Pianista Diferente escrita por Metal_Will


Capítulo 1
Trabalho e Concurso


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi, gente! É bom estar de volta depois de um bom tempo fora desde de a minha última fic (Vila Baunilha).

Dessa vez decidi fazer algo diferente. Como a fic é curtinha (milagre!) preferi escrever ela inteira e publicar todos os capítulos de uma vez só. Assim você não precisa ficar esperando dias para saber a continuação (claro que se fosse uma fic longa não faria isso. Kkk)

Também decidi tratar de um tema que não estou muito acostumado: música. E, pela primeira vez nas minhas fics, o protagonista é não-hétero (apesar da sexualidade ser quase irrelevante para a história).

Espero que goste e mate as saudades. Enquanto isso, estou pensando no roteiro da minha próxima fic longa.

Boa leitura! :)



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—Tudo bem, pessoal. Por hoje chega! - disse um homem na faixa dos seus sessenta anos para uma turma de músicos. Esse homem era meu instrutor no conservatório e um desses músicos era eu, o rapaz de cabelo curto com um pouco de gel, olhos castanhos e nariz um pouco maior do que a média. No mais, tinha uma aparência absurdamente comum e roupas neutras (nunca gostei de nada muito chamativo).

Fim de ensaio. Guardei rapidamente meu violino no estojo, passei rapidamente no banheiro e quase trombei com um dos meus colegas na minha pressa de ir embora.

—Calma, Ricardo - disse esse colega - Que pressa é essa?

Ricardo Armando Limoeiro, esse é o meu nome, mas todo mundo me chama de Ricardo (ainda bem, odiaria ser chamado de “Limoeiro”).

—É que já tô atrasado para o trabalho - respondi - Facul de manhã, conservatório à tarde e trampo à noite. Não é mole, não.

—Sei como é. Vai lá! - respondeu ele, dando risada.

Não, não sabe. Só eu sei o duro que preciso dar para conseguir lidar com essa rotina. Sou filho único de pais não muito ricos (ou seria melhor dizer nada ricos). Desde pequeno sempre quis ser músico, sempre fui apaixonado pelas obras de arte proporcionadas pelas orquestras. Meu avô tinha um monte de LPs de música clássica quando era vivo e acabei herdando todos eles. Cresci na companhia de Beethoven, Mozart, Chopin, Liszt e outros tantos ícones da boa música. Quando ganhei meu violino de Natal ainda criança não vi outro caminho para seguir além da música. Procurei vídeos e tutoriais na Internet para aprender a tocar sozinho. Foi duro, mas consegui aprender bastante coisa, apesar de ter torturado os ouvidos dos meus pais nos primeiros meses até conseguir tocar alguma coisa mais afinada. Quando completei 15 anos meus pais conseguiram uma vaga no conservatório mantido pela prefeitura. Com 18 anos, a idade que tenho agora, consegui entrar na faculdade de música, onde aprendo os detalhes da teoria. Não é fácil, não é fácil mesmo. Mas, apesar dos meus pais ainda me ajudarem bastante, não posso dar tanto trabalho para eles assim. Acabei arranjando um trabalho no período noturno, ainda que não precisasse trabalhar todas as noites da semana. Hoje, por sinal, é meu primeiro dia. Falei com meu colega como se já fizesse isso há meses, mas iria começar hoje. É um bom trabalho? Bem, mais ou menos…

—O-Oi - gaguejei para o porteiro do prédio, um homem de meia-idade com uma cara entediada - Fui chamado para a vaga de assistente geral no apartamento 103 e…

—Você tá atrasado! - disse um cara meio loiro com roupa social - Tem um monte de coisa para arrumar e o show vai começar em uma hora!

—Está falando comigo? - perguntei.

—Você é o Ricardo Armando que eu conversei por telefone, não é? - disse ele (ainda bem que ele não falou o "Limoeiro", meu último nome).

—S-Sim. Você é o César?

—Eu mesmo - disse ele, praticamente me puxando pelo braço - Você precisa ajudar a juntar as roupas. O trabalho de verdade vai ser quando chegarmos no show! Pegou justo um dia de show no primeiro dia? Cara, você não tem sorte mesmo.

Deixe eu explicar. O emprego que consegui foi para ser assistente de ninguém menos que…

—Viridian, sua louca! Ainda não tá pronta? - falou César, assim que abriu as portas do apartamento 103 - Eu vou ter um filho verde desse jeito!

—Calma, calma, só falta ajeitar uns detalhes na roupa. Se bem que, tô pensando em trocar de roupa, essa nem valoriza muito o meu corpo - disse uma moça muito bonita de longos cabelos pretos, olhos verdes, tatuagem de coração no braço e maquiagem, muita maquiagem. O shortinho que ela usava era minúsculo, o suficiente para mostrar boa parte do traseiro. Tentador? Até poderia ser, mas, como posso explicar...não é bem isso que me atrai. É, minha preferência romântica também é do tipo não convencional. Como posso explicar isso melhor…digamos que eu prefiro garotos do que garotas. Seja como for, não gosto de falar sobre isso, mesmo porque não tenho tempo para romance nenhum, seja lá o tipo de romance. Ah, mas não era de mim que estávamos falando, não é? Quem estava na minha frente era MC Viridian, aparentemente, a mais nova funkeira da moda.

—B-Boa noite - gaguejei, meio sem jeito. Fazer o quê? Não estou muito acostumado a ver uma figura daquelas com um shortinho enfiado na bunda.

—Oi. Você deve ser o novo ajudante que o César arranjou, né? - disse ela.

César era ninguém menos do que o empresário dela.

—Prazer, Ricardo - falei, timidamente.

—Deixa de cerimônia - falou ela, depois de uma risada espalhafatosa - Você é uma gracinha. Não achei que o César iria me conseguir um assistente gay tão rápido.

—Quê? Mas ele nem perguntou se eu era gay! - retruquei.

—Não precisa. O César consegue deduzir isso só pela voz - riu ela - Ou será que ele se enganou?

—Não - falei timidamente - É verdade mesmo…

—Você parece bem novinho, quantos anos você tem? - perguntou Viridian.

—Dezoito - respondi.

—Sério? Só dois anos mais novo que eu - disse ela.

—Por que tinha que ser gay? - perguntei.

—Ah, é bom ter um assistente que acompanhe desde aqui do estúdio, então pedi que contratasse um primeiro assistente que fosse mulher ou bicha para não me encher o saco. Sabe, queria evitar situações constrangedoras - explicou Viridian, falando com tanta naturalidade que era como se já me conhecesse há anos.

—Viridian! Não enrola, pelo amor de Deus! - disse César do outro canto, sem largar o celular.

— Calma, já tô indo! - gritou ela, se virando para mim logo depois - O César é hétero, mas nele eu confio. Já conheço há um bom tempo, é casado e só pensa em trabalho. Surtado, mas muito gente boa. Então, Ricardo, né? Pode me ajudar a separar umas roupas? Vou trocar no meio do show. Acho que isso dá um diferencial, tá ligado?

—Não entendo de moda, mas claro que ajudo a organizar - falei.

—Maravilha - disse ela, contente.

Sim, meu emprego era ser assistente da MC Viridian. Uma funkeira. Vou repetir, uma funkeira. Eu, criado ouvindo o melhor da música clássica, tendo como primeiro emprego ajudar um cantora de funk, o tipo de música que eu mais detesto. Pior que preciso acompanhar ela nos shows e vou ser obrigado a ouvir tudo. Pelo menos o pagamento é bom e, como falei, não preciso vir todas as noites.

—Você toca alguma coisa? - perguntou ela, ao olhar meu estojo de violino.

—Violino - respondi.

—Que demais - falou ela - Não combina muito com a minha música, mas eu amo.

Apenas dei um sorriso amarelo e já mudei de assunto sobre as roupas que ela queria separar. Sem dúvida, a Viridian era simpática, mas dizer que ama violino já é demais. Amar violino não é só apreciar o som, mas compreender os detalhes finos de uma boa música. Para alguém de outra cultura, outros gostos, sei que deve ter falado só por educação, mas não pude evitar um sentimento de piedade ao ouvi-la dizer isso. Era tipo ouvir uma criança que ainda acredita no Papai Noel em toda aquela inocência. Será que ela ao menos sabe identificar o som de um violino? Bem, era o que eu pensei naquela hora e, puxa, queria muito não ter pensado essas coisas. Você vai entender se continuar lendo.

Depois daquelas palavras, mudamos de assunto para os detalhes do trabalho. Tudo que eu precisava fazer era ajudar Viridian com as roupas, acompanhá-la no show, ajudar em alguma coisa que precisasse e depois ir para casa. Resumindo, ajudante geral. É, eu chegaria de madrugada, mas a minha sorte é que os shows quase sempre aconteciam às sextas, sábados e vésperas de feriado, então não prejudicaria tanto minhas aulas - em dias sem show eu só precisaria ajudar com alguns ensaios e só. Não ia ser fácil, mas ainda bem que energéticos existem. Aliás, foi uma das primeiras coisas que Viridian me ofereceu, já que ela também tomava vários deles.

—Como eu falei - disse ela no carro entre outras coisas (a menina falava pelos cotovelos) - Você pode voltar para casa assim que eu terminar de me apresentar. Só tenho umas duas músicas, mas esses shows sempre atrasam, sabe como é…

—Só duas? - perguntei.

—Você nunca ouviu?

—Desculpa - falei, tentando ser o mais educado possível - Na verdade, eu só segui a indicação de um amigo e falei com o César, mas nem sabia que você era cantora. Não conheço mesmo.

—Ah, sussa - disse ela, sorrindo - Eu tô no comecinho mesmo, então pouca gente conhece e só me apresento aqui na cidade mesmo, mas tem cada vez mais gente me conhecendo. Se eu continuar ganhando seguidores, logo, logo minha carreira decola.

—Funk faz sucesso com o pessoal, né? - comentei.

—Bom, é divertido. O funk de São Paulo é bem mais suave do que o funk carioca e acho que estou pegando o estilo que a galera curte.

Eu ouvia ela falando e preciso admitir que a garota era entusiasmada, mas não adianta. Simplesmente não consigo apreciar aquele som que ela chamava de funk. Funk em São Paulo é mais suave do que no Rio de Janeiro, foi o que ela disse, mas, assim que entramos na casa de shows e Viridian começou sua apresentação, tudo que vi foi uma letra sobre “descer a raba na pressão” para uma das músicas e uma letra sobre “ficar mais gostosa depois que você me largou”. Se aquilo era o mais suave, eu realmente não quero conhecer o mais pesado. Por mais que fosse uma batida animada e o pessoal estivesse gostando, não via a hora de sair daquele lugar. A coreografia extremamente sensualizada de Viridian também só deixava a situação pior. Bem, se eu gostasse dessa fruta talvez até não fosse ruim, mas como eu disse, não é bem esse caminho que eu sigo.

Após algumas horas, finalmente a parte de Viridian no show acabou. No caminho de volta, ela parecia ainda mais animada (ou bêbada, como preferir).

—Ai, não devia ter tomado aquela batida depois do show - comentou a garota - Acho que não me fez muito bem.

Graças a Deus, César tinha uma sacolinha própria para, como posso dizer, Viridian colocar para fora o que não estava bem dentro dela. Apesar disso, ela parecia estar se divertindo.

—Ricardo do céu, não se assusta, não - disse Viridian, rindo - Até que eu bebi pouco hoje.

—Verdade - César comentou comigo, baixinho - Até que ela se comportou hoje. Nem sumiu com algum cara do nada.

—Peguei um gatinho no intervalo - falou Viridian, claramente embriagada - Mas foram só uns beijinhos.

—Falei que ela tá comportada hoje - disse César, totalmente acostumado com o comportamento da funkeira.

“O que eu estava fazendo ali?” Foi o que passou pela minha cabeça. Bem, dizem que o ser humano se acostuma com tudo, mas, sinceramente, não sei se conseguiria aguentar aquela vida por muito tempo. O importante é que a grana era boa e dava para bancar minhas dívidas. Depois que eu juntasse um dinheirinho ou arranjasse algo melhor era “bye, bye” para show de funk e MC Viridian.

Pelo menos era isso o que eu estava pensando. Só que é nessas horas que a vida sempre te dá uma rasteira. Não, eu não poderia largar daquele trabalho tão cedo.

—Demitido? - foi o que repeti ao ouvir aquela palavra do meu pai, quando ele comunicou esse ocorrido na mesa de jantar para mim e minha mãe.

—Pois é - falou meu pai - A empresa estava precisando cortar custos.

—Mas o senhor é um dos funcionários mais antigos de lá! - exclamei espantado.

—Não fui o único - disse ele - Essa crise tá pegando todo mundo.

—Vamos ter que economizar mais - falou minha mãe - Ainda bem que o Ricardo já está trabalhando e pode ajudar na casa, né?

—É, pois é - falei.

Lá se vai meu plano de juntar dinheiro. É, não tinha jeito, eu teria que trabalhar para a MC Viridian por um bom tempo até as coisas melhorarem. Ou será que não tanto tempo assim? Poucos dias depois, quando cheguei para a aula no conservatório, vi algo interessante no mural de avisos. Era um panfleto de um concurso de novos talentos. Mais do que isso. Era um concurso de novos talentos que oferecia um prêmio generoso em dinheiro, realmente generoso. Cinquenta mil reais não resolveria todos os meus problemas, mas seria uma ajuda mais do que bem-vinda. A única exigência é que a pessoa não estivesse participando oficialmente de nenhum conjunto musical, ou seja, um concurso para músicos amadores. Sim, era a minha chance.

—Ah, tá interessado no Concurso dos Novos Talentos Musicais? - falou um colega meu - Parece uma boa, né?

—É a minha chance. O prêmio pode dar uma bela ajuda lá em casa - comentei.

—É uma boa, mas ainda preciso estudar muito para isso - disse meu colega.

—É. Tem isso - concordei - Imagino que muita gente talentosa deve participar.

—Sobre isso - era meu professor do conservatório que, por acaso, estava ouvindo nossa conversa - Acho que você devia se incluir nesses talentos, Ricardo.

—Eu? - estranhei.

—Por que o espanto? - comentou o professor - Você é um dos melhores alunos da turma e não está oficialmente em nenhum conjunto ainda, está?

—Não - respondi - Não teria como participar de um conjunto e conciliar faculdade, trabalho e todo o resto.

—Por que não tenta? É uma oportunidade e tanto - insistiu meu professor.

—É, acho que não faz mal tentar, não é?

—Claro que não - falou ele - Por mais que os jurados sejam bem rigorosos, é melhor tentar do que não tentar, não é?

Apenas ri amarelo. Quando ele falou jurados rigorosos, não estava brincando. Olhando no site do concurso mais tarde, vi que os jurados seriam Rudolph Wiener, um maestro alemão naturalizado brasileiro com uma audição espetacular capaz de perceber o menor erro, José Galhedo, uma referência em regência e interpretação de clássicos aqui no Brasil que já fez vários alunos desistirem por não aguentarem a metodologia dele e, por fim, Marlene Everalda, uma das pianistas mais premiadas da última década, sorrindo nas fotos, mas extremamente crítica com erros. Não seria fácil, não mesmo.

—Por favor - pedi para César - É só até o concurso.

—Ai, ai, ai - falou ele, esfregando o olho de nervoso - Você não está trabalhando com a gente nem um mês e já tá querendo folga?

—Preciso muito ensaiar para esse concurso. É a chance de melhorar a minha vida! - insisti.

—Você pode ensaiar à vontade se parar de trabalhar aqui, sabia? Tá querendo se demitir? - César não estava nada satisfeito.

—Não é isso. É só uns dias de folga para ensaiar! - tentava argumentar.

—Ensaia aqui mesmo - disse Viridian, ouvindo a conversa do outro cômodo e chegando comendo um chocolate - Eu não ligo.

—Aqui? É que…eu precisava de concentração - argumentei - E eu também não quero atrapalhar os seus ensaios.

—Esse concurso… - falou Viridian, com um olhar surpreendentemente sério - É muito importante para você, não é?

—É que…as coisas não estão fáceis lá em casa - expliquei - Se eu ganhasse, poderia dar uma ajuda para a minha família!

—Família… - repetiu Viridian com uma expressão aparentemente triste (ou talvez tenha sido só impressão).

Ela veio até mim, pegou nas minhas mãos e olhou bem nos meus olhos. Por mais que eu não fosse hétero, precisava admitir que era uma garota linda. Olhar para aqueles olhos verdes até me deixava meio tonto.

—Só vai - disse ela - A gente segura as pontas aqui.

—Mesmo? - falei - Posso mesmo?

—Viridian! Não é você que decide isso! - reclamou César.

—Ah, claro que sou! - respondeu ela - A patroa aqui sou eu.

—Nossa, muito obrigado - agradeci.

—Vai ser meio difícil ficar sem você nos dias de show, mas a gente dá um jeito. Aliás, que dia vai ser o concurso?

—Vai ser em etapas - falei - Três semanas, toda quarta, daqui a duas semanas. Precisaria de cinco semanas no total, isso se eu passar em todas as etapas, é claro.

—Cinco semanas? Isso é tempo demais! - reclamou César - Mais fácil você se demitir.

—Quieto, César - falou Viridian, fazendo um sinal com a mão para ele parar de falar - Toda quarta…ah, então você conseguiria participar dos shows.

—É, acho que sim - concordei.

—Perfeito - disse Viridian - Pode usar as noites sem show que você viria para cá só para ajudar nos ensaios e pratique.

—Posso mesmo? - perguntei.

—Como eu falei. Só vai - disse ela.

—Ai, fazer o quê? - suspirou César - Bom, vê se pelo menos ganha, tá legal?

—Vou dar o melhor de mim - falei, todo contente.

Até trabalhei mais leve naquele dia, mesmo com aquele som horrível de funk tocando na minha cabeça. Apesar dos pesares, a MC Viridian era muito gente fina. E assim foi. Tirando as noites de show da Viridian, usei todas as noites para treinar meu violino visando mandar bem no concurso. Treinei as músicas que mais sabia sem parar, a ponto de nem parar para jantar (e levar uma bronca da minha mãe por isso). Treino e prática. Música é isso. E eis que as duas semanas se passaram. Finalmente chegou o dia. Lá estava eu, junto com outros músicos amadores, pronto para encarar a briga.

A apresentação era livre. Você podia tocar o que quiser entre os instrumentos mencionados no edital (se fosse piano, eles tinham um no palco do teatro), mas os jurados julgariam com o máximo possível de rigor. Ao ver os três carrascos sentados ali, prontos para avaliar minha apresentação, já comecei a sentir meu coração bater mais forte. É, não tinha mais como voltar atrás. Agora era encarar as feras com tudo que aprendi.


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