Extinção escrita por Alina Black


Capítulo 70
Renesmee- Furia




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Sempre imaginei que dentro de mim habitasse uma sombra tão densa, um lado que desconhecia completamente. Sempre me considerei equilibrada, serena, até aquele momento. Era como se uma parte oculta da minha alma tivesse sido tocada pela primeira vez, e com esse toque, uma fúria incontrolável se espalhou por cada fibra do meu ser.

"Então isso é ódio?", perguntei a mim mesma, sentindo o sabor amargo dessa nova emoção. Era uma sensação estranha, como um veneno correndo nas minhas veias, mas ao mesmo tempo, era poderosa. Pela primeira vez, senti que não estava apenas reagindo ao mundo, mas interagindo com ele de uma forma que nunca havia feito antes.

O ódio me dava mais força, mas também me mostrou o quão vulnerável eu era. Minha mente, antes um lago tranquilo, agora era um mar tempestuoso, com ondas de raiva quebrando contra as rochas da minha consciência. Eu e meu lado obscuro nos tornamos um só, e eu sabia que esse era um caminho sem volta.

A raiva me transformou, e eu a abracei. Não como uma inimiga, mas como uma parte essencial de quem eu era. Agora eu compreendia que até mesmo as emoções mais sombrias têm seu lugar, e que reconhecê-las é o primeiro passo para entender a complexidade do meu próprio coração.

A floresta estava imersa em um silêncio que precedia a tempestade. Diante de mim, os quatro vampiros me encaravam, mas era Miguel Volturi quem capturava minha atenção. Foi então que senti algo se desdobrando dentro de mim, uma habilidade que jazia adormecida até aquele instante. As mentes deles eram como páginas abertas sob meus olhos, e eu podia ler cada pensamento, cada segredo escondido.

"Eu posso ouvir o que eles pensam...", pensei, uma mistura de espanto e medo percorrendo meu ser após ler a mente do lobo. Meu olhar se fixou em Miguel, e o que descobri em sua mente fez meu coração parar. Lá estava Jacob, meu Jacob, acorrentado com elos de um material letal para nossa espécie, tratado menos que um animal por Aro.

O ódio que nunca conheci antes começou a ferver dentro de mim, alimentado pelas imagens de Jacob sofrendo. Era uma raiva que pulsava com vida própria, exigindo ação, exigindo vingança. Eu sentia cada batida do meu coração ecoando esse novo poder sombrio, essa fúria que agora me definia.

"Aro vai pagar por isso," prometi a mim mesma, a raiva em minhas veias se solidificando em determinação inabalável. Eu não era mais apenas Nessie, a filha de Bella e Edward. Eu era a voz de Jacob clamando por justiça, a força que enfrentaria os Volturi, e eu não descansaria até que as correntes que prendiam meu amado fossem destruídas.

A tensão entre nós era como uma corda prestes a arrebentar. Miguel Volturi, com sua presença imponente, tentava mais uma vez me dobrar à sua vontade.

— Nessie, você sabe que isso é inútil. Venha conosco pacificamente e Jacob não sofrerá mais do que o necessário.

Eu podia sentir o veneno em suas palavras, mas a determinação em meu coração era mais forte.

— Você terá que me levar morta, Miguel. Não vou me render a você ou a qualquer um dos Volturi.

Miguel sorriu, um sorriso que não alcançava seus olhos frios.

— Que seja, Nessie. Se é uma batalha que deseja, será uma batalha que terá.

Impaciente e claramente irritado com minha resistência, ele fez um sinal sutil com a mão. Os vampiros ao seu lado se prepararam para atacar, seus olhos brilhando com sede de violência. Eu sabia que a luta estava prestes a começar, e eu estava pronta para defender Jacob e a mim mesma, custe o que custar.

Cam se posicionou à minha frente, pronto para defender-me com sua vida. Mas eu coloquei minha mão sobre seu pelo grosso, sinalizando para que ele esperasse. "Confie em mim," falei em sua mente, e ele recuou, ainda alerta, mas obediente.

Os vampiros avançaram, e eu apenas sorri ao vê-los se chocar contra a barreira invisível que eu havia erguido com o poder da minha mente. Cam me olhou, seus olhos castanhos refletindo surpresa e admiração. Eu lhe ofereci um sorriso, mas não era um sorriso de tranquilidade. Era um sorriso que carregava a promessa de vingança.

— Patéticos – murmurei olhando para o trio de vampiros e com um simples olhar, eu canalizei minha fúria, e os vampiros foram lançados para trás, como folhas ao vento, atirados a metros de distância. Miguel me observou, o medo evidente em seus olhos. Ele sabia que havia subestimado meu poder, e agora, ele estava diante de uma força que não compreendia.

— Você vê, Miguel- Eu disse, minha voz firme e carregada de uma nova força - Não sou mais a Nessie que você pensava conhecer. E você vai se arrepender de cada segundo que Jacob sofreu por causa dos Volturi.

Miguel tentou se mover, mas seu corpo não respondia. O terror em seus olhos era evidente enquanto ele percebia que estava paralisado. Eu sorri, não um sorriso de alegria, mas um sorriso que dizia que ele estava à mercê do meu poder.

Os vampiros, no entanto, não estavam dispostos a desistir tão facilmente e avançaram novamente. Cam, com sua lealdade feroz, enfrentou o primeiro vampiro, seus corpos colidindo com a força de titãs. A luta era brutal, mas Cam estava determinado a me proteger.

Quando os outros dois vampiros restantes se lançaram sobre mim, uma matilha de lobos surgiu das sombras da floresta. Meus olhos encontraram Seth, Brad e Collin, cujas presenças me trouxeram um conforto momentâneo. Mas havia mais — quatro lobos que eu não reconhecia, cada um emanando uma força e uma determinação que me surpreenderam.

Os novos lobos se juntaram à batalha sem hesitação, suas garras e dentes uma extensão da fúria da natureza. Agora Cam e eu não estávamos sozinhos nesta luta.

Fiquei imóvel, observando a luta entre a matilha e os vampiros, seus corpos sendo dilacerados pelas gigantes presas dos lobos, olhei na direção de Miguel e observei Seth avança sobre Miguel. – Pare- minha voz soou mais como um comando do que um pedido, e Seth, com sua pelagem cor de areia, congelou no lugar. Ele se virou para me encarar, percebi a surpresa e confusão evidentes em seus olhos de lobo. - Miguel é meu-  Falei com um peso em minhas palavras que até eu senti. Seth recuou, mas não o suficiente para que não pudesse ter tempo de me proteger caso precisasse, e eu pude sentir o olhar de todos em mim enquanto caminhei em direção a Miguel.

Ele tentou se mover, mas seu corpo não o obedeceu. Eu sorri, mas é um sorriso sem alegria, sem triunfo. É o sorriso de alguém que sabe que o que vem a seguir é inevitável. - Você não deveria ter vindo aqui-  eu murmurei para ele, e então ataquei. Minha velocidade é tal que ele mal tem tempo de piscar antes de eu estar sobre ele, e o ar se encheu com a tensão daquilo que eu faria a seguir.


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