Alguns dias se passaram, desde a fatídica noite de lua cheia, e dentre os três Vingadores que descobriram o segredo de Lupin naquele episódio, Lilian Evans fora a integrante mais abalada com a revelação, afinal Remus era o seu amigo íntimo desde o primeiro ano.

Os questionamentos a respeito do porquê, de ele não ter se aberto com ela, não a preocupavam mais, pois como dito por Henry, o grifinório poderia ter receio de perder a sua amizade ou mantê-la preocupada, por causa de sua condição. Agora, o que realmente a deixava inquieta, era não ter ciência do que ela poderia fazer para ajudar o amigo.

Fora ao pensar naquilo, que um segundo impasse invadiu a sua mente: James Potter.

Um dos motivos pelo qual, Lilian nunca havia cogitado dar uma chance para o capitão da Grifinória, fora o fato dele sempre perturbar Severus Snape, a fazendo acreditar que ele não se importava com ela, já que o sonserino era o seu amigo querido.

Porém, ao presenciar a cena de Potter salvando o rival, apenas por se preocupar com os seus sentimentos, fez com que uma nova perspectiva a respeito do grifinório fosse gerada. Em soma aquilo, ter ouvido da boca de James que ela era o amor de sua vida, a fez se sentir...especial.

No momento em que Evans viu os Marotos reunidos, decidiu conversar com James a respeito do que havia descoberto.

—Ei, Potter. – Chamou Lilian, ao se aproximar do quarteto – Eu preciso falar com você.

—Mas é claro, meu lírio. – Disse animado, antes de afastar dos outros estudantes que ficaram surpresos e ao mesmo tempo felizes com aquele acontecimento.

—Vai com tudo, James. – Gritou Sirius, entusiasmado.

—Para de ser idiota, Black. – Repreendeu Evans, antes de se afastar totalmente, na companhia do estudante.

—Aconteceu alguma coisa, grave? – Questionou, ao reparar na feição de alarmada da jovem.

—Sim. – Respondeu de supetão – Olha, eu descobri que o Remus é um lobisomem.     

—O que?! – Perguntou, preocupado – Foi a Raven, quem te contou?

—A Raven também sabe? – Questionou, surpresa.

—Sabe. – Respondeu, pensativo – Mas se não foi ela, como é que você descobriu?

—Eu estava folheando um dos livros que a gente usa na aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, e acabei parando na página que fala dos lobisomens – Mentiu – E aí, lá explicava que depois da lua cheia eles ficam machucados e precisam se recuperar por causa da transformação, e por algum motivo eu instantaneamente liguei a informação ao Remus. – Afirmou – Porque ele vive com cicatrizes e periodicamente fica de recuperação na enfermaria.

—E você contou isso para alguém? – Questionou, aflito.

—Não. – Mentiu, pois achou melhor não expor Henry e Elizabeth, que também haviam descoberto o segredo de Lupin.

—Lily, você não pode contar isso para ninguém. – Avisou, Potter – Se essa informação cair nas mãos erradas, o Remus pode até sair da escola.

—Eu não vou contar para ninguém. – Afirmou Lilian – Eu só contei para você, porque quero ajudar ele de alguma forma.

—Não precisa se preocupar, a gente cuida bem dele. – Disse James, sorrindo.

Lilian, pela primeira vez, notou o quanto aquele sorriso de Potter poderia ser viciante, aliás, não fora apenas o sorriso do rapaz que agora, prendia a sua atenção, os seus belos olhos radiantes também a deixaram impressionada.

—Bom, se houver algo que eu possa fazer para o Remus, me avisa. – Pediu, antes de se aproximar um pouco mais de James e dar um beijo em sua bochecha. – E não conta para ele que eu sei do segredo, acho que ele se sentiria melhor se eu não soubesse.

—Você tem razão. – Concordou um Potter atônito, comtemplando Evans se afastar – Pera aí, me outro beijinho.

—Não força, Potter. – Reclamou a estudante, sem olhar para trás.

Enquanto Lilian e James conversavam, a respeito do segredo de Lupin, o restante dos Marotos comentava a respeito do ocorrido.

—O que será que a Lilian quer com o Pontas? – Questionou Pedro, curioso.

—Eu não tenho a mínima ideia. – Respondeu Remus.

—Será que ela vai se declarar para ele? – Perguntou Black, animado.

—E desde quando, a Lilian gosta do James para se declarar para ele? – Zombou, Rabicho.

—Sei lá, vai que ela descobriu que sempre o amou e agora quer ficar com ele. – Respondeu Sirius, convicto.

—Remus, nós podemos conversar? – Perguntou Raven, que acabara de se aproximar dos estudantes.

—Claro. – Respondeu Aluado, antes de se despedir de Sirius e Pedro – Até mais.

—Só sobrou nós dois. – Afirmou Pettigrew.

—Por enquanto. – Retrucou Black – Por que eu aposto que a minha Lizzie está atrás de mim, também. – Disse, olhando para os lados, no intuito de encontrar a sonserina – Olha ali, a cobrinha. – Apontou no sentido da garota e gesticulou, para que ela se aproximasse. – Oi, você quer conversar comigo a sós?

—Conversar a sós? – Perguntou confusa – A respeito de que, exatamente?

—Sei lá, talvez você queira falar a respeito dos meus lindos olhos azuis ou do meu cabelo sedoso e brilhante. – Respondeu sorrindo, angariando uma feição de confusão na cara da garota.

—Ele bebeu? – Lizzie perguntou, olhando para Pedro.

—Ainda não. – Respondeu Rabicho.

—Tem certeza? – Questionou Elizabeth.

—Ah, deixa para lá. – Resmungou Sirius, rolando os olhos em sinal de frustração – Sua sem graça.

—Ah, vai ver se eu estou na esquina. – Reclamou Lizzie, antes de se afastar dos dois únicos Marotos que haviam ficado.

—Agora sim, ficamos só nós dois, Rabicho. – Afirmou Sirius – E você, não se interessou por mais ninguém, depois daquela garota da Lufa-Lufa?

—Eu estou interessado em alguém, sim. – Respondeu ao desviar o olhar do amigo – Mas essa pessoa é apaixonada por outra.

—E quem é, essa pessoa? – Indagou Sirius, surpreso.

—Não importa. – Respondeu Rabicho, dando de ombros.

—Como assim não importa, seu puto. – Disse, bagunçando o cabelo do amigo – Me fala, quem é?

—Já disse que não importa. – Repetiu, se esquivando do amigo – Mas mudando de assunto, é hoje que a gente vai começar a aplicar a pegadinha falsa, não é?

—Sim. – Respondeu Black – Porra, eu não vejo a hora de pegar o cuzão que está fazendo isso, com a gente.

—Eu também. – Concordou, antes de perceber que James se juntava a eles, novamente – E aí, o que ela queria?

—Cadê o Remus? – Perguntou, Potter.

—Foi falar com a Raven, por quê? – Questionou, Black.

—Ótimo. – Disse James olhando para os lados, no intuito de se certificar de que não havia ninguém por perto – Olha, a Lilian descobriu que ele é um lobisomem, mas ele não pode saber disso.

—Como?! – Perguntaram Sirius e Pedro, assustados.

—Ela ligou os pontos, quando leu a respeito dos lobisomens em um dos livros que a gente usa. – Explicou, Pontas – Mas não se preocupem, que ela não falou para ninguém.

—Mas por que você quer esconder isso do Aluado? – Perguntou, Sirius – Eles são amigos desde o primeiro ano.

—Ela acha melhor não contar, para não preocupar o Remus. – Respondeu, James.

—E ela tem razão. – Comentou Rabicho – Mas vamos mudar de assunto, que ele está chegando.

—Olha ele, aí. – Disse Black, dando um leve soco no ombro de Lupin, assim que o amigo se aproximou – Foi dar uns beijinhos na Raven, né?

—Ela me chamou para avisar, que vai tentar fazer uma poção para as minhas transformações. – Respondeu, animado – Para eu não ficar violento na noite de lua cheia.

—E o que ela precisa para fazer essa poção? – Perguntou James, efusivo.

—É, o que ela precisa? – Repetiu Black.

—Ela ainda não começou os preparos, porque precisava saber algumas coisas que acontecem quando eu me transformo. – Respondeu, Aluado.

—Se ela precisar de qualquer coisa, avisa para a gente. – Afirmou Pontas.

—É, a gente busca o que ela quiser. – Completou Rabicho.

—E o que a Lily queria falar com você? – Perguntou Lupin ao encarar Potter.

—Ah, ela quis avisar que a Grifinória vai precisar de monitores para o próximo ano letivo, e pediu para eu participar da seleção. – Mentiu.

—Seria uma ótima ideia você participar. – Informou Remus – Assim você fica mais perto dela.

—Como eu nunca pensei nisso, antes? – Perguntou James, indignado.

(...)

Antes do jantar ser finalizado, alguns estudantes receberam cartas e encomendas externas e uma dessas pessoas foi Elizabeth, que ficou surpresa ao apanhar duas cartas e ler os nomes de Marlene Mckinnon e Noah Davis.

Após ler de quem se tratava as correspondências, Lizzie resolveu ir até o seu dormitório para que pudesse ter privacidade, ao lê-las.

—Aconteceu alguma coisa? – Questionou Sirius, que decidiu seguir a garota no momento em que percebeu a sua feição séria, ao ler os remetentes das cartas recebidas.

—Eu não sei. – Respondeu, ao encará-lo.

—São cartas do seu tio? – Perguntou, se aproximando ainda mais.

—Não, é de uma antiga amiga de Ilvermorny e do ... – Informou, antes de mostrar uma das cartas – ... Noah.

—O que esse babaca quer com você? – Questionou, irritado.

—Não sei, eu ainda não li. – Respondeu, dando de ombros – Mas quer saber, eu não quero saber o que ele quer comigo. – Afirmou, levando a correspondência para perto de Black – Me faz um favor, joga isso fora.

—Com todo o prazer. – Afirmou o estudante, ao pegar a carta e guardar em seu bolso traseiro.

—Amanhã a gente se fala. – Disse Lizzie, antes de dar um breve beijo em Black e se afastar dele.

No momento em que Elizabeth saiu de vista, Sirius retirou a carta que havia guardado em seu bolso e a abriu.

Querida, Lizzie

Provavelmente, você nem chegue a abrir essa carta, mas eu decidi arriscar o envio, pois precisava te pedir desculpas por tudo o que aconteceu aqui em Ilvermorny. Eu deveria ter acreditado em suas palavras, quando me disse que o pessoal daqui te perseguia injustamente, principalmente a Grace que foi a responsável por todos os seus problemas.

Eu também precisava te avisar, que os meus pais estão planejando se mudar para Londres no próximo semestre, por causa de uma vaga no Ministério que o meu pai estava concorrendo, e com isso eu vou ser transferido para Hogwarts.

Saiba que eu nunca parei de pensar em você, um dia sequer e que o meu maior desejo é conseguir uma segunda chance para nós dois. Eu prometo que nunca mais vou duvidar da sua palavra.

Bom, é isso...em breve, estarei aí.

Atenciosamente,

Noah Davis

—Era só o que me faltava. – Reclamou Sirius, rasgando a carta – Esse filho da puta sem noção, vir para cá.

Sirius Black sempre foi um rapaz confiante, no que diz respeito a conquistas, mas quando se tratava de Elizabeth, ele sentia que a qualquer momento a garota poderia se desvencilhar dele e isso o fazia se sentir completamente inseguro.

A ideia de ter Noah estudando em Hogwarts, só o deixava ainda mais instável emocionalmente, e se Lizzie o trocasse pelo antigo namorado?

—Aconteceu alguma coisa? – Perguntou James, que se aproximava da cena com os outros Marotos.

—O ex namorado da Lizzie vai vir estudar aqui, no próximo semestre. – Respondeu, enraivecido.

—Foi ela quem te contou? – Questionou Lupin.

—Ela não sabe. – Respondeu Almofadinhas, bufando.

—Se ela não sabe, como você sabe? – Perguntou Pedro, confuso.

—Ela recebeu uma carta dele, mas não quis ler e pediu para eu jogar fora. – Respondeu, mostrando os restos da correspondência que estava em suas mãos – Aí eu abri e li.

—Isso não é invasão de privacidade? – Questionou Remus.

—Ela não pediu para eu não ler. – Respondeu Sirius, dando de ombros.

—E o que você vai fazer? – Perguntou Pettigrew.

—Não tenho ideia. – Respondeu, desanimado – Mas e aí, vocês fizeram o que a gente combinou?

—Sim. – Responderam os três amigos.

A primeira parte do plano consistia em soltar frases como: “Hoje à noite vai ser épica” e “Hoje o V não pega a gente”, no decorrer daquele dia e em locais distintos, pois eles chegaram à conclusão de que a pessoa, que estava os sabotando, ficava sempre à espreita tentando ouvir qualquer informação, que fosse útil para estragar as pegadinhas deles.

—Agora só falta falar o que combinamos, no nosso Salão Comunal. – Apontou, Rabicho.

—Então vamos logo. – Apressou James.

—É hoje que a gente pega esse filho da puta. – Comemorou Black.

(...)

Elizabeth segurava a carta de Marlene em suas mãos, quando o seu anel projetou a voz ofegante de Frank Longbottom.

—Vingadores, surgiu uma missão de última hora. – Anunciou o estudante afobado – Alice e Lilian fiquem perto da porta do Salão Comunal e se um dos Beatles sair, nos avisem. – Pediu – Henry, Lizzie e Ray nós nos encontramos em frente ao Salão Principal, em dez minutos.

—Combinado, Capitão. – Disse Fortescue – Vamos ficar vigiando à entrada e qualquer coisa avisamos.

—Vingadores, avante!