Tudo estava bem... escrita por Wizard Apprentice


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal!
Acho que mais um capítulo e acaba o 1o ano.



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Os garotos estavam nitidamente assustados, parados ali na entrada da floresta. Com medo de lobisomens.

Tem algo muito pior do que um lobisomen aqui hoje. Pensou Harry.

Hagrid explicou que estariam procurando pistas sobre o que - ou quem - estaria matando unicórnios. Explicar que são criaturas tão puras, que no momento que o sangue toca os lábios de quem as matou, sua vida se torna uma meia vida, amaldiçoada, criou ainda mais pânico.

"Hagrid, e o que fazemos se encontrarmos com a criatura?". Perguntou um Harry descontraído.

"Soltem luzes vermelhas pela ponta da varinha, garotos. Hermione e Neville, comigo, Harry e Malfoy, por ali".

Harry, Malfoy e o cão de Hagrid, Fang, seguiram na direção oposta.

Malfoy lançava pragas e ameaças. Dizia que seu pai ficaria sabendo disso. Harry estava concentrado, atento a qualquer som. Talvez a verborragia do colega fosse apenas uma forma de se sentir mais seguro.

E então, ali na clareira o assassino estava sobre sua vítima. O lindo unicórnio branco, abatido, com o sangue prateado sendo drenado para Quirrell. 

Harry puxou a varinha, ia explodir o desgraçado em vários pedacinhos mas então parou. 

Dumbledore tinha feito um pedido a ele. Um pedido suplicante, para que ele não bagunçasse demais a ordem dos fatos. Além do que, um feitiço vindo dele seria letal, e Malfoy estava do lado. 

"Draco, vamos nocautear esse desgraçado, ok? Conta até 3 comigo, e lançamos o feitiço estuporante, pode ser?".

O menino estava gelado de medo, mas concordou. No três, Harry não lançou feitiço algum, mas Malfoy sim, e errou o alvo por pouco. 

"Tudo bem, foi por pouco". Disse Harry num tom amigável.

Quirrell se virou para atacar os garotos, Malfoy saiu correndo, e enquanto isso tudo acontecia, Firenze galopava até eles e desferia alguns golpes poderosos contra o professor.

Acuado, o monstro despareceu pela floresta.

Firenze fitou Harry, com aqueles olhos sábios, de quem leva a vida dedicada aos estudos.

"Meus sentimentos, Harry Potter. Perder a família uma vez é doloroso, quem dirá duas".

"Os astros dizem se posso voltar?".

"Não se deve mexer no tempo. O que passou tem que passar. Coisas ruins estão reservadas para àqueles que inverteram o tempo".

Como sempre, a resposta dele não foi satisfatória.

 

"Horcruxes!". Exclamou Dumbledore, num tom baixo. Haviam acabado de voltar da penseira, em que, momentos antes, os levara justamente para a sala em que se encontravam.

"Horcruxes. Conectadas com ele, cada vez que destruímos uma, ele sentiu".

"E quais são elas, Harry?"

"Bom. O senhor sabe que uma delas sou eu, eu sou ofidioglota, e tudo o mais. Outra delas é o diário. Tem o anel, o medalhão, a taça de Helga Huffle Puffle e o Diadema de Ravena. A cobra também é um deles, a Nagini".

Naquela tarde, Harry mostrou cada uma das memórias que tinha sobre os itens. Dumbledore pareceu desanimado.

"Harry. Sente-se também, por favor".

O garoto obedeceu, preocupado.

"Você entende o que significa isso? Cada um desses objetos tem um tempo e local para serem encontrados. Pelo que entendo, dois deles inclusive implicam, direta ou indiretamente na minha morte ou na sua. Outros dois deles não sabemos onde estão, e um deles está em Hogwarts, mas se o destruirmos agora, vai acender uma pequena desconfiança em Voldemort, e talvez todo o plano se altere".

"O senhor quer dizer que precisamos proteger a linha do tempo? Apenas viver?".

"Em relação ao Lord Voldemort, sim, Harry. Devemos apenas Viver. Em alguns anos, você deve se tornar um garoto normal, com certeza um bruxo brilhante, mas com mentalidade normal para a idade. E talvez precise simplesmente... Reviver o futuro". 

Harry engoliu em seco. Seu futuro era sombrio e tortuoso.

"E em relação ao tempo? Eu não poderia simplesmente voltar pro futuro?"

"Eu ainda não tenho essa resposta, Harry".

"Professor... Na floresta, eu poderia ter matado Quirrell, e não o fiz. Mas quando o Senhor viajar, após a semana de provas, ele não vai ter a mesma sorte. Voldemort trouxe muito mais sofrimento para a minha vida do que o senhor imagina".

 Dumbledore não respondeu, apenas reiterou que os acontecimentos deviam ser preservados. Harry saiu da sala do diretor bem bravo. 

A semana de provas passou sem grandes novidades. Harry sabia que precisaria levar Hermione e Rony com ele para o alçapão, mas não sabia como convencê-los a fazer isso.

Os três estavam sentados na sala comunal, Rony lia uma revista de Quadribol e Hermione olhava o por do sol na janela. Harry fingiu se contrair de dor.

"Harry!? O que foi!?". Perguntou Hermione assustada.

"Minha cicatriz. Ela sempre dói quando Quirrell está por perto ou aprontando. Ele vai tentar roubar a pedra. Essa noite".

"Mas como...?"

"Pensem, Hagrid queria um dragão, e misteriosamente alguém dá um ovo de dragão pra ele. Não é algo que pessoas comuns têm nos bolsos, não é?"

Os dois amigos se contraíram. 

"Vamos, precisamos falar com Hagrid".

"Harry, se sairmos do castelo agora e formos pegos...".

"Hermione, você sabe o que acontece se Quirrell pegar a pedra. Você mesma disse. Voldemort se torna imortal". Harry fingiu desespero e urgência. Ele sabia que Quirrell não ia pegar a pedra.

Os três se levantaram, Harry correu para buscar a capa, e foram em direção a cabana de Hagrid.

Para o pavor dos amigos, sim, Hagrid contara para o estranho como passar pelo Fofo. 

"Não temos tempo! Vamos!". Disse Ron. "Precisamos avisar Dumbledore".

Harry parou por um momento. Dumbledore não estava na escola.

Comunicou aos amigos que não iria avisar ninguém. Estava indo para o terceiro andar.

Os dois foram atrás.

Harry sabia que não estaria colocando seus amigos em risco de verdade. Ambos conseguiriam passar pelos feitiços e desafios que protegiam a pedra, e só ele precisaria enfrentar o perigo real. A única coisa verdadeiramente perigosa antes de Quirrell era o cão, que dormia igual neném.

Com um sussurro, Harry enfeitiçou a harpa de Quirrell para que continuasse tocando, e assim os três pularam com tranquilidade para dentro do visgo do diabo.

Harry perguntou tranquilamente para Hermione se ela não se lembrava de nenhum feitiço que acalmasse a planta - ou Ron, que não parava de se debater e era cada vez mais apertado pelas raizes e folhas daquela planta gosmenta dos infernos.

Hermione lançou um clarão de luz pela ponta da varinha, e Ron caiu no chão, livre.

"Obrigado". 

"Ainda bem que Hermione presta atenção em Herbologia, Ron".

Os garotos seguiram, passando com facilidade pelas várias chaves assassinas flutuantes - eram várias chaves aparentemente identicas, e apenas uma delas abriria a porta para seguir em frente. Ao pegar a vassoura, as chaves passaram a voar em velocidade, mas Harry era um apanhador nato, e assim como pegava o pomo de ouro nos jogos de Quadribol, pegou a chave certa.

Os garotos então estavam diante de um enorme tabuleiro de xadrez. Se entreolharam. Claramente aquilo era xadrez bruxo.

Ron assumiu a liderança do jogo, se colocou na posição do cavalo, e posicionou os amigos. 

Harry teve certeza que passou muito mais de hora ali. Não fazia mais ideia de como havia sido o jogo anterior, nem se Ron iria ganhar dessa vez. O fato é que ele precisaria ficar, e só Hermione deveria prosseguir.

"Merda". Murmurou Ron. 

Harry analisou o jogo. A peça de Ron precisaria ser sacrificada, de novo. Ele atribuiu isso não ao destino, mas ao fato de que durante todo o jogo o amigo tentara inconscientemente proteger a peça de Hermione, de forma que esqueceu completamente de proteger a si próprio.

Muito bem, Ron. Pensou Harry satisfeito.

Ron caiu inconsciente no chão, e os outros dois continuaram o jogo, até o fim.

Pesarosa, Hermione seguiu em frente junto a Harry, deixando Ron para trás.

Passaram pelo Trasgo desmaiado de Quirrell, e Harry soltou um "eu avisei".

Chegaram enfim ao desafio das poções, e mais longos minutos se passaram, enquanto Hermione pensava qual dos frasquinhos poderia ser tomado para levar a pessoa adiante, qual permitiria que a pessoa retornasse, e qual seria o responsável por sua dolorosa morte.

Hermione era inteligente, e Harry não se atreveu a interrompê-la.

"É isso, Harry!". Exclamou a menina. "Este é para você, não tem o bastante para nós dois. Siga em frente e resolva logo isso. Este outro é pra mim, vou voltar e levar Ron para a enfermaria."

"Obrigado, Hermione. Você é um gênio".

"Cuidado, Harry."

 

Harry avançou, determinado.

O salão seguinte era exatamente como se lembrava. Um espelho no meio da sala, e um idiota de turbante se olhando fixamente nele. Harry sentiu o sangue ferver de raiva.

"Prepare sua varinha, seu merda. Essa palhaçada toda acaba hoje". 

Era a segunda primeira vez que Harry enfrentaria Voldemort. Ele já não era mais, há muitos anos, o doce e indefeso Harry.

Quirrell se virou, perplexo. Ate o fragmento da alma de Voldemort que habitava em seu corpo parecia não estar esperando uma recepção tão violenta. Puxou a varinha.

"Você vai duelar comigo, Harry? - perguntou o professor com desdém".

"Eu me preparei o ano inteiro para isso". 

E não era 100% mentira. Mas também não era como se Harry tivesse treinado vários feitiços avançados ao longo do ano para atacar o professor. Mas poderia se dizer que era por ai.

"Como você sabia?"

"Minha cicatriz dói perto de você. Eu senti que você não era confiável na primeira vez que nos vimos". Mentiu. Como todos os professores achavam que ele era um prodígio, nada daquilo parecia verdadeiramente estranho, ja que desde o primeiro dia de aula, ele se mostrara capaz de fazer qualquer feitiço.

"Então foi você quem azarou a porta do terceiro andar?".

"Lógico que fui eu. Você é um mentiroso, servo de Voldemort. Um covarde, que tenta derrubar crianças da vassoura e mata unicórnios na floresta. Você é pior do que o lixo. Achei que viria diretamente até mim, mas claro que não. Um covarde, capacho de outro merda, com medo de enfrentar uma criança".

"Cuidado com as palavras, Potter". Quirrell avançou em direção ao garoto. "Qual a recompensa para o servo que não apenas trouxer seu mestre de volta, como se livrar de seu maior inimigo"?


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Notas finais do capítulo

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