Miracle escrita por Neline


Capítulo 1
Inicio Conturbado


Notas iniciais do capítulo

Amores, esse é o primeiro de três capítulos... o especial que eu prometi! Ah, e se vocês gostarem posso planejar um epílogo... ou quem sabe uma continuação?

Enjoy ;*



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Passei pelas macas sem observar nada. Doía ver aquele monte de pessoas, pessoas que estavam realmente mal, e não poder fazer absolutamente nada. Eu queria ajudar, de verdade. Mas acho que já estava praticando alguns milagres atendendo tanta gente ao mesmo tempo.  Um incêndio aconteceu na cidade. Eu sou especialista em doenças respiratórias... bem... digamos que o fogo não é a única coisa que mata em incêndios. A fumaça... isso atingiu desde bombeiros até cidadãos que passavam inocentemente pela rua. Olhei para a recepção. Que confusão é essa?

 

- Será que não tem um médico nessa porra? – Um homem gritava, enquanto segurava uma pequena menina nos braços.

- Será que o senhor pode ser mais discreto? – Eu disse me aproximando. – Tem crianças no recinto. – Recebi um olhar furioso do homem que estava na minha frente. Era (tenho que admitir) muito bonito. De terno, extremamente bem arrumado, se retirar o fato dos cabelos estarem desarrumados.

- Ótimo. Pode levar ela. Está tendo algumas crises respiratórias. – Eu olhei para a garota. Ela era linda. Tinha os olhos do pai e respirava ofegante. Mas mantinha um sorriso nos lábios.

- Desculpe senhor... acho que tem casos mais graves e... – Fui interrompida.

- Não interessa. Quanto você quer? – Franzi o cenho um pouco indignada. – Quanto? – Ele repetiu e revirei os olhos.

- Não quero dinheiro. – Eu disse. – Se é que não percebeu, eu tenho casos gravíssimos para atender. – Eu disse me virando.

- Você sabe com quem está falando? – Ele perguntou se colocando na minha frente. Ok, ele esgotou oficialmente com a minha paciência.

- Eu não me importo se você é o Super-homem, o papa ou o Bill Gates, se quiser ser atendido terá que esperar. Eu estou sozinha atendendo uma superlotação e não tenho tempo para discutir com homens medíocres como você. – Eu disse me virando com um pequeno sorriso no rosto, mirando o rosto da pequena menina que ainda sorria.

- Você me paga. – Ele gritou, pouco atrás de mim.

- Adoraria ver sua tentativa. -  E continuei andando.

 

Atendi mais alguns casos. A maioria das pessoas me procuravam em problemas pulmonares, sou uma das médicas mais renomadas quando o assunto é problemas respiratórios. Mas aquela garotinha não saia da minha cabeça. Aqueles olhos de prenderam. Foi instantâneo. Droga.

 

- Angel. – Eu disse para a estagiaria que havia chegado há algumas horas. – Cuide daqui por uma meia hora. Tenho algo para resolver. – Ela assentiu e eu dei as costas. Onde encontra-lo? Isso é... se ele estiver no hospital. Imaginei que ele poderia estar na sala de reclamações. Quando me aproximei ouvi gritos. Bom, parece que encontrei.

- Pai... A moça bonita está aqui! – A menina falou um pouco animada puxando o terno do homem que me olhou um pouco surpreso.

- Me acompanhe Sr. Eu sou mal humorado e rabugento. – Eu pisquei para a menina que gargalhou levemente, enquanto o homem revirava os olhos, me seguindo. Entrei na minha sala, ela estava vazia. Não usava ela para consultas mas era o único lugar tranquilo que encontraria.

- Então, qual o seu nome garotinha? – Ela sorriu um pouco mais.

- Me chamo Sunny, mas pode me chamar de Sun. – Ela disse, sentando no colo do pai.

- E então Sun, o que você está sentindo? – Eu perguntei me aproximando para ouvir seus batimentos cardíacos.

- Nada agora. – o pai dela resolveu se manifestar.

- Sunny Caroliny Bass, comece a falar tudo garotinha. – O homem disse parecendo irritado. Bass. Meu Deus! ELE ERA UM BASS!

- Eu tenho falta de ar. Às vezes. Papai diz que é algo no meu pul... pul... – Ela gaguejou.

- Pulmão. – Eu e o Bass completamos na mesma hora.

- Isso! Pulmão. – Tirei ela do colo do homem e a sentei na mesa.

- ANGEL! – Eu gritei fazendo a pequena garota rir. – Leve a Sun e faça alguns exames nela. A equipe médica da cidade vizinha chegou?  – Ela assentiu levando a menina e conversando animadamente sobre algo.

 

Sentei na minha mesa enquanto o homem me olhava firmemente. Por olhar leia-se secar.

- Ela tem muitas crises? – Eu pedi vendo ele se recompor e segurando o riso.

- Tem. Eu já levei ela a vários médicos. Mas ela sempre ameaça matar o médico de raiva. E bem, acho que ela conseguiria. Ela é muito geniosa. – Ele revirou os olhos e deu de ombros.

- A quem será que ela puxou? – Eu disse, apenas depois percebendo que falei alto depois de receber um olhar reprovador dele. – Então... eu vou preencher a ficha e depois vamos conversar um pouco, certo? – Ele assentiu. – Nome?

- Charles Bass. – Quase me afoguei. Ele era o DONO da famosa empresa Bass Entertainiment?  Ele percebeu o meu espanto e riu ligeiramente, fazendo-me retomar a postura inicial.

- O nome da mãe dela? – Eu pedi

- Ela é falecida. – Vi que ele deu de ombros e me arrependi instantaneamente de ter perguntado.

- Então senhor Bass... o senhor fuma? – Eu pedi vendo ele ligeiramente incomodado.

- Fumo. – Eu já sabia disso. A fama do Chuck, como todos o chamavam era sempre a mesma: drogado, galinha, rico e extremamente sexy. Cof.

- A sua esposa fumou durante a gravidez, correto?  - Eu pedi. Imaginei que sim. Pelo pouco que observei, o problema parecia sério.

- Sim. E eu já ouvi muito sobre o quanto isso é perigoso e o quanto o pulmão dela está mal e que ela precisa de tratamento. – Assenti com a cabeça. – Já nos conhecemos, correto, senhorita Blair Waldorf? – Parei. Ops, acho que o conhecia. Ele não era o homem que acordou na minha cama há duas semanas atrás... é acho que era. Merda. Merda, mil vezes merda. Ele me olhava com um sorriso malicioso.

- Receio que não. – Eu vi que ele não acreditou. – Acho que teremos que internar a Sunny.  – Mudança sutil de assunto. Ele pareceu perceber e ri rapidamente. Imaginei que deveria estar corando e me amaldiçoei mentalmente.

- ela não vai aceitar... – Ele advertiu.

- Eu cuido dela. – Garanti pegando a ficha. Ele me seguiu com um sorriso pervertido nos lábios.

- Isso significa que vamos nos ver todo o dia? – Ele perguntou, parado na porta, me impedindo de sair.

- Não mais do que o estipulado, Bass. – Eu disse o empurrando de uma forma leve. Haha.

- Vai ser um prazer relembrar algumas coisas... – Ele disse me seguindo, e eu percebi a pequena entonação do palavra “relembrar”.

- Acho que você também precisa de um médico. – Falei maneando a cabeça negativamente.  Do  nada, senti algo me empurrando e quando eu vi, estava prensada entre a parede e o Chuck.

- É, talvez eu precise... – Ele disse, começando a beijar meu pescoço. Eu me senti perdendo o controle aos poucos.

- Hã, ahã. – Ouvi alguém pigarreando alto e o empurrei prontamente, encarando a pequena menina que estava posicionada com os braços cruzados, batendo os pés insistentemente com um sorriso maroto nos lábios. Arrumei a gola do meu jaleco e olhei disfarçadamente para o Chuck, que estava com as mãos no rosto e retribuía o sorriso maroto à filha.

- Hm... então... como foram os exames? - Eu pedi apenas para quebrar o silêncio tenso.

- Foi tudo bem... – Ela respondeu, segurando o riso. Provavelmente pelo flagrada que deu em nós. Ou pelo sorriso do pai. Ou pelo meu rosto de provavelmente poderia ser comparado a um pimentão.

- Sun... acho que vai precisar ficar aqui por enquanto. – Ela fechou a cara por alguns minutos. – Eu vou ficar com você. Prometo. – Ela sorriu.

- Só se você me prometer uma coisa... – Ela disse, enquanto me puxava pelo braço para longe do Chuck. – Me ajude a fazer papai feliz?

 

 


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Notas finais do capítulo

Hey, o próximo cap sai DOMINGO! Sem falta -q

Espero que tenham gostado, deixem reviews, afinal, é uma mini-fic!

XOXO. Neli ;*



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