, cantina]

[Os estudantes estão se divertindo na cantina, conversando e brincando. Hideo, Takuya, Shuichi e Kenta estão reunidos.]

Takuya: Nunca pensei que eu iria ver Mayoi feliz da vida.

Kenta: Deve ser por que ela estudou bastante a matéria.

Hideo: Se for assim, ela deve ter perdido muito tempo.

Shuichi: Pode ser.

Takuya: Mais uma vez agradeço muito pela ajuda.

Hideo: É o melhor que eu posso fazer pelo meu amigo.

Shuichi: Qualquer um de nós faria a mesma coisa por você.

[Takuya encara Shuichi com raiva. Enquanto isso, Atsushi parece estar desconfiado.]

Kogoro: Atsushi-san, você está bem?

Atsushi: Hmph.

Kogoro: Olha, eu sei que você não parece estar muito feliz com o que o Shirasawa-sensei falou, mas tente relevar.

Atsushi: Shirasawa não é o problema.

Kogoro: É o quê?

Atsushi: Você ouviu o que a Mayoi falou na aula de hoje, não falou?

[Kogoro tem um flashback em que Keiichi conversa com Mayoi.]

Keiichi: Honestamente, como você conseguiu todas estas informações?

Mayoi: Bem, eu tive ajuda de alguém muito especial. Ele me ajudou.

[O flashback acaba.]

Kogoro: A que ponto você quer chegar?

Atsushi: Normalmente a Mayoi é uma aluna esforçada que pode resolver até as perguntas mais difíceis com seu livro. Ela é inteligente, mas não a esse ponto.

Kogoro: Então você acha que...

Atsushi: Sim. Os pais da Mayoi são de classe média. Eles não tem dinheiro o suficiente para contratar um professor de reforço.

Kogoro: Se é assim, quem foi que a ajudou a fazer suas tarefas?

Atsushi: Eu não sei, mas... Tenho a impressão que um dia irei descobrir quem é...

[Cenário: Ruas de Tóquio]

[Uma limusine caminha nas estradas da cidade, no qual dentro dele está Tsuneo, que dá um sorrisinho malicioso. O capítulo acaba com a limusine indo para algum lugar.]


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Notas finais do capítulo

Yakuza: Organização criminosa japonesa, o equivalente a máfia.

Kimono: Roupa tradicional japonesa.



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