Partilhar escrita por WinnieCooper


Capítulo 2
A ideia mais absurda, mas com fundamento


Notas iniciais do capítulo

Obrigada Tahii por favoritar a história. Amei as diversas teorias e que a maioria lembrou de vários filmes diferentes. Era essa minha intenção. Tomara que gostem do capítulo 2 ❤️



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— Espera aí! Scorpius Malfoy é seu melhor amigo? – Kat perguntava curiosa a Rose. Apesar de ser sábado, as duas estavam trabalhando já que naquela manhã em questão haveria uma exposição de tendências da moda casamenteira e ambas precisavam registrar tudo para a próxima matéria do jornal. No momento, analisavam uma banca de margaridas e anotavam a tendência de arranjos da flor para a estação. 

— Era meu melhor amigo na época de Hogwarts. Um mero estranho hoje em dia.

— Um mero estranho que te convidou para ser namorada dele ontem! – ela riu cutucando a amiga com seus ombros. – Me conta direito essa história! – implorou. 

Rose revirou os olhos e lembrou da noite anterior.

— Ficou maluco, Scorpius? Que raio de ideia é essa da gente namorar? – ela perguntou perplexa a ele. 

Ele reparou no rosto dela e em como suas orelhas estavam rosadas. Será que ela estava incomodada? Com vergonha? Ele não sabia, mas iria descobrir. 

— Seria a solução perfeita! Você arranjaria um relacionamento para seu chefe te levar a sério e eu uma namorada que acabaria com meus avós. Além disso, você tem o sobrenome perfeito para afrontar eles!  

Rose balançou negativamente a cabeça tentando entender o absurdo que ele havia acabado de lhe falar. 

— Uma ótima solução. – soou sarcástica. – E onde fica o sentimento no meio dessa loucura toda? 

Ele abriu um sorriso de triunfo o que fez Rose se irritar ainda mais. 

— Não seria necessário ter sentimentos. Seria um namoro de mentira...

— Ok, agora você endoidou de vez! – constatou relando sua palma da mão na testa dele. – Com certeza está delirando de febre. 

— Não estou delirando de febre. 

— Então foi o álcool que subiu para sua cabeça! 

Ela cruzou os braços e virou seu rosto na direção oposta a ele. 

— Nunca estive tão lúcido em toda minha vida. 

— Scorpius, essa história nunca daria certo! 

— Eu sei que daria certo porque é com você. Minha amiga desde sempre, aquela que conheço desde os onze anos, a que entendo e me entende, mesmo ficando meses longe. 

Ela suspirou cansada, mas resolveu dar uma chance àquela ideia maluca. O encarou novamente.

— Me explica direito como essa loucura iria funcionar. Por favor, use de lógica.  

Ele concordou com a cabeça, sentou ereto na cadeira e começou a tentar explicar o que havia pensado. 

— Bem, você acabou de me dizer que é um fracasso, que ainda mora com os seus pais, que odeia seu emprego e que seu chefe não te leva a sério só porque você não tem namorado e muito menos um marido... E eu preciso de uma namorada corajosa que coloque meus avós em seus devidos lugares. 

Rose fechou seu rosto a ele. Tentou entender seu raciocínio, mas quanto mais pensava, mais achava que estava ouvindo um enredo de filme clichê. 

— Acho que ainda não estou entendendo. 

— É muito simples, Rose: seria um namoro de conveniência. Você tem seus interesses e eu tenho os meus, nosso namoro serviria apenas para outras pessoas acreditarem que estamos juntos. Acredito que, como somos amigos, isso não implicaria em nenhum tipo de constrangimento ou confusão. 

Rose sabia bem o que acontecia nos filmes que assistia sobre o assunto, não era nada simples. Mas também eram só filmes, certo? 

— Não sei se isso é uma boa ideia... Acho que não ficaria confortável morando com você. Porque, pelo que entendi, eu teria que morar com você, certo? 

— É, você teria que morar comigo. Mas meu apartamento é grande, você teria seu próprio quarto, não precisa se preocupar. 

Rose passou o resto da noite pensando em tudo o que poderia dar errado no plano maluco de Scorpius. Ao fim da noite, o amigo pegou um guardanapo de papel em cima da mesa e escreveu seu nome. 

— O autógrafo para seu pai. – virou o papel e escreveu números nele. – Meu telefone para você.

— Você ainda tem telefone? – perguntou surpresa a ele. Rose havia o ensinado a usar um celular na época de escola até que o rapaz surpreendentemente apareceu durante as férias do quinto ano com um. Não fazia ideia que mantinha o costume trouxa consigo até hoje.

— Sim... E, se você mudar de ideia, é só me ligar. 

Rose dobrou o papel e guardou no bolso da calça, onde ele permanecia até o momento. 

 — Deus! Você está vivendo o seu clichê com um jogador de quadribol famoso, lindo e rico! Parece até aquele filme que assistimos semana passada. – Kat não se continha enquanto Rose a atualizava de sua noite de reencontros com o passado. 

— Eu não estou vivendo clichê nenhum, Kat! É claro que não concordei com uma loucura dessas! 

Kat suspirou. Conhecia a amiga o suficiente para saber que quando ela entrava na defensiva, não existia ninguém que a fizesse admitir o que pensava. 

— Então... Você pode falar para ele que eu aceito? – resolveu a cutucar. 

— Aceita o que? – Rose, que até então fotografava os bolos de dez andares de pasta americana que enfeitavam a mesa de doces, virou seu pescoço bruscamente para ela. 

— Pelo que você falou, eu preencho os requisitos: sou nascida trouxa, solteira e acho que consigo encarar os avós dele perfeitamente. Uma pena que não sou ruiva... Pelo que soube esse faz mais o tipo dele, mas acredito que a gente pode dar um jeito nisso, você não acha? 

— Não pode estar falando sério! – Rose tentava decifrar o rosto da amiga que estava com certeza lhe pregando alguma peça sem graça. 

— Ah, fala sério, Rose! – Kat lhe deu um tapinha no ombro. – O cara é seu amigo, vocês se conhecem desde sempre e você sabe muito bem que ele não é nenhum desses babacas que seu radar sempre vai atrás. Devia se dar uma chance e viver um pouco. 

— E fingir um relacionamento seria viver? 

— Eu te conheço um pouco. Sei que você esconde muitas coisas de mim... Agora mesmo! Eu tenho certeza que o senhor Pfeiffer falou algo que te machucou e você não admite. Eu só acho que devia mudar o enredo da sua história pelo menos uma vez na vida para deixar o destino mexer no resto. Porque persistir sempre na mesma coisa só vai fazer seu destino te transformar numa velha rabugenta e frustrada. 

Rose riu pelo nariz diante da confissão da amiga, sabia que ela só queria lhe ajudar. Mas...

— Mentiras nunca dão certo. E se tudo começar a ficar maior do que planejamos? 

— Tipo o que? Terem que ir para festas juntos? Andarem de mãos dadas na rua? Isso não mata ninguém, Rose! 

— Mas você sabe que nos filmes as coisas nunca saem conforme o planejado.

— Então na pior das hipóteses vocês vão acabar se apaixonando. Se é que dá para chamar isso de pior!  

A amiga riu, o que fez Rose ficar constrangida. 

— Ok, chega desse assunto! – a ruiva foi enfática. – Que tal nós terminarmos de ver logo tudo o que tem por aqui para finalmente começar a escrever mais uma matéria de algo que não vivencio e odeio? 

Voltaram a caminhar e a fotografar, mas a ideia continuou martelando nos pensamentos de Rose enquanto o papel com o número do telefone de Scorpius queimava em seu bolso.

xx

— Como foi ontem no jantar com seus avós? – Astória encarava o filho sentado no sofá do apartamento dele. Sempre que possível passava para vê-lo, principalmente nos sábados que sucediam os jantares na mansão Malfoy. 

Scorpius acariciava a bola de pelos gigante e peluda que morava consigo e preenchia o apartamento vazio. Alegre e brincalhão, o Golden retriever de cor chocolate havia sido adotado três anos antes por Scorpius. Era seu companheiro oficial de exercícios matinais. 

 — Iguais a todos os outros. – Olhou cansado para a mãe. – Sinceramente, não sei porque insiste na ideia de manter contato com eles. 

Na verdade, Scorpius sabia a razão da mãe insistir tanto naqueles jantares: seu pai. Draco tinha um pedaço de seu passado incompleto, uma rachadura que ainda não havia se fechado. Havia brigado com os pais anos atrás, quando ainda era jovem e estava depressivo pelo pós-guerra. Draco encontrara sua mãe na ala psiquiátrica do Saint Mungus, onde ela trabalhava como voluntária. Astória havia acabado de concluir Hogwarts e seu primeiro estágio como psiquiatra foi na ala dos traumas da Segunda Grande Guerra. Não era bonito de se olhar, mas foi lá que conheceu Draco e descobriu todas suas rachaduras, todos seus erros saltando em forma de dor e desespero. Ela o ajudou e no fim se apaixonaram. 

Mas Astória, não era boba, e não ficava calada quando ouvia Lucius ser preconceituoso, ou Narcisa negar o inegável. Draco, por respeito a ela, parou de falar com os pais e decidiu que seria melhor para ambos não manter mais contato. Porém, a mãe de Scorpius não podia negar o neto a eles, portanto, sempre que possível o levava a mansão quando pequeno e tentava manter algum tipo de cordialidade. Scorpius era sua esperança de um dia os sogros mudarem, mesmo após quase trinta anos de teimosias e falta de consideração. 

— Tudo bem, mãe, não quero voltar a esse assunto. Sei o quanto é importante manter a cordialidade para que o meu pai volte a falar com eles, mas, sinceramente, eles não fazem o menor esforço. 

Astória considerava Scorpius a sua salvação e a de Draco, que por anos recusou a ideia de ter filhos, para que a criança não carregasse o peso de levar o sobrenome Malfoy. Porém, assim que a esposa ficou grávida, Draco percebeu o amor que sentia pela criança mesmo antes de nascer era tudo o que ele precisava para se curar por completo. Mas, apesar de tudo, ainda havia uma linha torta na história toda e um dia ela esperava poder reparar e resolver. 

— Então, fugiu do jantar? – perguntou já prevendo a resposta. 

Gryffin, que continuava sendo acariciado por Scorpius, saltou do lado do sofá em que o dono estava e foi pedir carinho a mãe dele. Apesar de não ser a maior fã de cachorros (principalmente os grandes!), Astoria era grata ao cão pela companhia que fazia para seu filho em dias solitários.  

— Felizmente tinha o encontro de dez anos de término de Hogwarts. Lembra que te falei? Acabei indo para lá. 

— Esses encontros são ótimos e terríveis ao mesmo tempo. Como foi? 

— Encontrei o Al com a Sunny, já estava com saudades daquela menininha! – Astoria reparou no sorriso dele ao falar do amigo e da afilhada. – Acabei encontrando a Rose também. 

— Nossa! A Rose? Eu lembro que não se desgrudavam, viviam conversando nas férias. Parecia que separar vocês era quase mortal. – Ela riu, mas reparou no olhar nostálgico dele ao recordar o passado.

— É... O tempo acaba mesmo com a gente. Mas, de certa forma, conversar com ela na festa foi como voltar aquela época. 

Astória ficou ouvindo Scorpius falar sobre Rose – não conseguia deixar de notar o carinho e a saudade nas palavras do filho. Sentiu em si que aquele reencontro repentino não seria efêmero. Astória tinha certeza que em breve ouviria o nome de Rose Weasley novamente. 

xx

Rose chegou cansada na casa de seus pais. Como de costume foi logo se trancando no quarto, e, Hermione, com seu faro de mãe, logo percebeu que algo estava errado. 

— Acabei não te vendo ontem, filha. Chegou tarde da festa e hoje de manhã quando vim falar com você, já havia saído para trabalhar. 

— Desculpa, mãe, não queria fazer sua casa de hotel.

Sabia que a mãe não reclamava por esse motivo, mas estava tão cansada de tudo - de sua vida, de seu trabalho horrível e de caminhar, se esforçar e não sair do lugar -, que responder com palavras tortas e cortantes a Hermione parecia mais fácil.   

— Ok, me desculpe... Não queria descontar em você. – falou antes da mãe retrucar. 

— Descontar o que, filha? 

Hermione não tinha a melhor relação do mundo com a filha – não eram melhores amigas e ela definitivamente não fazia o tipo de passar a mão em cabeça de ninguém; esse papel era de Ron: era ele quem sustentava o posto de pai perfeito. Era ele que Rose respeitava e para quem ela corria toda vez que estava ferida. Mas, desta vez, Hermione sentia que havia algo a mais. A filha já era adulta, ganhava seu próprio dinheiro e tinha uma vida própria. Foi isso que disse a ela, tentando arrancar algumas coisas ocultas da jovem. 

— ...você está ótima no seu emprego, tem uma vida estável...

— Não, mãe, não tenho... – Rose explodiu de repente não aguentando ouvir a mesma coisa que ouvia em pensamentos quando falava a si mesma que não era um fracasso. – Eu odeio o que faço, meu chefe não me dá nenhuma oportunidade. Parece que estou presa em um feitiço tendo que viver o mesmo dia eternamente.

— Como assim? E aquela matéria que estava escrevendo dos nascidos-trouxas e os preconceitos enfrentados durante a Segunda Grande Guerra? Você até me pediu um depoimento. 

Rose olhou cansada para a mãe; já previa o descontentamento dela se dissesse que seu chefe nem ao menos olhara para o que havia escrito com tanto afinco e cuidado. Não conseguiria lhe dizer, mesmo que seus olhos gritassem socorro. Ela sabia que se começasse a chorar com certeza seus pais a abraçariam e diriam para que ela deveria sair do Profeto Diário, ficar em casa e depois pensasse no que fazer e que ela não merecia e nem precisava passar por todo aquele aborrecimento. Mas, ao invés disso, Rose se contentou em dizer: 

— Ele ainda não teve tempo de ler, mas me garantiu que faria isso esse fim de semana. 

— Ótimo! – Hermione a abraçou preocupada. 

Sabia que a filha escondia algo, mas também sabia que não era para ela que iria se abrir. Resolveu conversar com Ron na tarde daquele sábado. E ele chegou com a solução mais viável no momento. 

— Comprei seu sabor preferido! – pediu licença ao abrir o quarto da filha que insistia em ficar trancada. Esticou um pote de sorvete, menta com chocolate. 

— Obrigada, pai! – ela o abraçou e lhe deu um beijo na bochecha.

Ficaram tomando o sorvete juntos, enquanto Ron esperava o momento certo para perguntar. 

— Está tudo bem? 

— Dona Hermione já foi preocupar você, não foi? – ela evitou encará-lo, mas negou com a cabeça. – Está tudo bem. Só estou cansada. 

— Hum... 

Conhecia a filha o suficiente para saber que não estava bem, mas também sabia que não adiantava insistir quando ela não queria se abrir. 

— Hugo ligou. Está na Toca conversando com seus avós. Não quer ir lá? Matar um pouco o tempo? 

Seu irmão Hugo nunca tivera toda a atenção para si, ele não precisava e não gostava. Sempre vivera em segundo plano: ninguém nunca colocava nenhum tipo de expectativa em nada do que ele fazia ou o taxavam como o garoto mais brilhante de seu tempo. Ele era só o Hugo: seu irmão mais novo que amava coisas dos trouxas e era inteligente sem forçar. Aos 26 anos estava terminando um mestrado numa universidade trouxa sobre desenhos no computador, namorava uma trouxa e trabalhava de quadrinista numa revista infantil trouxa. Se sustentava no mundo trouxa e morava num bairro trouxa. Era o completo oposto de si. Pensar em Hugo lhe fazia achar que estava pior do que realmente estava, mas ela sabia que não havia competição entre eles, nunca houve. 

— Talvez outro dia, pai. Não estou no clima. – resolveu mudar o foco nela, talvez o pai a fizesse rir e esquecer um pouco a sua vida medíocre. – Ah! Sabe quem encontrei ontem na festa? Scorpius Malfoy! 

— Sei… Aquele antigo amiguinho seu... – Rose podia sentir o ciúme na voz do pai. – Como ele está? 

— Ah, papai, você melhor do que ninguém sabe como ele está... – ela começou a rir. – Seu novo ídolo dos Canons! 

— Meu ídolo? Desde quando? – Ron se fez de desentendido. – Ele é só um jogador como outro qualquer. 

— Papai! 

— Digamos que ele jogue razoavelmente bem. Ele salvou os Canons? Talvez, mas também não é tudo isso.

No fim das contas, Ron havia conseguido fazer a filha rir. Ficaram conversando durante o resto do dia, e, por mais que Ron negasse dentro de si, ele teve a impressão de que ainda ouviria o nome de Scorpius Malfoy por um bom tempo. 

xx

— Sua imagem é importante... – Elisa Warbeck, a empresária de Scorpius, conversava com ele após o jogo de domingo. Era um amistoso, e, apesar do placar apertado, haviam conseguido vencer. 

— Eu sei, eu sei! Você já me disse isso umas mil vezes, Elisa. É por isso que não fumo e nem bebo na frente de ninguém.

— Mas, não é disso que estou falando, Scorpius! Você é um exemplo familiar também e seu sobrenome não te ajuda muito. 

— Nesse caso, não tenho muito o que fazer. Isso não posso mudar. – se defendeu cansado das mesmas discussões sobre seu nome ser sinônimo de mau agouro. 

— Mas sua relação com seus avós você pode mudar, ou você podia sei lá... Arranjar uma namorada que tenha um nome forte.

Ele estreitou seus olhos tentando entender o que acabara de ouvir. 

— E quando você diz um nome forte, você quer dizer...? – pensou nos mais ricos da sociedade. 

— Alguém que lutou do lado certo na Grande Guerra... Você sabe, seria como confirmar que você faz parte da nova...

— Era de Malfoys? – completou o discurso pronto de Elisa. Scorpius não gostava quando sua empresária tocava nesse assunto - segundo ele, servia apenas para o aborrecer -, mas, desta vez, o jovem pareceu não se incomodar. – O que acha do sobrenome Weasley? 

xx

— E então? Conseguiu terminar a matéria a tempo? – o senhor Pfeiffer não lhe fitava ao falar, mas suas palavras eram sempre cortantes quando dirigidas a ela. 

— Na verdade, estamos entregando com cinco dias de antecedência. 

Ela tinha medo dele e sabia que esse não era um sentimento saudável de se nutrir especialmente em se tratando de relação entre chefe e subordinado. Ter medo era diferente de ter respeito. 

— ... Só não gostei dessa parte aqui. – Ele sublinhou de vermelho um parágrafo da matéria. - ...os relacionamentos atuais são frágeis como as flores que encantam as cerimônias: ao mesmo tempo em que estão juntos tão fugazmente, separam-se diante do primeiro problema enfrentado...— após ler o parágrafo que ela acreditara que fosse passar despercebido, olhou a ruiva a sua frente. – Como pode falar com tanta propriedade sobre relacionamentos se nunca esteve em um? 

 — Observo meus pais. Brigam, enfrentam problemas, mas nunca se separam. E também vejo meus amigos, pessoas da minha idade, os jovens hoje estão criando cada vez mais independência financeira, investindo nos estudos e só curtindo estar em relacionamentos vazios e rápidos. 

Não sabia da onde surgira aquela coragem. Mas havia falado tudo o que pensava num fôlego só. 

— Eu não te pago para criticar a moda casamenteira e nem para escrever sobre os relacionamentos atuais. 

— Ah! Mas eu sou muito boa fazendo isso! 

— Ah! Quer dizer que a senhorita se acha muito boa fazendo isso? Pois bem, eu acho que é muito boa em não ter experiência nenhuma no que escreve, isso sim! – entregou o papel a ela nervoso. – Escreva tudo de novo! 

Rose bufou nervosa e pegou o papel em suas mãos com vontade de o rasgar e pedir demissão na mesma hora. Mas se conteve e saiu da sala decidida a passos firmes. Passou por Kat que olhou o rosto da amiga saltando algumas lágrimas de ódio. 

A jovem pegou seu celular e discou o número do antigo colega, que já havia decorado depois de tanto ficar passando e repassando o papel entre os dedos durante o fim de semana. 

— Alô, Scorpius? Será que a gente pode conversar?

 


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Notas finais do capítulo

Não quis colocar eles aceitando diretamente a ideia e tendo novas razões. Tomara que gostem das partes dos pais. Obrigada a todos os comentários lindos. Estou tão feliz com todas as palavrinhas ❤️