Retratos da família Inuzuka Aburame. escrita por Deby Costa


Capítulo 6
Capítulo 6 - Feliz Aniversário, Kiba!


Notas iniciais do capítulo

Hoje é aniversário do Kiba e do Akamaru! E para comemorar a data e homenagear os dois, um capítulo novinho para vocês.

A linda fanart que ilustra o capitulo foi feita pela @rasqueria, para os íntimos, Tara!
Lembrando que o capitulo mais uma vez não foi betado, mas foi escrito com muito carinho.

Boa leitura.



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Permitir que os filhotes lhe ajudassem a preparar o bolo de seu esposo talvez não tenha sido uma boa ideia, mas Shino duvidava que pudesse haver cena mais bonita para se registrar na memória, que aquelas duas criaturinhas cobertas de farinha de trigo, creme de chantilly e calda de chocolate, enquanto decoravam com morangos o bolo de aniversário que os três haviam acabado de fazer. Até para Akamaru e Himaru, que tiravam cochilos sob a mesa da cozinha, havia sobrado resquícios de sêmola, açúcar e granulado.

— Olha, touchan, olha! — Himeko chamou. O tom de voz tão alto que o Alpha duvidava que no quarto do casal, seu esposo não tivesse despertado com aquela algazarra toda. A menina segurava na palma da mão, um dos inúmeros origamis em forma de flor que havia feito na tarde do dia anterior. 

Sua filha não conseguia conter a alegria que transbordava sem controle através de seu chakra, contagiando tudo e todos a quilômetros de distância e certamente no cômodo localizado a poucos metros da cozinha. Conhecendo seu esposo como bem conhecia, Shino supunha que o Inuzuka ocultava a energia de propósito para não entristecer a menina, que em casos sigilosos como aquele, era tão ou mais indiscreta que o Ômega. Raramente a pequena Inuzuka Aburame conseguia guardar segredo quando preparavam qualquer tipo de surpresa. Se dependessem de Kiba ou Himeko, as festas surpresa da família nunca sairiam do papel.

— Está lindo filha! Vamos colocá-las junto às borboletas e libélulas que o seu irmão fez?

— Certo! — A pequena colocou o origami numa caixa que Sora havia encapado previamente com um bonito papel de presente. Orgulhosa do feito, Himeko sorriu ao conferir a peça que, segundo ela, seu tousan iria amar. A Beta não era tão boa com atividades que exigisse dela o mínimo de paciência e delicadeza, ao contrário de seu onii-chan, que possuía invejável destreza, todavia, Himeko estava radiante por conseguir fazer algo tão lindo para presentear o seu papai.

— Akamaru, este é o seu. — A Beta inclinou o corpo próximo à mesa da cozinha e balançou diante do focinho do ninken, um origami em forma de coração. Ou era o que aparentava ser o papel mal dobrado traspassado por um fio de barbante. — Feliz aniversário! — Sua filha ofertou o mimo e na sequência prendeu o cachorro dentro de um forte abraço.

Como reflexo, o ninken ganiu de maneira sôfrega. Shino só não distinguia se por conta do forte agarre, ou por não conseguir decifrar o que era a peça vermelha que Himeko colocou em volta de seu pescoço. A menina nova apertou-o ainda mais entre seus bracinhos miúdos, fazendo o Aburame menear a cabeça. Akamaru estava ficando idoso e não adiantava dizer à filha para pegar leve com o Maru, como Hana salientou nas últimas consultas veterinárias, pois era como dizer justamente o oposto.

— Sora, você está com as velas?

— Sim.

Shino decidiu ignorar o comportamento da menina, visto que não adiantaria chamar sua atenção naquele momento.

— Vocês querem colocá-las sobre o bolo?

Os gêmeos abriram lindos sorrisos e rapidamente fizeram o que o touchan sugeriu.

— Okay! Tudo pronto. — Shino disse ao pegar o prato com o bolo. — Vamos?

Himeko pegou a caixa de presente sobre a mesa da cozinha e respondeu:

— Vamos!

Sora imitou a irmã:

— Vamos!

Diante da afirmativa dos pequenos, o Alpha, as crianças e os dois ninken se encaminharam para o quarto onde Kiba dormia. Antes de chegarem no cômodo, o Aburame sentiu o esposo através do vínculo que os ligava. De fato ele estava certo, pois Kiba fingia dormir.

— Shh! — Os gêmeos sinalizaram com o indicador sobre os lábios para Shino e os ninkens não fazerem barulho, como se isso fosse realmente necessário. Cuidadoso, Sora foi o primeiro a subir na cama, no entanto, Himeko foi a primeira a agarrar o pescoço do pai Ômega, que gritou de modo teatral:

— Ah! O quê... o que está acontecendo aqui? É a quinta guerra ninja? Estou preso num shikyaku no jutsu? — Kiba colocou a mão no peito e abriu a boca num perfeito Ó! Fazendo a filha soltar uma gargalhada.

— Feliz aniversário, tousan! — Sora e Himeko disseram em simultâneo, em seguida o menino juntou-se à irmã no abraço de urso que o Ômega adulto dava na menina.

Com o Ômega adulto totalmente desperto e competindo com os filhos para saber quem estava mais animado. Entre palmas e muito barulho, Sora e Himeko entoaram o "parabéns para você”. Shino e os ninkens engrossaram o coro. Kiba não conseguiu disfarçar a emoção e puxou o “é pique, é pique”, incluindo Akamaru também no ”ratimbum”.

— Eu já sou um jovem senhor, seus pestinhas! Vocês querem me matar do coração? Hein? Isso não se faz!

Shino achou engraçado o exagero de Kiba, que ainda estava muito longe dos trinta anos. O Ômega, por outro lado, fungou assim que saiu do agarre dos filhotes. Com os olhos marejados ele apontou para a caixinha bem embalada nas mãos de Himeko:

— O que é isso, pequerrucha?!

— Seu presente, Kiba-tousan. — Himeko disse entusiasmada e entregou o pacote na mão do pai. — Eu e o onii-chan que fizemos!

Kiba achava uma graça Himeko se referir ao irmão daquela maneira, afinal Sora era somente alguns minutos mais velho que ela.

— É sério, princesa? — Ansioso, o Inuzuka abriu a caixa e foi impossível segurar as lágrimas quando viu os origamis que estavam ali. Poderia distinguir claramente quem havia feito os insetos e quem havia feito a flor. Sorriu ao pensar no quanto seus filhotes, apesar de serem gêmeos, eram tão diferentes um do outro. — Uau! — O Ômega estava sem palavras. Ele poderia sentir através do chakra de seus filhotes o quanto de amor os gêmeos haviam colocado em cada uma daquelas peças e na bonita embalagem. Naqueles instantes o Inuzuka sentiu que não poderia haver presente mais valioso que aquele em suas mãos.

Obrigado, meus amores. — Falou baixinho.

— Au! — Akamaru latiu como se lesse os pensamentos do dono e quisesse ajudá-lo a se recompor. Himaru seguiu o exemplo do cão mais velho e ladrou em seguida, demonstrando que também estava disposto a ajudar. Como mandava o figurino, ambos os ninkens esperaram o convite para se unir a Kiba e os filhotes sobre a cama, afinal eles faziam parte daquela família, e a família era feita para apoiar reciprocamente em qualquer circunstância.

— Okay, rapazes! Venham cá, mas não se acostumem. Hoje darei um desconto, pois é um dia especial. – O Ômega esqueceu o ciúme que sentia de seus lençóis e edredons e chamou os dois cães para cima da cama. O rapaz demorou um pouco mais no abraço dado a Akamaru, afinal também era aniversário de seu companheiro canino. — Feliz aniversário! Desejo muitos anos de vida e bastante saúde para você. — Foi sincero, era o que ele mais desejava para seu irmão de coração.

— Au! — Akamaru latiu, antes de lamber a bochecha de Kiba.

— A recíproca é verdadeira. — Kiba coçou a orelha do Maru em retribuição ao gesto de extremo carinho. — Eu também te amo, Amigão!

— Cof, cof– Shino simulou tosse. O bolo pesava em sua mão e sem falar que as crianças ainda não haviam tomado o desjejum. O Alpha se aproximou da cama, ao que seus filhos e os dois ninkens lhe abriram espaço para achegar-se próximo ao colchão, mas Kiba o surpreendeu erguendo-se do colchão num salto e se pendurando em seu pescoço. Se o Alpha não tivesse reflexos rápidos, deixaria o prato e o bolo espatifarem ao irem ao encontro do chão.

— Obrigado, marido. — Kiba sussurrou no ouvido do Aburame antes de enterrar o rosto na curva do seu pescoço. Enquanto abraçava Shino, um filme passava em sua mente. Aos vinte e três anos não havia uma lembrança de seus aniversários anteriores em que o outro não estivesse presente a seu lado. Ao longo de sua vida, recebeu daquele Alpha, valiosos presentes. Os quais, dinheiro nenhum no mundo poderia comprar. — Por tudo.

A voz do Ômega tremulou e ele não conseguiu deter o choro que deu as caras com força total molhando o ombro de Shino.

— Eu sou quem deve agradecer a você... Por tudo. — Shino abriu um sorriso largo, daqueles que só seu esposo tinha o dom de fazer brotar em seu rosto.

Com o braço que estava livre, o professor envolveu a cintura de seu esposo da maneira mais apertada que conseguiu. O gesto afetuoso foi o estopim para que seus filhos e os ninkens se juntassem naquele abraço que possuía gosto de lar. O Alpha que, no início daquela manhã pensou não haver cena mais linda que seus filhos lambuzados de doces, acabava por descobrir que teria ainda muitos e belos registros ao longo daquele dia para guardar em suas memórias.

— Feliz aniversário,  Kiba! — Sussurrou apenas para seu esposo ouvir.

Tal como o Ômega, muitas lembranças e um misto de sentimentos passavam pela sua mente naquele breve e significativo instante, porém, o que mais se destacava em seu âmago era uma profunda gratidão a vida, por ela ter colocado Kiba a seu lado.

Naquele dia sete de julho,  Shino tomou ciência de uma verdade que o acompanharia para todo e sempre. O aniversário era  de seu esposo, mas era ele quem ganhava o presente mais precioso.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.



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