Comentários em Pianista Diferente

Freya

22/07/2023 às 17:24 • Trabalho e Concurso
O que mais gostou no capítulo?
A opressão da classe trabalhadora!

 Como eu me identifico com o Ricardo, que vida corrida. Todo mundo acaba se envolvendo numa dessas, né? Trabalho, faculdade, curso técnico, tudo de uma vez pra equilibrar como um artista de circo na nossa vida. Eu estou numa fase assim, tenho a esperança de terminar meu curso técnico em algumas semanas e finalmente poder me aliviar um pouquinho que seja. Frequentemente encontro pessoas que me dizem "como você consegue", como se eu estivesse conseguindo, o tempo todo vem aquela síndrome do impostor dizer que não é suficiente, que eu assumi mais responsabilidades do que posso dar conta e tal. Mas quando a gente vê de fora, é assim mesmo, admiramos a pessoa pela sua luta. Por isso simpatizei com o Ricardo.
Adorei como ele explicitamente coloca a música clássica como superior ao funk. Amo música clássica (por isso mesmo que escolhi essa história pra ler rsrsrsrs) e li esse capítulo ouvindo Brahms, mas também gosto de funk. Os politicamente corretos já correriam com várias desculpas para o Ricardo "não, veja bem, você tem que entender que. . ." e com isso tentariam fazer ele se sentir culpado por não gostar do funk. Eu gosto, mas ao mesmo tempo acho legal como dentro da cabeça dele e ele pode expressar todo o seu desgosto que até convence rsrsrs
Não conhecemos os outros concorrentes, então obviamente só posso torcer por ele nesse concurso. Quero muito que ele ganhe, imagine só, o garoto que aprendeu violino sozinho, assistindo vídeos no Youtube, ganhando um concurso desses, seria um verdadeiro Jimi Hendrix do violino! Você já assistiu Tár, aquele filme em que a Cate Blanchett perdeu injustamente o Oscar de melhor atriz pra Michelle Yeoh? Tem uma personagem lá, com relativamente pouco tempo de tela, a Olga, que é uma celista, e ela também diz que aprendeu a tocar violoncelo sozinha, assistindo vídeos no Youtube. É minha personagem favorita do filme. Quem sabe o Ricardo não esteja virando uma Olga também.
Mas, de Gregor Samsa a Jimi Hendrix passando pela Olga de Tár, estou projetando personagens demais no seu personagem. Melhor só relaxar e apreciar a leitura rsrsrsrs Leio o próximo capítulo quando tiver tempo (ou seja, sabe lá Deus quando), mas leio!


Freya

28/07/2023 às 05:02 • Ousadia e Surpresa
O que mais gostou no capítulo?
Preconceitos confrontados, mais do que o autor intencionou, provavelmente

Eu ainda pretendo ler mais um pouquinho antes de dormir, mas como esse foi o grande plot twist, eu não posso deixar de comentar agora. Como sou grande apreciadora de música clássica, já conhecia todas as obras citadas no capítulo anterior, então não parei pra ouvir, apenas imaginei rapidamente Ricardo tocando o Canon e foi bem bonitinho. Mas quando Viridian começou a tocar, talvez até por toda a construção da cena, eu realmente parei de ler, fechei os olhos e me pus a ouvir Chopin, por quatro minutos, imaginando a personagem tocando, antes de continuar a leitura, e isso foi fantástico. Só a internet mesmo pra deixar uma coisa dessas acontecer. Mesmo quando leio, por exemplo, um livro de Hermann Hesse, em cuja a obra a música é sempre muito presente, eu normalmente fecho o livro primeiro antes de ir ouvir a música, e quando assisto filmes como Tár, só vou procurar as referências no Youtube depois dos créditos. Mas no seu caso, usando o recurso do hiperlink, fez da música o tempero da leitura, e isso foi muito legal.
Ricardo, o narrador, ficou uns três parágrafos surpreso com o talento de Viridian. Se surpreender com o talento dela tudo bem, ele não sabia que ela sabia tocar piano, OK, mas ficar exaustivamente repetindo na cabeça "como?" só porque ela é funkeira é preconceito, sim. Você não sabia que uma funkeira pode tocar piano, agora você sabe, já aprendeu, deixa disso, não precisa fazer esforço pra se manter na ignorância. Embora eu reconheça que a intenção era destacar a perplexidade de Ricardo, a repetição exaustiva da surpresa dele se mescla com um preconceito que se mantém até o fim do capítulo. "Como alguém com o seu talento foi parar no funk?" Não aprendeu nada ainda, né, garoto?
Mas apesar de estar sendo a SJW chata do Twitter que cancela o Ricardo preconceituoso, opressor ****fóbico e ****ista (é brincadeira rsrsrs), eu tenho que admitir que o plot twist também me pegou no pulo no meu preconceito. Eu não estranho em nada uma funkeira tocar piano, mas uma fala anterior de Viridian me chamou a atenção, foi quando ela disse "eles é que são muito exigentes". Exigentes? Uma funkeira usaria essa palavra? Será que não preferiria dizer "duros", ou "chatos" ou mesmo expressar a ideia com mais de uma palavra, na falta de vocabulário, exemplo: "eles querem que você seja perfeito"? Claro que não, não tem nada de errado em uma funkeira ter um vocabulário diferente do mais coloquial da periferia. Assim como Ricardo, também tomei Viridian por uma funkeira ignorante. Quando se aponta um dedo pro outro, três apontam de volta pra você. Obrigada por me fazer perceber meu preconceito, foi uma coisa ótima na leitura também.
Bem, esses foram meus pensamentos. Eu pretendia ler mais, mas esse comentário já me deixou meio cansada. Apesar da curiosidade sobre a "longa história" que vem aí, vou dormir agora e volto outro dia.


Resposta do Autor [Metal_Will]: Boa tarde. 
Desculpe por só responder este comentário agora. Faz um bom tempo que não entro no site. Deixei o Nyah! de lado por alguns meses, tanto por estar envolvido em outros trabalhos que consomem boa parte do meu tempo quanto por falta de inspiração para criar novas fics. Hoje, por acaso, algo deu em mim para entrar no Nyah! e tive a grata surpresa de ver dois comentários (também li seu outro comentário, mas vou responder neste valendo pelos dois).
Parte da minha surpresa também veio por ser um comentário em uma fic bem flopada. Essa foi minha última história e nunca tive nenhum comentário nela. Fiquei feliz de pelo menos alguém ter lido e comentado. Gostaria de agradecer por isso. Até animei de voltar a postar aqui no Nyah! caso eu tenha alguma inspiração.
De fato, queria destacar o preconceito do Ricardo com a Viridian, como você bem notou no comentário. Algo que queria transmitir nessa fic é o contraste entre estilos musicais bem diferentes na pessoa de uma garota que conseguiu transitar entre os dois mundos, embora tenha uma razão para isso (algo que ficará claro nos outros capítulos, então não vou dar spoilers aqui).
Também fiquei feliz do recurso de hyperlink ter funcionado. Para uma fic como essa, conhecer as músicas mencionadas torna a experiência bem mais interessante. Foi a primeira vez que experimentei isso, então ainda bem que deu certo.
No mais, gostaria de agradecer mais uma vez por ler e comentar nessa fic. Não pretendia apagá-la, mas fiquei um pouco frustrado por não ter recebido nenhum feedback, nem que fosse uma crítica. Seu comentário finalmente deu retorno ao meu trabalho e isso me deixou bem feliz, de verdade.
Espero que leia até o fim. Obrigado novamente e até a próxima! 


Freya

13/08/2023 às 23:23 • Revanche e Superação
O que acha que precisa ser melhorado?
O arco de Pandora

O que mais gostou no capítulo?
Viridian e Pandora tocando Beethoven

É melhor eu gastar a minha empolgação logo no começo desse comentário falando do que eu mais gostei. É claro que os links usados tinham que ser da Valentina Lisitsa! Eu amo Beethoven, amo sonata ao luar e já vi essa mulher tocar essa música ao vivo, os três movimentos! Teatro Alfa, bairro Santo Amaro, São Paulo, 21 de novembro de 2017. Não é que eu decorei a data, não, é que o canhoto está aqui do lado do meu computador enquanto eu escrevo esse comentário. Claro que eu guardei, foi uma das coisas que eu mais gostei de ver na minha vida! E nessa mesma apresentação ela também tocou a rapsódia húngara de Liszt, a mesma que a Viridian tocou na história. Quando Viridian fez mistério para Ricardo sobre qual peça teria ensaiado, eu pensei em Liszt, mas em outra peça, o Feux Follets, porque se não me engano essa é considerada a peça mais difícil pra piano. Mas adorei ter sido a Rapsódia Húngara! E aquela vez no Teatro Alfa não foi a única vez que vi a Valentina tocar essa peça, vi isso mais uma vez poucos meses depois, quando ela retornou a São Paulo e tocou Rachmaninoff no Teatro Municipal, o Liszt foi bis. Então obrigada, simplesmente obrigada, por colocar na sua história duas músicas que eu amo de todo o coração e ainda colocar como referência pra elas uma pianista que eu também adoro e que já vi tocar ao vivo.
A sonata ao luar é linda, tanto o primeiro quanto o terceiro movimento (o segundo, do qual ninguém lembra, também é legalzinho rs) e eu também fiz esse contraste entre a placidez do primeiro movimento e o agito do terceiro numa história que eu escrevi anos atrás. Nessa história um garoto que queria ser músico mas foi forçado pelo pai a fazer administração (pressão familiar, como com a Viridian, mesma intensidade, mas sentidos opostos, né? rsrs), ele passa no vestibular e pede pra mudar o curso, mas não tinha feito o teste artístico pra faculdade, porque não precisava no vestibular pra administração, então um professor deixa ele fazer o teste retroativamente. Quando o professor perguntava o que ele ia tocar, ele dizia que era Sonata ao Luar, o professor pensa "bonita, mas não é o suficiente pra ser nosso aluno" imaginando que ele tocaria o primeiro movimento, mas ele toca o terceiro, surpreende o professor e passa no teste. Essa história não está mais no Nyah!, está no submundo dos arquivos perdidos do meu computador. Mas enfim, espero que meu gigantesco devaneio não tenha estragado esse comentário, que era pra ser sobre a sua história e não sobre a minha rsrsrs
A resolução do caso familiar de Viridian foi extremamente simples, até meio clichê, mas está bom assim porque a história não pretendeu mais do que isso. Foi criado um confronto muito bom entre mãe e filha e se essa história fosse longa, poderia ter estabelecido uma interação muito boa entre as duas personagens ao longo da história, mas o confronto foi resolvido prontamente, de um jeito simples, mas bonitinho e isso está ótimo porque essa interação conflituosa entre as duas não foi prometida pela história. Se essa história fosse adaptada para um filme, seria um curta metragem, então houve tempo suficiente para se dedicar ao confronto das duas personagens dentro do tamanho que a história tem.
E agora vou fazer minha única crítica negativa, que você já viu ali em cima. O arco de Pandora, o desfecho dela, foi totalmente insatisfatório. Ela sim merecia mais "tempo de tela" pra ter um desfecho melhor. Já assistiu Nodame Cantabile? Ela me lembra a Nodame, lendo a partitura e tocando um piano invisível por cima das folhas. E eu gosto de personagens talentosos e arrogantes, um exemplo é a Erika Koenji, do anime Skip Beat!, ela, assim como a Pandora, se acha melhor que os outros por ser talentosa e maltrata a Kyoko, protagonista do anime, como a Pandora maltrata a Viridian, mas com o tempo as duas desenvolvem uma relação, Erika reconhece o esforço de Kyoko e Kyoko admira o talento da Erika, então a rivalidade inicial das duas é substituída por uma amizade. A amizade de Kyoko e Erika é o presente que o roteiro nos dá, a personalidade repulsiva de Erika é o embrulho desse presente. Quando Pandora foi apresentada, com sua arrogância e inveja de Viridian, eu me senti igual, me senti diante desse embrulho, mas o presente nunca veio, porque ela terminou como uma personagem simplesmente arrogante, ressentida, derrotada de forma meio punitivista, o que não é o que se espera pra alguém que a gente tem alguma simpatia, e no caso dela a simpatia era única e exclusivamente pelo talento. Esperava que ela terminasse amiga de Ricardo e Viridian. Ela acabou sendo uma personagem plana, sem desenvolvimento nenhum, é só pura arrogância. Fiquei decepcionada.
No fim da segunda etapa, quando elas brigaram sobre Beethoven, já conhecendo o background de Viridian, me ocorreu que talvez Pandora seja a filha que Rute queria, uma máquina de tocar piano. Ela se acha superior aos outros por ser talentosa, então pode andar de mãos dadas com Rute, que queria sacrificar a liberdade da filha por causa do talento que muitos gostariam de ter, como se isso fosse mais importante que os sentimentos das pessoas.
Eu deixei a crítica negativa pro fim porque queria falar logo do que me empolgou na história, mas terminar o comentário assim pode fazer parecer que minha crítica é negativa. Por favor, não pense isso. Eu gostei muito da história.


Resposta do Autor [Metal_Will]: Olá.
Muito obrigado pelo seu comentário. Fico feliz que tenha lido essa fic até o fim, apesar dela ser curta e muita coisa ter sido apressada.
Caraca, você viu a Valentina ao vivo? Que privilégio. Fico contente em ter acertado em uma artista que você também curte. Escolhi Rapsódia Húngara como apresentação final por ser conhecida pela dificuldade e ser um clássico da minha infância tocado em episódios de Tom e Jerry e Pica-Pau (esses desenhos antigos moldaram bastante meu gosto musical por clássicos. Kkkk). Para a Pandora, escolhi aquele noturno do Chopin por ser uma das minhas peças prediletas desse compositor (e, como foi dito na fic, a parte ruim é que ela acaba rápido). No segundo round, foi isso mesmo: achei que o contraste entre o primeiro e o terceiro movimento fosse legal de ser explorado.
Como dito, por ser uma fic curta, creio que muitas coisas ficaram apressadas mesmo. A reconciliação da Viridian com a mãe era algo que eu queria muito colocar e, de fato, a Pandora não foi muito explorada. Poderia ter colocado mais detalhes do porque ela ser tão perfeccionista, mas confesso que não pensei muito nisso. Eu precisava de uma rival e uma garota arrogante que se acha superior aos outros serviu bem para isso. Concordo que ela poderia ser a filha que Rute queria e, pensando agora, acho que um bom background seria colocar a Pandora com um passado parecido com a Viridian, com pais e professores exigentes que a deixaram assim. A diferença é que a Viridian, mesmo com todo o seu talento, só queria ser livre, enquanto a Pandora realmente queria ser a melhor no piano. Bom, talvez um dia em faça um spin-off explicando. Talvez. (Já assisti Nodame Cantabile há um tempo, mas ainda não vi Skip Beat! Vou guardar para dar uma olhada outro dia).
Por fim, agradeço mais uma vez por ter lido. Peço desculpas por eventuais erros de digitação que sempre acabam escapando, mas fico contente que tenha gostado. Faz muito tempo que não recebo comentários aqui e também faz muito tempo que não escrevo nada. Seu comentário até me reacendeu a vontade de voltar a escrever fics (só preciso amadurecer algumas ideias).
Aliás, deixo meu convite para ler outras fics, embora muitas delas sejam bem longas. Até agora, "Casa dos Jogos" e "Pesadelo do Real" foram as melhores que escrevi.
Até mais!
PS: Fiquei curioso com a sua história. Se um dia resolver republicar aqui, manda o link.


Resposta do Autor [Metal_Will]: Olá.
Muito obrigado pelo seu comentário. Fico feliz que tenha lido essa fic até o fim, apesar dela ser curta e muita coisa ter sido apressada.
Caraca, você viu a Valentina ao vivo? Que privilégio. Fico contente em ter acertado em uma artista que você também curte. Escolhi Rapsódia Húngara como apresentação final por ser conhecida pela dificuldade e ser um clássico da minha infância tocado em episódios de Tom e Jerry e Pica-Pau (esses desenhos antigos moldaram bastante meu gosto musical por clássicos. Kkkk). Para a Pandora, escolhi aquele noturno do Chopin por ser uma das minhas peças prediletas desse compositor (e, como foi dito na fic, a parte ruim é que ela acaba rápido). No segundo round, foi isso mesmo: achei que o contraste entre o primeiro e o terceiro movimento fosse legal de ser explorado.
Como dito, por ser uma fic curta, creio que muitas coisas ficaram apressadas mesmo. A reconciliação da Viridian com a mãe era algo que eu queria muito colocar e, de fato, a Pandora não foi muito explorada. Poderia ter colocado mais detalhes do porque ela ser tão perfeccionista, mas confesso que não pensei muito nisso. Eu precisava de uma rival e uma garota arrogante que se acha superior aos outros serviu bem para isso. Concordo que ela poderia ser a filha que Rute queria e, pensando agora, acho que um bom background seria colocar a Pandora com um passado parecido com a Viridian, com pais e professores exigentes que a deixaram assim. A diferença é que a Viridian, mesmo com todo o seu talento, só queria ser livre, enquanto a Pandora realmente queria ser a melhor no piano. Bom, talvez um dia em faça um spin-off explicando. Talvez. (Já assisti Nodame Cantabile há um tempo, mas ainda não vi Skip Beat! Vou guardar para dar uma olhada outro dia).
Por fim, agradeço mais uma vez por ter lido. Peço desculpas por eventuais erros de digitação que sempre acabam escapando, mas fico contente que tenha gostado. Faz muito tempo que não recebo comentários aqui e também faz muito tempo que não escrevo nada. Seu comentário até me reacendeu a vontade de voltar a escrever fics (só preciso amadurecer algumas ideias).
Aliás, deixo meu convite para ler outras fics, embora muitas delas sejam bem longas. Até agora, "Casa dos Jogos" e "Pesadelo do Real" foram as melhores que escrevi.
Até mais!
PS: Fiquei curioso com a sua história. Se um dia resolver republicar aqui, manda o link.