Extinção escrita por Alina Black
Notas iniciais do capítulo
Jessica começou os trabalhos.
Área sul, setor 221 b construção dos novos blocos do abrigo.
— Nós precisamos conversar!
A voz de Jessica se misturou ao som das barras de aço caindo no chão, fazia exatas 24 horas que havíamos iniciado a construção do bloco B, como o abrigo não tinha espaço o suficiente para mais pessoas precisávamos terminar a expansão com a construção de novos quartos, dentro de dois meses sairíamos para buscar meu pai, a matilha de Sam e outros sobreviventes.
Olhei para o grupo que havia derrubado as barras e lancei um olhar de “tomem cuidado” em seguida soltei as ferramentas que tinha nas mãos no chão e virei meu corpo ficando de frente para Jessica – Ela vai ficar! Respondi dando alguns passos na direção de alguns materiais.
— Você não pode estar falando sério!
—Eu estou – Respondi dando novamente as costas para Jessica – Ela fica, e como não temos mais quartos disponíveis, meu quarto agora pertence a ela.
Apesar de não estar olhando para Jessica pude ouvir seu riso – Você está dizendo que uma mestiça vai ficar em um abrigo cheio de humanos? Por acaso você bateu a cabeça?
Rolei meus olhos e coloquei um saco de cimento em meu ombro – Ela se chama Renesmee, e não representa nenhum perigo, portanto ela fica, é minha ultima palavra.
— Jacob!
— Jessica! Falei em um tom um pouco mais exaltado de voz – Eu estou bastante ocupado agora.
A expressão de Jessica mudou para irritação mas ignorei, coloquei outro saco sobre meu ombro e caminhei até o grupo de homens que preparavam a massa para levantarem as paredes – Chegou o super homem – disse um deles em um tom de brincadeira, joguei as sacas no chão enquanto os outros riam – é só o super Black – disse outro homem fazendo com que os outros continuassem a rir.
— Eu sei o que seria de vocês sem mim – Falei jogando as sacas no chão.
—Eles não estão falando disso Jake – Disse Brad largando a madeira ao nosso lado – E sim do fato que aturar a filha do pastor.
—Ah claro! Murmurei.
—Jessica está tentando fazer a cabeça de todas as mulheres contra sua protegida, a mestiça! Disse um dos homens – Minha mulher falou tanto que eu decidi dobrar o trabalho.
Novamente os homens riram.
Dei um tímido sorriso, já era esperado por mim esse tipo de reação dos humanos, era normal eles temerem a vampiros ou mestiços – Ela não vai machucar ninguém aqui, acreditem.
— Nós confiamos em você Jacob, você tem nos protegido e protegido a nossas famílias a anos então não se preocupe no que depender de nós ninguém vai mexer com a garota – Disse um dos homens.
— É bom mesmo – Disse Collin se colocando ao lado deles – Ela é a escolhida dele – completou.
Os homens me olharam curiosos, mas apenas assentiram, depois de muitos anos convivendo com alguns humanos eles conheciam muitas de nossas lendas e costumes, éramos como uma nova tribo quileute, depois de Leah, Brad e Collin ter sofrido sua impressão os humanos sabiam vagamente sobre o impriting e que quando uma pessoa era alvo dele passava a ser protegida pelo lobo, portanto os respeitos que eles tinham por mim teriam por Renesmee, mesmo não compreendendo muito bem como funcionava aquilo.
— Pausa pro almoço!
Disse Collin animado passando um dos braços em volta do pescoço do filho mais velho, Cam que tinha 17 anos, mas havia sofrido a transformação há alguns meses, assim como Liah que tinha 17, e os gêmeos Bruce e Bil filhos de Brad que tinham 13 anos, de todos eu era o único que tinha uma filha sem ter tido uma impressão para isso.
Leah entrou com duas sacolas nas mãos e pacientemente deixou as marmitas sobre a mesa suja que estava ao lado da pilha de madeira – o que será que temos hoje para o almoço? Perguntou um dos garotos.
—Almôndegas? Um deles respondeu rindo;
— O desculpe rapazinho, não consegui a picanha para o senhor! Disse Leah – Então agradeça pelas almôndegas ou saia da fila.
— Foi mal tia – reclamou o garoto pegando sua marmita enquanto os outros riam.
Como sempre eu me sentei sobre um caixote de madeira e aguardei até que todos pegassem suas marmitas, Leah deixou com que os homens se organizassem e caminhou até mim – Ela acordou faz horas, até quando vai ficar fugindo dela?
Dei um tímido sorriso – Não estou fugindo, eu não sou mais um garoto Leah, só estou praticando o autocontrole! Respondi.
—Autocontrole?
— Você deve imaginar como me sinto quando olho para ela – Respondi me levantando – Eu não quero assustá-la, como acha que ela vai reagir se um cara mais velho do que ela a abraçar como se abraçasse seu mundo? Um cara que ela nunca viu;
—Que você é um velho tarado?
Baixei a cabeça e ri – Leah sendo Leah.
— Pare de desculpas, você nem aparenta a idade que tem, além disso, Liah disse que ela perguntou por você.
—É serio? Ergui as sobrancelhas.
—Se visse sua cara de cão apaixonado agora – Disse Leah rindo – Olha eu vou te aconselhar a se apressar, pois Liah está encantada por ela e você pode perdê-la.
Fiz uma careta – E você não a quer como nora.
— Não corro este risco, mas Seth também era encantado pela Anna – Respondeu Leah sorrindo – Até a Sara nascer.
Minha expressão se tornou mais séria – O que você quer....
— Tio Jake! Bil um dos gêmeos de Brad gritou interrompendo minha pergunta – Temos um problema.
Eu corri pelos corredores sendo seguido por Leah, Brad, Collin e os demais garotos até o refeitório, ao passar pela porta Jessica estava um pouco afastada de uma das mesas e discutia com Liah e entre as duas no chão havia uma grande quantidade de sangue.
— Você é uma idiota! Gritou Liah – Está com ciúmes do tio Jake por isso fez isso!
— Eu só quis ser gentil com a nossa hospede! Respondeu Jessica.
— O que está acontecendo aqui? Perguntei interrompendo as duas.
— Jessica trouxe o café da manhã! Respondeu Liah em um tom de aborrecimento.
—Só foi um presente.
—Um presente de Grego! Respondeu Liah.
— Onde esta ela? Falei com um tom mais alto de voz olhando para Liah.
— Eu não sei – disse Liah – Ela desapareceu, não consegui acompanhar para onde ela foi.
Atordoado levei ambas as mãos ao rosto – Procurem ela! Ordenei a Collin, Brad, Leah e aos garotos – Jessica limpa essa sujeira, e quando terminar me espera na sala de reuniões.
— O que? Disse Jessica em um tom e aborrecimento.
— É bom fazer o que estou falando!
Jessica recuou e apressei meus passos caminhando até a porta o refeitório – Vamos nos dividir, espero que ela ainda esteja aqui dentro.
Corri pelos corredores na direção da garagem, mas não havia nenhum cheiro o que significava que ela não havia passado por lá – Eu devia ter ouvido a Leah e cuidado melhor dela, que grande idiota eu sou – disse para mim mesmo retornando a um dos corredores.
— Jake! Steve me chamou me tirando de meu tormento momentâneo – Você está horrível.
— Preciso encontrá-la.
— Não se preocupe vim aqui justamente acabar com seu tormento – disse ele dando um tímido sorriso – Ela está no armazém.
Meu coração acelerou mal Steve respondeu e eu corri o mais depressa possível na direção do setor norte onde guardávamos tudo o que conseguíamos quando saiamos em busca de mantimentos.
Passei pela porta do armazém e o grande deposito estava escuro, acendi uma das luzes e então senti seu cheiro – Renesmee – a chamei em um tom alto de voz mas tudo que tive foi o silêncio – ou melhor, Nessie – novamente a chamei caminhando entre a pilha de objetos seguindo o seu cheiro que se tornava mais forte – Você gosta que chamem você assim não é? Nessie?
Virei meu corpo na direção de algo que havia caído no chão quebrando o silêncio – Quem é você? Perguntou ela em meio à escuridão.
Sorri timidamente, com certeza não se lembrava de mim devido ao efeito do veneno da lamina que havia a ferido dois dias antes, dei alguns passos e parei olhando na direção da sua voz – Eu sou o Jacob.
Houve novamente um breve silêncio e então ela surgiu em meio a escuridão, seus olhos estavam vermelhos e meu coração se dilacerou ao perceber que ela havia chorado.
E novamente eu conheci na pele o sofrimento do lobo ao ver sua impressão sofrer, eu precisava mudar aquilo, eu faria qualquer coisa para vê-la sorrir.
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