Scientist escrita por Dani Tsubasa


Capítulo 15
Capítulo 15 – Formatura


Notas iniciais do capítulo

Vejam o discurso de Gwen completo nas notas finais. Como tem ele inteiro no capítulo 14 , achei que talvez ficasse repetitivo repetir ele inteiro nesse. Mas nas notas finais tá completinho pra quem quiser ler sem interrupções de cenas e diálogo.



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Capítulo 15 – Formatura

 

                - Três meninas... – Peter ainda falava deslumbrado.

                - Ei, vai com calma – Gwen riu – São três, a tabela faz uma previsão geral. Um ou dois ainda podem ser meninos.

                - Podiam inventar uma dessas pra esses casos.

                Os dois aterrissaram no chão quando chegaram ao ponto que queriam, deram as mãos e andaram calmamente pela grama.

                — Eu posso confirmar minhas suspeitas do porque estamos dando um passeio como Casal Aranha no parque da universidade, ainda quase de madrugada, depois de tudo que aconteceu ontem? – Gwen perguntou por baixo da máscara, já ciente de que não havia qualquer viva alma ali no momento, com exceção de alguns passarinhos que já estavam acordados.

                - Eu achei que seria uma boa pra começarmos a nos despedir já que daqui dois meses é oficialmente nosso último dia aqui como alunos. E também... Preciso falar com você sobre uma coisa.

                - Pelo seu tom de voz é uma coisa que machuca, não é?

                Peter soltou um suspiro pesado que nem tinha percebido que estava segurando.

                - Eu não vou enrolar porque sei como você é – ele disse – É sobre a Gwen Aranha... As férias... Tira a máscara, eu quero falar olhando nos seus olhos.

                Gwen sentiu o peito ser preenchido de orgulho por ele, de notar nesse único pedido como Peter Parker havia evoluído, e não precisou de mais nenhum segundo para fazer o que ele pediu. Empurrou o capuz do traje para trás, depois puxando sua máscara para fora. E bem, Peter podia esperar para comentar em outro momento como ela sempre parecia uma deusa quando fazia isso. Tentando se focar no assunto principal em seus pensamentos, interrompeu sua admiração e removeu a própria máscara.

— Eu errei com você muitas vezes colocando barreiras em caminhos onde cabia só a você decidir – Peter disse a encarando – E eu não quero fazer isso de novo por mais que eu sinta minha alma rasgar de preocupação. A decisão é sua, Gwen. Mas eu acho que hoje é um bom momento pra Gwen Aranha tirar férias. Já é visível que você tá grávida. E eu não gostaria que você e nossos filhos corressem o mesmo risco de ontem de novo, e nenhum maior. Eu não sei se ou até onde as mutações da aranha podem fornecer força e proteção extra a nossos bebês, eu não gostaria de pagar pra ver. Mas a decisão é sua. Eu me sentiria horrível de impor isso a você agora depois de todas as vezes que fiz isso das maneiras erradas.

Gwen apenas o encarou de volta por alguns instantes. Então lançou uma teia na direção dele, acertando-o no centro do peito e o puxando para ela, então o beijou sem lhe dar tempo de pensar, primeiro suavemente e sem forçar o contato, querendo que Peter sentisse o momento o mais profundamente possível, exatamente como ele fez com ela na primeira vez em que a beijou, na cobertura de seu prédio. Sentindo-o relaxar em seus braços, Gwen tomou o rosto dele nas mãos e aprofundou o beijo, dessa vez sem ninguém para interrompê-los, sem seus pais para pedir que ela entrasse em casa, e sem sirenes da polícia para levar Peter para longe dela.

Ele suspirou em seus lábios e fechou os braços em volta de suas costas para trazê-la para mais perto, sentindo o coração aquecer quando a saliência evidente na barriga da esposa foi pressionada contra seu corpo. Pela primeira vez ele se perguntou quanto tempo mais faltava para que pudessem sentir os bebês se mexerem. O amor que sentiu com esse pensamento o fez beijá-la com mais intensidade até o último segundo em que conseguiam permanecer sem ar.

— Eu nem sei como elogiar você por essa forma como você traz nosso passado de volta – Peter sussurrou beijando sua testa.

Gwen se permitiu continuar no abraço dele, e relaxar quando Peter a apertou de volta, só e então lhe dando a resposta que esperava.

— Olha pra mim – ela pediu.

Peter obedeceu, sem desfazer o abraço.

— Eu concordo com você. Eu sei o quanto eu vou ficar angustiada de ver você se arriscando sozinho e se divertindo sem mim por meses. Mas você não foi o único que aprendeu alguma coisa com tudo de ruim que nós vivemos. Essas crianças são tão suas quanto minhas e, dessa vez, eu não posso pensar só nas minhas decisões. Eu vou guardar meu traje quando voltarmos pra casa, e vou deixar a cidade nas suas mãos por enquanto.

Gwen acariciou o rosto do amado conforme via as emoções passarem em seus olhos. Peter virou o rosto para beijar a palma de sua mão, e assentiu ao olhá-la outra vez.

                - Mas você tem a obrigação de voltar vivo – Gwen completou – É só isso que eu quero de você – ela pediu, mesmo sabendo que ambos estavam cientes que não era possível prometer tal coisa, e Peter assentiu.

                - A maior estupidez que eu fiz na minha vida foi deixar você. E eu nunca mais vou fazer isso de novo.

                Gwen sorriu enquanto concordava, começando a se perguntar se a quantidade de vezes que suas emoções queriam fazê-la chorar em momentos assim ultimamente se deviam à gravidez ou à intensidade de tudo que estavam curando do começo difícil de sua história juntos.

******

                Gwen ria junto com as amigas de faculdade que não paravam de abraça-la, de falar sobre os bebês, e de se encantar com sua barriga de cinco meses sob a beca e o vestido. Ela e Peter já tinham ganhado vários presentes para as filhas desde que tinham contado aos amigos porque realmente Gwen passou mal meses antes.

                May e Helen estavam por perto, conversando com as famílias de seus amigos. Philip, Howard e Simon tinham dado a sorte de estarem todos livres dos estudos no dia da formatura, e também estavam em volta, conversando com amigos de Gwen e Peter que tinham se tornado próximos deles também, ou com amigos da escola que também tinham irmãos e parentes na universidade.

                Um pequeno palco, cadeiras e toda a estrutura para a cerimônia já estavam prontos enquanto os professores e demais envolvidos andavam pelo local aguardando o horário de início da cerimônia, O dia ensolarado tornava tudo ainda mais bonito e feliz. Nenhum alerta de crime soara desde o amanhecer, para o alívio do Casal Aranha. E Gwen estava se perguntando onde Peter estava quando o sentiu abraça-la pelas costas e beijar sua bochecha, ouvindo as amigas em volta exclamarem de alegria ao presenciar o momento fofo.

                Peter lhe estendeu a garrafa de água que fora buscar, e Gwen sorriu para ele em agradecimento antes de sorver o conteúdo.

                - Eu não me atrasaria hoje por nada.

                - Se atrasasse eu mesma ia buscar você como prometi.

                - Achamos que Gwen estava brincando quando nos contou sobre a formatura de vocês no colégio, até vermos as fotos fofas que sua tia tirou. Que bom que o trânsito daqui é menos pesado que o de Nova York – uma das garotas disse.

                - Sim, graças a Deus! Eu acho que nunca corri tanto na minha vida – Peter falou – Quando o táxi empacou perto da escola, eu desci antes e saí correndo, nem quis o troco do motorista.

                - Mas sua entrada foi a mais perfeita de todos os alunos naquele dia – Gwen falou – Nossos amigos falaram disso por semanas.

                - Claro que foi. Eles só te deram um aperto de mão, eu te dei um beijo.

                O grupo riu junto, aproveitando os últimos momentos em que a tristeza do último dia ainda não estava sobre eles. Podia ser o clima simultaneamente feliz e triste, ou a explosão de emoções que a gravidez estava trazendo, mas Gwen de repente pensou em quantas despedidas já tinha enfrentado na vida, em quantas ainda se envolveria, nas que trouxeram alívio, nas que doíam até hoje, como ela gostaria que seu pai estivesse aqui hoje, ele tinha chorado ao ler sua primeira carta de recomendação, e perdido suas duas formaturas. Ela não sentia mágoa por isso, no entanto. Fora algo que aconteceu, como desde pequena ela sempre soube que qualquer dia poderia acontecer. Por fim, olhando para o marido, conversando sorridente com sua mãe e May, Gwen sorriu se lembrando da despedida que ela agradeceria para sempre por não ter precisado cumprir.

                E falando em despedidas, recentemente as pessoas tinham começado a questionar o que acontecera com a Mulher Aranha, se o incidente no armazém de máquinas podia ter algo a ver com isso, e de fato tinha, mas não como pensavam. Peter passara a se retirar ainda mais rápido dos locais dos crimes, a fim de não precisar inventar desculpas para isso caso a polícia ou algum civil perguntasse.

                - Tá triste? – Peter perguntou quando voltou até ela.

                - É meio impossível não ficar numa cerimônia como essa. Mas vamos começar de novo. Como sempre fazemos.

                Ele sorriu.

                - Eu acredito que seu pai, meus dois pais, e minha mãe... Estão felizes por nós em algum lugar.

                - Eu não sabia que o Homem Aranha podia ler pensamentos. Ou você só tava pensando na mesma coisa que eu?

                - A segunda opção, eu acho. O mais estranho... É que não dói mais, não tanto...

                Gwen sorriu.

                - Essa é uma das ideias quando sobrevivemos.

                Peter sorriu, segurando as mãos da esposa e vendo-a sorrir de volta, em uma de suas conversas sem palavras.

                Mas o tempo passava, e a voz de um dos professores vinda do microfone anunciou o início da cerimônia, pedindo que todos tomassem seus lugares. Diferente das mães comuns, as mutações de aranha poupavam um pouco Gwen das dores nas pernas e nas costas trazidas com o avanço de uma gravidez, mas ela gostou de sentar mesmo assim, e descansar um pouco com os dedos entrelaçados nos de Peter, na cadeira ao lado da sua, sentindo-se completamente em paz por ele estar aqui agora. Sem o fantasma de seu pai e daquela promessa ridícula para atormentá-lo, sem criminosos para fazê-lo se atrasar, a certeza de que eles almoçariam e jantariam juntos para comemorar mais tarde, e com uma família bem maior agora.

                Nem sempre as formaturas na Inglaterra permitiam muitos convidados, geralmente quando eram feitas em locais menores fora das universidades, o que felizmente não fora o caso deles, e estavam todos ali, sentados atrás dos formandos.  Até se parecia um pouco com a formatura do colégio. Alguns professores e outros profissionais cumprimentaram os presentes e realizaram a introdução da cerimônia, que sendo objetiva e sem muita demora, avançava rapidamente.

                - Se hoje fosse como naquele dia, você com certeza chegaria muito mais atrasado – Gwen sussurrou para o amado com um sorriso divertido.

                Peter apenas riu baixinho e concordou com ela.

                - Que bom que não é o caso – ele falou.

                Os dois voltaram a prestar atenção quando o professor no palco chamou atenção para o discurso do aluno orador, e a entrega de certificados.

                - Vamos receber Gwen Stacy Parker.

                - Boa sorte – Peter falou baixinho, beijando-a rapidamente.

                - Obrigada – ela respondeu, lhe dando outro selinho e seguindo para o palco, onde uma das professoras que Gwen mais gostava a esperou com um sorriso para ajudá-la nas escadas.

                Apesar de conseguir subir sem dificuldade alguma, Gwen sorriu de volta e aceitou o apoio, logo se acomodando à frente do microfone, e trocando um olhar cheio de significado com Peter antes de começar a falar.

                - Bom dia a todos os meus professores, colegas, e seus familiares e convidados. Eu gostaria de iniciar dizendo que sei que algumas vezes na vida nos parece que somos imortais, e um desses momentos é enquanto vivemos juntos por todos esses anos estudando e nos tornando quem somos a cada dia.

                Enquanto Gwen falava, Peter não conseguiu evitar se lembrar da última vez que ela fizera isso, e que ele só viu em vídeo, da noite que perderam juntos naquele dia por causa de suas dúvidas egoístas, de como quase a perdeu, e de como chegaram até onde estavam nesse instante. Como os dois nasceram juntos de novo. Gwen sobrevivendo ao hospital, e ele sentindo-se em paz quando a tiraram dali e a levaram de volta para a segurança de sua casa.

                - Quando chegar o final de qualquer coisa poderemos olhar pra trás e saber que fizemos um caminho feliz. Um dia eu acreditei que saber que tudo tem um fim torna a vida preciosa, e ainda acho isso, mas hoje eu sei que o que realmente a torna preciosa é tudo que fazemos pra que o caminho até o final seja o mais belo que podemos criar – Gwen ainda falava – Lutem pelo que amam e acreditam, porque mesmo se perdermos algumas batalhas, não há maneira melhor de se viver.

                Peter respirou fundo para controlar suas emoções, e olhou para trás, vendo May o olhando de volta com um sorriso e um aceno de cabeça encorajador. Ele sorriu de volta para ela e voltou sua atenção para a esposa novamente.

                - Mesmo seguindo caminhos diferentes agora, um pouco de cada um de nós irá dentro de todos os outros, como parte de quem somos. Esses anos que passei com todos vocês estão entre os mais felizes da minha vida, e um dia, quem sabe, nos encontraremos novamente.

                Gwen sorriu enquanto era aplaudida por todos, e trocava outro olhar intenso com o marido, que era inegavelmente a pessoa mais feliz dali.

                - Sabe... – Peter escutou a voz de um idoso dizer nas cadeiras atrás dele e dos colegas – Muitos anos atrás eu estava em uma cerimônia de formatura de um colégio em Nova York. E tenho certeza que foi essa mesma jovem quem fez o discurso para a celebração. Ela é muito boa nisso. Às vezes uma pessoa pode fazer a diferença.

                Sem saber ao certo porque, e apesar de não ter ideia de com quem o homem estava falando, Peter sentiu uma vontade repentina de se virar para vê-lo ao achar sua voz familiar. Quando o fez, seu olhar se encontrou imediatamente com o de um senhor de óculos escuros, cabelos brancos e roupas tradicionais simples e elegantes ao mesmo tempo. O idoso sorriu com alegria para ele, e novamente sem entender o motivo, Peter simpatizou com ele, e sorriu de volta antes de voltar sua atenção para o palco mais uma vez.

                Os nomes dos alunos já estavam sendo chamados, e cada um subia ao palco para tomar seu certificado, cumprimentar Gwen e os professores, e tirar fotos, além das várias que tinham tirado antes do início da cerimônia. Peter queria que esse dia fosse perfeito, o melhor possível, para os dois, e aguardou ansiosamente seu nome ser chamado, ainda que isso demorasse vários minutos. Se virou para May e fez um sinal, ao que ela entendeu imediatamente e mostrou a câmera em mãos para ele.

                - Peter Parker!

                Peter se levantou enquanto os amigos aplaudiam e fez seu caminho para o palco, apanhando seu certificado e tirando uma foto com o professor depois de cumprimenta-lo, então seguindo para Gwen e tomando a mão dela na sua. O sorriso dela dizia que já suspeitava sobre o que Peter pretendia fazer, mas ainda se surpreendeu quando, cuidadosamente dessa vez, ele a puxou para ele e uniu seus lábios num beijo apaixonado, enquanto gritos e vivas dos colegas eram ouvidos em volta e ele entrelaçava seus dedos com os dela sobre sua barriga. Ambos suspiraram no beijo ao sentir um dos bebês chutar bem onde estavam suas mãos.

                Obrigando-se a soltá-la, muito contra a vontade dos dois, ele retribuiu o sorriso radiante de Gwen enquanto cumprimentava os demais presentes no palco e fazia seu caminho de volta.

                Tão logo a cerimônia terminou e os envolvidos se reuniram em outro lugar para uma celebração rápida, May e Helen continuavam a tirar fotos dos dois e expressar o quanto estavam radiantes pela passagem espetacular de Peter no palco da formatura.

                - Você sempre aprontando essas coisas incrivelmente fofas pra surpreender todo mundo – May falou.

                - Nós tivemos uma segunda chance. Mas hoje eu vou fazer tudo certo, e melhor – Peter respondeu, feliz ao ver pelo canto do olho, Gwen e Helen sorrindo com suas palavras.

                - Foi tão fofo que um dos bebês chutou nossas mãos na hora – a loura falou, fazendo a família inteira se derreter com isso.

                Os dois passaram os minutos restantes conversando e tirando fotos com colegas, para enfim seguirem para almoçar no A Taste of China, onde o casal tinha mais uma surpresa para a família depois de fazer May e Helen surtarem de alegria quando descobriram, alguns dias atrás, que teriam três meninas.

******

                Todos juntos, rindo e almoçando em volta da mesa, como deveria ter sido na noite que ainda doía em Peter, pelo menos até agora. A partir de hoje ele poderia viver em paz com mais um de seus erros com Gwen no passado.

                - Nós temos uma coisa pra contar – ele disse de repente.

                - Mais surpresas? – Helen perguntou – Só falta nos dizerem que de repente descobriram que tem mais um bebê.

                - Não, mamãe. Vai com calma, eu sou iniciante nisso – Gwen pediu, fazendo todos rirem.

                - Mas é sobre os bebês? – Howard perguntou.

                - Sim – a irmã respondeu – Finalmente escolhemos os nomes. Quando nascerem vamos decidir qual é de quem.

                Ela trocou um olhar com Peter antes de se voltarem para os demais e Gwen começar a falar.

                - Nós escolhemos Destiny, Hope e Emma. Nem pensamos sobre Hope, quando Peter sugeriu, já acertamos que esse seria o nome se tivéssemos uma menina. Emma foi sugestão minha, acho a pronúncia bonita, e o significado também.

                - O que é? – Simon quis saber.

                - Todo ou universal.

                - Destiny foi meio intuitivo – Peter disse – Sentimos o nome nos chamando, e acho que os significados de todos juntos se completam bem.

                - Eu adorei as escolhas! – May falou – São nomes bonitos.

                - Curioso... Emma foi um dos nomes que eu e seu pai pensamos pra você – Helen disse à filha – Mas acabamos nos decidindo por Gwen.

                - É o destino – Peter disse – Veem como tudo tá se encaixando hoje?

                Todos riram enquanto concordavam.

                - Emma surgiu aqui na Inglaterra – Philip falou – Era o nome de uma rainha.

                - Sério? Eu não sabia disso – Gwen respondeu, admirando o gosto do irmão por história.

                Enquanto todos comentavam os nomes das novas integrantes da família entre si, Gwen ergueu o rosto para encarar Peter, que a abraçava pelos ombros, e imediatamente a encarou de volta.

                - Obrigada – falou para apenas ele ouvir.

                - Eu é que tenho que te agradecer por ter ficado. Mesmo que um certo aracnídeo tenha participação nisso – respondeu baixinho.

                Gwen riu, sabendo que ele estava falando da aranha que a picou no hospital, mas qualquer um que o ouvisse pensaria que estava se referindo ao Homem Aranha, que não era uma novidade para ninguém que já sabia a história.

                - Eu quero um beijo.

                - Eu já disse o quanto é fofo quando você me pede isso? – Peter perguntou.

                - Só umas mil vezes, mas pode continuar dizendo depois que fizer o que eu pedi. Pra mim, e pras nossas princesas.

                Peter abriu um sorriso enorme e se abaixou para conectar seus lábios, repetindo o gesto da formatura de entrelaçar seus dedos com os dela bem onde conseguiam sentir os pezinhos ou mãos de suas meninas contra as suas.


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Notas finais do capítulo

Discurso de Gwen:

Eu sei que algumas vezes na vida nos parece que somos imortais, e um desses momentos é enquanto vivemos juntos por todos esses anos estudando e nos tornando quem somos a cada dia. Há muitas coisas que tornam nossa vida preciosa. Sabermos que há um fim é uma delas, como estamos sentindo hoje. Mas é assim que é um círculo, o começo e o fim se misturam, e no final das contas sabemos que o que mais torna a nossa vida importante são as memórias que fizeram aquele fim ser tão triste quanto é especial, e que nos enchem de esperança para os novos começos. Assim como os melhores momentos de nossa vida acabam, os difíceis também se transmutam enquanto aprendemos a passar por eles e sermos pessoas mais fortes, e é à esperança que temos que devemos nos apoiar nesses momentos que doem. Não a de esperar que um dia algo melhor chegue, porque sempre haverá dias escuros, e temos que passar por eles pra chegar ao outro lado. Mas àquela esperança que sentimos nos nossos momentos mais preciosos e que ficou gravada na nossa alma pra nos lembrar que estamos vivos, que sempre há caminhos novos e quando chegar o final de qualquer coisa poderemos olhar pra trás e saber que fizemos um caminho feliz. Um dia eu acreditei que saber que tudo tem um fim torna a vida preciosa, e ainda acho isso, mas hoje eu sei que o que realmente a torna preciosa é tudo que fazemos pra que o caminho até o final seja o mais belo que podemos criar.

Lutem pelo que amam e acreditam, porque mesmo se perdermos algumas batalhas, não há maneira melhor de se viver. Antes de criarmos a vida a nosso redor, ela surge e acontece dentro de nós. É fácil nos sentirmos esperançosos num dia bonito como hoje, mas nos difíceis, escuros, em que estivermos sozinhos, é quando devemos olhar pra dentro de nós e nos lembrar das razões que nos mantiveram vivos até então. Assim seremos maiores que nosso sofrimento, e quando acharmos que dissemos adeus hoje, nos lembraremos que cada um de nós faz parte de quem somos, nossas almas se tornaram uma nesses anos juntos. E mesmo seguindo caminhos diferentes agora, um pouco de cada um de nós irá dentro de todos os outros, como parte de quem somos. Esses anos que passei com todos vocês estão entre os mais felizes da minha vida, e um dia, quem sabe, nos encontraremos novamente.



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