Anoitecer escrita por Kah
Notas iniciais do capítulo
espero que gostem bjs.
Às vezes, não conseguia acreditar em como o tempo passava rápido, há uns anos atrás eu era apenas uma garotinha, que em choque se via perdendo o pai para a morte, e então, essa garotinha cresceu, ela aprendeu a lutar por si própria, e aprendeu a vencer sozinha. Passei por
altos e baixos, mas venci acima de tudo. Sofri quando perdi meu pai, sofria com as brigas constantes que ocorriam em casa, sofri quando me apaixonei e sofri mais ainda quando aos quinze anos me descobri grávida. Estava sendo mãe de primeira viagem, e infelizmente acabaria sendo pai também, pois aquele que confiei e pensei que seria para sempre, simplesmente me deixou, não se importou com o que aconteceria não se importou com nada, nem mesmo com o filho dele.
Mas eu cresci, aprendi com meus erros, e venci os meus medos. Cuidei do meu filho, o amei e dei tudo que podia de melhorar, e fui feliz até ali, mesmo com os momentos de angustias, com os medos de fracassar, e a ideia de que nada dava certo para mim.
Dennis, minha vida, crescia cada dia mais rápido e vendo as coisas passar através dos meus olhos, percebia que nada eu poderia fazer. Eu não podia parar o tempo e o deixar ser para sempre apenas o meu menino, não poderia congelar tudo, eu tinha que o deixar viver, mesmo quando fosse difícil imaginar um dia ter que viver sem ele.
— Mamãe? — uma voz infantil me chamou, e eu não precisava nem ao menor virar para saber de quem se tratava.
— O que está fazendo acordando tão cedo meu amor? — perguntei já virada para ele, e vendo o meu pequeno esfregar os olhinhos com a costa da mão.
— Eu perdi o sono mamãe — falou enquanto se sentava na cadeira.
— Ah e por isso que você está aqui acordando tão cedo, seu lindo? — digo apertando aquelas bochechas lindas.
— Sim mamãe — disse pegando um pequeno pedaço de pão, que minutos antes eu tinha comprado na padaria. — Mamãe me conta aquela história de quando você era pequena?
— De novo meu amor? — pergunto e vejo-o balançar freneticamente a cabeça. — Tudo bem, quando eu nasci, eu era como qualquer outra criança, mas eu era diferente de certa forma, porque eu tinha um espelho meu. — Falo enquanto coava o café.
— Um espelho mamãe? — fala com sua carinha de espanto, mesmo tendo apenas dois anos, tinha certas coisas que ele fazia melhor que um adulto, e me fazer rir eram uma dessas coisas.
— Sim meu amor, era como se eu olhasse para mim mesma, pois éramos iguais. O rosto, a aparência, o jeito de se vestir e às vezes acabava de quase ninguém descobrir quem era quem — digo sorrindo com aquela memória.
— E o que aconteceu mamãe? — pergunta se referindo ao fato dele nunca ter visto ela.
— Quando tínhamos dez anos, quatro anos depois de o nosso pai ter falecido, ela ganhou uma bolsa de estudos na escola e por isso foi estudar fora — digo finalizando a história, com aqueles típicos finais felizes, algo que na vida real, estava bem longe de acontecer.
— E polque ela nunca vortou? — meu lindo perguntou.
— Porque ela está feliz lá — Onde for que seja; penso sorrindo triste.
— Bem porque você não volta para a cama em? — pergunto o olhando por um segundo e depois me virando para ver o café.
— Tudo bem - Diz saindo correndo para o quarto.
Acabei de arrumar o café e o tomei rapidamente, até porque seria pelo menos uma hora até o meu serviço, e se eu me atrasasse iria acabar perdendo o ônibus. Por isso tomo o café rapidamente, e vou em direção ao meu quarto, quando cheguei lá, Denys estava deitado novamente, e provavelmente dali há uma hora minha mãe o acordaria, para ele poder ir para a escola.
Fecho a porta do quarto cuidadosamente, e vou em direção a porta da casa, pegando a chaves e trancando, já que minha mãe já tinha uma chave.
Enquanto andava até o ponto de ônibus, meus pensamentos estavam a mil, eu tinha tantas coisas para fazer, e muitas contas para pagar.
O meu serviço não era de longe o que sempre desejei, mas pelo menos dava para pagar as contas que acumulava.
Ao chegar ao serviço logo me pus a trabalhar, pois tempo era dinheiro, ou pelo menos era isso que meu chefe vivia dizendo.
O trabalho demorou bastante para acabar e no fim do dia, eu já me encontrava exausta, sem forças nem para andar até o ponto de ônibus. Porém eu tinha que chegar em casa, pois meu lindo bebê me esperava.
Andava devagar pela rua, a noite meio que ia aos poucos chegando e eu pude deslumbrar um pouco do brilho da lua, porém minha atenção foi tirada daquela coisa redonda que brilhava intensamente, por causa de uma sombra que parada um pouco mais a minha frente.
Continuei andando e tentando não me intimidar com aquela sombra, mas algo nele me fazia sentir indefesa. E eu tinha motivos para me sentir indefesa. De repente sinto a sombra mais perto de mim, e logo em seguida ele disse o que eu mais temia.
— Entre no carro — sua voz era grossa e senti leves tremores passar pelo meu corpo e eu sabia que nada ficaria bem. Minha mente gritava para eu correr, porém eu estava petrificada.
— Entre no carro agora! - Ele disse mais alto.
Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, fui empurrada por ele para um carro preto e antes de me ver presa lá dentro a última coisa que pensei foi; eu não sairia viva dali
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Eai gente comentem oque acharam.