Music escrita por Bia


Capítulo 2
Luz dos olhos


Notas iniciais do capítulo

Música: Luz dos olhos, Nando Reis.
Classificação: Livre!



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Luz dos olhos

Ponho os meus olhos em você

Se você está

Dona dos meus olhos é você 

Uma vez tio Iroh disse a Zuko que os olhos nunca mentem.

Durante muito tempo, o garoto achou que essa era outra daquelas indecifráveis frases filosóficas do velho e a considerou subjetiva e errada; se os olhos não mentem é porque não dizem nada, são órgãos utilizados para localizar o inimigo e nada mais. Quando, então, aquele sentimento passou a fazer parte do seu ser, o príncipe pode atingir a sabedoria nas palavras do general. 

Zuko não precisou dizer nenhuma palavra para que todos ao redor soubessem de seu amor por Katara. Seus olhos, rebeldes traidores, eram mais evidentes do que qualquer discurso poderia ter sido.

Aqueles olhos dourados, firmes, que sobreviveram e viram tantas coisas, olhos que Zuko sempre considerou seus, agora tinham uma outra dona. E eles tinham vida e personalidade própria, desobedientes e teimosos, constantemente à procura dela, mesmo quando não deviam.

Não foi vergonhoso saber que Toph tinha notado, pois o dobrador de fogo sabia do seu dom sobrenatural de percepção, mas quando ela lhe disse, sorrindo com malícia não natural para sua pouca idade, que o sentia mover a cabeça de um lado para o outro quando Katara não estava por perto e se fixar quando ela aparecia, Zuko corou até as orelhas.

E, caso não fosse o bastante, quando o jovem Senhor do Fogo acreditou ser muito mais furtivo do que era de fato e passou, dissimuladamente, pelo grande jardim da casa que hospedava os amigos sem cumprimentar Sokka, Suki e Aang, que estavam ali, apenas por não ter visto Katara e desejar ir atrás dela, teve de ouvir depois, em alto e bom som, o guerreiro da tribo da água dizer durante o jantar:

— Ei, você pode vir falar conosco quando chega aqui, não precisa ir correndo para a minha irmã.

Eu te amo

Eu te peço, vem

Diga que você me quer

Porque eu te quero também

Mas, apesar dos constrangimentos constantes e de ter perdido a autonomia de uma parte do seu corpo, Zuko se considerava um homem com muita sorte, pois era de conhecimento geral que os olhos de Katara também buscavam inquietos por ele.


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