Tudo estava bem... escrita por Wizard Apprentice


Capítulo 17
Capítulo 17 - 2o ano.


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo!

Espero que gostem!
Aproveitando para relembrar que as vezes entro em semana de provas aqui em Hogwarts, e não consigo postar com muita frequência.

TODOS os comentários serão respondidos, mas as vezes eu demoro um pouco - de todo modo, agradeço imensamente cada um deles!



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— Harry... Eu não... Eu não sei do que você está falando.

Ginny virou-se para o garoto, correu até ele, e começou a desferir socos contra seu peito, tentando acertá-lo, enquanto ele se protegia.

— Gina, para com isso! O que eu te fiz? Eu disse alguma coisa errada?

A garota já não estava mais chorando, parecia furiosa. 

— O que ela tem que eu não tenho!? 

Harry não soube o que dizer. Estava incrédulo com a estupidez da situação, de toda aquela crise de ciúmes tão inocente, e feliz demais por Ginny sequer saber quem era Tom Riddle. Abraçou a menina com força, de modo que ela não podia continuar se debatendo e tentando socá-lo. 

O abraço não tinha um quê romântico nem nada, e durou menos do que dois segundos. Foi apenas como um suspiro aliviado por descobrir que a menina estava segura.

Disse a ela que se precisasse de qualquer coisa, poderia procurar por ele. Ela voltou a chorar, espantada, com o coração disparado. Para Harry, aquele abraço não significava absolutamente nada, mas para ela era como um incêndio descontrolado em seu coração.

As semanas se passaram, e outubro chegou, trazendo chuvas intensas, mas os treinos de Quadribol não pararam. Olívio Wood não conseguia se conter de felicidade ao ver os jogadores montados nas velozes Nimbus 2001 que Harry comprara para os times.  

Assim, os treinos estavam melhores e mais intensos, e não havia mais um único integrante em Hogwarts que tivesse vantagem por causa da vassoura que usava. Na verdade, havia um único em desvantagem, a vassoura de Harry continuava a ser sua boa e velha Nimbus 2000, presente de McGonagall, e ele não pretendia substituí-la tão cedo.

Ao voltar para o castelo, sujo, cansado, com frio e pingando lama, Harry deu de cara com Filch, muito raivoso por ter que limpar a sujeira. Queria levar Harry para uma detenção em sua sala, mas o garoto o interrompeu, muito puto.

—Não vou a lugar algum senão meu dormitório, e se o sr. quiser, que traga o diretor em pessoa para ver se eu mudo de idéia. Não é só porque você é um aborto amargurado que tem o direito de infernizar as nossas vidas.

Harry estava verdadeiramente indignado. Onde já se viu? Dar uma detenção para alguém por ter voltado sujo do treino de Quadribol. 

Ao olhar a expressão assassina de Filch, Harry revirou os olhos, e murmurrou uma palavrinha mágica com a varinha apontada para o chão, e num passe de mágica, toda a sugeira desapareceu.

— De nada. - disse Harry.

O infeliz zelador resmungou alguma coisa, uma maldição talvez, e seguiu seu caminho com o esfregão na mão. 

O garoto queria mesmo um chocolate quente e sua cama. Já estava quase na entrada do salão comunal, quando Nick Quase Sem Cabeça o alcancou, afoito.

— Tarde, sr. Potter. Atitude gentil a que tomou lá em baixo, com o sr. Filch. Admito que fiquei encantado, e gostaria de parabenizá-lo. 

— Er... Obrigado. Não sei se chamaria a minha atitude de gentil, mas tudo bem. Foi o melhor que ele conseguiu extrair de mim. 

— Ah, não se preocupe, ele sempre foi assim. Eu gostaria de aproveitar a oportunidade para convidá-lo para a minha festa de aniversário de morte, que acontecerá na noite do dia das bruxas. Seria uma honra recebê-lo, você e seus amigos.

— Claro, estrei lá. - disse Harry amargurado, com uma vaga lembrança de ter participado de algo assim, bem desagradável no passado.

O dia das bruxas chegou muito rápido. Harry utilizava a maior parte do seu tempo livre em dois lugares: a sala precisa, e a biblioteca, e assim as horas e dias se passavam tão rápido, que ele sequer se deu conta de que ainda não convidara os amigos.

Na sala precisa, é claro, ele treinava feitiços, bloqueios e contra-ataques, como se a sua vida dependesse disso. Algumas vezes Dumbledore aparecia, e ambos duelavam, ou o professor ensinava a Harry algo novo, o que o deixava muito feliz. Na biblioteca, estava sempre na seção reservada, sob expressa autorização de Dumbledore, adquirindo todo o conteúdo que pudesse absorver.

Por vezes a bibliotecária, madame Pince, olhava com receio para Harry. Tão novo, lendo uma bibliografia tão macabra. Olhava para o garoto como se ele estivesse sendo assassinado pelos livros que lia, mas não era bem assim. Harry raramente se surpreendia com algo do que encontrava, e no final das contas, sentia que estava se tornando um auror ainda melhor, muito além do que era.

Naquele dia 31 de outubro, Harry encontrou os amigos na porta da biblioteca, carregando um grosso livro de capa de couro, chamado "Como Destruir o Indestrutível", e juntos desceram para as masmorras, para o aniversário de Nick. 

Ali, haviam centenas de fantasmas. O lugar estava horrível, e a atmosfera soturna fez o estômago de Harry revirar.

— Sabem, eu entendo porque o mundo dos vivos é separado do dos mortos, e acho que é melhor continuar assim. - disse Ron convencido. Harry e Mione concordaram.

— Olá, Murta - disse Hermione cordialmente. 

— Olá, Murta - disse Harry sorridente. - eu posso te fazer uma pergunta indelicada? Porque você nunca saiu do banheiro? O que te prendeu lá?

A pequena fantasma pareceu gostar da pergunta, mas foi interrompida por Pirraça, que apareceu para atormentá-la.

— Murta, eles só querem que você responda para poderem caçoar de você, e desses seus óculos ridículos! Ha ha ha! Imaginem a decepção, a morte não muda a nossa APARÊNCIA, ela vai ficar assim para sempre! Ha ha ha! 

— Ouch, você pegou pesado, Pirraça. Você também não é lá essas coisas - disse Ron, enquanto Murta começou a chorar desesperada.

— Vamos embora daqui, pessoal. Eu quero comer alguma coisa, estou faminto, e ainda é cedo - disse Harry.

Os três saíram de fininho da festa, sem que ninguém os visse. Se Nick os questionasse, diriam que tiveram uma urgência, e não puderam ficar mais. 

Mas ao se dirigirem para o salão comunal, Harry ouviu novamente a voz gélida e pavorosa do basilisco. Os amigos perceberam que Harry empalideceu, e perguntaram o que tinha acontecido.

O garoto pensou um pouco se deveria ou não contar aos amigos. Queria seguir a voz e ver aonde ia, mas para isso precisaria se explicar. E se o basilisco atacasse alguém? O menino Colin, que vivia no seu pé, tirando fotos? 

—Vamos! - gritou Harry aos amigos - alguma coisa ruim vai acontecer, eu sinto. 

Os três correram para o corredor principal do andar, e ali, deram de cara com Madame Nora, petrificada.  Na parede, os dizeres "A câmara secreta foi reaberta. Inimigos do herdeiro, cuidado" brilhavam em vermelho.

O chão estava coberto de água. Murta inundara o banheiro das meninas, e Harry agradeceu aos céus por isso. Naquele momento, o garoto se lembrou que se não fosse pela água, pela máquina fotográfica, pelo Nick e pelo espelho, a gata e seus amigos estariam mortos.

Merda. Tudo foi coincidência demais para se repetir. Pensou Harry, caindo no chão molhado, tão desesperado que suas pernas não podiam segurar seu peso mais.

Os alunos saiam do salão principal estufados, e naquele momento, todos encontraram os três junto à estátua do que um dia fora Madame Nora. Filch surtou com Harry, e logo mais Dumbledore apareceu, olhando para o cenário, preocupado.

 

— Professor, eu não sei o que fazer. Se o diário não está com Ginny, não sei com quem mais poderia estar. Se os nascidos trouxas forem atacados e não tiverem sorte dessa vez? E Hermione? Professor, ela é uma das pessoas que mais amo no mundo, o sr. entende isso, não é? Eu estou desesperado.

Dumbledore assentiu, pesaroso.

Nada do que fosse dito tiraria o peso do coração de Harry, que queria mais do que tudo proteger sua amiga.

— Harry... Eu andei pensando muito sobre isso tudo. Não sobre a reabertura da câmara secreta, é claro, até então eu acreditava que não teríamos problemas com isso... Mas sobre as Horcruxes. Revisitei suas memórias várias vezes nos últimos meses... Talvez seja melhor que seja assim...

Harry refletiu por um breve instante, aborrecido com a visão calculista de Dumbledore, então franziu o cenho, como quem finalmente entende um cálculo matemático muito complexo.

— Sim. Todos os pedaços da alma de Voldemort foram destruídos direta ou indiretamente pelo veneno do basílisco, Harry. 

O menino engoliu em seco. 

— A espada, quando absorveu o veneno, e os restos mortais do monstro, as presas, que ficaram esquecidos na câmara secreta... Perceberiamos eventualmente que caçar as Horcruxes seria apenas uma reunião de fragmentos da alma dele, inútil, porque não poderíamos destruí-las.

— Eu preciso matar o monstro - concluiu um Harry cansado e derrotado.

— Sim, mas não somente, precisa pegar o diário, e para fazer isso, precisamos descobrir com quem, ou aonde ele está.

Harry assentiu, tristonho.

— E também precisamos proteger os nascidos trouxas. A questão é, como? 

— Eu vou avisar a Mione. Vou contar a verdade para ela e para Ron. Não sei como contar ainda, mas não vou deixar que ela fique no escuro. Ela precisa saber para se proteger.

— Certo, faça isso. Não tenho o direito de impedí-lo, Harry, não quando se trata de um assunto tão delicado quanto esse, mas lembre-se: por enquanto, a memória de Riddle busca a perseguição e aniquilação dos nascidos trouxa, apenas, como foi há 50 anos, mas ainda não tem nada a ver com você, ou com reviver Voldemort. Mantenha isso em mente.

— Como assim, professor?

— Quando Lucius colocou o diário no caldeirão de Ginny, ele não sabia das Horcruxes. Para ele, era apenas um objeto que permitiria a reabertura da câmara secreta, e o ataque aos nascidos trouxa. Nunca imaginou que a alma de Voldemort estava guardada ali, e que poderia até mesmo se comunicar com ela. Pelo que entendo, foi o tempo, e o contato com você que fizeram o pequeno Tom Riddle desistir dessa caçada, e se voltar para algo maior... E usar Ginny como hospedeira para finalmente voltar a vida.

— Eu sou um fodido, é isso o que eu sou. É só preocupação, só dor para mim. Está bem, está bem. Eu vou manter em segredo as coisas o máximo possível.

Harry saiu, não bravo com Dumbledore, mas com as circunstâncias. Queria paz. Queria a família de volta. Queria seus queridos em segurança. Queria um final feliz, um que durasse para sempre.

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

O que acharam?



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