Tudo estava bem... escrita por Wizard Apprentice


Capítulo 16
Capítulo 16 - 2o ano.


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, no próximo capítulo vou mudar a forma dos diálogos. Ao invés das aspas, vou usar travessão. O que acham? Acho que fica mais visual.



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"Harry." Começou Dumbledore, muito calmo. "Estarmos revivendo o seu passado não obrigatoriamente nos obriga a nos submetermos a ele. Repare nisso. Você nunca me pareceu ser o tipo de menino que aceita ser escravo das circunstâncias".

"Eu pensei que deveríamos proteger a linha do tempo ao máximo... Manter tudo no mesmo lugar. Por isso concordei com Ron pra pegarmos o carro... Foi tolice a minha, mas..."

"Mas ambos sabemos que repetir o passado é torturante. Eu te disse para proteger os tempo, e não para ser inconsequente. Vou ter que te pedir para ser muito esperto, Harry. Seguir a sequência dos fatos, ainda que deixando as coisas mais... Do seu jeito, e não digo o jeito do menino Harry. Eu digo o jeito do auror aborrecido que você é. Sabe, hoje eu vejo que melhor do que ser o senhor da morte, o que ambos nós dois somos ou seremos, melhor ser o senhor do tempo. Use o que você já sabe a seu favor".

Harry refletiu um pouco sobre o que significava seguir a sequência de fatos, e usá-los a seu favor. Jamais sentira como se detivesse tanto poder assim.

Folks, a linda fênix do diretor estava em seu poleiros ainda emplumada. O menino coçou suas penas, com cuidado.

"Impossível, professor. Esse ano a câmara secreta seria reaberta pela Ginny. Mas isso não vai acontecer, e precisaremos pegar e destruir o diário de outra forma. O problema é que agora não sabemos aonde ele está".

"Como assim, Harry?"

"Na Floreios e Borrões. Eu tentei ameaçar Lucius Malfoy para ficar longe dos Weasleys. Sei que sou só um menino, mas os boatos que circulam sobre mim não são dos mais bonitos... Ele foi embora sem colocar o diário no caldeirão da Ginny, como foi da última vez".

Dumbledore ficou um pouco pensativo. Mais do que Harry achou confortável, para falar a verdade.

"Então, Harry, sendo assim acho que nada te impede de passar um ano tranquilo em Hogwarts, pela primeira vez, não é mesmo?".

"Quem sabe? Pelo menos posso treinar bastante, em paz". Harry sorriu. "Professor, o senhor tem algum livros de Sereiano para me emprestar? Gostaria de nadar no lago de vez em quando, e quem sabe aprendo a conversar com os seus moradores... Uma amiga minha contou que a água faz bem para os sonhos".

"Eles ficarão encantados, Harry. Pegue este." Dumbledore se levantou, puxou um livro grosso de sua estante, e entregou para o garoto. Na capa, lia-se "Vocabulário básico para aprendizes medianos", escrito pelo próprio Alvo Dumbledore.

"Obrigado, professor".

"Tem tido sonhos muito difíceis, Harry?".

"Os piores". Disse muito sério. Todo o peso da dor que carregava consigo foi colocado na resposta.

Dumbledore assentiu, como quem compreendia verdadeiramente a sensação. Recomendou ao garoto que tomasse cuidado com a lula gigante que também habitava o lago,  e Harry saiu, decidido a viver seu ano mais feliz em Hogwarts.

No sábado seguinte, Olívio Wood acordou todo o time da Grifinória assim que o sol nasceu, para o início dos treinos de Quadribol. Inicialmente, Harry estava bem animado, mas toda a sua alegria se esvaiu, com a chegada do time insuportável da Sonserina no campo, todos ostentando as maravilhosas - para àquela época - Nimbus 2001. 

Malfoy chegou todo empinado, com um sorriso maldoso no rosto. 

Olívio Wood estava enfurecido, encarando Marcus Flint e estufando o peito, como dois galos que se preparam para uma briga. 

"Ao contrário de alguns, meu pai pode pagar pelo melhor". 

"Pelo menos ninguém da Grifinória precisou pagar para entrar no time. Todos entraram por talento" - disse Hermione zangada. Harry sequer a viu chegar, junto com Ron e Neville.

De novo não. Pensou.

'Isso não é da sua conta, sua sujeitinha de sangue-ruim".

Todos ficaram estupefatos por alguns instantes, até que Ron tirou da frente os que estavam no caminho, e apontou a varinha quebrada para o pescoço de Malfoy. 

"Ron, sua varinha está quebrada, um feitiço não é uma boa ideia". Disse Harry, tranquilo, como se apoiasse a ideia do amigo de atacar Malfoy, integralmente.

"Tem razão". Ron soltou a varinha no chão, e instantaneamente a seguir, lançou-se contra Malfoy, desferindo socos e pontapés. Ambos caíram no chão, e Ron começou a socar as costelas do outro, enfurecido.

Foi necessário metade de ambos os times para apartar a briga.  

Harry não comentou nada a respeito, mas pelo sorriso no rosto da amiga enquanto voltavam para o castelo, após uma breve visita à Hagrid, o xingamento não importava mais. Tudo o que importava era a reação de Ron em sua defesa.

Durante o almoço, e para completo extase de Lockhart, Harry se levantou e disse que gostaria de fazer um anúncio. Os almoços em Hogwarts não costumavam a ser tão cheios de cerimônia como os dos dias festivos, o primeiro e último dia, então aquilo não era assim, algo tão chamativo... Só um pouquinho.

"Eu gostaria de anunciar que pretendo adquirir, como um investimento para o time da Grifinória, que tanto me acolhe e com a qual tanto me identifico, 6 vassouras Nimbus 2001, tendo em vista que meu colega, Draco, também tomou essa nobre iniciativa para o time da Sonserina." Harry fez uma pausa dramática, enquanto os Lufanos e Corvinos voltavam a prestar a atenção em seus próprios pratos, e continuou. "Mas mais do que isso! Eu gostaria de oferecer a todos os jogadores, da Lufa-Lufa e da Corvinal, vassouras novas, claro, se aceitarem. Assim poderemos todos jogar e assistir jogos de altíssima performance, com os melhores jogadores da escola, com os melhores equipamentos!".

Ninguém no salão principal sabia como reagir. Ron comentou baixinho "Harry, você é louco", mas Hermione parecia contente.

Logo as demais casas, com exceção da Sonserina,, iniciaram uma sessão de aplausos, como quem diz "aceitamos o seu presente".

Ainda durante o jantar, enquanto observava o amigo cutucar uma tortinha de amoras com a varinha, Harry relembrou a Ron que ele precisava de uma varinha nova. Ron a escondeu imediatamente no bolso, com medo de que o amigo a partisse no meio, como fizera antes, com a antiga varinha de Neville.

Malfoy encarava Harry com um olhar assassino, mais ou menos o mesmo olhar dado por Harry à Lockhart, no momento em que o professor lhe mostrou a pilha de cartas de fãs que estariam respondendo na detenção de Harry, àquela tarde.

As horas se passaram, e Harry estava cada vez mais cansado. Só queria dormir, sonhar com sua querida e amada Ginny sem roupas, e quem sabe, com sorte, acordar de volta no futuro, em seus braços.

O relógio quase marcava meia noite, ele já estava sonolento, e as velas do salão já começavam a se apagar, deixando a iluminação lúgubre. Sua cabeça doía, e ele não queria mais olhar uma única foto sequer só sorriso de Lockhart pelo resto de sua vida. Então, quase entrando na fase REM do sono, uma voz gelada, cortante, maligna, atravessou os ouvidos de Harry, e um arrepio passou por sua espinha. Seus olhos se arregalaram e sentiu que suava frio. A voz era invisível, mas Harry sabia de onde vinha. 

O basilisco estava andando livremente pela tubulação da escola. A câmara secreta estava aberta.

Quem estava com o diário? E como? 

Não seria Draco, porque Lucius não usaria o próprio filho como hospedeiro de Lord Voldemort. Também não seriam Crabbe e Goyle, porque ambos eram burros demais, até prós padrões meramente parasitários de Voldemort. Também não poderia ser a Ginny, porque ela não estava com o diário... Mas e se...? 

A julgar pela quantidade insana de acontecimentos que vinham se repetindo, Harry decidiu que seu primeiros palpite seria a garota.

Pobre Ginny. Uma garotinha tão nova e tão doce, nas mãos de Voldemort. Aquilo não podia acontecer de novo... Não se ele pudesse protegê-la. Harry iria falar com ela e perguntaria expressamente se havia algo acontecendo.

Pelo menos ele achou que seria simples assim, mas a menina o evitava a todo custo, e a constante insistência de Harry parecia deixá-la ainda menos confortável para se aproximar dele.

 

"Olá, Harry Potter". 

"Luna! Você me ajudou muito com a dica do lago. Tenho tido sonhos mais tranquilos mesmo. Até comecei a estudar Sereiano".

"Podemos estudar juntos, se você quiser. Sempre quis falar com eles, mas nunca consegui me aproximar. As vezes eles ficam curiosos e vem me ver nadar, sabe".

"Aconteceu algumas vezes comigo também. Eles são mesmo curiosos".

Os dois voltaram juntos para o castelo, conversando amenidades sobre a escola e criaturas místicas. Harry gostava muito da nova amiga, com seu jeito leve e otimista de ver as coisas. Era o oposto dele, carregado, machucado, infeliz. Com a nova amizade, passava alguns almoços do dia a dia sentado na mesa da Corvinal, e também apresentara Luna aos seus amigos da Grifinória. 

Ela era muito inteligente e ajudava Harry a se sentir melhor, mesmo ele não podendo contar detalhes sobre suas mágoas. Como era de se esperar, os boatos eram os de que eles eram um casal, mas a verdade é que estavam longe disso. Ambos sabiam que se gostavam como bons amigos, apenas, e isso jamais iria mudar. 

Voltando para o castelo, Ginny viu os dois juntos, e nesse momento, Harry e Luna a viram limpar uma lágrima dos olhos e sair correndo escada acima, em direção ao salão comunal da Grifinória. 

"Acho que ela ficou triste de te ver conversando comigo, Harry".

"Vou falar com ela, desculpa, Luna. Nos vemos depois". Se despediu e correu atrás da garota, agora aos prantos.

Subiu os degraus pulando dois de cada vez, e gritando para que ela esperasse por ele. Ginny soluçava, e não parou até entrar no salão comunal.

"Ginny! Ginny para! Luna é só uma amiga, por favor! Eu  preciso falar com você. Sobre Tom Riddle".

A garota parou, de costas para o garoto, imóvel. Harry não conseguia ver sua expressão ao ouvir tal nome.

Harry tinha medo que, por ciúmes, a menina fizesse alguma bobagem. Ou por causa de um coração partido. Ginny era bem corajosa, mas muito intensa também.

"Por favor, me escuta. Eu sei que não é sua culpa, tá bom? Estamos correndo perigo, eu e você. Eu preciso que você me ajude".

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Me contem nos comentários!



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