Isso não é Romeu e Julieta escrita por Lady Black Swan


Capítulo 11
Apenas alguns boatos e mal entendidos...


Notas iniciais do capítulo

Olá Joh-chan! ♥



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E ali vinha Julieta correndo com seu porquinho de estimação e aqueles tênis laranja neon, os lábios de Aaron curvaram-se em um sorriso e ele já havia começado a se levantar quando avistou Romeu vindo mais atrás, pedalando em sua bicicleta, ora, aquilo era incomum.

Antes que o trio o avistasse Aaron virou-lhes as costas, apoiou um dos pés sobre o banco onde estivera sentado e desamarrou o cadarço do tênis, de forma que estava muito naturalmente amarrando-o quando um mini porco parou ao seu lado, roncando e apoiando as patas dianteiras no banco para conseguir espiar melhor o que ele estava fazendo.

—Opa, olá Pururuca. — cumprimentou-o com um sorriso de lado, como se não o tivesse visto chegando, mas também não estivesse surpreso em vê-lo — Eu já entendi o seu plano: se fizer exercícios todo dia, vai poder atrasar seu encontro com a panela o máximo possível.

—O nome dele é Astolfo e ninguém está preparando-o para entrar na panela, mas você já sabe disso. — Julieta respondeu irritada e Aaron tentou não rir, como é que ela sempre caía na mesma provocação? Ouviu-a assoviar baixo, chamando pelo porquinho: — Astolfinho junto.

O mini porco ainda farejou mais uma última vez com curiosidade antes de se afastar e ir se sentar ao lado dos calcanhares da tutora, só então Aaron virou-se, hoje os cabelos dela estavam partidos ao meio e presos no alto em dois coques e, além dos tênis laranja e da pochete vermelha de sempre, estava vestindo um macacão curto de academia roxo e uma jaqueta rosa Pink por cima, Romeu estava logo atrás, com os braços cruzados apoiados no guidom da bicicleta, usando tênis, bermudas e camiseta.

Aaron acenou com a cabeça para ele.

—E aí?

—Oi. — Romeu acenou de volta — O que está fazendo aqui?

—Ele está sempre por aqui. — Julieta respondeu em seu lugar — Seja de manhã ou à noite, sempre o encontro por aqui, é como se morasse nessa praça.

—Eu gosto de vir aqui. — deu de ombros com as mãos nos bolsos — Ver as pessoas… correr…

—Ele acha que pode correr mais do que eu. — Julieta comentou com Romeu, como se aquilo fosse uma piada muito engraçada.

Mas Romeu ainda estava encarando-o.

—Sim, mas Aaron ficou off um pouco antes de mim, dizendo que estava atrasado para uma coisa super urgente…

De repente Aaron começou a tossir tão violentamente que Julieta e Romeu — e até o porco — deram um passo para trás.

—Você está bem?! — ela perguntou-lhe.

—Estou. Eu só me engasguei… — Aaron pigarreou — Com catarro.

Por que disse justamente isso?!

 —Eca. — fez Romeu.

Julieta estava mexendo na pochete agora.

—Eu tenho um pouco de água. — avisou.

—Espere. — Aaron ergueu a mão — Essa aí não é a mesma pochete onde você guarda a pá e as sacolas de papel que usa para juntar as fezes do porco?

—Sim, mas em compartimentos diferentes. — ela explicou já puxando uma garrafa verde metálica estampada com várias flores coloridas.

Ainda assim Aaron permaneceu com a mão erguida.

—Estou bem agora, gracias. — garantiu.

—Você é quem sabe. — Julieta deu de ombros, tomou um gole e guardou a garrafa de volta — Então vamos continuar a corrida, Romeu?

O porquinho colocou-se de um pé com um ronco animado.

—Precisamos mesmo continuar correndo? — Romeu reclamou suspirando e expressando um tipo bem diferente de humor do suíno — Por não podemos só andar?

Quando Julieta se virou, Aaron reparou no par de brincos com pedrinhas negras alinhados em sua orelha esquerda, onde a pele havia se tornada branca.

—Mas por que você está reclamando se está de bicicleta? — e sem lhe dar tempo de responder continuou: — Correr faz os intestinos trabalharem melhor, e até agora Astolfinho só esvaziou a bexiga.

—Eca. — fez Romeu novamente, com a diferença de que dessa vez Aaron se juntou ao coro.

—Não precisam ser tão sensíveis. — Julieta bufou e puxou a guia do porquinho quando começou a correr novamente.

Aaron nem tinha reparado que já havia começado a se mexer para segui-la até que Romeu segurou seu braço.

—É melhor não se aproximar dela agora. — avisou-o.

—Não é nada disso. — negou sorrindo — Eu só estava…

—Não. — Romeu apontou — Parece que a pequena corrida fez efeito e os “intestinos do Astolfinho começaram a trabalhar”.

Era verdade, Aaron constatou ao ver Julieta apanhar a pá e uma sacolinha de papel e abaixar-se enquanto as pessoas que passavam por perto faziam caretas e desviavam seus caminhos.

Como uma coisa tão pequena podia criar bombas com todo aquele poder destrutivo?!

—Acho que você tem razão, vamos esperar um pouco. — Aaron concordou pigarreando e voltando-se para Romeu novamente. — Tem uma coisa que eu gostaria de te perguntar Romeuzinho.

—“Romeuzinho”? — Romeu repetiu com uma careta.

Aaron continuou:

—Tem um tempo que estou reparando várias pessoas me evitando na escola, outras cochicham às minhas costas e hoje dois caras da sua turma vieram até a minha querendo saber o preço da marola.

Romeu o olhou sem entender.

—Marola?

—4:20. Erva… — Aaron continuou, girando a mão em círculos no ar, mas o rosto de Romeu continuou vazio e sem demonstrar qualquer sinal de compreensão, ele impacientou-se: — Maconha!

—Ah! — Romeu arregalou os olhos. — Ah… hum sim, talvez eu saiba o que está acontecendo. — Ele admitiu desviando o olhar, Aaron cruzou os braços e esperou. — É só uma coisa que Margô nos disse…

—Margarida? Ela com certeza estava sabendo de alguma coisa também, entonces habla lo que se pasa!

—Bom… tem umas conversas por aí, de que você se mete em uns problemas…

—Que tipo de problemas?

—Hum… — ele esfregou a parte de trás do pescoço, parecendo bastante desconfortável — Coisas como brigas, roubos, vandalismo, drogas…

Os olhos de Aaron começaram a se arregalar cada vez mais conforme Romeu prosseguia com a sua lista, e por um momento ele fez menção de passar a mão pelos cabelos, mas então lembrou que iria despenteá-los e baixou a mão.

—Isso de novo? — reclamou.

—De novo?

Romeu assustou-se colocando o pé sobre o pedal, como se já estivesse se preparando para fugir, Aaron ergueu as mãos.

—Olha, não é nada demais, ok? É boatos, pura fofoca.

—Então… — Romeu hesitou — Não é verdade?

—Eu posso ter me metido em algumas brigas. — admitiu — Mas até a nossa querida July ali não arrastou a cara de alguém na terra?

—Na verdade ela fez alguém comer terra. — Romeu deu de ombros.

—Isso, exatamente.  — Aaron estalou os dedos — E sobre o vandalismo… é, eu e Adila rasgamos os pneus de um cara, mas ele foi um babaca traidor com ela e ninguém prestou queixa, que fique claro! E sobre eu ter tentado roubar um carro, é um grande exagero…!

—Mas não uma mentira completa? — desconfiou.

Aaron deu de ombros.

—Pois é, criança.

—E a parte das… drogas?

Soy colombiano, tengo una madre aficionada por plantas que convirtió nuestra morada en una jungla, así como un montón de muchos vecinos chismosos llenos de prejuicios…

De repente Romeu começou a tocar a campainha de sua bicicleta sem parar, como um alarme irritante de despertador para trazer Aaron de volta à realidade.

—Calma, calma, calma! — pediu parando de tocar a campainha — O que você está dizendo? Eu não entendo nada, está falando rápido demais, e que língua é essa?!

—Castellano. — Aaron o olhou — Acabei de dizer que sou colombiano.

—Não disse não! — Romeu o olhou surpreso.

Quando Aaron abriu a boca para retrucar, Julieta os chamou:

—Romeu, escute isso! — correndo poucos passos diante da tutora, o porquinho roncou animado — Eu estava falando com Benjamim ainda agora e…

—Dessa vez foram rabanetes alienígenas? — Romeu a interrompeu — Beterrabas extra dimensionais?

Hã?

—Não são nem 19h ainda, Romeu, ele estava acordado! — Julieta colocou as mãos nos quadris, girando os olhos — Além disso, ele me mandou mensagens, até agora Benji nunca conseguiu escrever enquanto dorme. Meu primo não me procura só durante as crises de sonambulismo dele, sabia?

—Mas ligar para aquela pizzaria vinte e quatro horas, e amarrar um balde em uma corda para conseguir entregar o dinheiro e pegar a pizza pela varando sem precisar descer foi moleza, não é? — Romeu sorriu apoiando os cotovelos no guidom da bicicleta e deixando o rosto entre as mãos.

—Você e eu sabemos que ele não estava sonâmbulo naquela vez, embora ele diga o contrário até hoje. De qualquer jeito. — ela estalou a língua — ele estava reclamando porque você só convidou Heleno para jogar e agora o está ignorando.

—Ah. — Romeu endireitou-se — Eu deixei meu celular carregando na sua casa Julys, ele quer jogar Among Us também? Eu posso convidá-lo para o grupo. July você deveria jogar também.

Ele lançou um olhar a Aaron, que sorriu avaliando Julieta e pensando se aquele “Benjamin” seria tão bom quanto Heleno em se auto sabotar e ferrar com Romeu mesmo sem (supostamente) nenhuma intenção.

—Na verdade ele estava se referindo a juntar todo mundo e ficar 48 horas acordado jogando, fazendo maratona de filmes e bebendo energético.

—Isso seria legal! — Romeu concordou sorrindo — Não fazemos isso desde o ano novo, quando comemoramos todo mundo estar vacinado!

—Eu comemorei o fim da quarentena comendo dois x-bacon enormes junto com a Adila. — Aaron contou sonhador — Caramba, eu pensei que íamos entupir as artérias e enfartar lá mesmo, mas valeu cada mordida. Que foi? — Perguntou ao notar os olhares bravos e ofendidos de Romeu e Julieta, na verdade até o porco parecia estar olhando-o ultrajado agora. Ah claro, o porco… — Ah certo, foi mal aí presuntinho, mas estava uma delícia mesmo.

O porco roncou irritado, e Julieta girou os olhos.

—Tanto faz, Benjamin adora x-bacon. — ela tirou o celular do bolso da jaqueta. — É o Heleno.

As sobrancelhas de Romeu se ergueram até quase desaparecerem sob os cachos.

—E qual é a previsão dessa vez? Nuvem de gafanhotos? Ah não, espera, isso ele já previu em 2020… não me diga que agora vão chover sapos ou que a água vai virar sangue!

—Romeu você já está sendo ridículo! — Julieta reclamou socando-o no braço.

—Ai!

—Heleno não é nenhum vidente.

—Olha depois de ver o desempenho dele em Among Us eu meio que tenho que concordar. — Aaron argumentou dando de ombros.

—Você não sabe do que está falando! — Romeu apontou para sua cara — O cara poderia ser até roteirista dos Simpsons!

—Tá Romeu, já chega. Heleno só está dizendo que… — ela parou.

—O que? — Romeu perguntou ansioso — O que?!

¡Cálmate hombre de Dios! — Aaron reclamou se sentindo na obrigação de lhe dar uma tapa na nuca. — Mas o que o seu tio quer, meu bem?

—Ele só estava dizendo que já faz tempo que não nos juntamos todos para fazer maratona de filmes e jogar uno…

—MAS COMO É QUE ELE SABIA DISSO?!

Romeu gritou tão alto que várias pessoas na praça olharam para eles… porque é claro que o casaco rosa choque e o porco de estimação de Julieta ainda não chamavam atenção o suficiente.

Aaron passou a mão pelo queixo.

—Quer saber? Acho que estou repensando aquela coisa de paranormal.

—Ninguém que saber sua opinião! — Julieta rebateu irritada, mas ainda assim tentou justificar-se para Romeu: — Com certeza Benjamin falou com ele também.

—E falou? — Romeu duvidou.

Julieta fez uma careta, mas começou a teclar no celular, enquanto Aaron mostrava a língua para o mini porco que fungava junto aos seus calcanhares.

—Ele falou com o Benji. — Julieta afirmou enfiando rapidamente o celular no bolso. — Vamos Astolfinho, vamos completar a volta para podermos ir para casa.

Ela puxou a guia a saiu correndo dali junto do porquinho, pelo menos o estado de espírito dela parecia muito melhor do que pela manhã.

—Espera Julys…! — mas ela já tinha ido embora, Romeu se preparou para começar a segui-la com a bicicleta, mas antes olhou para Aaron — Heleno não falou com Benji coisa alguma! Você concorda comigo, não é?

Aaron ergueu as mãos.

—Sou incapaz de opinar. — declarou.

Romeu inclinou a cabeça de lado.

—E se for capaz?

Romeu e Julieta não haviam chegado para a aula, Margo estava parada na frente da sala esperando-os quando avistou a professora da primeira aula chegando. É. Agora já era. Ou foi o que pensou até avistar Julieta também…

Era uma dádiva que Julieta fosse tão atlética e capaz de correr tão rápido… ou nunca teria sido capaz de alcançar e ultrapassar a professora Thania quando ela já estava a menos de meio metro da porta da sala, Margô considerou uma grande prova de autocontrole do espírito competitivo-agressivo daquela maluca quando ela não tentou dar nenhuma cotovelada na professora ao ultrapassá-la (ela não contava que teria a mesma sorte, então optou por sair da frente antes que Julieta passasse por cima dela).

—Yes! Na trave! — Julieta comemorou socando o ar, enquanto Margô e o resto da turma riam.

—Julieta. Quase se atrasou para a aula. — Thania entrou fechando a porta atrás de si — O portão da escola já fechou há quase dez minutos, onde você estava?

Julieta arremessou a mochila em sua cadeira quase do outro lado da sala, ela tinha uma mira incrível, mas Margô já devia saber disso considerando o histórico dela em nocautes por balaços, a cadeira de Romeu, logo à frente, continuava vazia.

—Eu sei, levei quase sete minutos pulando o muro e tentando ser discreta o suficiente para não ser pega pelo inspetor.

—Por quê? — Alan gritou ao fundo — Já devia ter bastante prática pulando a sacada do seu quarto para ver seu namoradinho Romeu às escondidas.

E começou a fazer sons estalados e debochados de beijos que despertaram gargalhadas na turma e um olhar tão furioso de Julieta que Margô só conseguiu pensar que aqueles malucos eram suicidas.

—Realmente, onde está Romeu? — Thania questionou olhando a volta.

—Oh Romeu! — alguém disse com uma voz fina de falsete no fundo.

Mais gargalhadas. Margô com certeza não se incomodaria em mandar flores para o enterro deles.

—Romeu não vem hoje. — Julieta avisou indo se sentar.

Claro que não, Julieta nunca se atrasaria se Romeu estivesse com ela, porque ele era praticamente um cronometro!

Houve algumas piadas sobre Romeu ter ido a um duelo e enquanto Thania mandava todos se aquietarem, Margô voltou sutilmente ao seu lugar antes que a professora a notasse ainda de pé ali, afinal Julieta podia até ser rápida, mas ninguém era mais furtiva que Margô…

—A Julieta sem o seu Romeu é uma coisa, muito, muito triste. — comentou repentinamente atrás da amiga durante o intervalo, fazendo-a sobressaltar-se de susto.

—Margô você tem que parar de aparecer assim atrás de mim! — ela reclamou pausando o vídeo que assistia no celular. — E como assim sou uma coisa triste?!

Margô apontou para o celular.

—É assim que você pretende passar o intervalo só por que Romeu não está aqui hoje? Assistindo vídeos de… o que é isso? Um passarinho andando de skate?

—É uma calopsita. — Julieta explicou. — O nome dele é Suzaku. — Margô lançou-lhe um olhar de pena e, de repente, Julieta eriçou-se toda — Só temos quinze minutos de intervalo, o que você quer que eu faça de tão significante para a minha existência assim em tão pouco tempo?

—Só temos dez minutos no máximo, já perdemos tempo demais aqui. — Margô enganchou o braço ao seu e a puxou para ficar de pé — Vamos andar, você vai me pagar o lanche.

Julieta olhou-a entediada enquanto enfiava o celular no bolso, mas não tentou resistir.

—Para que você trabalha mesmo?

—Para comprar roupas e maquiagem. — respondeu — Por que o nosso Romeuzinho não veio hoje?

—Não o chame assim…

—Tudo bem. — girou os olhos, e sorriu debochada logo antes de corrigir-se: — O seu Romeuzinho.

Julieta fez uma careta, mas não tentou corrigi-la novamente, ao invés disso falou:

—Acabou o gás na casa dele.

—Hã?

—Acabou o gás na casa do Romeu, e como os pais dele estão trabalhando ele teve que ficar para esperar o carro passar vendendo. — explicou.

—Não era só ligarem e pedirem para entregar? — perguntou confusa.

Julieta a olhou de forma horrorizada.

—E pagar aquela taxa extra absurda?! — as duas pararam na fila — Eu compro o salgado e o suco que você quiser, desde que não custe mais que R$ 12,00, mas o que vai fazer no domingo?

—Pare de mudar de assunto assim, é muito confuso! — reclamou — Domingo é o aniversário da minha tia, vai ser um inferno!

—Por quê?

—Você sabe o que é o aniversário de uma crente radical? Ela vai chamar o pastor e os membros da igreja e vão ficar duas horas de mãos dadas rezando na sala de casa!

—Não parece tão ruim…

—E vão rezar pela minha alma com certeza, por que uma mulher cortar o cabelo tão curto e andar por aí mostrando o umbigo é sacrilégio, mas tudo bem ficarem falando dos outros pelas costas e decidindo quem vai ou não para o…

—Hã, Margô?

—Que me dera ainda estarmos no meio da pandemia! — Desabafou tão alto que acabou atraindo vários olhares tortos em sua direção, pigarreou. — Não estou dizendo que quero outra pandemia, é só que no ano passado ela fez a mesma coisa e eu tive todo o prazer de fazer a ligação anônima para denunciar. Aquele policial gato foi TU-DO! — ela imitou uma voz grave — “Querem fazer aglomeração? Ótimo, vamos fazer aglomeração na delegacia!”

Era a vez delas, Julieta apontou e disse-lhe para escolher o que quisesse, foi quando estavam voltando para a sala que Margô, ainda com a boca cheia de carne e ovo, de repente teve uma idéia:

—Juju quanto você acha que custa um daqueles stripers? Sei lá, um vestido de policial que possa ir lá em casa na hora do aniversário e…

—Ou você poderia deixar isso para lá e vir passar o dia na minha casa. — Julieta sugeriu.

—Por quê? — Margô estranhou, pois Julieta nunca a havia chamado para ir até a sua casa exceto quando…

—No domingo Heleno e Benjamin vão passar o dia lá em casa, vai ter piscina, churrasco, uno, banco imobiliário… era para ser um dia em família, mas aí o Romeu chamou o Aaron para aparecer.

—Ah não! — Margô afastou-se — De jeito nenhum, vocês estão malucos?!

—Margô, por favor! Romeu já me disse que tudo o que falam do Aaron é um grande exagero!

—Ele foi preso cinco vezes, Julieta! Cinco!

—Fofoca!

—Eu não vou!

Começou a se afastar, mas Julieta agarrou sua mão.

—Margô, por favor, eu não quero ser a única garota lá. — suplicou.

—Tá, mas você não continuaria sendo a única garota lá mesmo se o nosso Adônis fora da lei não fosse aparecer? — Margô inquiriu ceticamente.

—Tá. — Julieta fechou a cara, tirou o celular do bolso e começou a mexer nele resmungando: — Eu não acredito que estou fazendo isso, mas aqui vai. Margô. — ela virou a tela do aparelho para a amiga — Esse aqui é o meu tio.

Margô girou os olhos.

—Olha Julys…

—É Julieta.

—Mesmo que seu tio seja um coroa muito do enxuto eu ainda assim posso garantir que não estou interessada em… — e então ela olhou para a tela e se calou por exatamente seis segundos, antes de abrir um enorme sorriso e jogar os braços em volta dos ombros de Julieta dizendo: — Pode me chamar de titia!

—Por que é que eu já estou arrependida? — Julieta resmungou.


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Notas finais do capítulo

Se houver alguém aqui além da Joh-chan, se manifeste para me dar um olá também! XD



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