A Maravilhosa Loja de Argoluli — O Terrível escrita por Félix de Souza


Capítulo 21
Um mestre


Notas iniciais do capítulo

Olá caros amigos.
Tudo bem? Espero que sim.

Então, tenho novidades.
Já que estamos prestes a entrar no livro 3 e a historia está indo relativamente bem, decidi que quando terminar essa historia vou publica-la, mesmo que seja independente.
Éééé. Sabia que eu tenho um livro publicado?
Se chama O Pecado de Cyn.
Você encontra ele para degustação aqui mesmo nesse perfil.
Acaso você que lê esteja gostando, não se preocupe, eu vou concluir ele aqui.
Então por que estou avisando?
Bom, a versão publicada oficialmente, além de ser revisada por um profissional e ter uma capa mais decente é claro, deve sofrer pequenas mudanças no conteúdo.
Provavelmente um mapa e mais texto. talvez um ou outro nome mude, mas será reconhecível. Prometo não desfigurar, mas tentar melhorar para que seja do interesse de todos.
Resumindo. O que vocês leem é um rascunho. hehehehe
A novidade de hoje é essa.

Agora os nossos comerciais.

Deixe seu feedback, sua crítica, sua ajuda pode melhorar a historia e me mostrar um caminho.
Fora o incentivo.

Façam isso não só por mim, mas para os escritores que vocês gostarem. Tenho certeza que vão amar e fortalece a amizade, aí. ^.^
Sem mais demoras, mais um capítulo para vocês.



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https://www.youtube.com/watch?v=1XIA7YmrTCE

A tempestade vermelha no território sem lei que são as terras Escarlates leva os homens à loucura e a morte e se aproximava da feiticeira, entretanto se tornara uno com ela.

Zaya bint Shawfao, princesa de Giactutru, não era ninguém a ser subestimado, mas talvez nem mesmo ela soubesse disso.

Seu ponto fraco era a cautela em excesso.

Ela aprendeu a controlar as criaturas do deserto e se unir a essência delas. Também aprendeu a se unir ao deserto e seus fenômenos, tal como a tempestade de areia que convocou, e não só isso, a grande jogada nesse tabuleiro foi que ela uniu à outra tempestade que seguiria para lugares diferentes e a desviou até ao Legado de Safira.

Um feito que exigia tanto força quanto habilidade.

Era mestra em ampliar os efeitos de sua arte mágica, como quando possuiu o corpo do verme gigante e escolheu justamente um que tivesse acabado de ter crias. Sabia que eles a seguiriam pelo instinto de sobrevivência.

Magia e estratégia, esse era o estilo de Zaya bint Shawfao.

No deserto das Terras Escarlates ela era o equivalente à Argoluli na sua loja.

Ela só não sabia disso.

Feiticeira por linhagem, sua magia era instintiva. Se tivesse o conhecimento de Argoluli, saberia mais sobre si mesma.

E lá estava ela, deixando que a tempestade a levasse para longe, e saboreando o amargo de uma nova derrota.

Verdade que sozinha ela quase destruiu toda a tropa de Safira, entretanto, ela não via isso como uma vitória.

Aqueles que morreram eram apenas lacaios. Nenhum Malafith morrerá.

Inclusive foi atingida por um, que violou a santidade do seu rosto e arrancou seu hajib.

"Amaldiçoado seja". — pensou plena de rancor. “Nunca fui tão humilhada”.

O tolo não tinha foco ou disciplina como ela. Bastou que apontasse a tempestade e distraiu-se. Parecia até mesmo entrar em pânico. Isso era mais um motivo para se sentir humilhada.

Foi derrubada por um infiel estúpido.

Se ele tivesse dado o golpe de misericórdia a tempestade cessaria e todos os sobreviventes estariam a salvo.

Ao invés disso desviou o olhar, dando tempo para ela fundir-se com a areia do deserto.

Seu corpo agora mesclado a areia do deserto foi erguido pela violenta tempestade também se misturando a ela. A magia a protegeria e não permitiria que a areia que formava seu corpo se dispersasse demais a ponto de ela sofrer algum dano.

Estava fisicamente segura, porém, era como um naufrago a deriva. Não tinha ideia de onde iria parar.

Convocou a tempestade e agora não estava mais sob seu poder. Tinha força e vontade própria.

Enquanto era impulsionada pelo ímpeto da natureza, só lhe restava a meditação e as lembranças do sonho que teve antes disso tudo começar. A nova revelação.

***

— Despertai, Zaya.

A feiticeira perscrutou os arredores, sentiu o aroma do precioso sândalo, um silêncio somente rompido pelo crepitar das chamas nas lanternas de óleo e mirra.

O ambiente austero, onde as bordas do aposento eram engolidas pela escuridão, era iluminado no centro onde se encontrava, havia um círculo de luz iluminando serenamente os arredores. Uma luz reconfortante, segura, amigável, convidativa como um oásis no deserto.

Ela ouviu passos que ecoavam da escuridão. Suaves, sem pressa, seguros.

Ela sabia, no entanto, que apesar do convite para "despertar", seus olhos não estavam fisicamente abertos.

Talvez metafisicamente.

No limiar entre a luz e a escuridão, uma figura alta, que ela supôs ser um homem pelo tom de voz, deteve-se a espreita.

— Bem aventurada seja, filha minha. — saudou-a, o recém-chegado.

Zaya se prostrou diante a figura paterna que ela reconhecia como o espírito do califa Shawfao, o rei feiticeiro.

— Saudações, mestre amado. — embora fosse tratada como filha, ainda não se sentia digna de chama-lo de pai, mas que orgulho ela tinha.

Zaya afagava a lembrança como se fosse algo sólido que pudesse tocar.

Uma joia preciosa, um animal estimado, ou algo que a tocasse como um abraço paterno.

Seu mestre, o que já partirá para o além-véu, ensinou-a distinguir o sonho da revelação.

No sonho ela tinha algum controle, porém na revelação as coisas aconteciam de forma natural, fluída, independente, tal como no mundo real.

Ela tentou controlar aquela. Tentou invocar a imagem do seu narguilé. Nada aconteceu.

Quando criança já havia visto aquela figura, no dia da revelação da Lástima Final, tantos anos antes naquela infância perdida.

Dede então durante todo aquele tempo, ele foi seu mestre secreto.

Zaya podia dizer que teve dois mestres feiticeiros. Um que a instruía de dia e um durante a noite, através dos sonhos.

Esse era o segredo de sua força, evolução e poder para alguém tão jovem.

Além disso, era evidente que aquele que ela reconhecia como o rei feiticeiro, era mais sábio e instruído que seu mestre mundano. Muito mais poderoso.

Ele conseguiu revelar que entre os Malafith dessa encarnação haveria um fantasma.

Um daqueles pobres desafortunados eunucos à magia, indefectíveis a adivinhação.

Porém, não ao rei feiticeiro.

Nada escaparia a visão do onividente.

Se o mais improvável foi revelado, desnecessário dizer que ela observou os demais.

A única explicação para tanto, é que a magia do califa estava em outro patamar.

A magia cósmica.

Era sonhar alto demais que ela um dia chegasse nesse nível?

Um mestre desse porte como tutor a orientando?  Tudo era possível.

Empolgante? Sim, com certeza.

— Com tal poder eu conseguiria reerguer o império de Giactutru novamente. — gritou Zaya para si mesmo, debaixo do som ensurdecedor da tempestade. — Eu! Zaya! Imperatriz da Nova Giactutru renascida. — a ideia acalentava seus sonhos mais insanos de que seu destino era grandioso além da compreensão. Por isso seu mestre mortal a batizara com esse nome.

Zaya, que quer dizer, destino.

Entretanto, se tivesse esse poder agora, poderia esmagar o Malafith como os insetos que eram.

Shawfao só podia lhe auxiliar do além. Ela tinha a honra de ser seu arauto.

Deveria ser o bastante por enquanto.

Todavia já fracassará duas vezes seguida. Poder bruto parecia não ser o bastante para desmantelar o Malafith.

Precisaria usar de astúcia, destruir eles por dentro.

Infelizmente isso se impossibilitou já que um deles viu sua face.

O destino deles era forte.

Seria o fim dos seus sonhos?

Estava frágil, sozinha e sem mais inspiração.

Enquanto se questionava entre a fé e a desesperança, seu destino se revelou.

Seu corpo em comunhão com o deserto, transmutado em areia como uma mancha branca na tempestade vermelha, começava a pousar à medida que a tempestade perdia força.

Zaya começou o processo de retornar a sua forma mundana e quando os ventos acalmaram-se, a areia dispersou e sua visão clareou com o que havia de fazer bem diante de seus olhos.

— Destino. — sussurrou a feiticeira.

Diante dos seus olhos havia uma carruagem atolada na areia.


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Notas finais do capítulo

O Malafith.
Entre muitas coisas, é um conjunto de lendas e mitos antigos, tão velhos quanto o mundo. Malafith significa "As chaves do caos" e tem correlação com os senhores infernais e suas perversões, a saber : luxúria; soberba; preguiça; inveja; gula; avareza e a ira.
Cada uma representada por um lorde infernal possuindo um reino equivalente.
Versões mais obscuras apontam que o Malafith pode ser traduzido como "pessoas que trazem o caos". Predestinados a dar inicio a Última Lástima.

A Última Lástima.
Advento profético que dita que o mundo será lançado em trevas, dando inicio a uma Era de caos e assim findando o mundo como se conhece até então.
Esse mundo será governado por aqueles que respondem como "As chaves do caos" ou O Malafith.
Não existe uma versão única sobre o que é o Malafith na verdade e isso é um tema exaustivo de debate entre os eruditos de muitas academias ao redor do continente de Thronus.



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