Exagerado escrita por WinnieCooper


Capítulo 12
Até as coisas mais banais




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Eu desisti. Sei lá, um menino assim que só faz besteira, não é saudável. Albus não acreditou quando eu lhe falei que ia parar de provar meu amor a sua prima, mas parei. 

Juro que parei, não lhe levava rosas, não mendigava meu amor, não tentava provar que nossos destinos foram traçados na maternidade e nem roubava rosas ou assassinava livros. Meses passaram, Rose parecia aliviada sem meus exageros. 

Foi pensando nisso que observava ela na frente de sua casa. Rose parecia triste aquele dia, em meio a um suspiro e uma lágrima eu a vi correr para um parque perto de casa. 

Fui atrás. Era mais forte do que eu observá-la nem que fosse de longe. Rose chorava sentada em cima de uma pedra e observava o açude a sua frente. 

Era permitido eu chegar perto dela e tentar entendê-la? 

— Eu sei que está aí… - ela disse me assustando. Virou seu rosto me encarando. - É sempre você, não é? 

Eu? Sempre eu o que? Que a perturba? Oh céus! Até quando quero parecer imperceptível eu sou exagerado? 

— ... É sempre você que aparece quando eu me sinto sozinha e abandonada. 

Abandonada? Sozinha? Como ela pode se sentir sozinha ou abandonada sendo ela? Ela a pessoa mais importante do mundo. Do meu mundo. 

Rose me encarou. Seus olhos estavam inundados de lágrimas e pareciam suplicantes. Ela suplicava com seu olhar para que eu chegasse perto? 

Dei alguns passos vacilantes até ela. Rose confirmou com a cabeça como se me dissesse que sim! Estava tudo bem e que sim! Ela me queria ao seu lado. Sentei junto a si. 

— Às vezes a vida lhe dá limões e o que você faz? - ela me perguntou tentando um diálogo e não um monólogo. 

Era difícil para mim conversar com ela quando Rose estava assim. Disse o óbvio. 

— Uma limonada? 

Ela suspirou e riu com o nariz. Sua mão direita alcançou minha mão esquerda, seus dedos se entrelaçaram nos meus. 

— Talvez uma torta de limão. - ela respondeu encostando sua cabeça em meu ombro. 

Eu não sabia como respirar. Meus olhos estavam esbugalhados e minha boca entreaberta em surpresa absoluta. Tirei uma coragem de mim que não sabia existir e ergui meus braços e a enlacei num abraço. 

Um entrelaçar de dedos banal. 

Um diálogo banal. 

Um abraço banal. 

O conjunto menos banal possível para mim. 


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