Famiglia escrita por Mandalay


Capítulo 1
#01 CIELO, Tsunayoshi Sawada


Notas iniciais do capítulo

Comecemos pela harmonia do céu, comecemos com o meu queridíssimo Tsuna!
A ideia para essa série começou com essa peça e a princípio ela funcionaria muito bem sozinha, até eu decidir reacender todo o carinho que guardo por REBORN! a partir da inclusão das frases que designam cada guardião nela e pensar "por que não falar de todo mundo logo de uma vez?"

Só espero ter conseguido manter os personagens ;w;



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O céu de Namimori estava limpo naquele dia. Azul, com poucas nuvens e alguns pássaros voando por ele. Um dia bonito e tranquilo, quase uma raridade na vida agitada de Tsunayoshi Sawada.

O céu representa a harmonia de seus elementos. Sem ele as engrenagens deixam de funcionar corretamente. A tempestade não se dá bem com a chuva ou o trovão, muito menos o sol será capaz de lidar com a nuvem ou a névoa. Se o céu não existir a harmonia será desfeita; ao menos era isso que Tsuna conseguia entender, de tudo que Reborn dizia sobre a influência dos elementos do céu na família dos Vongola, a qual ele lideraria um dia e que honestamente, se perguntava se aquilo poderia ser verdade. Como se a presença dele fosse mudar algo na vida de seus amigos.

Eles já eram incríveis sem ele por perto.

 

"É dito que o primeiro chefão era como o céu que coloria e envolvia a tudo"

Mas esse era mais um pensamento antiquado que ele deixara de alimentar. Levou tempo até que ele entendesse realmente o que aquelas palavras estranhas queriam dizer, pois desde o momento em que ele se viu rodeado de rostos desconhecidos que, com o tempo passaram a ser familiares e queridos, tudo o que seus olhos conseguiam enxergar eram amigos - não atributos elementais, não futuros membros de uma família mafiosa - pessoas importantes que ele queria proteger a todo o custo.

Tsunayoshi não se sentia apto á máfia, sempre que via a postura do Nono e as atitudes de Dino, ele conseguia sentir a distância que havia entre ele e o desejo imposto das outras pessoas sobre ele.

Ele era novo demais para tudo aquilo, ingênuo em um nível que ele somente conhecia quando estava em uma batalha e se negava a dar o golpe final em seu adversário.

Mas fora isso que ele decidira quando encarara de frente o pecado dos Vongola, ele decidira que mudaria aquela família, que todo o sangue derramado no passado seria redimido.

Era essa a sua determinação como décimo em sucessão - por mais que ele ainda tremesse na base quando tinha a seriedade do assunto em frente a seus olhos.

 

"O vento que sopra violentamente"

Agora que ele chegara tão longe, não poderia voltar ao passado, a figura que ele um dia fora. Não havia sentido em querer ser um zero a esquerda novamente, quando ele chegara tão longe, abdicando deste posto e arriscando algo diferente. Almejando novas alturas.

Gokudera sempre o lembrava de quem ele era e até onde ele poderia chegar, mesmo que fosse com sua admiração afoita. Os olhos cheios de admiração do guardião da tempestade transmitiam segurança a ele, quando sentia a falha consumir seus pensamentos. A certeza nas palavras dele o faziam querer acreditar naqueles ditos, acreditar que ele poderia ser tão incrível quanto Gokudera o via.

— Eu acredito em você, décimo. Sempre acreditei. Mesmo quando você não conseguia fazer isso por si mesmo.

— Você está exagerando Gokudera.

— Não há exagero quando o que você mais queria era ter quem acreditasse na sua capacidade, décimo. Me corrija se eu estiver errado, mas nesse ponto você e o Cavalo Selvagem são muito parecidos, os dois precisam de seus subordinados para serem realmente capazes.

— Você realmente sabe como motivar as pessoas, Gokudera- e pare de chamar o Dino desse jeito!

 

"O trovão de alto poder destrutivo"

— Você não me pega Tsunadinha!

— Lambo para de correr pela casa! Você vai se machucar assim!

— Ninguém segura o grande Lambo!

Tsunayoshi nunca se imaginara lidando tão bem com crianças até se ver rodeado por elas - uma depois da outra, os corpinhos pequenos chegavam a soleira de sua porta com um dilema que só poderia ser solucionado por ele - sempre haviam risos pelos corredores e escadas, sua mãe sorria de um cômodo e brigava com ele de outro, enquanto a casa ia abaixo.

— Agora não adianta chorar Lambo, eu te avisei!

— Titia, o Tsuna me empurrou!

— Não empurrei!

— Tsunayoshi! Eu disse para cuidar das crianças, não empurrá-las!

Ele aprendera valores novos com aquelas crianças, conhecera um lado dele que desconhecia. Junto daqueles pequenos barulhentos ele crescera, e desde a primeira vez que Lambo chegara a sua casa, ele soubera que não gostaria de ver alguém tão pequeno relacionado com os assuntos da máfia - mesmo que ele o provasse do contrário.

O garotinho vestido de bezerro ainda era uma criança.

E crianças gostavam de brincar. O tempo inteiro.

 

"A pancada de chuva capaz de varrer tudo"

Fora em meio ao caos que ele encontrara a si mesmo. Diante de todas as dificuldades que enfrentou, era fato de que sua personalidade marcante se destacava quando a cacofonia de sons de um combate se ouvia, era ali onde mais um fragmento corajoso dele via a superfície - quando ele estava perto do fim - quando tudo com que poderia contar era a sua vontade de fazê-lo, ou morrer tentando.

Essa era a vontade da shinuki-dan de fazer algo ou literalmente morrer tentando. Se uma pessoa morresse com um arrependimento, um desejo não saciado e fosse atingida pela bala que somente os Vongola possuíam, ela certamente voltaria a vida com a chama shinuki buscando realizar sua vontade. Fora assim que seus primeiros passos de autoconhecimento foram dados.

— Tenta mais uma vez Tsuna, eu sei que você conseguirá na próxima! Não importa quantas vezes sejam!

E seus olhos não deixavam de admirar a capacidade que Yamamoto tinha em poder lidar com tudo de uma forma tão suave e despreocupada, maleável como um metal quente, leve como um peixe na imensidão do mar.

— Eu já disse que não sou bom em esportes Yamamoto! Principalmente basebol!

— E quem disse que você precisa ser bom em algo, o importante é se divertir jogando.

As vezes, Tsuna se esquecia da verdadeira lição que aprendia sempre que estava em um momento difícil, enfrentando um oponente mais poderoso que ele. O maior aprendizado que poderia tirar do caos era a força de se não deixar abalar, de se manter firme até conseguir uma solução, um meio de vencer.

 

"O sol que ilumina e aquece o céu"

Ele também tivera que aprender a ser forte. Fisicamente forte. Mental e emocionalmente forte. Ele descobrira que a força era um meio necessário para conseguir atingir o resultado desejado, pois se ele não tivesse forças para proteger e se defender, quem teria por ele?

Quem estaria pelas pessoas que eram importantes para ele?

— Sabe Tsuna, eu fico feliz de ter conhecido você, de poder te ensinar tudo o que sei. Você me deixa orgulhoso quando faz o que espero no momento certo, é tão bom quanto Dino, mas ainda tem um longo caminho a percorrer.

— Isso é muito motivador vindo de um bebê.

— Você poderia aprender algo com o irmão da Sasagawa, ele é bem determinado em seus objetivos.

— Eu temo pela minha vida Reborn, o onii-san não, e eu não tenho a menor vontade de entrar num ringue de boxe com ele.

 

"A nuvem que não pode ser capturada e vaga pelos céus seguindo seu próprio caminho"

Ele percebera que seu maior orgulho estava bem embaixo do seu nariz, que os amigos e inimigos que conquistara e não queria abrir mão de jeito algum eram seu bem mais precioso - quem diria que uma palavra tão complexa poderia ter um significado tão simples.

 

"A ilusão que não pode ser descoberta"

Tsunayoshi era com certeza um herdeiro legítimo ao cargo de chefão, sua linhagem descendia do primeiro Vongola, alguém que compartilhava de muitos sentimentos com ele e também, quem fundara a família com o intuito de zelar pelos menos afortunados. A maior prova disso sendo sua super intuição Vongola, capaz de ler uma pessoa tão profundamente que se tornava fácil desarmá-la.

Em meio a tudo isso, e todas as aventuras e batalhas que enfrentou estando sob a tutela de Reborn, Tsuna encontrou a harmonia que tanto era relacionada ao céu - agora todas aquelas palavras faziam sentido - ele, sem perceber, era a alguém em quem as pessoas encontravam confiança, um senso de justiça gentil e um grande coração.

Quem diria que um bando de doidos seriam capazes de fazer algo assim.


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