Blindwood escrita por Taigo Leão


Capítulo 19
Visões


Notas iniciais do capítulo

E com vocês, mais um capítulo!
Desculpem a demora, eu não abandonei a história, e obrigado pelo apoio!!



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Elaine acordou em um grande salto, assustada.
Em suas últimas memórias o hotel estava pegando foto. Chariotte queimava novamente e ela havia desmaiado na rua. E se tivessem sequestrado ela?
Quando se deu por si, acordada, ela não estava em uma cela estranha ou no porão da igreja, mas sim em um quarto pequeno e bagunçado.
O quarto não possuía janelas e era composto pela pequena cama de pano amarelo, uma pequena estante na parede ao lado e uma pequena escrivaninha, além de um pequeno baú na frente da cama.
Julgando pelo tamanho do ambiente, Elaine pensou que se tivesse mais duas ou três pessoas ali, seria difícil se locomover no lugar.
Havia uma porta na frente de Elaine e uma na lateral, essa estava aberta. Elaine escutou um barulho vindo desde cômodo desconhecido. Esse pequeno quarto inteiro era um ambiente completamente desconhecido para ela.
Ela pensou em se levantar e tentar fugir dali, mas temia que a porta estivesse trancada ou que aquilo que estivesse no cômodo ao lado a pegasse no meio do caminho e se zangasse pela tentativa de fuga, a punindo em seguida.
Ela não estava amarrada ou presa a cama, mas estava assustada mesmo assim.
Elaine escutou passos e uma sombra se aproximou, saindo daquele cômodo ao lado até que chegou até sua visão. Era Marco.
— Você acordou.
— Marco! O que estou fazendo aqui? Você me salvou?
— Sim, Elaine Campbell. Te salvar? Eu lhe encontrei desacordada no chão, na rua do Chariotte e...
— O Chariotte! Oh meu Deus, o hotel! O que aconteceu com as pessoas que estavam lá?!
— Hm...? Elas estão estranhas como sempre, eu acho.
— Mas Marco! E o incêndio?!
— O que?! Houve um incêndio? Onde?
Elaine contou para ele sua última visão antes de desmaiar.
— Elaine.. Você está bem? Vamos, pegue esse copo, beba alguma coisa. O hotel está bem. Nada aconteceu.
— Mas eu vi!
— Elaine... Você está no Chariotte agora. Se lembra do quarto em que eu costumava ficar? Acho que lhe falei sobre. Pois bem, esse é o quarto. Veja, eu estive com febre nos últimos dias. Uma grande febre que não me deixava fazer nada, então permaneci aqui, recluso. Quando voltei a mim, senti falta de Sarah Bove, então saí para vê-la. Quando voltei, você estava caída na rua, então te trouxe para cá.
— A quanto tempo?
— Umas duas horas, presumo.
— Marco...
Elaine se sentou na cama, parecia que havia dormido mais do que devia. Ela sentia que tinha perdido tempo, mas na verdade estava mais descansada agora, depois desse par de horas em que esteve desacordada. Marco havia puxado a cadeira da escrivaninha e estava encostado na parede contrária de Elaine, mantendo uma distância. Sua barba estava por fazer; sua aparência estava mais descuidada do que o costume e ele mantinha o olhar no chão, como sempre, inseguro ou até mesmo com medo.
— Sabe, Elaine...? Enquanto estive doente, todos os dias costumava ter o mesmo tipo de sonho. Eu estava em Blindwood, mas era diferente, o que é curioso, não conheço nada além desse vale. Você também estava nos sonhos; em todos eles... Eu corria atrás de você, mas não conseguia chamar por você. Nos sonhos, você sempre fugia de mim.
Elaine se lembrou da silhueta que a perseguia do outro lado e a assemelhou a Marco, começando pelo sobretudo. Ela contou a ele.
— Então você esteve daquele lado... Se você está dizendo, eu acredito. Veja, como a maioria dos que vivem aqui, nunca estive naquele lugar antes, mas acho que agora mereci estar lá... Eu matei meu tio. Eu o fiz. Tivemos uma discussão a duas semanas e fui tomado por um ódio e raiva extrema... Ele queria me matar! Não era minha intenção, mas vi um clarão e quando me dei por mim, seu sangue estava em minhas mãos... Oh, Elaine Campbell! Quando voltei com Sarah Bove ele havia sumido. Acho que a religião tem a ver com isso, mas não posso provar!
Elaine tentou se aproximar de Marco para consolá-lo, mas ele relutou.
— Não se aproxime, por favor. Não mereço ser tocado por pessoas puras, e você é assim, Elaine. Hoje sou impuro; hoje sou cinza. Sou pecado. Pode dizer que a culpa não é minha, mas eu o fiz. Fui eu... Minhas mãos seguraram aquela faca e perfuraram a carne de meu tio. Sangue do meu sangue. Me sinto como Cain, matando Abel. Sua própria família.
Após o homem se acalmar, Elaine perguntou a Marco sobre seus pais e ele disse o que sabia. Que quando era pequeno eles tentaram fugir de Blindwood, o deixando para trás. Mas logo se arrependeram e voltaram para buscá-lo – foi o que seu tio lhe disse –, mas, no meio do caminho, algo horrível aconteceu com eles e ambos morreram de uma forma brutal. O tio dizia que se não fosse por Marco, seu pai ainda estaria vivo e a salvo longe desse vale. Ele disse que ninguém pode fugir de Blindwood, e seus pais não aproveitaram essa chance que tinham em mais. Uma chance que muitos poucos poderiam ter, enquanto outros anseariam por isso. Elaine notou como mesmo sem ter culpa, Marco se sentia culpado sobre essa situação. Contando sobre, seu rosto parecia mais melancólico do que costumava ser. Ele não sabia com precisão o que havia acontecido, já que era algo novo, mas carregava consigo uma grande culpa, que o levou a "acabar com sua família", sendo o responsável pelas mortes de seus pais e de seu tio. Toda a família que ele tinha. Como se fosse uma maldição, onde todos que se aproximavam dele, ou até mesmo todos que ele amasse, teriam um fim trágico.
Todos que ficavam perto dele morriam. Foi assim com a família e foi assim com Elisabeth Lee. Marco carregava isso consigo. Mesmo sem saber o motivo, ele se sentia amaldiçoado. Fadado a nunca ser feliz e também impedir a felicidade de outras pessoas. Ele tinha medo de que Elaine também tivesse o mesmo fim e também temia que ela saísse da cidade agora, embora fosse o mais sensato a se fazer. Ela negava.
Elaine lhe disse que a culpa não era dele, e sim da religião. A religião matou sua família e matou Elisabeth. Ele apenas teve o azar de estar no meio disso, mas não era algo pessoal. Era algo maior do que ele conseguia imaginar. Era Saliã, que de alguma forma, estava fatalmente atingindo o pobre rapaz.
Elaine contou tudo que soube na outra dimensão. Sobre Maria, o porão, o Ceifador e a religião. Algumas partes não se encaixavam para ela e ela esperava que Marco pudesse dar essas respostas, mas ele simplesmente não podia. Ele não gostava de falar sobre a religião, desde pequeno foi assim, então relutava sobre dizer sua história.
Elaine contou sobre a morte perto do Parque Blindwood e a notícia deixou Marco pensativo. Ele sabia de algo, mas não queria falar. Segurando a todo custo dentro de si, mas mostrando a impaciência e ansiedade. Ele se levantou e foi até o outro cômodo, então voltou, caminhando de um lado para o outro, impaciente e nervoso.
— Se o que você diz é verdade... Essas mortes não podem ser em vão. Precisamos correr. Precisamos ir atrás de Sarah, talvez ela esteja em perigo. Algo me diz que ela pode estar em perigo.
— Mas que tipo de perigo, Marco? Seja franco comigo, é o que lhe peço!
— Elaine... Cheguei a conclusão de que há um mal em Blindwood. Um mal que existe apenas aqui e é único e intransferível. É algo que aterroriza cada um unicamente como um fardo do que não foi dito, é algo tirado do âmago de sua alma. É algo único. Alguns dos seres que você vê aqui podem lhe causar mais horror do que outros, e isso é baseado no que você tem pensado e feito, e assim todos somos afetados e todos nos martirizamos, mas me diga, o sofrimento causado não é um só? O que é o sofrimento afinal, se não algo que vem para todos como o martelo da justiça. Mas afinal, aqui não há justiça. Saliã define a justiça; a religião igualmente. Veja, Elaine, no fim não estamos sofrendo todos nós? No fim todos nós não estamos fadados a este sofrimento sem pudor? Não podemos fugir, essa realidade sempre voltará para nós. Não temos outro destino além do sofrimento. Se eu te disser sobre o que já vi nessas ruas ou sobre as coisas que presenciei... Coisas que para ti, que veio de fora, são coisas que você não pode nem imaginar. Isso, são coisas inimagináveis. Eles são únicos! Mas não posso lhe dizer com descrição. Me faltam palavras para detalhar tamanho horror que senti ao vê-los. Me senti como um recém nascido indefeso. Minhas pernas tremeram ao ponto de não conseguir correr.. Se você também viu algum ser, então você também tem culpa. Todos temos, menos Sarah. Oh, Sarah Bove. Não sei se mentes ou me diz a verdade, mas em toda sua vida ela nunca viu um único ser nessas ruas nubladas. Talvez ela realmente seja um ser puro. Por isso digo que ela está em grande perigo, se o que me diz é verdade. Não há ninguém como ela e a religião sabe bem disso. Não há ninguém... Então precisamos ir atrás dela; ela pode estar em perigo.
— Marco... Eu vi alguns seres, sim. Inclusive vi o Ceifador em pessoa...
— O que?! Você o viu?! Elaine! Você está mais envolvida do que imagina! Mas se está aqui agora então creio que ele não te viu, pois se tivesse visto... Bem, você sabe...
Marco levou as mãos a cabeça e novamente se preocupou com Sarah Bove, dizendo para Elaine que eles precisavam ir atrás dela.
Quando a mulher finalmente concordou, eles saíram dali, e Elaine se viu nos corredores do primeiro andar do Chariotte.
As ruas de Blindwood estavam nubladas como sempre costumam estar e Marco estava muito inquieto, como se as palavras ditas por Elaine tivessem evocado nele pensamentos que ele sempre preferiu manter distante. Era como se o homem soubesse o que vinha a seguir e sofresse por sua amiga.
Enquanto caminhavam até a casa de Sarah Bove, Marco revelou que havia feito uma promessa com Bove de que ficaria de olho em Elaine para ela não se envolver muito nisso tudo; para ela não ser tão envolvida como estava agora. Claramente ele havia falhado em sua missão e novamente disse sobre os sonhos em que perseguia Elaine, que corria dele. Ele a perseguia do outro lado, mas o confuso era o fato dele estar sonhando com isso enquanto a própria Elaine realmente vivia aquilo, embora não conseguisse ver Marco com completa precisão. Nenhum dos dois conseguia explicar as condições e regras da outra dimensão, eles apenas podiam se questionar como aquilo era possível e tentar achar uma explicação plausível, embora lhes parecesse impossível explicar o que acontecia naquele lugar.
O próprio Marco, morador de toda vida, conhecia menos do outro lado do que a própria Elaine e nunca havia escutado sobre o porão da igreja, o Escrivão ou visto pessoalmente um reles vislumbre do Ceifador. Ele disse que o que ela estava vivendo e presenciando ali era algo único até mesmo para os moradores do vale. Algo sombrio e macabro, sim, mas único.
O estabelecimento onde Sarah Bove trabalhava estava fechado e a porta de sua casa estava trancada, mas ninguém respondeu aos chamados de Marco. Não havia ninguém ali, mas para onde Sarah poderia ter ido? Marco ficou ainda mais inquieto e ansioso e não conseguia se conter, batendo cada vez mais forte naquela porta, mas tudo que ele tinha em troca era o doloroso silêncio.
Como se estivesse ali apenas para este momento, o pequeno canivete foi lembrado por Elaine, que o entregou para Marco usar para abrir a porta. Ele o fez.
O pequeno apartamento onde Sarah Bove vivia estava intacto. Não havia ninguém ali dentro, mas na cozinha uma cadeira estava fora do lugar enquanto no quarto, o pano da cama estava bagunçado, como se alguém tivesse se levantado dali e saído com pressa, sem arrumar o mesmo. Se não fosse pela pequena inspeção de Elaine, ela não teria notado a pequena mancha de algo escuro no chão da porta do banheiro, que levou a mulher a entrar naquele pequeno cômodo.
O que estava no chão eram pequenas manchas de algo vermelho escuro e isso também estava caindo na pia, escorrendo do espelho que estava quebrado em várias partes. Elaine entendeu o que havia acontecido, enquanto Marco estava horrorizado, já que só havia visto essa marca no chão uma vez antes, que foi no lugar em sua sala onde antes, estava o corpo sem vida de seu tio.
Em meio a passos para trás e gaguejos, tentando se segurar em algo, Marco tentou contar o que pensava que havia acontecido, mas Elaine o interrompeu e lhe apresentou outra teoria. Ela não sabia ao certo o que havia acontecido, mas as pessoas da religião haviam levado Sarah e certamente o fizeram a força. Talvez ela estava dormindo e, no susto, tenha resistido, por isso a cama bagunçada. Ela só não conseguia explicar ao certo as marcas de sangue no chão da entrada do banheiro, mas as do espelho só podiam significar que eles haviam levado ela para o outro lado, e isso explicava porque a porta estava trancada pelo lado de dentro.
Elaine se lembrou das palavras ditas pela mulher da igreja, que os preparativos estavam chegando ao fim, e temeu pela vida de sua amiga.
— Marco, o que sabe sobre os preparativos da religião? Digo, o que eles querem?
— A religião adora Saliã e é tudo o que eu sei. Todos seguimos ela e a tememos, mas apenas os de dentro sabem o que se passa lá, entende? Se envolver com ela é um caminho sem volta. Se você desistir, sua vida acaba. Acho que entende o que digo...
— Você acha que Sarah Bove se envolveu?
— Campbell! Nunca mais profira tais palavras! Sarah Bove é pura, a mais pura de todas. Ela não está envolvida com nada disso e lhe asseguro isso! A conheço desde que éramos muito novos. A única pessoa entre nós que se envolveu com eles foi Elisabeth Lee, como já deve saber, e agora você, é claro, mesmo que indiretamente.
— Sinto lhe dizer, Marco, mas acredito que todos que estão em Blindwood estão envolvidos, diretamente ou não.
— O que faremos agora?
Elaine sugeriu que seria melhor se eles saíssem dali e foi o que fizeram, deixando tudo como estava. Marco estava muito nervoso e inquieto e disse que iria para o Parque Blindwood para respirar um pouco, afinal era esse o único lugar no vale onde ele tinha um pouco de paz. Elaine o seguiu.
— Céus... O que irei fazer? O que vamos fazer? Elaine... Se o que diz é verdade, Sarah está perdida. Nas mãos deles ela terá um destino pior do que o meu. E eu que pensei que estava em uma desgraça! Oh, céus, e mais essa agora! Se perder Sarah Bove, eu não terei mais nada. Não sobrará nada que pode me manter nesse mundo... Entende, Elaine? O anseio de viver já não habita mais em mim a algum tempo... Perder Bove agora seria o fim da linha, seria inadmissível. Não posso aceitar uma coisa dessas. Não quero viver em um mundo onde ela não existe...
Marco tremia de medo e Elaine se sentiu tão distante dele neste momento. Ele estava ali sentado na grama, de frente o lago do parque, mas era como se estivesse sozinho em seu próprio mundo, afundando na culpa. Ele estava encolhido no chão, escondendo o rosto com as mãos.
Elaine decidiu se afastar um pouco e começou a caminhar um pouco naquele parque para espairecer, deixando Marco sozinho. Ela não estava em condições de o ajudar agora. A neblina havia apertado mais nesse momento, era difícil enxergar com precisão o que havia ao redor.
Elaine se sentia sozinha onde estava, como se estivesse em um grande vazio. Ela caminhava com cuidado para não acabar entrando no lago, mas estava certa de que o estava contornando de uma forma em que conseguia ter noção de onde estava.
Quando chegou do outro lado do lago, Elaine já conseguia notar onde estava, pois Marco ainda estava parado do outro lado e ela conseguia ver sua pequena silhueta em meio a névoa.
A mulher escutou um chiado e sentiu um frio na espinha. Logo começou a escutar um choro de lamento, havia alguém ali próximo do muro.
Elaine temeu se aproximar, recordando da última vez em que fez algo parecido, mas antes que pudesse decidir o que faria nessa situação, algo mudou.
A sombra daquilo que parecia um humano chorando ao muro, de repente se tornou maior e maior. Enquanto seu lamento foi ficando mais medonho, sua corcunda parecia se quebrar enquanto mais torsos eram formados em cima do último, o deixando com pouco mais de dois metros de altura, com o corpo corcunda composto por três troncos, mas apenas o do meio possuía braços que estavam tão tortos como se estivessem quebrados.
Elaine se sentiu minúscula perante a presença daquele ser e seus batimentos cardíacos foram ficando mais e mais fortes enquanto aquilo continuava crescendo, se contorcendo e se virou, notando que ela estava ali. O ser caminhou em sua direção com passos tortos. Sua pele era suja e suas unhas eram grandes.
Seus olhos eram pequenos e totalmente negros enquanto sua boca era cheia de dentes que mais pareciam com lâminas.
Quando se aproximou de Elaine, que já estava muito tensa, o ser foi atingido na cabeça por uma pedra, que o fez se distrair um pouco.
— Vamos, corra!
Era Marco que dava ordens para Elaine. Ele arremessou outra pedra e depois mais uma naquele ser, então puxou Elaine pela mão, correndo para o outro lado do lago, mas foram seguidos por aquele monstro.
— O que é isso?! – perguntou Elaine, eufórica.
Marco não respondeu, apenas continuava correndo. O ser era grande e lento, mas seus passos largos o deixavam próximo dos dois fugitivos.
Quando atravessaram o lago, Marco avistou um pedaço de madeira próximo da estátua de Elisabeth Lee e o pegou para usar como arma.
— Não temos como fugir, cada passo que ele dá se parece com três nossos. Ele é lento mas irá nos alcançar.
O monstro realmente havia alcançado eles e tentou agarrar Elaine com seus braços longos, mas Marco a empurrou para o lado e se esquivou para o outro, acertando o ser violentamente nos braços com aquele pedaço de madeira.
— Corra, Elaine! Fuja daqui!
Marco acertou aquele ser mais duas vezes no tronco, batendo com violência. O barulho da madeira batendo contra a pele daquilo parecia ecoar por todo o parque.
Marco parecia zangado, como se estivesse descontando uma grande raiva acumulada em cima daquele ser que estava cada vez mais zangado e tentava agarrar o homem, que era ágil o bastante para se esquivar.
Embora aquele monstro fosse grande e mortal, ele era lento.
Após a quinta batida, a madeira se quebrou. Os machucados no monstro eram visíveis. Sem saída, Marco estava tremendo e o mostro se aproximava dele até que Elaine jogou uma pequena pedra em sua cabeça, que o fez virar para ela por um momento. Marco aproveitou o momento e o empurrou com força, correndo em seguida para alcançar Elaine que também já estava correndo daquele lugar.
Quando chegaram no portão do Parque, eles o fecharam e então se afastaram dali.
— E se alguém entrar?
— Ninguém entrará. Esse parque é meio que abandonado, então não se preocupe.
— O que era isso?
— Se lembra de nossa conversa? Temos culpa. Culpa, Elaine. Estou tremendo ainda, veja. Eu lhe disse que sempre temi esses seres e nunca soube o que fazer em suas presenças, mas naquele momento, preferi agir do que ver você sendo ferida por ele. Você está bem?
— Estou, obrigada.
— Isso que importa. Vamos, rápido.


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